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Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Transtorno obsessivo-compulsivo • Representado por um grupo diverso de sintomas - pensamentos intrusivos, rituais, preocupações e compulsões; • Essas obsessões ou compulsões recorrentes causam sofrimento grave; • Um indivíduo com TOC pode ter uma obsessão, uma compulsão ou ambos; • Obsessão: pensamento, sentimento, ideia ou sensação recorrentes ou intrusivos – é um evento mental; o O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação; • Compulsão: é um comportamento - consciente, padronizado e recorrente (contar, verificar ou evitar); EPIDEMIOLOGIA • Encontrado em até 10% dos pacientes ambulatoriais de clínicas psiquiátricas - quarto diagnóstico psiquiátrico mais comum depois da fobia, de transtornos relacionados a substâncias e do transtorno depressivo maior; • Adultos: homens e mulheres são igualmente afetados; • Adolescentes: sexo masculino mais afetado; • Idade média de início: por volta dos 20 anos - homens apresentam idade menor de início (média de 19 anos) do que as mulheres (média de 22 anos); • Pessoas solteiras costumam ser mais afetadas; • Ocorre com menor frequência entre negros do que entre brancos, mas é possível que o acesso à assistência médica, e não diferenças de prevalência, explique essa variação; ETIOLOGIA • Fatores biológicos: o Neurotransmissores: ▪ Sistema serotonérgico: hipótese de que a desregulação da serotonina está envolvida na formação do sintoma de obsessões e compulsões; o Neuroimunologia: ligação positiva entre infecção estreptocócica e TOC; principalmente infecção estreptocócica de grupo A-hemolítico; o Funções alteradas no circuito neural entre o córtex orbitofrontal, o caudado e o tálamo; • Genética: tem componente genético significativo - familiares de probandos com TOC têm uma probabilidade 3 a 5 vezes maior de apresentar características de TOC; DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS • Indicar se o TOC é caracterizado por insight bom ou razoável, insight pobre ou insight ausente; • Pacientes com insight bom ou razoável: reconhecem que suas ideias do TOC definitiva ou provavelmente não são verdadeiras, ou podem ou não ser verdadeiras; • Pacientes com insight pobre: acreditam que suas ideias do TOC são provavelmente verdadeiras; • Pacientes com insight ausente: estão convencidos de que suas ideias são verdadeiras; • A maioria das pessoas tem tanto obsessões quanto compulsões; • Obsessões e compulsões são as características essenciais; • Típicas obsessões: pensamentos sobre contaminação (“minhas mãos estão sujas”) ou dúvidas (“esqueci de desligar o fogão”); • Característica-chave de uma compulsão: reduz a ansiedade associada com a obsessão; • Padrões de sintomas: o Contaminação: padrão mais comum é uma obsessão de contaminação, seguida de lavagem ou acompanhada de evitação compulsiva do objeto que se presume contaminado; o Dúvida patológica: segundo padrão mais comum; implica algum perigo de violência (esquecer de desligar o fogão ou de trancar uma porta); Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo o Pensamentos intrusivos: há pensamentos obsessivos intrusivos sem uma compulsão; o Simetria: necessidade de simetria ou precisão, que pode levar a uma compulsão de lentidão; • Outros padrões de sintomas: Obsessões religiosas; acúmulo compulsivo; puxar o cabelo e roer as unhas de maneira compulsiv; masturbação compulsiva; EXAME DO ESTADO MENTAL • Pode exibir sintomas de transtornos depressivos; • Algumas pessoas podem ter traços de caráter que sugerem transtorno da personalidade obsessivo- compulsiva (necessidade excessiva de precisão e arrumação); • Homens: têm maior índice de celibato; casados têm maior incidência de desacordo matrimonial; DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Condições médicas (Coreia de Sydenham e doença de Huntington); • Transtorno de Tourette: as duas condições frequentemente coocorrem; • Outros transtornos psiquiátricos: o TOC é visto em diversos outros transtornos psiquiátricos; CURSO E PROGNÓSTICO • Mais de 50% dos casos têm um início súbito dos sintomas; • Cerca de 50 a 70% dos casos ocorre após um evento estressante - gestação, problema sexual ou morte de um parente; • O curso costuma ser longo e variável; • 1/3 dos pacientes com TOC tem transtorno depressivo maior – risco de suicídio; TRATAMENTO • Farmacoterapia, terapia comportamental, ou uma combinação de ambas • Farmacoterapia: abordagem-padrão com ISRS ou clomipramina - passar para outras estratégias farmacológicas se as drogas específicas serotonérgicas não forem efetivas; o Utilização de doses mais altas do que o previsto na bula; o Melhores desfechos clínicos quando os ISRSs são usados em combinação com terapia comportamental; o Outras drogas: venlafaxina, pindolol e inibidores de monoaminoxidase (IMAO) – fenelzina; REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: SANTA CATARINA. RAPS. Transtorno de ansiedade generalizada: protocolo clínico. 2015 Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. SADOCK, Benjamin J. Compêndio de psiquiatria: ciência do comportamento e psiquiatria clínica. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
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