Buscar

As determinantes sociais na saúde

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1- As determinantes sociais na saúde: 
Historicamente, os determinantes sociais da saúde, em termos gerais, incluem:
(a) um passado e um presente da sociedade em termos econômicos, políticos e jurídicos dos sistemas, seus recursos materiais e tecnológicos, adesão a normas e práticas consistentes com as normas internacionais e normas e padrões de direitos humanos; e
(b) suas relações políticas e econômicas com outros países, como implementado através de interações entre governos, organizações políticas e econômicas internacionais (por exemplo, ONU, Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e organizações não governamentais)
No Brasil, a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS) compreende os determinantes como fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. A CNDSS realizou um amplo trabalho de revisão acerca do conhecimento produzido sobre os determinantes sociais da saúde e formulou algumas abordagens para o estudo dos mecanismos por meio dos quais se implementaram ações sobre os determinantes sociais com o intuito de reduzir iniquidades em saúde, como os modelos de Dahlgren & Whitehead (1991) e de Solar & Irwin (2010). Esses modelos buscam estabelecer uma hierarquia de determinações entre fatores relacionados com a macroestrutura econômica, social e cultural e aqueles vinculados às condições de vida e trabalho, aos fatores biológicos, aos comportamentos individuais e aos estilos de vida.
2- Influência das determinantes sociais no processo saúde-doença:
A precária saúde dos pobres, o gradiente social de saúde dentro dos países e as grandes desigualdades em saúde entre os países são provocadas por uma distribuição desigual, em nível mundial e nacional, do poder, da renda, dos bens e serviços, e pelas consequentes injustiças que afetam as condições de vida da população de forma imediata e visível (acesso à atenção em saúde, escolaridade, educação, condições de trabalho e tempo livre, habitação, comunidades, vilas ou cidades) e a possibilidade de ter uma vida próspera. Essa distribuição desigual de experiências prejudiciais para a saúde não é, em nenhum caso, um fenômeno “natural” [...] os determinantes estruturais e as condições de vida em seu conjunto constituem os determinantes sociais da saúde.
Partindo de dentro para fora do modelo, são considerados os indivíduos com suas características individuais de idade, sexo e fatores genéticos influenciando as condições de saúde. Em seguida estão os fatores relacionados com o comportamento pessoal e os modos de vida, os quais podem promover ou prejudicar a saúde, como o hábito de praticar exercícios físicos regularmente ou o hábito de fumar. Considera-se que essa camada recebe influência social, seja dos amigos e dos familiares, seja mesmo das normas e da cultura da comunidade e do meio em que se vive. Após a camada de redes sociais e comunitárias estão representados os fatores relacionados com as condições de vida e de trabalho, que incluem ambiente de trabalho e a situação de desemprego, produção agrícola e de alimentos, habitação, água e esgoto, além de acesso a serviços sociais de saúde e educação. Esse nível pode evidenciar de maneira mais clara a situação de pessoas que estão em desvantagem social, que correm riscos diferenciados e devem receber, partindo do princípio da equidade, intervenções também diferenciadas. Na última camada do modelo, com o olhar de dentro para fora, estão as condições socioeconômicas, culturais e ambientais gerais.
3- Contribuição do SUS na saúde:
Todos os brasileiros e brasileiras, desde o nascimento, têm direito aos serviços de saúde gratuitos. O Sistema Único de Saúde brasileiro - SUS, é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, sendo o Brasil o único país com mais de 100 milhões de habitantes a garantir assistência integral e completamente gratuita. O SUS contempla desde a aferição da qualidade da água, até o fornecimento de medicamentos e realização de transplantes. Criado em 1988 pela Constituição Federal Brasileira, determina que é dever do Estado garantir saúde a toda a população brasileira. Seu inicio se deu nos anos 70 e 80, quando diversos grupos se engajaram no movimento sanitário, com o objetivo de pensar um sistema público para solucionar os problemas encontrados no atendimento da população defendendo o direito universal à saúde. 
O SUS conquistou uma série de avanços para a saúde do brasileiro. Reconhecido internacionalmente, o Programa Nacional de Imunização (PNI), responsável por 98% do mercado de vacinas do país, é um dos destaques. O Brasil garante à população acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), disponibilizando 17 vacinas para combater mais de 20 doenças, em diversas faixas etárias, na rede pública de todo o país. Também é no SUS que ocorre o maior sistema público de transplantes de órgãos do mundo. O programa cresceu 63,85% na última década, saltando de 14.175 procedimentos em 2004 para 23.226 em 2014. Também dá assistência integral e totalmente gratuita para a população de portadores do HIV e doentes de Aids, renais crônicos, pacientes com câncer, tuberculose e hanseníase.

Outros materiais