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Fármacos que atuam no Sistema Digestório Dra. Andreia Rizzieri Yamanaka Sistema Digestório - Fisiologia o Preensão, mastigação e deglutição o Maceração e decomposição do alimento o Digestão enzimática pelo organismo ou microorganismos o Absorção e eliminação dos nutrientes não aproveitados Funções – Aparelho digestório Sistema Digestório - Fisiologia o Degradação enzimática é semelhante nas espécies o Processos digestivos diferente entre as espécies RUMINANTES x MONOGÁSTRICOS CARNÍVOROS x HERBÍVOROS x ONÍVOROS Funções Sistema Digestório - Fisiologia o Motil idade o Secreções o Ação enzimática o Absorção de nutrientes e eliminação o Eventos hemodinâmicos; controle SNA ou hormônios Funções – Trato digestivo Por quê fazer? Anorexia Mecanismos: Curto prazo: regula a fome Longo prazo: regula os estoques de nutrientes 1- Estimulantes do apetite Orexígenos ou orexigênicos Hipotálamo ventromedial centro da saciedade Hipotálamo lateral centro da fome o Tônicos amargos: Noz vômica, Amargo de genciana, Quássia – DESUSO Os antitônicos amargos... Súbstâncias ácidas o Vitaminas do Complexo B: Manutenção do apetite e participam do metabolismo 1- Estimulantes do apetite o Zinco: acuidade do paladar o Esteróides anabolizantes: retenção de nitrogênio; sensação de bem estar geral o Anti-histamínico: mecanismo desconhecido o Fenodiazepínicos suprime o centro da saciedade) diazepam em gatos: 0,05 - 0,15 mg/kg IV, SID elfazepam em bovinos e ovinos 1- Estimulantes do apetite 2- Demulcentes, protetores de mucosa, emolientes, adsorventes e adstringentes lubrificar, recobrir, proteger ou aliviar a irritação da mucosa o Demulcentes Subs. que atuam nas primeiras porções do trato digestivo o Protetores de mucosa Subs. insolúveis que atuam nas porções finais. Ex. pectina o Emoliente Subs. gordurosa ou oleosa utilizada sobre a pele e mucosas 2- Demulcentes, protetores de mucosa, emolientes, adsorventes e adstringentes o Adsorventes Subs. que por meio de forças eletrostáticas atraem outras Carvão ativado, trissilicato de alumínio, pectina o Adstringentes Subs. que tem a capacidade de precipitar a camada superficial proteica das células Formando uma película protetora Mais utilizada em pele do que em mucosa Podem fazer uma camada protetora sobre o microorganismo 3- Antiácidos Aumentam o pH gástrico, neutralizando o HCl o Uso restrito na veterinária o Neutralizar a acidez causada por sobrecarga de grãos ruminantes Ação sistêmica e local o Bicarbonato de sódio – Sistêmico Pode causar distensão abdominal e eructação com refluxo ácido 3- Antiácidos o Hidróxido de alumínio - Local Mais potente Demulcentes e adsorventes e pode causar constipação Uso prolongado interfere na absorção de fosfatos Adstringente e efeito constipantes 4- Bloqueadores de secreção de ácido clorídrico (HCl) o Controle da secreção: Acetilcolina (estimulo vagal) + Gastrina Promovem a liberação de histamina Histamina estimula a liberação do HCl pelas células parietais HCl faz retroalimentação negativa com a Gastrina 4- Bloqueadores de secreção de ácido clorídrico (HCl) 4- Bloqueadores de secreção de ácido clorídrico (HCl) o Antagonistas Muscarínicos Pirenzepina e Telenzepina Reduz cerca de 40 a 50% a secreção gástrica basal de HCl Retardam o esvaziamento gástrico – interação prolongada entre ácido e o antiácido Efeitos colaterais: boca seca, dificuldade visual, constipação intestinal 4- Bloqueadores de secreção de ácido clorídrico (HCl) o Antagonistas histaminérgicos do tipo H2 Cimetidina, Ranitidina, Famotidina e Nizatidina Bloquear o receptor da Histamina na célula parietal o Inibidores da bomba gástrica de HCl Omeprazol e Lansoprazol Bloqueiam reversivelmente a bomba H+ K+ - ATPase Localizada na membrana das células parietais Responsáveis pela secreção de HCl 4- Bloqueadores de secreção de ácido clorídrico (HCl) o Prostraglandinas ( PGE2 e PGI2) Sintetizadas pela mucosa gástrica (citoprotetor) Inibem a secreção de HCL Estimulam a secreção de muco Misoprostol (Análago sintético da PGE1) Efeito colateral: aumenta motilidade uterina e intestinal 4- Bloqueadores de secreção de ácido clorídrico (HCl) o Sucralfato Complexo formado de sacarose sulfatada e hidróxido de alumínio Forma um complexo com o exsudato do tecido lesado Produz uma barreira protetora sobre a mucosa Estimulam a produção de prostaglandina ? 5- Eméticos o Mecanismo espontâneo de defesa do organismo o Com objetivo de impedir ou reduzir a absorção de agentes tóxicos presentes no estômago o Medicamentos que provocam êmese o Situações que provocam a êmese Local da mucosa gástrica – Irritação Vestibular – Cinetose Central – Infeccições virais, febre ou toxemia 5- Eméticos o Espécies que conseguem vomitar: cães e gatos, primatas, algumas aves e répteis o Uso: intoxicações, antes da anestesia geral o Contra indicações: ingestão de venenos corrosivos, pacientes em coma ou semiconscientes, obstrução esofágica o USAR SOMENTE EM PACIENTES CAPAZES DE VOMITAR 5- Eméticos o Eméticos de AÇÃO LOCAL – Substâncias irritantes Cloreto de Na Forma cristalina ou solução hipersaturada Com água fria ou morna de 30 a 60mL Sulfato de zinco ou cobre 1% Peróxido hidrogênio (H2O2) a 3% - Água oxigenada 10V - 1 a 2 ml/kg - Vômito após 10 minutos 5- Eméticos o Eméticos de AÇÃO CENTRAL Apomorfina Agonistas de receptores dopaminérgicos, atuam na ZDQ Uso em cães e gatos (VO, parenteral, saco conjuntival) Provoca o vômito de 2 a 3 min com posterior depressão Xilazina Usado em cães e gatos (+) com posterior sedação 6- Antieméticos o Usados para prevenir o vômito o Pode causar exaustão, desidratação o Hiponatremia, Hipocloremia e Alcalose o Uso: patologias que provoquem o vômito 6- Antieméticos o Bloqueadores dopaminérgicos – AÇÃO CENTRAL Metoclopramida, Bromoprida e Domperidona Favorecerem o esvaziamento gástrico São desprovidos de efeito sedativo Bloqueiam os receptores dopaminérgicos da ZDQ Mais utilizada é a metoclopramida (Plasil®) Dose: 1 mg/kg VO, Parenteral 3 a 4 vezes/dia Excitação em cães 6- Antieméticos o Agentes anticolinérgicos – AÇÃO CENTRAL Escopolamina Reduz as secreções e motilidade do TGI Controle da cinetose (vestibular) Gatos pode provocar excitação Dose em cães: 0,03 mg/kg a cada 4 horas 6- Antieméticos o Anti-histamínicos – AÇÃO CENTRAL Dimenidrinato (Dramin®) e a Difenidramina Bloqueiam impulsos histaminérgicos e colinérgicos No centro do vômito e zona vestibular Podem causar sonolência Cães respondem melhor 6- Antieméticos o Piridoxina - Vitamina B6 – AÇÃO CENTRAL Ativa a enzima descaboxilase do ácido glutâmico ? Produz GABA (ϒ-aminobutírico) Reduz norepinefrina e serotonina ? 6- Antieméticos o Antagonista de receptores da serotonina (5-HT3) – AÇÃO CENTRAL Ondansetrona Bloqueio dos receptores 5-HT3 na ZDQ e terminais nervosos vagais Usados em quimioterapia Cães: 0,1 mg/kg IV ou 0,5 a 1 mg/kg VO Cats: 0,1 a 0,2 mg/kg SC ou 0,1 a 1 mg/kg VO 1 6- Antieméticos o Antagonista dos receptores da neurocinina 1 – AÇÃO CENTRAL Maropitant (Cerenia®) Bloqueia a ligação da substância P no centro do vômito Substância P é considerada o neurotransmissor chave envolvida no vômito 6- Antieméticos Antieméticos de AÇÃO PERIFÉRICA o Atuam sobre a mucosa gástrica o Diminuem a irritação gástrica o Produzem ação sedativa o Efeito de curta duração o Exemplos: gelo picado, bebidas gasosas 7- Antidiarreicos ou constipantes o Atuam sobre a mucosa gástrica o Utilizados para diminuir o número de defecações Diarréia ... o Hipersecreção ou má absorção o Mais comum em animais jovens acompanhado de desidratação o Tratamento consiste em instituir a hidratação, tratar o agente causal, se necessário usar os antidiarréicos 7- Antidiarreicos ou constipantes o Depressores da motilidade Anticolinérgicos Diminuem a motilidade e as secreções Atropina, Escopolamina Opióides Aumentamo tônus da musculatura circular do intestino e do esfíncter: Elixir paregórico, Loperamida, Difenoxilato) 7- Antidiarreicos ou constipantes o Adsorventes/protetores de mucosa agem através de forças eletrostáticas, atraem moléculas fixando-as sobre a superfície Pectina, Caulim, Sais de bismuto, Carvão ativado Medicação biológica: floratil®, Yacult®, probióticos 8- Catárticos o Favorecem a eliminação de fezes Purgantes: fezes na forma diarréica Laxantes: fezes com consistência normal Medicamento pode ter ação laxante e/ou purgante – DOSE Medicamento de ação específica 8- Catárticos A) Catárticos emolientes ou lubrificantes o Lubrificam e amolecem as fezes o Impedem a sua dessecação o Laxante Óleo mineral: não é absorvido, reduz a absorção de água pela mucosa Óleo vegetal: sofrem ação intestinal; vitaminas A, D, E, K Docusatos (Na, Ca, K): surfactantes, facilitam a entrada de óleo e água no bolo fecal 8- Catárticos B) Catárt icos formadores de massa e/ou colóides hidróf i los o Promove o amolecimento das fezes e aumento de volume o Distendendo as fibras musculares do intestino, induzindo assim o aumento do peristaltismo o Efeito laxante o Mais utilizado em pequenos animais Ágar-ágar, Psyllium, folhas de sena (tamarine), metilcelulose 8- Catárticos C) Catárticos irr itantes o Promovem irritação na mucosa intestinal o Inibem a absorção de água, eletrólitos e nutrientes o Estimulam os plexos nervosos aumentando a motilidade intestinal Antraquinônicos o Várias plantas: sene, áloe, cáscara sagrada o Catárticos ou laxantes 8- Catárticos C) Catárticos irr itantes Óleo de rícino o Planta sofre hidrólise no ID = glicerol + ácido ricinoléico o Cães: 4 a 30 ml, efeito em 4 a 8 horas o Potros, bezerros e suínos: 30 a 180 ml, efeito em 12 a 18 horas Difenilmetano (Fenolftaleína): uso em suínos, cães e gatos e tem efeito prolongado 8- Catárticos C) Catárticos irr itantes Óleo de rícino o Planta sofre hidrólise no ID = glicerol + ácido ricinoléico o Cães: 4 a 30 ml, efeito em 4 a 8 horas o Potros, bezerros e suínos: 30 a 180 ml, efeito em 12 a 18 horas Difenilmetano (Fenolftaleína): uso em suínos, cães e gatos e tem efeito prolongado 8- Catárticos D) Catárticos osmóticos ou sal inos o Pouco e lentamente absorvidos o Exerce atividade osmótica o Atraem a água para o lúmen intestinal – distensão das fibras – aumentam o peristaltismo o Efeito laxativo ou purgante dependendo da dose Ex. Manitol, sais de Mg, sais de Na, Lactulose, glicerina, sorbitol, fleet-enema® 9- Hepatoprotetores o Protetores o Antitóxicos (erroneamente chamado) o Utilizado no tratamento de insuficiência hepática o São agentes hepatotrópicos e os agentes lipotrópicos 9- Hepatoprotetores COLINA o Agente lipotrópico o Promove a conversão da gordura hepática em fosfolipídeos que contém colina o Previne a esteatose hepática (degeneração gordurosa) METIONINA o Favorece a metilação de subs. Químicas - biotransformação o Facilitando a eliminação do organismo o Não usar em insuficientes hepáticos! SAME (S-adenosil metionina) o Formado a partir da metionina no fígado o Cofator enzimático o Antioxidantes 9- Hepatoprotetores Vit B12 o Faz parte da formação da colina Vit E e Selênio o Efeito antioxidante Ácido ursodesoxicólico (Ursacol®) o Colerético e colagogo (aumenta a secreção e a contração biliar) o Evita colestase (retenção de bile nas vias biliares) 10- Transfaunação o O fluido ruminal fresco o O volume a ser transferido é de 2 – 3 l o Contém bactérias viáveis (1011/ml) protozoários(106/ml) o Fatores de fermentação (ácidos graxos, minerais, vitaminas e proteínas microbianas) 11- Antiespumantes o Facilitam a eliminação de gases contidos no trato digestório o Dificultam a formação de espuma nos líquidos digestivos o Impedindo a formação de bolhas ou rompendo as já formadas favorecendo a eliminação dos gases através das eructações ou dos flatos o Uso: timpanismo, necessita de utilização de sonda o Exemplos: dimeticona (Luftal®), dimeticona + metilcelulose (Ruminol®, Timpanol®) 12- Antifermentativos o Diminuem ou previnem a fermentação excessiva da celulose no rúmen ou cólon; o Consequentemente diminuindo a formação de gases; o Uso: timpanismo em ruminantes e cólica timpânica em equinos; o Exemplo: terebintina e a formalina 13- Acidificantes ruminorreticulares o Usados para tratar estase ruminal o pH maior que 7, 5 ou indigestão o Intoxicação aguda por uréia o Ex: ácido acético (VINAGRE), ácido propiônico, ácido lático 14- Moduladores da motilidade - Pró-cinéticos o Estimulam, ordenam, e restauram a motilidade gástrica, pilórica, e ID o Usado na atonia ruminal, cólica equina Agentes parassimpatomiméticos o Neostigmina – carbamato (poucos efeitos colaterais) o Carbacol (tende causar contrações espásticas incoordenadas bem como paralisia reticular e timpanismo espontâneo)
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