Buscar

Alienação fiduciária em garantia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Alienação fiduciária em garantia 
 
Legislação: 
 
- Art. 66 da Lei n. 4.728/65 (Lei de Mercado de Capitais, revogado) 
- Decreto-lei n. 911/69 (deu nova redação ao art. 66 da Lei n. 4.728/65) 
- Lei n. 9.514/97 (instituiu a alienação fiduciária de coisa imóvel); 
- Arts. 1.361 a1.368 do C.C. (regulam a propriedade fiduciária); 
- Lei n. 10.931 de 02 de agosto de 2004 (acrescentou o art. 66-B à Lei n. 
4.728). 
- Arts. 901 a 906 do CPC. 
 
Conceito: o art. 66 da Lei n. 4.728/65, embora revogado, define a 
alienação fiduciária em garantia: “a alienação fiduciária em garantia 
transfere ao credor o domínio resolúvel e a posse indireta da coisa móvel 
alienada, independentemente da tradição efetiva do bem, tornando-se o 
alienante ou devedor em possuidor direto e depositário com todas as 
responsabilidades e encargos que lhe incumbem de acordo com a lei civil e 
penal.” 
 
Venosa discorreu sobre essa modalidade contratual: “A alienação fiduciária 
em garantia surge como cláusula adjeta do contrato de compra e venda. 
Cuida-se de ato de alienação. É instrumento que almeja a garantia 
fiduciária, esta sim, um direito real. Sua finalidade principal é propiciar 
maior facilidade ao consumidor na aquisição de bens, como garantia mais 
eficaz ao financiador, protegido pela propriedade resolúvel da coisa 
financiada enquanto não paga a dívida. O legislador municiou o credor com 
instrumentos processuais eficazes para a proteção do seu crédito.” (Sílvio 
de Salvo Venosa, Direito Civil, v. III, p. 78). 
 
Tradição ficta: Na alienação fiduciária, ocorre tradição ficta, já que o 
credor passa a ter o domínio da coisa, mesmo sem ter havido efetiva 
tradição. O contrato, portanto, tem natureza jurídica de constituto 
possessório. (Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil, v. III, p. 81). 
 
Partes: credor fiduciário, proprietário fiduciário, adquirente fiduciário, 
fiduciário. 
 Devedor fiduciante, devedor fiduciário, devedor fiduciante, 
alienante fiduciário). 
 
Objeto: tradicionalmente, apenas bens móveis infungíveis podiam ser 
objeto da alienação fiduciária em garantia. Entretanto, o art. 66-B, com 
redação da Lei n. 10.931/2004, expressamente admitiu a alienação 
fiduciária em garantia para bens fungíveis. A Lei n. 9.514/97 institui a 
alienação fiduciária de bens imóveis. 
 
Forma: a lei exige a forma escrita. (art. 1.361, §1° e 1.362 do Código Civil 
e art. 66-B da Lei n. 4.728). 
 
O contrato deve ser registrado para valer contra terceiros. No caso de bens 
móveis, no registro de títulos e documentos (art. 1.361, §1° do C.C). No 
caso de veículos, na repartição competente para o licenciamento; deve ser 
registrada e anotada no certificado de registro do veículo (art. 1.361, § 1º 
do C.C c/c art. 121, Código de Trânsito Brasileiro). Versando a alienação 
sobre bens imóveis, no Cartório de Registro de Imóveis (Lei n. 9.514/97, 
art. 23). 
 
- Art. 1.362 do Código Civil: o contrato, que serve de título à propriedade 
fiduciária, conterá: 
I - o total da dívida, ou sua estimativa; 
II - o prazo, ou a época do pagamento; 
III - a taxa de juros, se houver; 
IV - a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos 
indispensáveis à sua identificação. 
 
A Lei n. 4.728, com redação dada pela Lei n. 10.931, traz requisitos 
adicionais: taxa de juros, cláusula penal, índice de atualização monetária, se 
houver, e as demais comissões e encargos. 
 
- Execução forçada do contrato: 
 
Havendo inadimplemento do devedor, é facultado ao credor: 
 
I – Promover a ação de busca e apreensão, requerendo pedido liminar (art. 
3° do Dec-Lei n. 911/69). Não sendo encontrada a coisa, o credor poderá 
converter a ação de busca e apreensão em ação de depósito (arts. 901 a 906 
do C.PC). Reavendo a coisa, o credor poderá aliená-la independentemente 
de qualquer procedimento judicial ou extrajudicial, não havendo sequer 
necessidade de hasta pública (arts. 2° e 3° do Dec-Lei n. 911, art. 1.364 do 
C.C). 
 
II – Transferir os direitos creditórios a terceiro, interessado ou não, que 
pagará a dívida e se sub-rogará na posição de credor, podendo valer-se dos 
mesmos meios coercitivos que tinha o credor originário (art. 1.368 do C.C). 
 
III – Promover a execução da dívida (art. 5° do Dec-Lei n. 911/69). 
 
Em qualquer hipótese, o credor não poderá ficar com a coisa, tendo que 
aliená-la a terceiros, sendo vedada cláusula comissória (art. 1.365 do C.C). 
 
- Mora: configura-se a mora do devedor no vencimento da dívida, mas, o 
Decreto-lei n. 911/69 exige seja comprovada pelo envio de carta registrada 
por meio do registro de títulos e documentos ou pelo protesto (art. 2o, § 2o). 
A mora provoca o vencimento antecipado da dívida. 
 
- Purga da mora: 
Art. 3° do Dec-Lei n. 911: 
§ 1o Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput, consolidar-
se-ão a propriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do 
credor fiduciário, cabendo às repartições competentes, quando for o caso, 
expedir novo certificado de registro de propriedade em nome do credor, ou 
de terceiro por ele indicado, livre do ônus da propriedade fiduciária. 
(Redação dada pela Lei 10.931, de 2004). 
§ 2o No prazo do § 1o, o devedor fiduciante poderá pagar a 
integralidade da dívida pendente, segundo os valores apresentados pelo 
credor fiduciário na inicial, hipótese na qual o bem lhe será restituído 
livre do ônus. (Redação dada pela Lei 10.931, de 2004) (grifo nosso). 
 
Súmula 284, STJ, de 13.05.2004: A purga da mora, nos contratos de 
alienação fiduciária, só é permitida quando já pagos pelo menos 40% 
(quarenta por cento) do valor financiado. 
 
- Indisponibilidade da coisa por parte do devedor 
 
O devedor não pode dispor da coisa, se o fizer, cometerá crime de 
estelionato. (art. 66-B, §2° da Lei n. 4.728 com a redação da Lei n. 
10.931/2004). 
	Alienação fiduciária em garantia

Continue navegando