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TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (TOC) Caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões, com prejuízo funcional. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O TRANSTORNOS DO ESPECTRO OBSESSIVO COMPULSIVO (TEOC) • Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) • Transtorno Dismórfico Corporal • Transtorno de Acumulação • Tricotilomania • Transtorno de Escoriação (Skin Picking) De acordo com CID-11 também fazem parte: • Hipocondria • Sd. de Tourette • Sd. de referência olfatória TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (TOC) DEFINIÇÃO: Transtorno caracterizado pela presença de obsessões e compulsões que tomam tempo e prejudicam o funcionamento pessoal. • Quando as obsessões/compulsões podem ser chamadas de doença? Quando passam a ser reco- rrentes e persistentes, compulsões repetitivas e incontroláveis, atrapalham a vida ou causa sofrimento grande e consomem tempo (+1h/dia). EPIDEMIOLOGIA • Prevalência ao longo da vida: 2-3%. • Gênero: Levemente maior em mulheres (algumas amostras caracterizam a proporção 1:1). • Altamente relacionado a incapacidade funcional: 65,3% tem alto score de incapacidade. • Baixas taxas de diagnóstico e tratamento: Apenas 31% dos casos graves de TOC recebem tratamento! FATORES DE RISCO • Genéticos • Neuroimunológico: Infecções, principalmente pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A desencadeia o transtorno em crianças já dispostas. • Tabagismo materno (+ de 10 cigarros por dia) • Alcoolismo materno e abuso de cafeína: Tourette! • Fatores perinatais: Prematuridade, baixo peso ao nascer, pontuação de Apgar baixa, macrossomia, parto por cesariana. • Doenças maternas e estresse psicológico na gesta • Violência física ou sexual contra a mãe QUADRO CLÍNICO • Obsessões: Mental! É um pensamento, imagem, impulso indesejável e intrusivo que geram ansieda- de e desconforto e não tem relação com preocupações excessivas com problemas reais. o Tipos: Pensamentos agressivos, medo de pegar alguma doença, medo de ter cometi- do um acidente, medo de ferir ou matar, sujeira ou contaminação e sexualidade. o Obsessões de ciúme: Pouco reconhecido mas causa muito prejuízo. Muito associada a rituais de checagem compulsivos. • Compulsão: É um ritual, que visa aliviar (mesmo que temporariamente) o mal-estar causado pelas obsessões. o Tipos: Verificação, ordenação ou simetria, checagem, autoexame físico, limpeza e lavagem as mãos, contagem e repetição. • Fenômenos sensoriais: Sensações/sentimento ou percepções que acompanham as comp/obsessões o Coceira, pinicada: Sd. de Tourette o Sensação de que algo não está como deveria: Percepções visuais, auditivas ou táteis, param quando ele coloca no lugar. o Tensão mental: Energia que precisa ser descarregada pela realização dos movimentos compulsórios. • Capacidade crítica: “Insight” da DSM-5, o paciente sabe que as compulsões dele são excessivas e ele sente vergonha dela. • Evitação de dano: Preocupação excessiva e evitar estímulos aversivos, esquiva situações desconfort. • Incompletude: Nunca as tarefas estão 100%. DIAGNÓSTICO V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O CURSO CLÍNICO • Quadro flutuante: Períodos de melhora e piora. • Início pode ser agudo ou insidioso • Dificilmente o paciente passa um período completamente assintomático COMORBIDADES • Comorbidades são regra, e não excessão: 32-90% tem pelo menos um diagnóstico psiquiátrico adicional. • Mais comuns: Transtornos de ansiedade, principalmente a ansiedade social é a mais prevalente. o Depressão é a comorbidade individual mais associada TRATAMENTO TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO • Terapia Cognitiva Comportamental (TCC): Como sempre, ela é a mais efetiva. • Orientação familiar: Importante para reduzir a acomodação familiar. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO • ISRS: 1ª linha! • Dose: Iniciar com doses baixas e aumentar gradual no limite superior (olhar tabela abaixo). • Má adesão: Pelos efeitos colaterais de disfunção sexual e problemas gastrointestinais. • Eficácia: Esperar 8-12 semanas. • Duração: Longo prazo (1-2 anos)! Se recaídas, manter indefinidamente. REFRATARIEDADE: ESTRATÉGIAS FARMACOLÓGICAS • Primeira medida: Mudar para um ISRS diferente • Segunda medida: Terapia combinada! o ISRS + clomipramina o ISRS + Risperidona ou aripiprazol • Usar dose mais alta: O máximo recomendado • Prescrever IRSN • Intensificar a TCC: Protocolos com grande ênfase na EPR, de 3-10 horas diárias! V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O FLUXOGRAMA PARA O TRATAMENTO DO TOC
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