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Noções em proctologia Anatomia anorretal -Divertículo vai do colo até o sigmóide, praticamente não existe divertículo no reto -Glandula é causa do abscesso perianal *Pode-e cortar o esfíncter interno do ânus sem problema. Continência anal -Esfincter anal interno: 80% da pressão anal de repouso, musculatura involuntária controlada pelo SNA. -Esfíncter anal externo: 80% da pressão anal de esforço, musculatura esquelética voluntária, inervada pelo pudendo interno, capaz de contrair-se por breves períodos e assim impedir esvaziamento retal. -Elevador do anus: puboretal -Sistema nervoso: simpático (contração), parassimpático (relaxamento) Evacuação O reto normalmente se encontra vazio. Fezes>>distensão das paredes do reto>> SNC//tenesmo>> reflexo inibitório retoanal>> Esfíncter interno seja inibido e relaxe>> Neste momento a continência é pelo esfíncter externo Caso não seja possível evacuar>> esfíncter externo se mantém contraído e em segundos>> retropulsão do bolo fecal para região superior do reto>> esfíncter externo recupera seu tônus de repouso. Semiologia proctologia -USG endoanal: integridade dos esfincteres, abscessos, profundidade de Tu e ganglios. -Latência motora terminal do n.pudendo -Eletromiografia:densidade das fibras do esfíncter -Proctograma defecatório -Manometria anorretal (incontinência) -Enema opaco (megacólon e megarreto - pouco usado) Exame proctologico -Posição genupeitoral e de SIMS (mais usada - decúbito lateral esquerdo) -Toque retal (tonicidade, tumorações, reflexo anal), inspeção, anuscopia, retossigmoidoscopia. Hemorroidas -Fisiopatologia: condição humana bípede, hereditariedade, distúrbio da função intestinal (constipação-comprime drenagem venosa e arrasta a mucosa causando prolapso, diarreia), gravidez, parto, estilo de vida sedentário e longos períodos em pé ou deitado, hipertensão porta (raro). -Ligamento de Parks, vasculopatia e perda da fixação Hemorroida interna Hemorroida externa Sangramento Dor (P*c/trombose) Acima da linha pectínea Abaixo da linha pectínea Prolapso/Prurido Desconforto anoretal -Classificação: → Interna: acima da linha pectínea -São recobertas pelo plexo hemorroidário superior -Importante causa de sangramento entre os jovens adultos, o sangramento é indolor e normalmente não causa repercussões hemodinâmicas. -Normalmente o sangramento aparece no final da defecação, ou com fezes cobertas por sangue. -Com o tempo as estruturas que asseguram podem perder a força e acontecer o prolapso. *Prolapso pode ser capaz de induzir espasmo do esfíncter, que causa dor, e se for intenso pode levar a necrose, o que é mais comum no grau IV. Classificação das hemorroidas internas: Grau I Sem prolapso Grau II Prolapso com redução espontânea Grau III Prolapso com redução manual Grau IV Prolapso mantido, pode estrangular Aula: (grau I- não vê, grau II- quando evacua sai e retorna, gru III- sai ao esforço e não retorna sozinha, precisando de medicações ou manobras, gru IV- aparece pra fora sempre) , → → → Linha pectínea ou denteada← ←← → Externa: abaixo da linha pectínea -São recobertas pelo plexo hemorroidário inferior, sendo recobertas por tecido escamoso, que contém grande quantidade de terminações sensitivas, explicando a possibilidade de sensação dolorosa. (pode trombosar e dar quadro agudo - trombose hemorroidária externa, que na verdade é por rompimento de vasos que causam hematoma perianal, que quando cicatrizam formam pregas priconeas que são mais evidentes na margem do ânus), prolapso (grau IV, cutâneo e cutaneomucoso) -Clínica: prolapso e sangramento (vermelho vivo, em pequena quantidade, relacionado as evacuações), não costuma doer, a não ser na crise, pode dar prurido. -Diagnóstico diferencial: pólipo viloso e procidência de reto ou prolapso retal total (na hemorroida normalmente o prolapso é somente mucoso). -Tratamento: orientação dietética para resolver constipação, crioterapia, aumentar água e fibras, não fazer laxativos. -Escleroterapia: colocar substância esclerosante no mamilo da hemorroida -Ligadura elástica; anoscopio, aparelho da ligadura, coloca liga de borracha, abaixo da linha denteada não pode ? -Fotocoagulação: causa necrose -Crioterapia: nitrogênio a -200 graus → Todos esses não devem ser realizados em casos muito baixos, somente no canal anal -Cirugia: hemorroidectomia, pode ser feito com clipe/grampeador -Trombose hemorroidal Dor, aparecimento súbito, pode sangrar posteriormente não relacionado a evacuação, edema e secreção perianal, tenesmo retal. Normalmente tratamento clinico local. Tratamento da hemorroida Grau I clinico e dietetico Grau II Conservador: ligadura elástica, escleroterapia, eletrocoagulação, fotocoagulação. -Grau III -Falha das medidas terapêuticas -Externa sintomática -Úlcera/fístula/fissura Hemorroidectomia Hemorroidas externas trombosadas <72 h Excisão Hemorroidas externas trombosadas >72h Analgesia e banhos de acento Hemorroidectomia -Indicações: falha das medidas conservadoras, hemorroidas grau IV ou gravemente prolapsadas, associação de hemorroida externa com outras doenças perianais. -Técnicas: 1) Hemorroidectomia submucosa fechada (Ferguson): permite o tratamento das internas e externas ao mesmo tempo 2) Hemorroidectomia aberta (Milligan e Morgan) cicatrização por 2ª intenção *O plicoma anal é uma saliência de pele localizada na porção externa do ânus, benigna, que pode ser confundida com uma hemorroida. Fissura anal Solução de descontinuidade na pele do canal anal, normalmente nos vértices as 6 ou 12 horas, com tempo a papila anal tende a hipertrofiar e formar papilite hipertrófica e parte inferior tende a aumentar e formar as pregas pliconicas -Triade: fissura, papila anal hipertrofica, plicoma -Etiopatogenia: fator traumático pela constipação e hipertonia esfincteriana, fator anatômico com ponto de fraqueza (espasmo de Brick), fator vascular (diminuição de sangue e dificuldade de cicatrização) *Cura espontânea difícil, pois a dor estimula o esfíncter anal a aumentar seu tônus, o que reduz a vascularização local e assim diminuem as chances de cura, cronificando o progresso. -Epidemiologia: 4ª-5ª década de vida -Clínica: DOR, ao evacuar e posteriormente e pode haver sangramento que para após defecação. Sensação de espasmo. Classificação das fissuras anais: Tipo Classificação Característica Aguda 3-6 semanas Vermelhas, margens irregulares. Crônica >6 semanas Brancas, pode haver plicoma e papila hipertrófica -Diagnóstico diferencial: carcinoma de canal anal ulcerado (epidermóide, calcogênio), sífilis primária com ulceração superficial de bordas irregulares, doença de crohn perianal, herpes perianal com ulceração superficial, dermatite e peremia, normalmente em paciente imunodeprimido, tuberculose perianal ,aids. Tratamento: -Clinico: dieta, melhorar a prisão de ventre -Esfinterotomia quimica: para relaxar musculatura lisa (óxido nítrico, isossorbida, toxina, nifedipina, indoramina, pomadas) -Esfincterotomia cirúrgica: quando não há resposta ao tratamento clínico, abre-se às 3-9 horas, corta-se o esfíncter interno para diminuir pressão, e não se mexe na fissura. → Fissuras agudas: emolientes fecais, aumento de fibras na dieta, anestésicos tópicos, banhos de assento, corticóides, novos fármacos como arginina e betanecol tópico. → Fissura crônica: mesmo que as agudas, mais pomada de nitroglicerina 0,2% em 3 aplicações diárias, dinitrato de isossorbida 2,5 mg 3x/dia, aplicação tópica de diltiazem a 2%, toxina botulínica (em casos de incontinência temporária para flatos), nifedipina e diltiazem orais. -Procedimentos: 1) Dilatação anal: procedimento de Lord *não está sendo mais usado 2) Esfincterotomia interna lateral: secciona parte das fibras do esfincter interno para diminuir espasmos Fistula -Conceito: percurso entre um abscesso com abertura interna e o canal anal. O orifício interno normalmente se localiza na altura da linha pectínea, pois é onde se localizam as glândulas de muco que originam os abscessos. -História natural: inicia-se por abscessos que drenamespontaneamente ou por via cirúrgica e não cicatrizam. -Clínica: drenagem de secreção local, dificuldades de realizar higiene, prurido. Aula:caroço na margem do ânus, que sai secreção purulenta, não costuma doer, é crônico e endurecido -Diagnóstico diferencial: DC, hidradenite supurativa, câncer. -Toda fístula tem 3 componentes: abertura primária que você visualiza abertura secundária que pode não ser observada, e corda de violão que é o percurso percorrido *Caso seja furúnculo não tem a corda de violão *Perianal é mais frequente -Tratamento: fistulolectomia é o tratamento, fistulotomia - não feito (abre, cureta, fecha por segunda intenção), cola de fibrina (indicada nas de trajeto curto). Sindrome de Fournier Fascite necrotizante, em margem de períneo, doença grave que pode levar a morte, acomete mais pacientes imunocomprometidos. Deve-se internar em UTI, fazer ressecção ampla e antibioticoterapia. Abscesso anorretal A região perianal possui glândulas secretoras de muco que auxiliam na defecação, ocasionalmente elas podem inflamar e originar abscessos. -Epidemiologia: 3x mais comum em homens, e ocorrem entre a 3ª-5ª década de vida. -Fatores de risco: homem, DII, imunossupressão (DM, doenças hematológicas, HIV). -Clínica: DOR PERIANAL + FEBRE + DESCARGA DE SECREÇÃO PURULENTA. Podem estar presentes dificuldades de evacuar e muito raramente sangue. -Diagnóstico: clínico (USG p/dúvidas) -Tratamento: de urgência, pois pode produzir quadros sépticos. Antibioticoterapia: não é obrigatória, mas deve ser considerado um ciclo de 2 semanas em paciente com DM, imunodeficiência, válvulas cardíacas ou articulares e DII. Dever ser feita drenagem cirúrgica!! *Podem drenar espontaneamente *Pode tornar-se um fístula se não corrigido adequadamente. Manuellegraciano@gmail.com -Med -Aula de Américo mailto:Manuellegraciano@gmail.com
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