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Neonatologia em ruminantes


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1 @samanthastudies_ 
Neonatologia em 
ruminantes 
Importância econômica 
• Carne 
• Leite 
• Lã 
Adaptação ao ambiente 
extrauterino 
• Controle das trocas gasosas 
• Eliminação de excrementos 
• Controle da temperatura 
• Controle do fluxo sanguíneo 
• Procura por comida 
Eixo hipotalâmico gonadal aumenta dosagem 
de citosina para sinalizar o parto. Isso gera o 
estresse fisiológico ocasionando o parto em si. 
As primeiras 24 horas do neonato são 
essenciais. 
Período perinatal 
• 270 dias de gestação (9 meses) 
• 150 dias de gestação (ovelhas e cabras) 
• Parto gemelar dura menos meses 
Período neonatal (28 a 30 dias após o parto). 
Por isso, todo neonato é considerado caso de 
urgência. Bovinos tem maior casuística de 
distocia, porem são animais muito rústicos e 
resistentes. 
Stress do parto: durante o parto, o neonato 
passa por um estresse fisiológico devido a 
adaptação das funções dos sistemas 
cardiorrespiratórias, e também a 
termorregulação, nutrição e entre outros. 
Doença do neonato 
Incompetência imunológica devido o pouco 
tempo de vida e necessidade de colostro. 
Incapacidade de manter a temperatura, já 
que o sistema fisiológico do neonato é 
imaturo. 
Ingestão frequente de alimentos energéticos 
já que o abomaso é pequeno, então eles não 
possuem um bom armazenamento 
energético. 
Colostro: quantidade e qualidade. A sucção 
deve ser avaliada para que o recém-nascido 
seja bem alimentando e absorva 
corretamente o colostro. 
A qualidade do leite também deve ser boa, a 
vaca não pode estar subnutrida para que o 
crescimento e desenvolvimento de sua prole 
seja correto. No final da gestação, toda 
reserva energética da mãe vai para produção 
do leite e colostro. Por isso, a alimentação 
deve ser bem feita durante esse período 
crucial. 
Cuidados com o neonato 
Limpeza da via respiratória deitando o animal 
e fazendo com que os líquidos saiam do trato 
respiratório e evitando a aspiração. Em 
seguida deve ser feita a massagem para 
incentivar o batimento do coração. 
• Mucosas róseas, clareado, porém não 
chega a ser pálida. 
• TPC 
• Temperatura é maior que adulto, 39,5. A 
temperatura do neonato não é regular. 
• Reflexo de sucção: o reflexo deve ser bom 
para que o animal consiga ingerir a 
quantidade adequada de leite e colostro. 
Aleitamento artificial 
Necessário em caso de animais órfãos e que a 
mãe não esteja produzindo leite de qualidade. 
O aleitamento pode ser feito com seringa, 
mamadeira e por sonda. 
A maneira mais indicada de aleitamento 
artificial depende da situação do animal, então 
varia. A mamadeira é boa porque estimula a 
sucção. A sonda é indicada quando o animal não 
tem forças para mamar. Porém os 
ruminantes possuem a goteira esofágica que 
no futuro pode acarretar uma afecção. O 
animal deve estar devidamente posicionado 
para evitar falsa via. 
• Banco de colostro 
• Transferência de plasma sanguíneo 
• Leite de outras vacas 
• Primeiros 7 dias 
• Sucedâneos 
 
2 @samanthastudies_ 
Período máximo após o parto para 
fornecimento do colostro é de 6 horas. O 
colostro tem a função de transferência de 
imunoglobulinas. 
 
Armazenamento de colostro: 
• Temperatura ambiente: 24h 
• Resfriado: 1 semana 
• Congelado -20: anos 
• Deve ser descongelado a banho-maria 
a 55C 
Cura do umbigo – cordão umbilical 
O umbigo é um canal aberto, então deve ser 
feito a limpeza e cicatrização rapidamente. O 
cordão umbilical precisa ser ressecado. 
Utilizar iodo e descartar de animal para animal. 
Deve ser feito 3 vezes ao dia. 
Expulsão do mecônio 
São as primeiras fezes do neonato. Possuem 
coloração amarela e consistência gelatinosa, 
já que é constituído de líquido amniótico e leite. 
O cheiro é similar ao leite. A coloração do 
mecônio do pequeno ruminante é mais escura. 
É expulso dentre as 6 a 8 primeiras horas de 
vida. Deve ser feita a estimulação da 
eliminação com a utilização de massagem. 
Sistema urogenital 
É preciso palpar o animal para avaliação a 
procura de anormalidades congênitas. 
Sistema musculoesquelético e 
nervoso 
Induzir o animal a andar, procurar por 
reflexos. Puxar os membros para ver se volta 
para o local. Pinçar um pouco o pé para ver se 
tem resposta nervosa periférica. Avaliar 
reflexo patelar. Reflexo palpebral para avaliar 
a visão do neonato. 
Diferenças da clínica de neonatos 
• Suscetibilidade às doenças infecciosas 
• Suscetibilidade a desidratação 
• Diagnóstico e tratamento precisam ser 
feitos rapidamente 
• Terapia de suporte 
Pré estômagos e abomaso 
O abomaso é grande ao nascimento, enquanto 
os outros compartimentos são menores. 
 
 
O abomaso vai diminuindo e a goteira 
esofágica vai se desfazendo, e o rúmen vai 
aumentando. 
Posição adequada da amamentação 
 
neonato 
Animal adulto 
 
3 @samanthastudies_ 
 
Posição errada da amamentação 
Pode levar a uma falsa via, ocasionando 
putrefação do leite. 
 
O leite putrificado pode causar uma indigestão 
no bezerro. 
Indigestão em bezerros 
Falha na ativação da goteira esofágica: 
• O leite desce para o rúmen e vai putrificar. 
• O bezerro engole rápido causado essa 
falsa via. 
• Animais que se alimentam irregularmente 
também podem levar a indigestão. Quando 
o animal fica muito tempo com fome, ele 
come muito rápido, o que também pode 
ocasionar falsa via. 
• Erros de manejo podem baixar a imunidade 
e estimular a sucção incorreta. 
Excesso de leite gera o refluxo abomasal, 
fazendo com que o animal tente externar 
novamente o leite. Esse reflexo irrita o 
abomaso levando a uma abomasite e 
indigestão. 
Patogenia da indigestão 
Disfunção da goteira esofágico -> leite vai 
para o rúmen -> fermentação ou putrefação 
da microbiota que antes estava inativa -> 
falta de formação do coágulo do leite no 
abomaso -> falha no abomaso -> animal tenta 
regurgitar -> leite putrefa no abomaso -> 
atrofia das vilosidades no intestino delgado -> 
má digestão e má absorção -> sinais clínicos 
como diarreia e mal estar. 
Pode levar a um processo infeccioso 
secundário. 
Sinais clínicos 
• Emagrecimento 
• Apetite variável 
• Timpanismo recidivante 
• Deprimido 
• Pelo seco, áspero e eriçado 
• Fezes com aspecto de cimento: claro e de 
odor butírico (ranço) e pegajoso 
• Animais lambem uns aos outros devido a 
deficiência nutricional e ao sal presente nos 
pelos, já que eles não têm reservas 
energéticas 
Tratamento 
• Esvaziar o rúmen com a sonda 
• Corrigir o pH limpando o rúmen e dando 
inicio ao tratamento com pré biótico e pró 
biótico 
• Dieta rica em fibra 
• Transfaunação associada com o pré 
biótico e pró biótico 
• Induzir o animal a sugar 
Falha na transmissão da imunidade 
Razões: 
• Falha na produção de colostro 
• Falha na ingestão do colostro 
• Pouca absorção intestinal 
Avaliação da falha deve ser feita por um 
teste de avaliação sérica de IgG1. Ou pode ser 
feito diretamente no leite da vaca. 
• <8mg/ml: falência 
• 8 a 16mg/ml: inadequada transferência 
• >16mg/ml: adequada transferência 
Outros testes podem ser feitos que medem 
diretamente a concentração sérica de igG: 
• Imunodifusão radial simples em gel de ágar 
• Teste de ELISA 
Testes indiretos: 
• Qualitativos: turvação do sulfato de zinco 
• Quantitativos indiretos: proteínas totais, 
gamaglobulinas e gamaglutamil transferase -
GGT) PT-<5,0g/dl / GGT- < 50g/dl 
 
4 @samanthastudies_ 
Tratamento 
• Fornecer colostro de qualidade 
• Transfusão de sangue via total 
• Transfusão de plasma 
• Doador precisa ter 1400mg/dl de igG 
correntes 
Asfixia neonatal 
70% dos cordeiros nascidos de partos 
distócico não sobrevivem até o 7 dia de vida. 
Maior culpado por perdas econômicas. 
Existem quatro tipos de asfixia: 
• Asfixia neonatal crônica: animal teve parto 
distócico e não conseguiu sair e asfixiou 
dentro do útero 
• Asfixia neonatal aguda: está no canal de 
parto, tentando respirar devido ao tempo 
que o animal está no trato e acaba 
asfixiando. 
• Asfixia precoce: imediata após o parto, 
animalpassou muito tempo na expulsão e 
acaba aspirando devido erro de manejo. 
• Asfixia tardia: no decorrer das primeiras 
horas de vida, mucos na via respiratória ou 
mamada errada. 
A mais grave é a crônica, já que não tem muito 
o que se possa ser feito. A tardia muitas 
vezes é por erro de manejo. 
Asfixia neonatal aguda 
Parto distócico: 
• Tamanho do terneiro/cordeiro 
• Mal posicionamento 
• Ajuda forçada 
Patogenia do parto distócico 
Rompimento da placenta e diminuição das 
trocas gasosas e materno-fetais -> aumento 
de Co2 levando a acidose respiratória -> 
glicólise anaeróbica para liberar ácido lático -> 
ativação do sistema respiratório. 
O problema é quando essa ativação é precoce 
e o neonato aspira o líquido amniótico. Isso 
leva a asfixia, hipoxemia e isquemia. 
Sinais clínicos 
• Apatia 
• Depressão 
• Debilidade 
• FC aumentada 
• FR aumentada 
• Mucosas pálida 
• Morte fetal intrauterina ou óbito no 
primeiro dia de vida 
Tratamento 
• Limpeza das vias respiratórias 
• Insuflação de oxigênio 
• Ambiente aquecido 
• Correção de acidose: solução alcalina IV e 
monitoramento 
• Corticoide prednisolona ou prednisona 
Após funções vitais estabelecidas administrar 
colostro. 
Profilaxia 
• Manejo 
• Melhoramento genético 
• Manobras obstétricas 
Asfixia neonatal crônica 
Normalmente causada por inflamação. asfixia 
por insuficiência útero placentária: placentite 
e endometrite. 
Patogenia da asfixia neonatal 
crônica 
Fluxo sanguíneo uteroplacentário adverso -> 
menor depósito de gordura da fêmea, massa 
muscular e depósito de glicogênio -> devido a 
deficiência nutricional ou reprodutiva -> 
ocorre a liberação por via transplacentária de 
catecolaminas e corticoides -> aborto ou 
parto pré maturo -> asfixia neonatal crônica. 
O feto pode mumificar dentro da mãe. 
Sinais clínicos 
• Acidose respiratória moderada 
• Deficiência energética (glicose) 
• Parto pre maturo: debilidade 
• Aborto 
Tratamento 
 
5 @samanthastudies_ 
• Fluidoterapia: glicose, ringer lactato 
• Ambiente aquecido 
• Colostro 
• Corticoide: previne a infecção e ajuda na 
imunomodulação pulmonar 
Prognostico muito ruim. 
Onfalopatias 
 
Fatores predisponentes: 
• Neonato fraco 
• Ingestão de colostro 
• Estabulação pouco higiênica 
• Superlotação 
• Ventilação inadequada 
• Falta de manejo 
Etiologia 
• Hereditário 
• Flora bacteriana mista: E. coli, Proteus 
ssp., Staphylococcus spp., coryebacterum 
pyogenes. 
• Associado a cura não completa do umbigo 
Onfalite 
Processo inflamatório de todo cordão 
umbilical. 
• Parte externa do umbigo com secreção 
purulenta 
• Dois a cinco dias de idade 
• Dor a palpação 
• Edemaciação 
• Obstrução ou drenagem de material 
purulento 
• Tratamento: drenagem e limpeza do local 
Onfaloflebite 
Envolve o sistema circulatório. 
• Abscessos ao longo da veia umbilical 
• Toxemia crônica (baixo desenvolvimento) 
• Umbigo dilatado e com material purulento 
• Depressão 
• Inapetência 
• Febre 
• Perigo de problema secundário hepático 
Diagnostico 
• Ultrassonografia 
• Leucograma 
• Provas de função hepática (TGP e TGO) 
Tratamento 
Antibioticoterapia parenteral e limpeza local. 
Onfaloarterite 
 
• Toxemia crônica 
• Subdesenvolvimento 
• Sem resposta antibióticos devido a 
infecção generalizada 
Tratamento 
Extirpação cirúrgica dos abscessos. 
Uraquite 
Processo inflamatório no úraco. 
• Umbigo intumescido 
• Umbigo pode estar normal 
• Drena secreção purulenta 
• Cistite e piúria 
Diagnóstico 
 
6 @samanthastudies_ 
• Palpação profunda do abdome, direção 
dorsocaudal 
• Radiografia contrastada 
• Laparotomia exploratória 
• Remoção cirúrgica de abscessos 
• Urinálise 
Diagnostico diferencial é uma hernia umbilical. 
Pode ocorrer uma hérnia associada a um 
abscesso. Caso isso ocorra, optar por 
procedimento cirúrgico. 
Sequelas das Onfalopatias 
• Abscesso hepático 
• Artrite séptica 
• Cistite 
• Pneumonia 
• Enterite 
• Meningite 
Prevenção: iodo e manejo correto da cura do 
umbigo. 
Diarreia neonatal 
Costumam ser multifatorial e de perda 
econômica gravíssimas. Pode ser por bactéria, 
vírus e protozoários, sendo as causadas por 
vírus as mais complicadas. 
Não infecciosa 
• Manejo higiênico 
• Temperatura do leite 
• Volume inadequado de leite 
• Intervalos irregulares de fornecimento 
• Alterações da composição química do leite 
• Uso inadequado de sucedâneos 
• Falha na formação da goteira esofágica 
A consistência das fezes deve ser avaliada e 
também: 
• Cor e odor 
• Excesso de muco 
• Coágulos de leite não digerido 
• Estriadas de sangue 
• Fibrina 
• Tecidos necrosados 
• FC alterada, podendo star alta ou baixa 
• FR alta 
• Temperatura baixando gradualmente 
Sinais clínicos 
• Apatia 
• Enfraquecimento 
• Diminuição do reflexo de sucção 
• Hiporexia ou anorexia 
• Perda de peso 
• Desidratação 
• Decúbito esternal 
• Decúbito lateral em casos piores 
Diagnóstico 
• Sinais clínicos 
• Evolução do quadro 
• Epidemiologia 
• Exames laboratoriais: hemograma, sódio, 
potássio e cloro 
• Histopatológico 
• Exame microbiológico 
• Exame coproparasitológico 
Tratamento 
• Correção da desidratação e alterações 
iônicas com fluidoterapia de suporte 
• Alivio da função intestinal com probiótico e 
prébióticos 
• Eliminação da bactéria e toxina com 
antibiótico 
• Melhora da flora intestinal 
• Formas leves: mantem alimentação + 
adsorvente + protetor mucosa 
• Formas moderadas: substituir leite por 
soluções de cloreto de sódio e glicose VO e 
reintroduzir leite gradualmente 
• Formas severas: fluidoterapia parenteral 
Caso seja associada a infecção: 
• Gentamicina 2,2mg/kg – BID ou TID IV 
• Amicacina 4,4 a 6,6mg/kg BID IV 
• Sulfa – Trimetoprim 22mg/kg BID IV 
• Enrofloxacina – 2,2mg/kg BID IV 
• Florfenicol – 20mg/kg IM