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Aula 1 – O Corretor e suas Atribuições • Definição de Corretor ................................................................................................................. 5 • As atribuições do Corretor ....................................................................................................... 6 • Locais de Atuação ...................................................................................................................... 8 • Responsabilidade do Corretor ................................................................................................. 9 • Transações Imobiliárias ......................................................................................................... 12 • Veja se Aprendeu ..................................................................................................................... 15 • Aprenda Fazendo .................................................................................................................. 16 Aula 2 – Legislação Imobiliária • Lei e Direito .............................................................................................................................. 17 • Direito Público e Privado ........................................................................................................... 19 • Bens Móveis e Imóveis ............................................................................................................ 19 • Direitos Reais sobre Bens Imóveis ............................................................................................. 21 • As Ações Reivindicatórias de Propriedade .............................................................................. 25 • Registro do Título de Propriedade ........................................................................................... 26 • Direito do Consumidor ........................................................................................................... 28 • Registros Imobiliários ............................................................................................................ 29 • Veja se Aprendeu ..................................................................................................................... 31 • Aprenda Fazendo .................................................................................................................. 32 • Respostas do Veja se Aprendeu 1 e 2 ....................................................................................... 33 • Aprenda Fazendo – Respostas ............................................................................................. 35 Aula 1 – Conceito de Geometria • Geometria Plana ...................................................................................................................... 39 • Área e Perímetro de Figuras planas ............................................................................................ 41 • Sólidos Geométricos ................................................................................................................ 43 • Normas para Desenho ............................................................................................................. 44 • Caligrafia Técnica .................................................................................................................... 45 • Conceito de Escala .................................................................................................................. 45 • Veja se Aprendeu ..................................................................................................................... 46 • Aprenda Fazendo ....................................................................................................................... 46 Legislação Imobiliária Desenho Arquitetônico e Noções de Construção Civil Índice Aula 2 – Sistemas de Representação, Escalas e Dimensionamento • Perspectivas ............................................................................................................................... 47 • Projeção Ortogonal .................................................................................................................... 48 • Escalas ....................................................................................................................................... 51 • Escalas na prática ......................................................................................................................... 53 • Veja se Aprendeu ....................................................................................................................... 57 • Aprenda Fazendo ....................................................................................................................... 58 Aula 3 – Representação de um Projeto • Planta Baixa ............................................................................................................................... 59 • Símbolos e Convenções ............................................................................................................... 60 • Cortes ou Seções .......................................................................................................................... 61 • Desenho de Detalhes ................................................................................................................. 63 • Veja se Aprendeu ....................................................................................................................... 66 • Aprenda Fazendo ......................................................................................................................... 67 Aula 4 – Noções de Construção Civil I • Conceitos Básicos ....................................................................................................................... 71 • Orientações sobre Topografia ................................................................................................... 72 • Estruturas Básicas na Construção Civil .................................................................................... 73 • Veja se Aprendeu ....................................................................................................................... 78 • Aprenda Fazendo ....................................................................................................................... 78 Aula 5 – Noções de Construção Civil II • Recursos e Materiais de Construção ......................................................................................... 79 • Finalização da obra .................................................................................................................... 84 • Projetos Complementares ......................................................................................................... 86 • Rede de Esgoto ......................................................................................................................... 88 • Instalações Elétricas................................................................................................................... 89 • Veja se Aprendeu ....................................................................................................................... 90 • Respostas do Veja se Aprendeu 1, 2, 3, 4 e 5 ......................................................................... 90 • Aprenda Fazendo – Respostas ................................................................................................ 92 • Bibliografia .................................................................................................................................. 95 AAula 1 apresenta a regulamentação da função do Corretor e suas Atri- buições, enfatizando também as responsabilidades advindas desta profis- são. No final você poderá checar seu aprendizado fazendo alguns exercícios práticos. AAula 2 aborda os principais fundamentos da Legislação Imobiliária que servirão de base para uma atuação mais segura.Em seguida, apresenta exer- cícios para verificação dos conteúdos aprendidos. LEGISLAÇÃO IMOBILIÁRIA O objetivo do curso de Legislação Imobiliária é conscientizar o corre- tor das possibilidades e responsabilidades de seus serviços, para que o exerça com conhecimento e segurança. www.imoveisregionais.com.br para pesquisar sobre assuntos relativos a negócios imobiliários. Legislação Imobiliária Instituto Universal Brasileiro3 Acesse o site: Legislação Imobiliária Instituto Universal Brasileiro4 Adjudicação: É o ato judicial mediante o qual se declara e se estabelece que a pro- priedade de uma coisa (bem móvel ou bem imóvel) se transfere de seu primitivo dono (transmitente) para o credor (adquirente), que então assume sobre a mesma todos os di- reitos de domínio e posse inerentes a toda e qualquer alienação. Alienação: Transferência de um bem ou direito para outra pessoa. Anticrese: É um instituto civil, espécie de direito real de garantia, ao lado do penhor e da hipoteca, no qual o devedor, ou representante deste, entrega um bem imóvel ao credor, para que os frutos deste bem compensem a dívida. Arresto: No Direito Brasileiro, consiste na apreensão judicial dos bens em litígio (sequestro) ou de bens do devedor como garantia (arresto) da dívida líquida, cuja co- brança se promove em juizo. Assinado a rogo: Assinado por prece, pedido ou súplica. Averbação: Firmar por escrito, registrar. Coibir: Impedir, impor limites, reprimir (coibição - proibição, impedimento). Concessão: Licença obtida do Estado para exploração de recurso natural ou ser- viço público. Dolo: Conduta fraudulenta de um indivíduo em relação a outro, violação deliberada e consciente da lei. Enfiteuse: É o ato jurídico inter vivos ou de última vontade, onde o proprietário atri- buiu a outrem o domínio do seu imóvel, pagando o adquirente (enfiteuta) uma pensão ou foro anual, certo e invariável, ao senhorio direto. A enfiteuse também pode ser denomi- nada aforamento. Exequível: Que pode ou deve ser executado. Jus: Direito legal para impor medida, procedimento. Lícito: Que a lei (o) permite, (o) que é justo, aceitável. Lide: De origem latina, significa rixa, disputa. Mora: Atraso, demora. Ônus: Dever, obrigação. Reinvidicar: Tentar reaver, recuperar algo ou um bem, reclamar algum direito. Rescição: Anulação de um contrato. Trâmite: Procedimento normal para se atingir determinado fim. Conceito importante! Código de Ética Profissional: Uma das grandes preocupações atuais na atuação profissional em qualquer área refere-se à ética. Atuar com responsabilidade, honesti- dade, lealdade, segurança e preocupando-se com o outro e a sociedade é o objetivo de todos. Desta maneira, o Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP), elaborou um código de ética profissional com o objetivo de fixar a forma pela qual deve se conduzir o Corretor de Imóveis no exercício profissional. Definição de corretor O corretor de imóveis, de acordo com o dicionário Houaiss, é aquele indivíduo que vende e compra bens de outrem, em troca de comissão. A palavra deriva do antigo proven- çal corratier intermediário e, tão antiga quanto a palavra é a profissão. Afinal, desde que o homem começou a ser dono de algum pedaço de terra ou possuidor de mercadoria que pudesse ser objeto de troca ou comér- cio, ele contou com a ajuda de outra pessoa que o representasse, ou auxiliasse, na tran- sação comercial. Desta maneira, a profissão de correta- gem de imóveis, e de outras mercadorias, data de séculos atrás, porém sua regulamen- tação no Brasil já não é tão remota. Foi pela lei n° 4.116 de 27/08/1962 que se iniciou o processo para a regulamentação desta pro- fissão.Tal lei, contudo, foi alterada e discipli- nada pela lei n° 6.530 de 12/05/1978 e, finalmente, foi regulamentada pelo Decreto 8.171, de 29/06/1978. A partir de então, a profissão só pode ser exercida por pessoas habilitadas junto ao Conselho Regional de Corretor de Imóveis, ou seja, corretores inscritos no CRECI. Após a inscrição, você recebe uma carteirinha pro- visória, com prazo de validade, que lhe dá o direito de atuar enquanto termina seus estu- dos. É possível revalidá-la por mais seis meses para que possa concluir o Curso de Técnico em Transação Imobiliária (TTI) quando você recebe a definitiva, após a apre- sentação do certificado do curso e compro- vação de estágio para o CRECI. Assim, podemos observar que para o exercício da profissão de corretor, é necessá- rio estar inscrito no CRECI que regulariza a possibilidade de exercer outras atividades que não só comprar e vender, ou seja, apenas in- termediar. AULA1 O CORRETOR E SUAS ATRIBUIÇÕES O exercício da profissão de corretor de imóveis, em todo território nacional, somente será permitido: I - Ao possuidor do título de Técnico em Transações Imobiliárias, inscrito no Conselho Regional do Corretores de Imó- veis da Jurisdição - CRECI - ou II – Ao corretor de imóveis inscrito nos termos da Lei nº 4.116/62, desde que requeira a revalidação de sua ins- crição. A regulamentação de qualquer profis- são é de suma importância, pois lhe con- fere maior segurança para seu exercício, exigindo do profissional formação técnica e experiência prática através de um está- gio participativo e/ou observador com outro profissional da área. Em contrapartida, confere-lhe alguns direitos quanto ao exer- cício de sua profissão e, também, alguns deveres como em toda atividade. Legislação Imobiliária - Aula 1 Instituto Universal Brasileiro5 O artigo 1º da Lei 6.530 diz: As atribuições do corretor Com a profissão devidamente regulamen- tada e de posse de sua inscrição junto ao CRECI, pode o corretor atuar em diversas ativi- dades. É aconselhável, antes de você se deci- dir em que ramo trabalhar, que conheça suas funções, local de atuação, público ou clientela que atenderá e, principalmente, o campo de ação em que você se sente mais seguro, mais preparado e à vontade. Para isso, faça um au- toexame, reflita sobre sua pessoa, suas carac- terísticas pessoais, facilidades, disponibilidades de horário, seu jeito de ser, para então escolher a função mais adequada. Qualidades definem área de atuação Uma pessoa que tem grande facilidade de persuasão, isto é, de convencer outra em aceitar algo por meio de argumentação, gosta de lidar com o público em geral, tem facilidade de horário e locomoção tem uma grande chance de ser um corretor de imóveis espe- cialista em vendas. Já uma outra pessoa que é menos co- municativa e persuasiva, porém muito organi- zada, que gosta de trabalhar com documentos, certidões, gosta de catalogar e organizar pas- tas, deve procurar atuar como despachante, outra área em que um corretor pode atuar. Campos de atuação São muitas as funções que um Técnico em Transação Imobiliária pode exercer. Mas, para todas elas, é necessário ter a sua certifi- cação de estudo e a carteira do CRECI, defi- nitiva ou provisória. Verifique as opções: Corretor de imóveis: Atua na interme- diação de compra e venda de terrenos ou imóveis; permuta e locação de imóveis resi- denciais, comerciais, industriais, outlet, shopping center etc. Haverá sempre um terreno a ser ven- dido, alguém querendo comprar ou vender uma casa ou apartamento, sítio, chácara ou fazenda, alguém querendo investir em um novo empreendimento imobiliário e, para a realização destas transações, é necessária a atuação de um corretor de imóveis. Despachante imobiliário: Para que uma transação imobiliária ocorra, é preciso que se apresente uma série de documentos como certidões pessoais e do imóvel a ser vendido e/ou adquirido. É neste momento que o TTI atua como despachante, no levanta- mento de toda documentação necessária para que a transação seja satisfatória e reco- nhecida, na confecção de contratos de com- pra, venda, permuta e locação. Não basta vender ou locar apenas, deve-se, também, dar atenção ao cliente na hora de documentar toda negociação reali- zada. Algumas imobiliárias possuem um de- partamento próprio que organiza e prepara toda esta documentaçãoe você poderá se preparar para trabalhar neste departamento como despachante imobiliário. Todo corretor tem responsabilidade civil sobre a transação imobiliária em que está atuando. Se causar prejuízo ao cliente, responderá pelo dano causado. Assim sendo, antes de qualquer transa- ção certifique-se de todos os itens, es- tude todos os detalhes e passos para se sentir mais seguro. Legislação Imobiliária - Aula 1 Instituto Universal Brasileiro6 Plantonista: Além destas funções, pode o TTI atuar como plantonista no lançamento de algum empreendimento imobiliário. Vivemos um momento em que muitas construtoras estão investindo, construindo novos prédios de apar- tamentos, novos condomínios de casas etc. No lançamento destes empreendimen- tos, há sempre a montagem de um estande de vendas, com a maquete do prédio e, às vezes, um apartamento decorado em exposi- ção para que os interessados conheçam o que está sendo vendido. Durante algumas se- manas, ou até que todas as unidades sejam vendidas, ou inicie-se a construção, a imobi- liária, ou grupo imobiliário responsável pela venda, mantém um plantonista no local para demonstração e venda. Nos fins de semanas, quando a procura é maior, há a necessidade de plantonistas extras. Para tal função, é preciso ser bem comunicativo e persuasivo, sem ser inva- sivo, pois atuará diretamente com o cliente e sua família em muitas situações; ter dispo- nibilidade de horário, pois a chance nos fins de semana são bem maiores. Antes de qual- quer lançamento, há, às vezes, um treina- mento para que os plantonistas conheçam os detalhes do empreendimento que estarão vendendo, as condições de pagamentos etc. Antes de assumir esta função, conheça bem todo o empreendimento comercializado, para que possa responder as dúvidas do seu cliente. Perito imobiliário: O consultor imobi- liário pode ainda opinar quanto a comercia- lização imobiliária, isto é, o corretor, devidamente inscrito no CRECI, pode atuar como perito imobiliário, junto aos foros da localidade de atuação em que tem sua ins- crição, porque é o corretor quem conhece os valores cobrados em determinadas regiões das cidades, bairros, sítios, fazendas etc. Pode, assim, ajudar o juiz a avaliar as pen- dengas onde houver a divisão de bens a serem partilhados. Atua, também, na avalia- ção de imóveis residenciais, galpões, terre- nos e outros tipos de imóveis. Em algumas situações, é necessá- rio que alguém avalie um imóvel que, porventura, vá ser desapropriado, ven- dido ou que é objeto de briga entre her- deiros. Um juiz pede, então, que o mesmo seja avaliado. Um engenheiro é a pessoa competente para dar o valor da construção, porém é o consultor imobi- liário a pessoa mais indicada para avaliá- lo comercialmente, pois é conhecedor dos pontos valorizados em sua cidade, do valor de cada região, do que favorece ou desfavorece um imóvel. Legislação Imobiliária - Aula 1 Instituto Universal Brasileiro7 Consultor de negócios imobiliários: Hoje, o corretor antigo transformou-se no consultor de negócios imobiliários, traba- lhando com profissionais competentes como engenheiros, arquitetos, contadores, econo- mistas, securitários ou profissionais de outros segmentos. O trabalho em equipe faz o dife- rencial da empresa imobiliária, atendendo a clientes de setores amplos e complexos, sempre agregando novos produtos como se- guros administrativos, investimentos imobi- liários etc. Os consultores devem encarar o espaço da empresa imobiliária como um amplo con- sultório de geração de negócios onde é possí- vel comercializar imóveis. Mas, não só imóveis são negociados, acima de tudo, serviços imo- biliários e de assessoria imobiliária, em que o consultor tem atuação, podendo e devendo orientar o cliente, prestando-lhe um serviço completo, atendendo-o na sua expectativa e fi- delizando os clientes junto à empresa. Assim, há um leque de produtos e ser- viços que os consultores, devidamente ha- bilitados e reciclados, poderão oferecer, atendendo o cliente em todas as suas ex- pectativas. O corretor, e agora consultor, deverá sempre estar em busca de novos produtos no mercado, ampliando assim as opções de oferta. Com a existência de um potencial enorme de produtos e serviços para agregar à atividade de corretagem, basta sair em campo. Haverá sempre alguém precisando de um consultor de negócios, especializado em imóveis, seguros, serviços, financiamentos, plantões, consultorias etc. Locais de atuação O corretor de imóveis não pode mais co- locar uma placa e ficar aguardando alguém que venha à procura de um imóvel para com- prar, vender ou mesmo alugar, como aconte- cia antigamente. Nos dias de hoje, ele não mais trabalha com um imóvel apenas, espe- rando a vinda de um possível cliente O consultor trabalha em uma imobiliá- ria, junto às construtoras, em parceria com engenheiros e arquitetos e, até mesmo, via Internet, agendando clientes e criando sites para consultas. Oportunidade de negócio Com as muitas atribuições e a correria do dia-a-dia, várias pessoas que procuram apartamentos e casas para comprar, ou alu- gar, não têm tempo de ir a uma imobiliária para conversar com um corretor sobre o tipo de imóvel que procura. Estas pessoas, então, procuram via Internet, selecionando entre os anúncios, o imóvel que mais lhe convém. É possível escolher por bairro, valor disponível, tamanho do imóvel (de 1, 2, 3 ou mais dormi- tórios), flat etc. Um consultor atualizado não deve per- der mais esta oportunidade de negócio, de- vendo assim utilizar-se desta ferramenta em seu trabalho. Após a seleção do imóvel, é pos- sível, inclusive, agendar uma visita com o cor- retor e receber dele outras sugestões. Atualmente, não são apenas casas, ter- renos e apartamentos que são comercializa- dos pelo TTI. Ele pode, também, negociar: salas comerciais e salas em escritórios, hospi- tais, lojas em shopping, flats, resort, clube de férias, galpões industriais e até cemitérios. Deste modo, o consultor trabalha em muitos lugares como: sala de uma imobiliária, Legislação Imobiliária - Aula 1 Instituto Universal Brasileiro8 na rua, pelo computador, via Internet, em plan- tões nos lançamentos de loteamentos diversos (casas, prédios, sítios) etc. Além da flexibili- dade de lugar, o corretor conta, inclusive, com uma grande flexibilidade de horário, o que faz desta profissão uma opção para aqueles que gostam de trabalhar com maior liberdade. Após o término do curso de TTI, você tam- bém poderá trabalhar como um profissional li- beral, isto é, sem estar vinculado a nenhuma imobiliária. Estabelecendo-se por conta própria, poderá atuar como corretor, despachante, dar consultorias imobiliárias, enfim, exercer todas as atribuições de um TTI. Pode ainda escolher um local próprio para trabalhar, que pode ser sua casa, uma sala, ou escritório próprio ou alugado. Conhecer todas as suas responsabilidades, porém, é imprescindível, bem como manter-se atualizado e ter seu registro junto ao CRECI. Responsabilidade do Corretor perante o novo Código Civil Com o advento da Lei 10.406/02 vigente a partir de 11/01/2003, as modificações intro- duzidas por este novo código muito nos preo- cupam, já que os profissionais do mercado imobiliário, mais especificamente os corretores de imóveis, imobiliaristas, consultores e afins, obrigatoriamente, deverão adequar-se à reali- dade imposta pela referida Lei, sob pena de estarem fadados a suportarem ônus advindo da evolução tecnológica e concorrência e, ainda, da imposição legal, sob pena de serem excluídos do mercado. Incorporada às novas regras impostas pelo novo Código Civil, têm-se ainda outras le- gislações inerentes à atividade profissional, as quais possibilitam aos órgãos fiscalizadores da categoria, aplicar sanções administrativas, das quais citamos: Some, ainda, as disposições inerentes à comercialização de imóveis, como por exem- plo: Leis nos. 4591/64; 4.380/64; 6.015/73; 6.766/79; 8.078/90; 9.514/97; 10.257/01. Da Corretagem O tema ainda requer reflexão em nosso sistema legislativo que tem um históricode toda a responsabilidade aplicável ao profissio- nal de intermediação imobiliária, visto que estes assumem notável conotação nas altera- ções introduzidas, segundo o capítulo XIII, sob o título: Da Corretagem, arts. 722 a 729. Legislação Imobiliária - Aula 1 Instituto Universal Brasileiro9 Atualmente, com a vigência da Lei 8.078/90, conhecida como Código de De- fesa do Consumidor, tem se exigido dos prestadores de serviços qualidade em suas atividades, pondo-os como alvos quando se verificam vícios e defeitos quanto à forma da execução dos servi- ços, exigindo-se a específica reparação dos danos existentes, dependendo da ve- rificação de culpa. 1) Lei nº 6.530-/78 2) Decreto 8.1871/78 3) Resoluções COFECI nos 146/82; 199/85; 326/92; 334/92; 458/95 Art. 722 - Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se o obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas. Estas são algumas responsabilidades que todo profissional liberal deve estar ciente ao exercer suas atividades junto à co- letividade. Assim, você, consultor imobiliá- rio, que também atua junto a um público e, como profissional liberal, deve conhecer as consequências de uma negociação que possa causar algum dano ou prejuízo ao cliente, pois responderá pelos seus atos. Conhecer em profundidade seus direitos e deveres é importante para que tenha mais segurança durante o exercício de sua profis- são. Pesquise e estude sempre. Na dúvida, consulte um advogado. Da Responsabilidade Civil Título IX Capítulo I Da Obrigação de Indenizar Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito, cau- sar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo . Parágrafo Único – Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, no casos especificados em Lei, ou quando a atividade, normalmente desenvolvida pelo autor do dano, implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem . Art. 932 - São também responsáveis pela reparação civil. III – O empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele. Art. 935 - A responsabilidade civil é in- dependente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal Art. 942 - (Parágrafo único) - São soli- dariamente responsáveis com os autores os coautores e as pessoas designadas no art. 932. Art. 723 - O corretor é obrigado a exe- cutar a mediação com diligência e prudência, prestando ao cliente todas as informações sobre o andamento dos negócios; deve, ainda, sob pena de responder por perdas e danos, prestar ao cliente todos os esclareci- mentos acerca da segurança ou risco do ne- gócio, das alterações de valores e do mais que possa influir nos resultados. Art. 724 - A remuneração do corretor, se não estiver fixada em Lei, nem ajustada entre as partes, será arbitrada segundo a natureza do negócio e os usos locais. Art. 725 - A remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha conseguido o re- sultado previsto no contrato de mediação, ou ainda que este não se efetive em virtude de arrependimento das partes. Art. 726 - Iniciado e concluído o negó- cio diretamente entre as partes, nenhuma remuneração será devida ao corretor; mas se, por escrito, for ajustada a corretagem com exclusividade, terá o corretor direito à remuneração integral, ainda que realizado o negócio sem a sua mediação, salvo se com- provada sua inércia ou ociosidade. Art. 727 - Se, por não possuir prazo de- terminado, o dono do negócio dispensar o corretor, e o negócio se realizar posterior- mente como fruto da sua mediação, a cor- retagem lhe será devida; igual solução se adotará se o negócio se realizar após a de- corrência do prazo contratual, mas por efeito dos trabalhos do corretor. Art. 728 – E se o negócio se concluir com a intermediação de mais de um corre- tor, a remuneração será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste em contrário. Art. 729 – Os preceitos sobre a corre- tagem constantes deste código não excluem a aplicação de outras normas da legislação especial. Legislação Imobiliária - Aula 1 Instituto Universal Brasileiro10 Da Indenização Capítulo II Art. 944 - A indenização mede-se pela ex- tensão do dano. Existem, basicamente, três tipos de res- ponsabilidade: - Responsabilidade contratual - Responsabilidade extracontratual - Responsabilidade criminal Responsabilidade Contratual Em sentido amplo, a expressão exprime a obrigação assumida pelas partes contratan- tes, em virtude da qual se acham no dever de fazer, ou cumprir, tudo o que tenham conven- cionado ou ajustado. Desse modo, evidenciada a responsabi- lidade contratual da parte, quando não cumpre a obrigação a que está sujeita, pode ser com- pelida pela outra a cumpri-la sob pena de res- ponder pelos danos que lhe possam ser causados. Mas, em sentido especial, a responsabi- lidade contratual é a obrigação de indenizar ou de ressarcir os danos causados pela ine- xecução de cláusula contratual ou pela má execução da obrigação nela estipulada. Assim sendo, a responsabilidade, além de fixar a obrigação que não foi cumprida, deter- mina a obrigação de ressarcir o dano conse- quente do inadimplemento ou má execução da obrigação contratual. Responsabilidade Extracontratual É verificada pelos agentes, desde que seja conhecida e comprovada que esse agiu ou não com culpa. Responsabilidade Criminal Entende-se a obrigação de sofrer os cas- tigos ou incorrer nas sanções penais impostas ao agente do fato ou omissão criminosa. Alguns requisitos são exigidos para a ca- racterização do dano em concreto, admitindo também, certas especificações na respectiva formulação. Assim, requer-se: A) Dano atual - Não é remoto, mas aceita-se o dano futuro, ou a perda de oportu- nidade, desde que as consequências certas e previsíveis da ação sejam violadoras. B) Dano Certo - Definido, ou pelo menos, determinável, porém, admite-se o damnum in- fectum e a perda do prêmio face ao acidente. C) Dano Pessoal - Refletido na pessoa do lesado. D) Dano Direto - Resultante da ação vio- ladora, contudo se acolhe o dano derivado ou reflexo. Dois planos desdobram a teoria da res- ponsabilidade civil: responsabilidade subjetiva e objetiva.Aação qualificada pelo direito, faz gerar, para o violador, a obrigação de reparação no: A) Âmbito do ilícito: Consubstancia-se, em fato humano próprio (responsabilidade di- reta) ou de outrem, ou ainda, de coisa inani- mada (responsabilidade extracontratual) e, do outro lado, em retardamento ou descumpri- mento total ou parcial da obrigação ou do con- trato (responsabilidade contratual). Na prática de ilícito, fora ou dentro da re- lação contratual, nasce a obrigação de reparar (conforme o sistema das codificações em nosso Código Civil Art. 159). Responsabilidade contratual: Esta acepção exprime o mesmo que obrigação contratual ou obrigação derivada do con- trato ou da convenção. Neste sentido, entendem-se as ex- pressões: responsabilidade do devedor, do credor, do cedente, do cessionário, do mandante, do mandatário, do fiador, do lo- cador, do locatário etc. Revela-se a obriga- ção que deve ser cumprida por eles, em virtude da convenção estabelecida. Faz-se necessário que o dano decor- rente de outrem, relacionado ou não com o lesado, seja traduzido em: A) ato ilícito B) exercício de atividade perigosa Legislação Imobiliária - Aula 1 Instituto Universal Brasileiro11 Art. 159 - Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insol- vente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante. B) Exercício de atividade perigosa: Há leis especiais sobre atividades perigosas, apartadas das codificações que estão em vigor e que vêm sendo editadas desde a construção das estradas de ferro. Estas leis se aplicam atualmente às empresas que desenvolvem ati- vidades de risco. Análise dasações Deve haver vínculo (nexo causal) entre ação e o evento, de sorte a poder-se concluir que o dano proveio de fato do agente. Em ou- tras palavras, que exista uma relação certa e di- reta entre o fato desencadeador e o resultado danoso dentro da teoria denominada de equi- valência das condições. Cumpre, a propósito, demonstrar-se em concreto essa relação pela análise de subjeti- vidade do agente e das circunstâncias do caso, caracterizando-se a responsabilidade, na hipótese de derivação de ilícito (subjetiva), pela demonstração da existência de dolo (von- tade ou consciência) ou de culpa (negligência ou imperícia) do causador e, na decorrência da atividade perigosa (objetiva) pelo simples im- plemento da relação causal (independente- mente da subjetividade do agente). Obrigações do consultor imobiliário O consultor imobiliário, podendo atuar como profissional liberal, deve, no campo profis- sional, na qualidade de autônomo/liberal, assu- mir suas responsabilidades (Artigos 247 a 249). Art. 247 - Incorre na obrigação de in- denizar perdas e danos o devedor que recu- sar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível . Art. 248 - Se prestação do fato tornar-se impossível, sem culpa do devedor, resolver- se-á a obrigação; se por culpa dele, respon- derá por perdas e danos. Art. 249 - Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. Transações imobiliárias Art. 593 - A prestação de serviço, que não estiver sujeita às Leis trabalhistas ou a Lei especial, reger-se-á pelas disposições deste capítulo. Art. 594 - Toda espécie de serviços ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante retribuição. Art. 595 - No contrato de prestação de serviço, quando qualquer das partes não sou- ber ler, nem escrever, o instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por duas tes- temunhas. Art. 596 - Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por ar- bitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade. Art. 597 - A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço se, por convenção ou costume, não houver de ser adiantada, ou paga em prestações. Art. 598 - A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais de quatro anos, embora o contrato tenha por causa o pagamento de dívida de quem o presta, ou se destine à exe- cução de certa e determinada obra. Neste caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por findo o con- trato, ainda que não concluída a obra. Art. 599 - Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do con- Legislação Imobiliária - Aula 1 Instituto Universal Brasileiro12 Toda transação imobiliária é funda- mentada em contratos de compromisso, de compra, de venda etc. Pois seu con- trato de trabalho é caracterizado por uma prestação de serviços (Artigos 593 a 609). trato, ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato. Parágrafo Único - Dar-se-á o aviso: I - Com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais. II - Com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena. III - De véspera, quando se tenha contra- tado por menos de sete dias. Art. 600 - Não se conta no prazo do con- trato o tempo em que o prestador de serviço, por culpa sua, deixou de servir. Art. 601 - Não sendo o prestador de ser- viço contratado para certo e determinado tra- balho, entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com as suas for- ças e condições. Art. 602 - O prestador de serviço contra- tado por tempo certo, ou por obra determi- nada, não se pode ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de preenchido o tempo, ou concluída a obra. Parágrafo Único - Se, despedir-se sem justa causa, terá direito à retribuição vencida, mas responderá por perdas e danos. O mesmo dar-se-á, se despedido por justa causa. Art. 603 - Se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, a outra parte será obrigada a pagar-lhe por inteiro a retribuição vencida, e por metade a que lhe tocaria de então ao termo legal do contrato. Art. 604 - Findo o contrato, o prestador de serviço tem direito a exigir da outra parte a declaração de que o contrato está findo. Igual direito lhe cabe, se for despedido sem justa causa, ou se tiver havido motivo justo para dei- xar o serviço. Art. 605 - Nem aquele que os serviços são prestados poderá transferir a outrem o di- reito aos serviços ajustados, nem o prestador de serviços, sem concordância da outra parte, dar substituto que os preste. Art. 606 - Se o serviço for prestado por quem não possua título de habilitação, ou não satisfaça requisitos outros estabelecidos em Lei, não poderá quem os prestou cobrar a re- tribuição normalmente correspondente ao tra- balho executado. Mas, se deste resultar benefício para a outra parte, o juiz atribuirá a quem o prestou uma compensação razoável, desde que tenha agido com boa-fé. Parágrafo Único - Não se aplica a se- gunda parte deste artigo, quando a proibição da prestação de serviço resultar de Lei de ordem pública. Art. 607 - O contrato de prestação de ser- viço acaba com a morte de qualquer das par- tes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do contrato mediante aviso prévio, por inadim- plemento de qualquer das partes ou pela im- possibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior. Art. 608 - Aquele que aplicar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar ser- viço a outrem pagará a este a importância que o prestador de serviço, pelo ajuste des- feito, houvesse de caber durante dois anos. Art. 609 - A alienação do prédio agrícola, onde a prestação dos serviços se opera, não importa a rescisão do contrato, salvo ao pres- tador opção entre continuá-lo com o adqui- rente da propriedade ou com primitivo contratante. Art. 402 - Salvo as exceções expressa- mente previstas em Lei, as perdas e danos de- vidas ao credor abrangem, além do que ele Legislação Imobiliária - Aula 1 Instituto Universal Brasileiro13 O profissional deverá responder por danos causados no exercício de sua pro- fissão (artigos 402 a 405). efetivamente perdeu, o que razoavelmente dei- xou de lucrar. Art. 403 - Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só in- cluem os prejuízo do disposto na Lei processual. Art. 404 - As perdas e danos, nas obriga- ções de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices ofi- ciais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional. Parágrafo único - Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo pena convencional, pode o juiz conceder ao cre- dor indenização suplementar, havendo pena convencional, pode o juiz conceder ao credor in- denização suplementar. Art. 405 - Contam-se os juros de mora desde a citação inicial. O profissional deverá entender sobre os negócios jurídicos - Art. 104 à 114. Art. 104 - A validade do negócio jurídico requer. I - Agente capaz. II - Objeto lícito, possível, determinado ou determinável. III - Forma prescrita ou não na defesa em Lei. Art. 105 - A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeres- sados, salvo se, neste caso, for indivisível o ob- jeto do direito ou da obrigação comum. Art. 106 - A impossibilidade inicial do ob- jeto não invalida o negócio jurídico se for rela- tiva, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. Art. 107 -Avalidade da declaração de von- tade não dependerá de forma especial senão quando a Lei expressamente a exigir. Art. 108 - Não dispondo a Lei em contrá- rio, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúnciade direi- tos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no país. Art. 109 - No negócio jurídico celebrado com cláusula de não valer sem instrumento pú- blico, este é da substância do ato. Art. 110 - A manifestação da vontade sub- siste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. Art. 111 - O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou usos o autoriza- rem, e não for necessária a declaração de von- tade expressa. Art. 112 - Nas declaração de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. Art. 113 - Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. Art. 114 - Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretem-se estritamente. Legislação Imobiliária - Aula 1 Instituto Universal Brasileiro14 Diante daquilo que está exposto em toda a legislação pertinente a responsabilidade civil do corretor, juridicamente existe ainda as san- ções disciplinares, que são as resoluções, por- tarias e circulares capazes de oferecer aos mesmos os meios e mecanismos necessários a coibir uma atividade profissional perniciosa, danosa e causadora de um complexo efeito, capaz de denegrir toda uma categoria. Isso pode ir de apenas uma advertência verbal, censura, multa, suspensão da inscrição ou a apreensão da carteira profissional. Portanto, devemos pautar pelo profis- sionalismo, para que possamos agregar novos cliente, havendo uma integração tão grande que no futuro, talvez, o chamemos de parceiro. Legislação Imobiliária - Aula 1 Instituto Universal Brasileiro15 Aula 1 1.O que é preciso se fazer para exercer a função de corretor? R:___________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 2. Escolha três áreas de atuação de um Técnico em Transação Imobiliária e explique suas atribuições. R:___________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 3.Quais os tipos de imóveis que um consultor imobiliário pode comercializar? Cite, pelo menos, cinco. R:___________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4.Onde um TTI pode trabalhar, comercializando os imóveis de diversos tipos? R:___________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 5.O TTI pode trabalhar como um profissional liberal? O que ele deve fazer? R:___________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 6. Questões sobre a Lei 8.078 - Código de Defesa do Consumidor. a) Esta Lei interfiriu no trabalho de um TTI? Por quê? R:______________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ b) De acordo com o Artigo 723 desta lei, quais as responsabilidades de um TTI? R:______________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ Legislação Imobiliária - Aula 1 Instituto Universal Brasileiro16 c) Explique, com suas palavras, o Artigo 726. R:______________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 7. Por que o TTI deve conhecer todos os seus direitos e deveres? R:______________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 8. Assinale a alternativa correta: Responsabilidade Contratual é: ( ) a obrigação de se fazer um contrato redigido com palavras e expressões de difícil com- preensão. ( ) a obrigação assumida pelas partes contratantes com o dever de cumprir tudo o que foi convencionado ou ajustado. ( ) a obrigação de uma pessoa apresentar a outra um contrato com suas intenções. Leia com atenção esta situação e pesquise antes de respondê-la. Pedro tem um apartamento de dois dormitórios e resolveu colocá-lo a venda. Procurou uma imobiliária conhecida, onde Marcos, seu amigo, trabalha, acertando, por escrito, com ele a exclusividade do negócio e demais detalhes como valor do imóvel, modo de pagamento, horá- rios de visitas etc. Marcos se empenhou na venda chegando a levar alguns clientes para visitar o imóvel, porém não conseguiu efetuar a negociação. Três meses depois, Ana, uma amiga do escritório onde Pedro trabalha, interessou-se pelo apartamento e eles acertaram a venda sem comunicá-la ao Marcos, tentando economizar sua comissão. Após seus estudos, responda: Marcos tem direito a receber sua comissão? Justifique sua resposta baseando-se nas leis estudadas. R:______________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ O Corretor e suas atribuições Lei e Direito O direito é um termo derivado do latim directum, do verbo dirigere que quer dizer: dirigir, ordenar, endireitar. Podemos ainda afirmar que seu significado maior é aquilo que é reto. A legislação imobiliária é totalmente fun- damentada dentro do Código Civil (CC). A lei de introdução ao Código Civil (de- creto-lei 4.657/142) não faz parte do Código Civil, embora esteja anexada a ele, antece- dendo-o. Trata-se de um todo em separado. A lei de introdução ao Código Civil é norma de sobredireito ou de apoio consistente num conjunto de normas, cujo objetivo princi- pal é disciplinar as próprias normas jurídicas. De fato, norma de sobredireito é a que disciplina a emissão e aplicação de outras nor- mas jurídicas. Esta lei de introdução cuida de: ► Normas de direito privado internacional ► Critérios hermenêuticos ► Critérios de integração do ordena- mento jurídico ► Conflito de leis no tempo ► Conflito de leis no espaço ► Vigência e eficácia das normas jurídicas Esta lei de introdução, no fundo, é uma lei de introdução às leis, que contém princípios ge- rais sobre as normas sem qualquer discrimina- ção. Ela é aplicável a todo ramo do direito. Lei Aquilo que vamos estudar dentro da le- gislação imobiliária específica fica dentro deste conceito e regramento jurídico. Veremos assim que, enquanto o código cria e revoga normas, a consolidação reúne as já existentes, isto é, não cria, nem revoga. De- vemos salientar, também, que o Código Civil é uno, as suas divisões são apenas para fins didáticos e nada mais. A regulamentação jurídica tem por ob- jetivo a regulação da vida social, dando-nos a obrigação de respeitar as normas impos- tas pelo Estado, ou seja, é uma obrigação moral imposta e a cada desvio, poderemos responder juridicamente pelos nossos atos de forma processual.O Código Civil regula os direitos e obri- gações da ordem privada, ao passo que a lei de introdução disciplina o âmbito de aplica- ção das normas jurídicas. Legislação Imobiliária - Aula 2 Instituto Universal Brasileiro17 AULA 2 LEGISLAÇÃO IMOBILIÁRIA Vacatio Legis O período chamado vacatio legis é o tempo entre a publicação da lei e sua entrada em vigor e tem a finalidade de que todos tomem ciência, conhecimento e se preparem para a sua vigência. Existem duas normas que exigem obrigatoriamente a vacatio legis, que são: ► A lei que cria e aumenta a contribuição social para a seguridade social: Ela entra em vigor após noventa dias de sua publicação (art. 195 parágrafo 6º, Constituição Federal). ► Outra Lei obrigatória é aquela que aumenta tributos: Só pode entrar em vigor noventa dias de sua publicação (art. 150 III, Constituição Federal) e, além do mais, deve ser sempre observado o princípio da ante- rioridade. Em contrapartida, existem três hipóteses em que a vigência é imediata sem que haja o vacatio legis: ► Atos administrativos, salvo disposição em contrário, entram em vigor na data de sua pu- blicação (art. 103, Código Tributário Nacional). ► Emendas constitucionais, entram em vigor no dia de sua publicação. ► Lei que altera, cria ou reforma o pro- cesso eleitoral, também tem vigência imediata, na data de sua publicação. As hierarquias das Leis As leis são Federais, Estaduais e Munici- pais, sempre respeitando a hierarquia na se- quência apresentada. A Lei Maior, Constituição Federal, é de onde, teoricamente, tudo deve emanar. Leis Federais - Código Civil, Código de Processo Civil, Código Penal, Código de Pro- cesso Penal, Consolidação das Leis do Tra- balho e outras Leis em apartado aos Códigos vigentes, por exemplo, a Lei do Divórcio, Lei dos crimes Hediondos e outras Leis até mesmo mais antigas que a nossa Constitui- ção, que foi promulgada no ano de 1988. Direito Com a dinâmica da vida social e o seu desenvolvimento, as Leis vão se alterando na tentativa do aprimoramento da socie- dade, e assim vão acontecendo as refor- mas de nossos Códigos. Tivemos uma em 2002, a reforma do Código Civil, que elimi- nou o Código Comercial, que era em apar- tado, e o fundiu em seu bojo, deixando de ser em apartado para ser integrante e parte do mesmo. Legislação Imobiliária - Aula 2 Instituto Universal Brasileiro18 A lei de introdução, em seu artigo 1º, diz que: “Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país em 45 dias de sua publicação, o dever de publicar é do Estado para que ninguém alegue ignorância a Lei”. As fontes do Direito são os usos e costumes e vêm da necessidade do ser humano ser conduzido, dando a ele os ordenamentos obrigatórios de conduta e regramento em geral. Direito objetivo: É uma regra social imposta a todos. Isto está na Lei. Direito subjetivo: Significa uma ação assegurada legalmente a toda e qualquer pessoa em defesa de seus di- reitos e proteção de seus bens materiais e imateriais, podendo ou não agir e usar a faculdade deste direito. Direito Público e Privado ► Direito Público: Regula um conjunto de normas de interesse da ordem coletiva, em especial nas instituições públicas e as re- lações dos poderes públicos entre si e destes para com os elementos particulares. Esta norma tem sempre o dever de re- gular algum interesse direto ou indireto do próprio Estado, podendo ainda ser dividido em interno e externo. O público interno tem o objetivo de re- gular o Direito de cada Estado, abrangendo assim o Direito Constitucional, Direito Admi- nistrativo, Direito Financeiro, Direito Penal, Direito Tributário, Direito Penal e Processual Penal, Direito Civil e Processual Civil. ► Direito Privado (interno): É a utiliza- ção do direito positivo ou objetivo, sendo uti- lizado para ser regulador dos interesses do indivíduo. Em nossos estudos, nos deteremos no Direito Privado Civil, que regula as relações particulares ou de interesses civis. Como podem ser as leis Quanto aos efeitos Imperativas: Com conteúdo ordenativo, são aquelas que impõem uma regra, precei- tuando um dever ou obrigação. Elas não proí- bem, mas, de modo positivo, objetivam a prática de um ato. Proibitivas: Determinam uma abstenção ou não, permitindo assim que se possam fazer tal coisa ou se pratiquem tal ato. Facultativas: Sempre sobre determina- dos atos ou certos fatos, dando certa liberdade ou faculdade, instituindo regras e formas que poderão ser ou não utilizadas, reconhecendo assim a existência de um direito. Quanto à natureza Adjetivas: São as leis de forma, que de- terminam como serão os trâmites a serem se- guidos no ordenamento dos direitos e na defesa deste direito. Substantivas: São Leis que regulam a relação entre as pessoas, podemos chamar de Leis de Fundo ou Leis Materiais. Bens Móveis e Imóveis Bens representam valores materiais ou imateriais, que servem nas relações jurídicas e se classificam em imóveis ou móveis. Bens Móveis São bens que podem ser transportados de um lugar para outro sem perda ou prejuízo de sua substância ou conteúdo. Os bens mó- veis são os que têm movimento próprio (ex.: animais) ou por auxílio de algo (ex.: veículos, dinheiro, alimentos). São considerados bens móveis por dis- posição legal (art. 83 do CC - Código Civil): • As energias que tenham valor econô- mico (energia elétrica, energia solar etc). • Os direitos reais sobre objetos móveis e as ações respectivas (penhor, anticrese etc.) • Os direitos de caráter patrimonial e res- pectivas ações, direitos autorais, direito credi- tórios, patentes de invenção. Legislação Imobiliária - Aula 2 Instituto Universal Brasileiro19 Na legislação imobiliária, iremos estu- dar praticamente as relações entre as par- tes nas transações que houverem sobre os Bens Imóveis e seus direitos (por exemplo, direito sucessório). - Direito das sucessões - Direito das Obrigações de Fazer e Não-fazer etc. - Direito das Coisas - Direito de Família - Direito Comercial - Direito Trabalhista Os bens que têm movimento próprio são chamados de semoventes. Bens Fungíveis/Consumíveis Artigo 85: São fungíveis os bens móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Artigo 86: São consumíveis os bens mó- veis cujo uso importa imediata destruição da própria substância, sendo também considera- dos tais os destinados à alienação . Artigo 87: Bens divisíveis são os que se pode fracionar sem alteração de sua substân- cia, diminuição considerável de valor, ou pre- juízo do uso a que se destinam. Artigo 88: Os bens naturalmente divisí- veis podem tornar-se indivisíveis por determi- nação da lei ou por vontade das partes. Artigo 89: São singulares os bens que, embora reunidos, consideram-se, por si, inde- pendentes do demais. Artigo 90: Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, per- tinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Parágrafo Único: Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de rela- ções jurídicas próprias. Dos Bens Reciprocamente Considerados Artigo 92: Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. Artigo 93: São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, desti- nam-se de modo duradouro, ao uso ou ser- viço de outro. Artigo 94: Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário, resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das cir- cunstâncias do caso. Artigo 95: Apesar de ainda não separa- dos do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. Artigo 96:As benfeitorias podem ser vo- luptuárias, úteis ou necessárias. Artigo 97: Não se consideram benfeito- rias os melhoramentos ou acréscimos sobre- vindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. Bens Imóveis Imóveis por acessão física É aquele imóvel que o homem incorpora ao solo de forma permanente, assim como as plantações, edificações(prédios, casas etc) e as construções (estradas, pontes, ferrovias etc.). Legislação Imobiliária - Aula 2 Instituto Universal Brasileiro20 1º São voluptuárias as de mero deleite e recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou que sejam de elevado valor. 2º São úteis as que aumentam ou faci- litam o uso do bem. 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. Imóveis por sua própria natureza O solo, o subsolo e o espaço aéreo são, pela própria natureza, bens imóveis. Aqui cabe uma explicação: o espaço aéreo é pertencente à administração do governo federal e o subsolo pertence a União, só ela tem o direito de explorar, podendo assim dar concessões para exploração do mesmo. Ex.: exploração de petróleo, minas de ouro etc. Imóveis por acessão intelectual ou por destinação do proprietário Eles consistem em coisas móveis que o proprietário de um imóvel imobiliza a fim de aprimorar-se ou explorá-lo industrial- mente (máquinas, ornamentos, geradores, escadas de emergência, portas corta-fogo, ar-condicionado). Existem aqueles bens imóveis, por dis- posição legal, que garantem direitos: Direitos Reais sobre Bens Imóveis e as Ações que os asseguram Trata-se de bens incorpóreos. São coi- sas imateriais, abstratas, não palpáveis. Po- demos citar, entre eles, o Usufruto, o Uso, a Propriedade, a Habitação, e ainda os direitos reais de garantia, tais como: penhor, hipo- teca, anticrese etc. Bem também podem ser fungível, isto é, quando ele pode ser substituído por outro com características iguais ou similares: um veículo, um sapato etc. Ele é considerado não fungível quando inexiste a possibilidade de substituição por outro igual ou equivalente em qualidade e quantidade. Os bens não fungíveis podem ser móveis (uma pintura), ou imóveis. Os Bens se classificam ainda em Divisíveis e Indivisíveis Divisíveis: São aqueles que podem ser divididos em porções distintas e cada qual forma um todo perfeito (um terreno). Indivisíveis: São aqueles que não podem ser divididos. Devemos ainda conceituar algumas pa- lavras comumente utilizadas: Constituem Pertenças: São bens acessórios que são parte integrante de outro bem, destinando- se de modo duradouro e permanente ao uso, aformoseamento ou serviço do bem principal. Civis: São os rendimentos, juros, divi- dendos obtidos através da utilização do bem (aluguel de um imóvel). Industriais: Produzidos artificialmente com a intervenção humana na natureza pela industrialização de algum bem. Exemplo: en- garrafamento de água mineral. Benfeitorias: São os melhoramentos e reparos para a conservação, aformoseamento ou aumento de utilidade de alguma coisa. Podem ser: a) Necessárias: Todo e qualquer con- serto, reforma ou reparo destinado a conserva- ção, tanto quanto a qualidade como ao uso, para evitar a deterioração (pintura) de um bem. b) Úteis: Reformas efetuadas com a fina- lidade de ampliar a utilidade do bem (energia solar, reutilização da água, lâmpadas frias etc). c) Voluptuárias: Reparos e modifica- ções feitas no imóvel com a finalidade de em- belezá-lo e aumentar sua comodidade (construção de uma piscina). Legislação Imobiliária - Aula 2 Instituto Universal Brasileiro21 Bens Fora do Comércio São os bens que têm alguma restrição e não podem ser negociáveis, por serem insus- cetíveis de alienação por determinação legal ou judicial. Estes bens carregam um ônus, são gravados por cláusulas de inalienabilidade, ou seja, não podem ser vendidos ou negociados. Bem de Família O bem de família consiste na separação ou gravação parcial do patrimônio móvel ou imóvel do casal até o limite máximo de 1/3 destes, com o fim específico de garantir o sustento futuro da família. São bens que deverão estar gravados junto ao registro de imóveis. O imóvel pertencerá sempre aos cônjuges, pois a sua administração é compartilhada; ele deverá ser instituído por Ins- trumento Público ou por testamento. Evicção e Posse Evicção A evicção consiste na perda da proprie- dade ou da sua posse por lide jurídica anterior à alienação, cujo pedido foi provido, determi- nando a titularidade e o domínio do bem em favor de outrem por se tratar de um defeito ju- rídico, a evicção pode ser total ou parcial. Na evicção, sempre haverá um conflito de inte- resses de três partes, que são: evicto, alie- nante e evictor. • Evicto: Adquirente do bem • Alienante: Responde pelos riscos da evicção • Evictor: É o terceiro beneficiado por sentença judicial. Posse É uma relação de fato entre uma pes- soa e um bem, que pode criar resultados no mundo jurídico, mesmo que o possuidor tenha tão somente o domínio da coisa (lo- cador). Posse é ter em suas mãos alguma coisa que pode ou não estar em seu nome, ou seja, ser o titular do bem. Posse e propriedade Um exemplo deste tópico é quando você compra um carro financiado, apenas tem a posse, mas a propriedade é do Banco que o financiou. Você só tem o domínio. Outro exemplo é quando você mora em uma propriedade que é sua. Neste caso, você tem a posse e o domínio da coisa. Legislação Imobiliária - Aula 2 Instituto Universal Brasileiro22 Obemde família não poderá ser objeto de penhor em execução de dívidas poste- riores do casal a sua instituição, mas, salvo exceções, poderá ser penhorado para ga- rantir dívidas fiscais e de condomínio relati- vos ao próprio imóvel; esta isenção perdurará enquanto viver umdos cônjuges. Obemde família é regido pelos artigos 1.711 a 1.722 do CC de 2002. A seguir, iremos tratar da Posse e seus aspectos. Os elementos da posse são: Corpus (corpo): É o exercício de atos sobre a coisa, caracterizando, assim, a exte- rioridade da propriedade. Animus: É visto com a intenção do pos- suidor de se comportar como se fosse o titular de direito. Esses dois elementos se sobressaem com a concepção subjetiva da posse, embora possamos afirmar que a posse exige os dois elementos. A Posse Quanto a Sua Classificação Posse direta ou imediata: Quando a pes- soa tem a coisa em seu poder (locador sobre o imóvel locado). Posse indireta ou mediata: É a posse por ficção, exercida pelo próprio titular do bem, quando este está sob o domínio de ou- trem, por força de contrato (locação) ou tem a limitação de direito real (usufruto). O usu- frutuário sempre exercerá a posse direta, o não-proprietário, mantém a posse indireta. Posse Justa e Injusta As invasões do MST são caracterizadas como posse injusta, pois são invasões violen- tas, posses conseguidas com atos de agres- são física contra o real dono da terra sem sua permissão nem conhecimento. São também conhecidas como clandestinas porque acon- tecem às ocultas. Posse de Boa-fé Na posse de boa-fé, há a convicção do possuidor de que a coisa lhe pertence, igno- rando que esteja prejudicando o direito de outra pessoa. O posseiro é portador de um tí- tulo, mas ele sabe que não é legítimo por algum vício sobre o tal direito. Posse Precária A posse precária é, sempre, originária do abuso de confiança por parte de quem re- cebe a coisa a título provisório, com o dever de restituí-la. Posse Titulada É chamada titulada quando compreende aquela que foi adquirida através de contrato, ou seja, com formalidades, coisa avençada pelas partes entre o possuidor e o titular, para sermos mais explícitos, com a escritura sem o devido registro. Posse Não-titulada Trata-se de não-titulada aquela destituída de qualquer documento, embora possa ser justa e de boa-fé. Posse Nova e Posse Velha Posse nova é aquela que tem menos de 1 ano, ou seja, menos de 365 dias. A ação de reintegração da posse será com o pedido de Legislação Imobiliária - Aula 2 Instituto Universal Brasileiro23 Posse justa: Quando exercida sem os vícios da violência, da clandestinidade ou da precariedade. Segundo o Artigo 1.200 do Código Civil, é justa a posse que não seja violenta, clandestina ou precária. Posse injusta: A posse é injusta quando ela é clandestina, sem permissão ou conhecimento do verdadeiro proprietá- rio; pecária, ela é caracterizadapelo abuso de confiança do mero detentor ou invasor, que se recusa a devolver o bem para o seu real detentor nos prazos estipulados ou pode ser violenta , obtida através de atos de agressão física ou moral, contra o real possuidor. liminar, e o sucesso será imediato sendo sem- pre concedida a liminar. Posse velha é aquela com mais de 1 ano e 1 dia, ou seja, mais de 365 dias e 1 dia. A ação proposta será a mesma de reintegração de posse com pedido de liminar, mas, havendo prova do posseiro que está na posse mansa e pacífica a mais de 1 ano, ele responderá a ação proposta dentro e no domínio da posse até sentença final transitada em julgado sem que não caiba mais qualquer tipo de recurso. A posse por períodos estabelecidos em lei encaminhará a aquisição da propriedade pelo ins- tituto do usucapião que veremos mais à frente. Propriedade Conceito Propriedade é o que pertence a alguém, é um pedaço de terra e/ou imóvel ou um bem móvel. Pode-se usar, gozar, fruir e dispor deste bem, podendo-se reavê-lo de quem quer que o possua, visto ser o proprietário titular da- quele bem e do direito. A propriedade tem, como característica, a exclusividade de direitos, sendo possível apenas um proprietário para cada objeto, a não ser que esteja em condomínio. Sendo assim, tendo mais de um proprietário, cada um será dono de uma parcela ou quinhão. Aquisição da Propriedade Imóvel Para a aquisição da propriedade imóvel, exige-se que o agente seja capaz (maioridade por tempo ou antecipação) e que o objeto seja lícito, isto é, possa cumprir as formalidades le- gais (contratos, certidões, impostos e futuro re- gistro) nos casos normais; no entanto, pode ainda ocorrer a aquisição de uma propriedade por usucapião, acessão etc. A aquisição pelo usucapião tem a forma originária da propriedade, e ela ocorre em duas fases: aquisitiva e executiva. Aquisitiva Extrajudicial implica na posse contínua e pacífica, com ou sem justo título, por um pe- ríodo determinado por lei, ocorrendo assim, ao seu término, o direito de propriedade. É im- portante que o possuidor tenha o animus de se tornar o proprietário. Executiva Esta é a etapa judicial em que se requer o reconhecimento judicial de um direito de uma propriedade, que será deferido ou não por sentença judicial transitada em julgado até a última instância, que julgará se é ou não de direito o pedido da parte, gerando assim, com esta sentença, um título de escritura que de- verá ser levada a registro. Os Tipos de Usucapião Extraordinário: Todo aquele que exer- cer a posse contínua e permanente de um bem imóvel como se fosse dono, pelo prazo de 15 anos sem oposição, adquire sua pro- priedade, ainda que não comprove o justo tí- tulo e a boa-fé. Este referido prazo será reduzido para 10 anos se, nesse imóvel, o possuidor houver estabelecido sua residên- cia habitual ou efetuado obras e serviços, tor- nando-se produtivo. Ordinário: Este tipo de usucapião exige o decurso de prazo de 10 anos de posse inin- terrupta, mansa e pacífica, com justo título e boa-fé, se o possuidor, além do justo título, comprovar que comprou o imóvel baseado em registro de cartório de imóveis existente à época da compra e cancelado posteriormente, apresentando inclusive prova dos pagamentos efetuados. O prazo de prescrição aquisitivo será de 5 anos. Urbano: É o possuidor que, por uma pe- ríodo de 5(cinco) anos ininterruptos, de forma mansa e pacífica, sem oposição, ocupa área Legislação Imobiliária - Aula 2 Instituto Universal Brasileiro24 EXTRAORDINÁRIO, ORDINÁRIO, UR- BANO, RURAL. A propriedade se formaliza no caso de bens móveis com a entrega do bem na forma tradicional e, para os bens imóveis, através de seu registro imobiliário. urbana de até 250 m² utilizada para moradia própria e da família. Para fazer jus a este tipo de usucapião, o requerente não poderá ser proprietário de nenhum outro bem imóvel. Este é o conceito constitucional, e o imóvel não po- derá ter mais que 250 m². Rural: Tem como requisito também o pe- ríodo de 5 anos de posse ininterrupta de um imóvel com até 50 hectares situados na zona rural, onde tenha fixado residência e tornado o imóvel produtivo. Este é o usucapião espe- cial pró-labore (para o trabalho) em favor dos posseiros, concedido apenas para os que comprovarem não possuir outra propriedade imóvel, seja rural ou urbana. Este tipo de usu- capião está totalmente ligado ao homem do campo para mantê-lo lá, e que o mesmo possa sustentar a sua família. Aquisições de Propriedade por Acessão A aquisição de uma propriedade imóvel por acessão se dá quando um imóvel, ou parte dele, se incorpora a outro. É um modo origi- nário de aquisição, através da qual o proprie- tário de um bem imóvel passa a ser titular também da porção que lhe for acrescida. Acessão por formação de ilhas:Uma ilha pode se formar em um leito do rio, em correntes comum ou particulares, pertencendo, neste caso, aos proprietários ribeirinhos e fronteiriços, res- peitando sempre o artigo 1.249 do CC. Acessão por aluvião: São acréscimos que vão se depositando e aterrando, natural- mente, ao longo das margens das correntes, ou então, que são trazidos pelo desvio natural das águas. Todo acréscimo pertencerá aos proprietários dos imóveis marginais acrescidos. Acessão por avulsão: Ocorre quando parte considerável de terra é deslocada com a força das águas de uma margem para a outra. Assim, o imóvel, que sofreu o deslocamento de terra, ficou reduzido, e o que sofreu o acréscimo foi valorizado. O dono do imóvel acrescido ficará com a propriedade das terras aderidas, mas de- verá indenizar o proprietário do imóvel reduzido. Acessão por abandono de álveo ou leito: Álveo é a parte da superfície recoberta pelas águas sem transbordar para o solo en- xuto. O álveo é considerado público, de uso comum, porém pode vir a incorporar proprie- dade privada, por acessão. O álveo abando- nado é aquele que já pertenceu a um rio, ou é corrente, cujas águas mudaram de curso. Acessão por construção e plantações: As construções e plantações efetuadas sobre um imóvel incorporam-se ao mesmo e pre- sume-se que foram feitas pelo seu proprietário. Aquele que semear, plantar ou construir em ter- reno alheio, perderá, em prol do proprietário, as sementes, plantações e construções que houver feito. Porém, se for comprovado que agiu de boa-fé, terá o direito a indenização do valor gasto com as obras, mas, se o valor in- vestido, mesmo que de boa-fé, superar o valor do terreno onde se efetuaram as benfeitorias ele poderá adquirir a propriedade do solo me- diante uma indenização fixada judicialmente. As Ações Reivindicatórias de Propriedade Ação reivindicatória:Ação que deve ser dirigida contra aquele que está de posse ou detém a coisa reivindicada. Ação de emissão de posse: Esta ação está de conformidade com os pressupostos do artigo 381 e seguintes do CC que diz: “compete a ação de introdução de posse aos adquirentes de bens, para haver a respectiva posse, contra os alienantes ou terceiros que a detenham”. Embargos de terceiros: É um remédio legal, e se aproxima muito das ações inerentes à posse, porque o seu ajuizamento refere-se à tumulto ou esbulho (privação de bens, espolia- ção) da posse ou da propriedade. As ações de usucapião: Já vimos todas as formas de usucapião e tratamos es- pecialmente de seus aspectos. Legislação Imobiliária - Aula 2 Instituto Universal Brasileiro25 Ação de declaração de obra nova: Era uma ação que posicionava certas doutrinas e ju- risprudências, mas com a mudança do CC, não encontra mais, respaldo diante da nova siste- mática imposta à defesa da propriedade. Ações divisórias e demarcatórias: Este tipo de ação tem, basicamente, a finali- dade de partilhar alguma coisa em comum entre os condôminos, para fixar novos limites entre os proprietários. Ação discriminatória: Essa espécie de ação é disciplinada pela Lei 6.383/76. Tem, como objetivo específico, demarcar áreas que pertencem ao poder público, visando sempre fixar limite, identificar os posseiros para possí- veis assentamentose encontrar proprietários dentro da área, para poder efetuar o registro do imóvel pertencente ao poder público. Ação de retrocessão: É uma ação em- basada no direito que tem o ex-proprietário de reaver um bem desapropriado. Isto ocorre quando o Estado que desapropriou desviou o destino a que tenha feito a desapropriação, restituindo ao proprietário o valor recebido a tí- tulo de indenização. Registro do Título da Propriedade O registro do título da propriedade, tais como contrato de compra e venda, alvará judi- cial, formal de partilha, adjudicação, declara- tória de usucapião, doação efetiva a aquisição da propriedade imóvel, torna pública a titulari- dade do bem imóvel. Este registro tem a fina- lidade de erga omnes, ou seja, torna pública a ação, tratando da publicidade do ato. A Perda da Propriedade O novo Código Civil dá as inúmeras for- mas da perda da propriedade em seus artigos 1.275 e 1.276. Exemplificando: * A alienação (venda). * A renúncia ao direito de propriedade. * O abandono da propriedade. * Ao perecimento do bem. * A desapropriação. * Usucapião. * Arrematação em hasta pública (leilão). * Adjudicação (falta da entrega legal de algum documento). Outras Informações Importantes Do Condomínio O novo Código Civil, que alterou a lei n° 4.591/64 (lei do Condomínio), dedicou os arti- gos 1.331 a 1.358 e, em especial o artigo 1.340 às obras no condomínio; o artigo 1.343 especifica como deverá ser e a forma que ocorrerá a aprovação pelos condôminos. Outra alteração interessante é a do artigo 1.345, que diz que o adquirente de unidades responderá pelos débitos existentes em relação ao condo- mínio. Por isso, a declaração do síndico com firma reconhecida e cópia autenticada da ata que o elegeu, é necessária. Assim, sana-se o risco de haver débitos. Das Servidões O artigo 1.378 diz: “A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietá- rios, ou por testamento, subsequente registro no cartório de registro de imóveis”. Do Usufruto Conforme exemplifica o artigo 1.390 do CC, pode recair, em um ou mais bens, imóveis ou móveis em um patrimônio inteiro ou parte deste, abrangendo-lhe no todo ou em parte, os seus frutos e utilidades, com a inscrição obri- gatória no registro imobiliário. É fato muito comum no dia-a-dia imobi- liário, a instauração desta medida de proteção ao patrimônio de alguém com a total respon- sabilidade do usufrutuário para sua conserva- ção e cuidado do bem ou bens, que estão em seu poder. Legislação Imobiliária - Aula 2 Instituto Universal Brasileiro26 Da Extinção do Usufruto Pode se extinguir o usufruto, também com a averbação obrigatória no registro imobiliário por diversas formas, tais como: - Renúncia ou morte do usufrutuário - Pelo termo de duração - Outras disposições nos artigos 1.410 e 1.411 do CC. Do Uso O artigo 1.412 do CC diz: “O usuário usará da coisa e perceberá os seus frutos quando exigirem as necessi- dades suas e de sua família “ Da Habitação O direito da habitação está regulamen- tado no artigo 1.414 do CC quando o uso consistir no direito de habitação gratuita em casa alheia (sob a denominação de habita- ção), observando que o titular deste direito não pode alugá-la, nem emprestar, apenas e simplesmente ocupá-la com sua família. Isto está baseado na Lei n° 6.015/73 no artigo 167, inciso I, número 7. Do Penhor É a transferência efetiva da posse em ga- rantia de um débito ao credor, fazendo com que o devedor disponha de uma coisa móvel ou imóvel, suscetível de alienação, regulados pelo artigo 1.431 do CC. Existem, basica- mente, dois tipos de penhor: o Penhor Rural, regulado pelos artigos 1.438 e 1.439 do CC e o Penhor Industrial ou Mercantil, regulado pelo artigo 1.447 do CC, bem como pelo De- creto 413/69 e pela cédula mercantil. Da Hipoteca A hipoteca, de acordo com o artigo 1.473 do CC, diz que podem ser objeto de hipoteca os imóveis e seus acessórios, o domínio di- reto, o domínio útil, as estradas de ferro, os re- cursos naturais, os navios e as aeronaves, esclarecendo ainda no parágrafo único que a hipoteca de navios e aeronaves se regerá pelo disposto em lei especial. A hipoteca e suas nuances estão estabe- lecidas no artigo 1.489 do CC e seus incisos: A lei confere hipoteca: I - Às pessoas de direito público interno (art. 41) sobre os imóveis pertencentes aos en- carregados da cobrança, guarda ou adminis- tração dos respectivos fundos e rendas. II - Aos filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que passar a outras núpcias, antes de fazer o inventário do casal anterior. III - Ao ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre os imóveis do delinquente, para satisfa- ção do dano causado pelo delito e pagamento das despesas judiciais. IV - Ao co-herdeiro, para garantia do seu quinhão ou torna da partilha sobre o imóvel ad- judicado ao herdeiro reponente. V - Ao credor sobre o imóvel arrematado, para garantia do pagamento do restante do preço da arrematação. Para Registro da Hipoteca: A hipoteca, seja ela convencional ou legal, deve ser registrada junto ao cartório imobiliário e irá constar na matrícula do imóvel. Os artigos 1.492 e 1.493 esclarecem que os registros e averbações se darão por ordem conforme forem requeridos, quanto ao registro dos imóveis. São disciplinados por lei especial (Lei 6.015/73, Lei dos Registros Públicos). Dúvidas profissionais poderão ser sanadas junto ao Instituto dos Re- gistradores Imobiliários do Brasil - IRIB. A hipoteca extingue-se conforme de- clara o artigo 1.499 do CC: I - Pela extinção da obrigação principal II - Pelo perecimento da coisa III - Pela resolução da propriedade IV - Pela renúncia do credor V - Pela remissão, arrematação ou ad- judicação Além dos motivos acima, ainda é ne- cessário o cancelamento junto ao registro imobiliário. Legislação Imobiliária - Aula 2 Instituto Universal Brasileiro27 Direito do Consumidor Devemos, também, observar o Direito do Consumidor, para que possamos prestar um serviço profissional de relevância. Somos Cor- retores responsáveis por aquilo que vendemos e devemos procurar, sempre, oferecer um aten- dimento esclarecedor, agindo de tal forma que o nosso cliente possa utilizar-se de um serviço que irá primar por sua excelência, pela ética e conhecimento técnico. A transação imobiliária é uma relação de consumo, em que haverá um código que disci- plina está relação. A Lei n° 8.078/90, do Código do Consumi- dor, combinada com outras leis e institutos: Constituição Federal; Código de Defesa do Con- sumidor; Novo Código Civil de 2002; Lei Ação Civil Pública e o Decreto 2.181/97, definem a re- lação de consumo. O consumidor tem vários direitos: segu- rança, escolha, informação, indenização, educação para o consumo, meio ambiente, revisão contratual, melhoria dos serviços pú- blicos e acesso à justiça e ao órgão de defesa do consumidor. Dentre todos estes direitos, iremos salientar: Direito à indenização Qualquer consumidor tem o direito a indenização. O fornecedor é responsável civil e criminalmente pelos danos e defeitos que os produtos e serviços apresentam e por tudo aquilo que é fornecido e que possa cau- sar, direta ou indiretamente, qualquer pro- blema ou dano. Claro que isto terá um período de tempo para a devida reclamação, expresso no próprio código. Direito à Revisão Contratual Os consumidores não estão obrigados a cumprir os contratos dos quais não te- nham tido um prévio conhecimento e escla- recimento das cláusulas impostas, com explicações dos termos técnicos ou frases legíveis. O fornecedor é obrigado a dar ga- rantia dos produtos, ou serviços que pres- tar ao consumidor. Devemos lembrar sempre que ele poderá exercer o direito de arrependimento pelo período de sete dias corridos da assinatura do contrato ou rece- bimento do produto. Direito à informação O fornecedor e o fabricante devem sem- pre apresentar as informações claras e preci- sas sobre os produtos e serviços de qualquer natureza, nunca omitindo
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