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1 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 NÓDULOS PULMONARES Importante começar o exame com uma diferenciação importante: Massa – maior que 3cm; Nódulo – menor que 3cm. Podem não ser neoplasias. Causas de nódulo pulmonar Alteraçoes congênitas; Alterações traumáticas; Doenças reumatoides; Infecções; Tentar identificar todos os nódulos com potencial para neoplasias. Como avaliar os nódulos? Radiografia – raio X de tórax convencional (PA e perfil); Tomografia normal, com contraste, phantom (comparar densidade dos nódulos e das massas); Abrir mão de biópsia quando isso for identificado; Ressonância com GD-DTPA; PET com FDG-F18. Com intuito de identificar metástases. Desafio – identificar a lesão e caracterizá-la. Identificar a lesão vai depender de vários fatores: incluindo a experiência do radiologista, tempo de trabalho, quantidade de vezes que já viu casos, ca; Há n´ódulos que vão ser subestimados e nódulos superestimados; Exames com alta quilovoltagem – com a radiologia digital, não é o mais importante. quanto melhor a qualidade de imagem, melhor vai ser, mas hoje em dia se corrige com a radiologia digital, que veio para melhorar a qualidade da imagem. Isso é benigno ou indeterminado? História; Exame físico; Caracterizar a lesão; Raio X de tórax; biópsia quando for necessário e algumas condutas para lesões específicas; História: Idade; Sexo; Fumante ou não; Histórico familiar; Se tem alguma lesão extrapulmonar, algum nódulo, lipoma, nevo com impressão no Raio X 2 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 No Raio X do paciente parecia ter um nódulo, então foi indicada uma tomografia – na verdade, era uma lesão neurofibromatose, de partes moles posterior. Temos que confirmar que a lesão está dentro do pulmão, por isso pedir sempre duas incidências para ajudar a avaliar. Paciente com lesão no ápice pulmonar. A tomografia mostrou que era uma lesão necrótica no ápice do pulmão. A acidência ápico-lordótica auxiliou a enxergar um pouco melhor a lesão, confirmando que estava no parênquima pulmonar. Raio X de tórax digital. Parecia ter uma lesão com alta densidade na base do pulmão. Mas a tomografia mostrou que é uma lesão periférica e, completamente, calcificada, provavelmente um derrame pleural antigo que calcificou. 3 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Caracterização das lesões Raio X de tórax; Tamanho; Margens; Calcificações Padrão de crescimento; Se existe lesões satélites. Tamanho 5% das lesões pulmonares com mais de 3cm são benignas. 95% das lesões pulmonares com mais de 3cm são malignas. Exceção à regra: cistos hidáticos – Índia, Argentina, Uruguai, RS. Índia tem costume de comer carne de ovelha mal passada, que pode propiciar à cistos hidáticos. 35 de 36 lesões maiores de 3cm eram malignas. 42% de 177 lesões malignas mediam menos de 3cm e 15% menos de 1cm. Lesão grande na base do pulmão. Raio X de tórax mostrou a lesão volumosa. Mais de 3cm, quase 6cm. Maligno. Exceção à regra. Lesão bem definida. Bordos bem regulares, redondinho, ovulada, com mais de 3cm na base do pulmão. É uma imagem cística, conteúdo líquido. Formação cística pulmonar que tem todas as características para ser um cisto hidático – lesão benigna com mais de 3cm. Nódulo 2cm, bordas irregulares, adenocarcinoma. Menos de 3cm e é algo maligno. 4 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Margens Margens lobuladas ou felpudas, cabeludas sugerem malignidade Margens lisas ou suaves, consideramos inconclusivo. Massa, não nódulo. Mais de 3cm. A chance de ser maligno é muito grande. Carcinoma bronquiogênico. Bordas irregulares, mais de 3cm, algumas especulações. Carcinoma bronquiogênico. Temos que ter cuidado pois as vezes a lesão vai ter esse aspecto de consolidação. Então, a pneumonia focal, pneumonias redondas ou focos redondos de pneumonia podem ser similares à nódulo com margens irregulares. Esse tipo de margem irregular sempre vai sugerir agressividade por infecção ou neoplasia – e as duas podem estar juntas, sendo um nódulo com foco infeccioso e infiltrado do parênquima adjacente. Calcificações • As calcificações usualmente sugerem benignidade. • Mas, quando a calcificação for periférica, irregular, aspecto agressivo pode sugerir malignidade. Como parte do processo ou quando o tumor acaba envolvendo uma calcificação na periferia. Na tomografia, esse nódulo tinha calcificações laminares e pontuais. Quando vemos esse tipo de padrão de calcificação, vamos considerar como de origem benigna. Calcificação é um processo já cicatrizado, pelo menos parcialmente. 5 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Nódulo bem evidente no raio X de tórax. Na tomografia, percebe-se que é um nódulo bem identificado com uma calcificação bem importante, praticamente todo o nódulo está calcificado. Massa englobando a calcificação na periferia. Pode sugerir agressividade e malignidade. Tem mais achados para sugerir algo maligno. Tempo de duplicação • < 30 dias e > 465 dias = benigno; • Intervalo de 30 a 465 dias = maligno. Mas cuidar, pois, muitos nódulos não respeitam isso. Então, se considera que, se aumentou de tamanho pode ser câncer, independente do tempo que levou para aumentar. O tempo de duplicação de uma lesão é o tempo de celularidade e não de raio. Uma massa de 1cm está duplicada em celularidade quando tiver 1,25 de diâmetro. Dois anos de intervalo e não mudou de tamanho. Lesão parcialmente calcificada benigna – granuloma. 1994 e 1999 – igual tamanho. Mas, por tomografia, tem um aspecto preocupante. Áreas que pregam por contraste e outras não. É uma massa, mais de 3cm, indicação cirúrgica em 1994, mas não operaram pois está em íntimo contato com a artéria pulmonar, seria indicada a retirada de todo o pulmão... clinicamente, deveria estar bom estado geral para não fazer a cirurgia. Mas, já que a lesão está igual depois de anos, confirmou-se ser um granuloma, benigno. 6 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Lesões satélites Geralmente, sugerem lesão benigna. Mas, ocasionalmente, pode estar em situação maligna, de metástases. Então, deve-se ter cuidado, especialmente quando aparecer em pacientes com alguma condição pré-existente de infecção, idade... levar em consideração todos os critérios. Muito comum em tuberculose. Lesão escavada e, atrás, tinha uma área de aumento da densidade do parênquima pulmonar. O cisto estava na mesma altura da lesão atrás – nódulo –. Paciente com tuberculose e lesão satélite. Efetivamente, só existem dois critérios que podem ser usados conclusivamente para considerar lesões benignas: • Presença de calcificações; • Ausência de crescimento em dois anos; O resto, classifica-se como indeterminado e se sugere controle ou tomografia seriada para avaliação. Tomografia • Multislice; • HRCT o Lesão com > 160 HU densidade, imagina-se que tem fibrose ou calcificação (benignidade); • Contraste o Exame sem e com contraste. o Sempre que aumentar 20 unidades a densidade de uma lesão, significa que tem metabolismo nesse tecido, então não é um cicatricial, mas sim com crescimento, grande chance de ser maligno. Parecia ser nódulos solitários. Na tomografia, viu que o paciente tinha outra lesão. Então, sempre que tiver lesão com necrose, esse aspecto com mais de 3cm, sugere metástase, abscesso ou granuloma... nesse caso, era um granuloma por tuberculose. 7 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Calcificação em um nódulo sugere benignidade, massempre que esse nódulo tiver uma calcificação periférica ou suspeitar que está crescendo e englobando uma calcificação já existente, devemos ficar atentos. Nódulo com bordas irregulares, aplica-se contraste e percebe que a densidade do nódulo mudou, ficou mais branco e mais brilhantes, significando que tem metabolismo. Paciente não habitual. Massa com densidades, impregnação com contraste, mais de 3cm. O nódulo se manteve o tamanho. Impregnação pode acontecer em lesões benignas, apesar de não ser comum. Paciente com lesão periférica, feita com contraste e a densidade se mostrou inalterada – provavelmente granuloma, lesão benigna. 8 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Lesão que não impregnou com contraste, apesar de ser mais de 3cm. Provavelmente, um granuloma. Critérios que podem sugerir malignidade • Bordas espiculadas; • Sinal brônquico – brônquio que chega ate a lesão; • Vaso que nutre a lesão; Corte tomográfico, acha o ponto da lesão, mede a distância da pele até a lesão, coloca a agulha, fazendo cortes tomográficos a cada momento, vê se a angulação da agulha está correta, chega na lesão e dá o disparo para que a agulha pegue o tecido da lesão. Sempre que encontrar um nódulo: ➢ Se tem calcificações, benigno. ➢ Se não tem calcificações, olhar o paciente. ➢ Se tem uma lesão de pele ou na parede que pode sugerir àquela imagem identificada, benigno. ➢ Se não tem, olhar raio X anteriores. ➢ Se nos raios X anteriores não houver crescimento, se a lesão estiver igual, benigno. ➢ Se não tiver raio X anteriores ou se houver alguma dúvida sobre o crescimento, fazer uma tomografia. ➢ Se na tomografia tiver calcificações ou se a lesão não impregnar com contraste, considerar benigna. ➢ Se for indeterminada, se não tiver condições de dizer se é benigna ou não, a indicação é cirurgia ou biopsia. 9 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Esse aspecto de lesão com bordas espiculares que nos sugerem pensar em malignidade, é uma atelectasia em um paciente que teve derrame pleural. Deve ser controlada, olhar exames anteriores, ver histórico. Difícil identificar a lesão, bordas mal definidas. No exame contrastado, a lesão impregna. Os bordos dos arcos costais – lesão está “comendo” a borda costal, cortical do osso. Lesão maligna, comportamento invasivo por invasão de estruturas adjacentes. Raio X mostra uma lesão grande. Na tomografia, vê que tem a densidade igual ao osso – completamente calcificada. Então, mesmo sendo uma massa, é benigna. Pode ser fungo. Cavidade de um paciente com tuberculose, parece que tem um pouco de espessamento da pleura. Lesão crescendo dentro. Parece que a lesão tem um vaso que alimenta a lesão – neoplasia. Pedir tomografia. Mas, na tomografia se vê que o paciente tem mal formações vasculares, vasos varicosos no pulmão – lesão benigna.
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