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Lúpus Eritematoso Sistêmico pt. 1 Introdução: Doença inflamatória sistêmica autoimune por formação de autoanticorpos e formação de complexos imunes que geram lesão tecidual. A etiologia, apesar de não muito conhecida ainda, sabe-se a importância da influência genética, ambiental e hormonal. Aspectos Clínicos: Pode apresentar: fadiga, febre, perda de peso, eritema malar, fotossensibilidade, lesões de pele e mucosas, alopecia, fenômeno de Raynaud, nefrose, pleurite, pericardite, sopros cardíacos, entre outros. IMPORTANTE: As manifestações citadas abaixo podem estar presentes ou ausentes. Estou citando as que podem ocorrer (mas não necessariamente vão). Manifestações articulares: Todas articulações podem ser afetadas, incluindo mãos, punhos, cotovelos, ombros, pés, tornozelos e joelhos. Geralmente simétrico Artropatia de Jaccoud Necrose asséptica de múltiplas articulações (principalmente de cabeça do fêmur) – relacionada ao uso de altas doses de glicocorticoide por longo período. Osteoporose Manifestações mucocutâneas: Fotossensibilidade (eritema de áreas expostas) Lesão em asa de borboleta Nas formas subagudas: lesões simétricas, superficiais, não cicatriciais e localizadas em áreas fotoexpostas. Iniciam como pápulas eritematosas e evoluem para papuloescamosas. Associada a anti- Ro/SSA. Lúpus discoide (placas eritematosas cobertas por camada aderente, geralmente em couro cabeludo, orelhas, face e pescoço). Eritema palmoplantar Fenômeno de Raynaud Alopecia Úlceras orais e nasais indolores Manifestações cardiovasculares: Pericardite Derrame pericárdico (geralmente pequeno) Miocardite (associada a pericardite) Espessamento valvar Episódios tromboembólicos (associados a SAF e ao uso crônico de corticoide e anticoncepcional) Doença arterial coronariana (devido processo acelerado de aterogênese devido inflamação sistêmica sustentada) Manifestações pulmonares: Pleurite com derrame pleural de pequeno a moderado volume (geralmente bilateral) Hipertensão pulmonar Pneumonite lúpica (febre, tosse, hemoptise, pleurite e dispneia) Manifestações renais: Proteinúria persistente Síndrome nefrítica na glomerulonefrite proliferativa Síndrome nefrótica na glomerulonefrite membranosa Insuficiência renal crônica Manifestações neuropsiquiátricas: Disfunção cognitiva Cefaleia Distúrbios do humor e ansiedade Doença cerebrovascular Convulsões Mielopatia Distúrbios de movimentos Síndromes desmielinizantes Meningite asséptica Psicose Alterações Laboratoriais: Leucopenia Linfopenia Anemia de doença crônica (anemia normocrômica/normocítica, leve a moderada, e caracteriza-se por hipoferremia na presença de estoques adequados de ferro) Em 10% dos casos anemia hemolítica caracterizada por reticulocitose, presença de Coombs direto positivo e elevação de bilirrubinas e LDH Trombocitopenia Pancitopenia NÃO é achado comum Proteinúria, hematúria e cilindrúria Provas de fase aguda: VHS e Proteína C reativa Diminuição do complemento, especialmente na nefrite. Hipergamaglobulinemia policlonal Elevação de alfa2globulina Redução de albumina Autoanticorpos na LES: Anti-DNAds: comprometimento renal Anti-SM: melhor especificidade no diagnóstico de LES Anti-RO/SSA e Anti-La/SSB: Síndrome do lúpus neonatal e lúpus cutâneo Anti-P-ribossomal e Anti-NMDAR: manifestações neuropsiquiátricas em pacientes com LES Anticardiolipina e Anticoagulante lúpico: associados a fenômenos tromboembólicos Anti-RNP: Doença mista (caso negativo: síndrome de superposição) FAN (TESTE DO FATOR ANTINUCLEAR): O FAN nos fornece dado sobre título e padrões. O título do anticorpo antinuclear é uma medida indireta da quantidade total de anticorpos séricos. Quanto maior o título, maior é a quantidade de anticorpos. Os pacientes autoimunes tendem a apresentar títulos moderados (1:160 e 1:320) e elevados (maior ou igual a 1:640) - há exceções Os padrões nucleares são diversos e nos direcionam a pensar em determinado autoanticorpo e podemos destacar os seguintes: Nuclear pontilhado centromérico Nuclear pontilhado fino (pode resultar de anticorpos anti-SS-A/RO e anti-SS-B/La) Nuclear pontilhado grosso (anticorpos anti-Sm e anti-U1 RNP). Anti-RNP é encontrado em pacientes com doença mista do tecido conectivo. Nuclear homogêneo (pode resultar de anticorpos anti-DNAds, anti-DNAss e anti-histonas) – anti-DNAds são fortemente associados a LES e anti- histonas ao lúpus induzido por drogas Obs: primeiro pedimos o FAN e ele vai direcionar. Então pedimos pesquisa de autoanticorpo específico. Critérios de Classificação e diagnóstico: O diagnóstico pode ser estabelecido pela associação de achados clínicos e laboratoriais. Para isso, usamos os critérios clínicos e imunológicos utilizados no sistema de classificação do grupo SLICC que é mais recente e possui pontos importantes acrescentados em relação aos critérios de American College of Rheumatology (1982). Tabela do livro: Cecin HA, Ximenes AC. Tratado Brasileiro de Reumatologia. São Paulo: Atheneu, 2015. Se gostou, não deixe de curtir por favor! Obrigada
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