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Anatomia do Esôfago – Partes Parte Cervical M. cricofaríngeo (m. constritor inferior da faringe) – esfíncter esofágico superior C6 atéT1 (6,0 a 8,0 cm); mediano; relações com traqueia, faringe e tireoide Parede: músculo estriado esquelético; revestido por uma camada adventícia (tecido conjuntivo frouxo- permite uma disseminação mais fácil) Parte Torácica T1 até T10 Transição entre músculo estriado esquelético e liso; revestido por uma camada adventícia Possui relações com aorta, veia cava superior, átrio esquerdo, traqueia e brônquios principais, particularmente o esquerdo Atravessa o hiato esofágico (pilar diafragmático direito) – T10 Parte abdominal T10 até T11; atravessa o hiato diafragmático Músculo liso – fibras entrecruzadas formam o esfíncter esofágico inferior Troncos vagais anterior (bago esquerdo) e posterior (vago direito), após plexo esofágico Revestido por uma camada serosa Organização da parede esofágica Anatomia do Esôfago – Mecanismos Anatômicos Anti-Refluxo Gastresofágico ➢ Esfíncteres esofágicos superior e inferior ➢ Esfíncteres esofágicos inferior Principal mecanismo anti-refluxo Musculatura lisa; o reflexo é controlado pela inervação vagal Ele controla a passagem do bolo alimentar para o estômago e impede o refluxo de conteúdo gástrico para o esôfago, onde ele pode danificar a mucosa ➢ Incisura árdica (ângulo de hiss) Esse ângulo pode ser desfeito quando o estômago é retido ➢ Coxim adiposo periesofágico Forma uma espécie de anel de constrição Hérnias do Hiato Diafragmático • Alargamento do hiato esofágico ou encurtamento do esôfago • Segmento gástrico no mediastino • 2 tipos: ➢ Hérnia de hiato por deslizamento (95%) – crura diafragmática ➢ Hérnia paraesofágica hiatal por rolamento ➢ Disfagia Dificuldade de deglutição Geralmente é uma condição progressiva – algo está crescendo/depositando algum material dentro da luz e estreitando ou pode ser algum problema nos esfíncteres ➢ Odinofagia Dor à deglutição Geralmente ocorre em esofagites – infecciosas virais e fúngicas ➢ Pirose Sensação de queimação retroesternal/azia ➢ Regurgitação Conteúdo que não foi deglutido e volta, podendo levar a halitose ➢ Dor retroesternal ➢ Halitose ➢ Tosse Generalidades • O refluxo gastroesofágico é um evento fisiológico (1x/hora) • Aumento na frequência causa a doença (DRGE). • Sintomática ou assintomática; com ou sem lesão histológica Fatores de Risco ✓ Alimentos condimentados, refrigerantes/gaseificados, chocolates, café, álcool ✓ Anomalias anatômicas – hérnias de hiato ✓ Medicamentos (antidepressivos) ✓ Tabagismo Complicações ✓ Aumento da pressão intra-abdominal e retificação da incisura cárdica de Hiss ✓ Hiperacidez gástrica (intrínseca e extrínseca) ✓ Esofagite de refluxo – principal complicação ✓ Relacionada à doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) – refluxo de conteúdo gástrico para o esôfago Clínica: ✓ Pirose ✓ Tosse; rouquidão ✓ Dor retroesternal. ✓ Manifestações pulmonares (pneumonia), bronquite crônica. Etiopatogênese: ✓ Incompetência contrátil do EEI ✓ Hérnias de hiato ✓ Obesidade ✓ Distensão gástrica ✓ Hiperacidez gástrica (fatores indutores) ✓ Gestação Morfologia ✓ Mucosa hiperêmica, por vezes, ulcerada a erodida ✓ Acantose e papilomatose Acantose: espessamento do epitélio por conta da Camada de Malpighi ✓ Hiperplasia da camada basal Células basais começam a ir para cima por um processo de hiperplasia ✓ Espongiose e balonização epitelial edema intercelular Espongiose: acúmulo de líquidos entre as células, fazendo com que as células tornam-se espaçadas ✓ Úlceras eventualmente ✓ Exocitose de linfócitos e eosinófilos Microscopia • Geralmente relacionado à DRGE (10 a 15%) crônica (>5 anos) Formas clínicas: Barrett curto – até 3,0 cm da JEG Barrett longo – mais de 3,0 cm da JEG Fatores de Risco ✓ Homens, caucasianos, >50 anos ✓ Mutações em fatores de transcrição – células progenitoras: ↑ SOX9 – diferenciação colunar ↑ FOXA2, CDX1 e 2 – diferenciação intestinal devido alteração de epitélio estratificado para epitélio simples Morfologia: Macroscopia ✓ Mucosa alaranjada, aveludada, irregular, substituindo aspecto esbranquiçado. Membrana Basal Microscopia ✓ Metaplasia intestinal do epitélio escamoso do esôfago (coloração de Azul de Alcian) Displasias epiteliais – risco para desenvolvimento de adenocarcinoma 30 a 40 vezes maior (displasias de baixo e alto grau*) Acompanhamento de 6 em 6 meses em displasias de baixo grau Acompanhamento de 3 em 3 meses em displasias de alto grau Monilíase Esofágica (CANDIDÍASE) • Placas algodonosas na mucosa esofágica • Áreas ulceradas superficiais • Fungos (pseudo-hifas não septadas e esporos) – coloração de PAS ou Gomori – Grocott • Indivíduos imunodeprimidos e imunossuprimidos Quimioterapia Artrite reumatoide Imunodeficiências congênitas e adquiridas Epitélio escamoso Epitélio glandular Esofagite Herpética • Úlceras superficiais • Inclusões nucleares • Amoldamento de núcleos • Indivíduos imunodeprimidos e imunossuprimidos Anomalias congênitas Atresia Resulta da falta de septação normal do intestino anterior em esôfago e traqueia Apesar de raras, são muito importantes, tendo em vista que ✓ os tipos mais frequentes são graves ✓ apresentam sintomas precoces (disfagia, vômitos após alimentação, regurgitação e, em certos casos, dificuldade respiratória, tosse e infecções pulmonares) ✓ algumas são passíveis de correção cirúrgica ✓ associada a outras malformações em 50% dos casos Fistulas É uma patologia causada pela conexão entre um órgão ou de um vaso sanguíneo com outra estrutura que normalmente não estão conectados Congênitas Adquiridas Estenoses Divertículos esofágicos • São dilatações circunscritas da parede esofágica, congênitas ou adquiridas, que se comunicam com a luz do órgão. • As sedes principais são: 1. Cervical – divertículo de Zenker Mais comum 2. Torácicos – tração 3. Abdominais – epifrênicos (raros) Acalasia Esofágica • Deficiente relaxamento do esfíncter esofágico inferior • Anormalidades (tríade): Aperistalse Relaxamento incompleto do EEI Elevação do tônus do EEI • Estreitamento do EEI com dilatação à montante Tipos ➢ Primária: Denervação intrínseca do EEI (autoimunidade contra a célula ganglionar e reação cruzada – vírus) Redução da síntese de NO Lesão vagal direta (nervo ou núcleo) ➢ Secundária: Lesão de plexos miontéricos do esôfago ✓ Doença de Chagas ✓ Neuropatia diabética Varizes Esofágicas • Relacionada à hipertensão portal ✓ Cirrose hepática - 15% dos indivíduos ✓ Trombose de veias hepáticas (Síndrome de Budd-Chiari) ✓ Trombose de veia porta ✓ Compressão extrínseca da veia porta • 60% das HDA – 30% óbito; 70% ressangramento Patogênese: • Refluxo de sangue do sistema porta para plexo esofágico inferior (veia ázigo para a cava) Morfologia • Dilatação e tortuosidade das veias do plexo esofágico • Varizes com trombose e ectasia • Ruptura – hemorragia • Lacerações longitudinais da mucosa esofágica junto à JEG • Cerca de 10% das HDA • Relaxamento do EEI, com alargamento e laceração da JEG • Eventos repetitivos de vômitos Endoscopia do esôfago
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