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História da Alimentação e da GAstronomia PROFESSOR(A): NOME DO PROFESSOR WEBCONFERÊNCIA Nº 2 UNIDADE 3 e 4 ZILMEIRE MARQUES Objetivos de Aprendizagem Compreender como as diversas etnias – nativas ou não – no território brasileiro influenciam a identidade cultural e gastronômica. Conhecer tradições, costumes e cultura gastronômica dos povos indígenas, colonizadores portugueses e africanos escravizados. Aprender sobre as migrações e como elas colaboram com a construção de nossa identidade gastronômica. Explorar os legados das culinárias indígena, portuguesa africana e também, especificamente, a culinária de cunho religioso, chamada comida de santo bem como sua importância no cenário cultural do país. FORMAÇÃO DA GASTRONOMIA BRASILEIRA INDÍGENAS PORTUGUESES AFRICANOS INDÍGENAS Sociedade miscigenada Ingredientes europeus CAUSAS E AMPLITUDE DA CONTRIBUIÇÃO Estratégia da colonização ALIMENTAÇÃO INDÍGENA As índias se dedicavam à culinária e ao artesanato. TIPOS DE COZIMENTO O FOGO O BIARIBI O MOQUÉM EBULIÇÃO CONSTANTE ALIMENTAÇÃO INDÍGENA Tomates, batatas, pimentas, guaraná, chocolate e tantos outros; Viviam em grupos, pescavam, caçavam, coletavam; Não havia regras em relação aos horários das refeições; Ervas medicinais. Raízes • A mandioca era a base da alimentação indígena. Polvilho para a preparação de tapioca e beiju; O tucupi; O famoso pirão, servido acompanhado de batata-doce, cará-roxo ou branco, frutas, carnes e peixes; A mandioca mansa, conhecida também como macaxeira e aipim, pode ser preparada e consumida frita, cozida, em bolos e outros doces Mandioca 1. Mansa, chamada também de macaxeira, aipim ou doce; 2. Brava, tipo venenoso, que contém alto teor de ácido cianídrico. Com a sabedoria indígena, a mandioca passa por um processo de maceramento feito no tipiti (espremedor de palha). O líquido tóxico é descartado e a massa, transformada em farinha. O descobrimento do Brasil Em 22 de abril de 1500, Pedro Álvares Cabral avista as paisagens do sul da Bahia e o Monte Pascoal; Após 44 dias de viagem, acompanhado de 13 embarcações. A partir desta data, a Ilha de Vera Cruz – primeiro nome dado ao Brasil – estaria vinculada a Portugal. INFLUÊNCIA PORTUGUESA Dos lusitanos, incorporamos as técnicas culinárias, os doces e as especiarias. Também o cultivo de arroz, hortaliças, frutas e os animais de criação para consumo, como galinhas, porco, boi e outros. Culinária ganha nuances europeias com o estabelecimento da corte portuguesa no Brasil. INFLUÊNCIA PORTUGUESA Os portugueses tinham contato direto com outra cultura: a dos africanos escravizados e dos indígenas. A maioria dos cozinheiros eram serviçais europeus que, por sua vez, recebiam o auxílio dos escravos. INFLUÊNCIA PORTUGUESA • Refogados com alho e cebola; • Alimentos fritos; • Cozidos de carne com legumes, sarapatel e buchada; • Ovos de galinha; • Primeiros bolos brasileiros. Louça Portuguesa • Os alimentos eram preparados em panelas de barro; • E tudo era fabricado no próprio engenho em fornos de tijolos; • Cuias de cabaças ou cocos substituíam as canecas e xícaras, e em datas e comemorativas, eram utilizados copos e pratos de estanho importados de Portugal, assim como panelas com tampa, fogões de chapa de ferro e tachos de cobre. INFLUÊNCIA PORTUGUESA Doçaria conventual teve origem em Portugal, no século XV. AFRICANOS Da opressão Aprisionados na África Péssimas condições ao Brasil Novo território Novos ingredientes culinários Grande bagagem etnocultural consigo Criatividade Da necessidade de improvisação para alimentar-se Reinventar a sua arte de cozinhar AFRICANOS Crescimento da economia da cana de açúcar no século XVII; Novo sabor na cozinha brasileira, tanto dos senhores como nas senzalas; Incrementou elementos culinários de indígenas e Portugueses; A comida afro-brasileira logo foi chamada comida de azeite ou comida de dendê pelo gosto e cor característicos; No Nordeste criaram uma forte cultura do doce. AFRICANOS AMPLITUDE DA CONTRIBUIÇÃO Nos engenhos de açúcar para onde foram os escravos, as negras eram responsáveis pela alimentação dos senhores brancos. Adaptação da sua maneira de cozinhar aos novos ingredientes. Sociedade miscigenada. Comida de Dendê Outra protagonista da comida de dendê são as pimentas. Muitos pratos típicos do cardápio africano já eram populares e comercializados nas ruas da cidade negra baiana, em meio aos então chamados “pratos brasileiros”, como os alimentos basicamente indígenas e os doces portugueses. CANDOMBLÉ Os alimentos dos rituais do Candomblé da Bahia são sempre reproduzidos, seguindo as tradições de cada nação-de-santo nas festas de seus calendários fixos ou eventuais, mas sempre envolvendo sacrifícios e oferendas, que se entende por comida. O fim da escravidão Em 28 de setembro de 1871 a Lei do Ventre Livre, Em 28 de setembro de 1885, promulgou-se a Lei dos Sexagenários, No dia 13 de maio de 1888 a Lei Áurea marcava o fim da escravidão no Brasil. A solução para os fazendeiros Oriente médio Japão Europa Os fazendeiros precisavam de trabalhadores, razão pela qual decidiram abrir as portas para imigrantes. IMIGRANTES Mão de obra assalariada livre que substitui o sistema de escravidão; Grande parte vinha de Portugal (38%) e Itália (36%), seguida da Espanha (15%). Os demais, da Alemanha (6%) e do Japão (5%); As instabilidades econômicas e políticas de uma nação fazem sua população buscar melhores oportunidades em outros países, criando a dinâmica dos movimentos migratórios em todo mundo. Comida de imigrantes italianos Macarronadas caseiras (conhecidas como macarrão da mamma), com molhos ao sugo, à bolonhesa . risotos, polenta, polpetones (almôndegas de carne de vaca), berinjela, minestrone e pão italiano. Os italianos que optaram pela zona urbana em busca de oportunidades começaram a abrir cantinas no século XIX que no século XX se tornam em pequenos restaurantes. Degustando pães, salames, antepastos, pizzas e outras pratos tão populares e amados por tantos brasileiros. Tudo era regado a vinho. Imigração no Sudeste do Brasil Em 1850 foi decretada a proibição do tráfico negreiro no Brasil; Preços elevados dos escravos, a opção mais atraente na ocasião era a utilização dos serviços dos imigrantes europeus; O porto de Santos permitiu que milhares de imigrantes de nacionalidades distintas aportassem em solos brasileiros, como espanhóis, sírios, libaneses, lituanos e outros. Hospedaria dos Imigrantes Em 1885 foi criada no bairro do Brás, local com capacidade para acolher 1.200 imigrantes. A hospedaria funcionou por mais de 90 anos, acomodando quase 3 milhões de imigrantes neste período; Os imigrantes eram direcionados ao refeitório para se alimentarem, com refeições que consistiam em pão, carne, feijão, arroz, verdura ou batata e café. A NOSSA CULINÁRIA TÍPICA Arroz, feijão, farinha, bife e salada Mandioca Feijoada Caipirinha Pimentas Doces Cachaça Açúcar • O açúcar era um produto elitizado, restrito a nobres e abastados, e comercializado nas farmácias como remédio; • O ingrediente passou a ser utilizado na culinária; • Se reconheceu o potencial do produto como fonte de riqueza e que roubou o lugar do mel em muitas receitas; • O Açúcar e a gema (Doces conventuais); Açúcar • Com os engenhos os indígenas foram os primeiros a sofrer com os colonizadores; • O tráfico negreiro; • A cana-de-açúcar se adaptou no Nordeste e conquistou rápido reconhecimento no mercado europeu; • O açúcar se destacou mais do que o pau-brasil. Engenho Senhores de engenho; Casa-grande; Casa da moenda; Casa de purgar – local onde a garapa era depurada em imensas caldeiras. Ela repousava em fogo brando, fervida e purificada para então ser colocada em fôrmas semicônicas, transformando-se em açúcar. A porção mais espessa do melaço passava por outrospontos de calor e se transformava em rapadura; Destilarias – local para a produção da cachaça (aguardente de cana). Açúcar na Região Nordeste Nordeste retrata historicamente a região açucareira do Brasil não somente pelo ingrediente, mas pela versatilidade nos preparos, que vai desde o doce fino e a sobremesa aristocrática até o bolo de rua, o doce de tabuleiro e a rapadura. Milho Milho tem uma festa de comemoração dedicada a ele em junho; Mês que concilia a época da colheita; Nessa celebração, consumimos muitos alimentos derivados do cereal, como pipocas, pudins, pamonhas, canjicas, broas, curaus e mungunzás. DENDÊ São as oferendas preferidas de Ifá, orixá da adivinhação no Candomblé; No Brasil, o produto é ingrediente básico da culinária afro-brasileira; flor-de-dendê, dendê-flor ou flor-de- azeite, que são mais finos, colocação mais escura e translúcida. TERROIR Devido a geografia, ao processo histórico, à cultura das pessoas que modificam o ambiente ao seu redor, acabam formando o que se convencionou chamar de terroir. Esse termo deriva do latim territorium. Surgiu na vitivinicultura francesa no século XIII. O café e a imigração do sudeste A exportação do café foi influenciando o crescimento das cidades, a construção de infraestrutura – por exemplo, as ferrovias e o porto de Santos –, propiciando o aquecimento do comércio e, mais tarde, o nascimento das indústrias. O café foi um produto de exportação que intensificou o desenvolvimento econômico do país. Chegaram com esperanças de que o trabalho nos cafezais pudesse transformar suas oportunidades de vida. INFLUÊNCIA DOS IMIGRANTES • Italianos: massas, molhos de tomate, uso do refogado com cebola, polpetas (bolinhos de carnes), embutidos, defumados, antepastos, sorvetes. • Alemães: joelho de porco, frutas em preparações doces ou salgadas (purê de maça com batatas ou torta folhada de maçã), pães, chucrute e cerveja. Polpetas Antepastos Einsbein Apfelstrudel INFLUÊNCIA DOS IMIGRANTES • Espanhóis: base da cozinha – arroz – preparações doces e salgadas; batata e ovo. Paella, Puchero e embutidos. Arroz doce, rocambole e churro. • Árabes: hábito de beber café, os doces, o tabule, quibe, esfirra, coalhada, tahine (pasta de gergelim). Puchero Arroz doce Quibe Tahine SABORES DO BRASIL - NORTE • Pouco conhecemos os inúmeros recursos gastronômicos brasileiros (exóticos) – desafio e inovação no paladar. • Região Norte (Amazônica) – 180 tipos de frutas (pudins, geléias, doces, sucos, cremes e sorvetes). Cerca de cem variedades de peixes . • Algumas preparações: Maniçoba, Pato no tucupi, Tacacá. Tacacá Maniçoba SABORES DO BRASIL • Região Nordeste – mangue, zona da mata e sertão. • Algumas preparações: Acarajé, Vatapá, Buchada. • Região Sul – Imigrantes italianos, alemães, poloneses, ucranianos. • Algumas preparações: Churrasco, Sopa de capeletti, Chimarrão. Buchada Churrasco Sopa de capeletti SABORES DO BRASIL • Região Sudeste – tradições culinárias da época dos bandeirantes e dos cafezais (imigrantes europeus e asiáticos). • Algumas preparações: Moqueca capixaba, Feijoada, Pão de queijo. • Centro-Oeste: • Algumas preparações: Arroz/galinhada com pequi, Empadão goiano, Caldo de piranha. Moqueca Pão de queijo Empadão goiano Arroz com pequi São Paulo e o polo gastronômico • Acolhe sabores e técnicas de diversas partes do mundo, processo que acontece desde a colonização e que resultou na cozinha mais globalizada do país. • Considerada a capital brasileira da gastronomia. Comida Brasileira •O trabalho domestico, culinária e o artesanato. •As índias criavam cabaças para beber água, cuias para se alimentarem, panelas, potes de barro e peneiras como as urupemas, feitas de fibra vegetal. •O moquém e o biaribi. •Os indígenas eram muito sábios, especialmente quando o assunto são as ervas medicinais e como utilizá-las para cura. Esses conhecimentos São utilizados até hoje pelas indústrias farmacêuticas. •A mandioca, milho, raízes, algumas folhas, palmito, cocos, carnes de caça, peixes, castanhas e frutos silvestres. Influência indígena Cultura africana e lusitana. Os conventos portugueses carregavam suas tradições doceiras, chamadas de doçaria conventual, em geral preparações que levam açúcar e ovos. Os negros chegaram escravizados da África e foram submetidos no cultivo da cana-de- açúcar, pela Zona da Mata nordestina. Os portugueses trouxeram animais de caça e aves como vacas, bois, touros, ovelhas, cabras, porcos, galinhas, pombos e gansos. Dos africanos herdamos o azeite de dendê, pimenta malagueta, coco e outros ingredientes. A história açucareira. O desmatamento da Mata Atlântica. Somos considerados os maiores fabricantes de cachaças de alta qualidade. Os portugueses fizeram do Brasil o maior fornecedor da cana-de- açúcar do mundo. A rapadura tem importante valor, não somente apreciada como sobremesa, mas sobretudo como alimento aos homens do campo, uma vez que o produto tem alto teor nutritivo e longa durabilidade. A região de Pelotas A Fenadoce movimenta a região, divulgando a atividade doceira, artesanal ou industrial da cidade que atrai inúmeros turistas. Após uma seca no Nordeste, uma onda de colonos portugueses chega ao sul, levando a tradição das receitas e o açúcar Do comércio entre as regiões nasce a criação de novos hábitos alimentares e, assim, surgem os doces de Pelotas que, atualmente, despontam como os melhores do Brasil e recentemente foram tombados como Patrimônio Histórico Imaterial do Brasil. Arroz No Extremo Oriente o arroz não é apenas o alimento básico, mas, mais que isso, é indispensável. A preparação e o consumo do arroz tiveram início com o cultivo do Oryza sativa, trazido pelos portugueses. No Brasil, a primeira referência ao cultivo do arroz se dá na Bahia. A partir do século XVIII surgiu o consumo do feijão misturado ao arroz, período em que começa a conquistar seu lugar na mesa brasileira. As regiões brasileiras A cultura do Sudeste e Sul foi fortemente influenciada por imigrantes. O prato do dia a dia do povo brasileiro geralmente composto de arroz, feijão, mandioca, bem como pelo churrasco, pelo chimarrão, pela macarronada, pelas caldeiradas e pelos doces. O Norte e o Nordeste carregam uma grande herança afro-indígena. O Sul e ao Sudeste têm em sua cultura uma forte influência europeia. A herança dos negros O dendê é uma das marcas da cozinha genuinamente africana. Geralmente utilizavam açafrão, óleo de dendê, pimenta e o leite de coco. Os alimentos dos rituais do Candomblé da Bahia são sempre reproduzidos seguindo as tradições de cada nação-de-santo. A entrada da gastronomia africana no processo alimentar brasileiro garante seu lugar nas refeições do povo desde o século XVIII. Prova disso é que muitos pratos típicos do cardápio africano, como o acarajé, o acassá, o vatapá e o abará ainda são vendidos na Bahia e em outras cidades brasileiras. A comida brasileira A feijoada é um prato genuinamente brasileiro, saboreado de norte a sul do país. O milho tem uma festa de comemoração praticamente dedicada a ele em junho. Atualmente, o milho e seus pratos servem aos orixás. O macarrão Nome original de todos os tipos de paste italianas é considerado alimento indispensável na nessa de qualquer brasileiro, de todas as classes sociais. Desembarcou no Brasil pela Baía de Guanabara, no início do século XIX, juntamente com os italianos refugiados, rebeldes, liberais e nacionalistas que faziam parte de um movimento clandestino com inspirações na maçonaria, e que eram da Igreja e dos aristocratas contra a unificação italiana. Os italianos fizeram questão de impor suas tradições nos pratos, ingredientes, preparos e cuidados no sabor. Conclusão Podemos concluir que a primeira formação do Brasil resulta na união das culturas indígena, portuguesa, africana e com a imigração de povos de outras nações para nossas terras, suas tradições,costumes e cultura fundiram-se à população já existente, criando muitos “brasis” dentro de um imenso Brasil.
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