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Os indiferentes de Gramsci e os diferentes da polarização no Brasil

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Os indiferentes de Gramsci e os diferentes da polarização no Brasil
O ano é 2021 e estamos a pouco mais de um ano das eleições presidenciais, o cenário é de incertezas, ainda vivemos e até mesmo instigamos uma polarização criada nas últimas eleições. De um lado uma pseuda direita de discursos conservadores associados a uma politica que se denomina liberal e que carrega em seu ombro pelo menos nos slongans Deus, de outro lado uma pseuda esquerda com um discurso populista e que associa todas as formas de pobreza ao conservadorismo do outro lado.
O mais curioso é que não importa do lado que você esteja, de alguma forma será quase que convocado a se manifestar, seria ótimo ter que se posicionar, dar nossas razões de voto, afinal como diria o pensador italiano Gramsci o grande problema são os indiferentes.
Este texto não pretende esmiuçar como essa polarização surgiu, mas o que assusta é que ela permaneceu, num cenário muito otimista, até poderíamos levianamente comparar com democratas e republicanos na terra do tio Sam, mas sejamos sinceros, nossa bipolarização não se cerca de nada muito positivo, pra ser mais honesto ainda, ela é bizarra, está muito mais próximo de torcida organizada do que plataformas ou projetos distintos.
Como desafio proponho a perguntar a ambos os lados sobre os projetos e plataformas de governo, rapidamente perceberemos algumas dificuldades nas respostas e é ai que mora a ferida, porque se não sabemos exatamente as causas que e porque defendemos, qual o sentido de tomar posição tão arraigada a ponto de não ouvir o contrário.
Por vezes parece que a grande questão da polarização é sustentar o que outro lado fez de errado, mas o nome disso seria oposição e não tomar uma posição. Se isso já não bastasse, por vezes colocamos nossas amizades, as relações parental em jogo por defender nosso lado ou acusando outro.
A bipolarização expõe dois grupos que tem como modo operandi a violência, a mentira das fake news, as passeatas, panelaços e a inovadora e bizarra motociata e cada lado com seus líderes de rede social, pessoas com discurso integral de um storie, eles se dizem os que lutam por um país melhor, mas a impressão que causa é justamente o contrário, está escancarada a falta de saber politica e menos ainda de fazer política.
 Deixando claro que, é notável que todos participem da política, mas também é necessário compreender que esta participação inclui pelo menos uma tentativa de se aprofundar nas questões que esses grupos defendem. Não podemos virar poetas de palavras repetidas como diria a cantora de rock Pity, não é saudável que nosso fazer politica se resuma a escolha de um lado, não podemos sair propagando mentiras em favor desse grupo que repete nossas opiniões, chegamos a uma triste constatação, o nosso entendimento sobre política se reduz ao que um determinado grupo entende que seja bom para nosso país, e como ovelhas seguimos o pastor que nos convém.
	O título dessa reflexão traz a baila o pensamento de Gramsci que afirmava que o pior tipo de gente são os indiferentes, o autor é muito objetivo e trata os indiferentes como parasitas da sociedade. Segundo o autor essa indiferença é poderosa ao longo da história, porque essas pessoas que não atuam de fato para mudar as coisas passam o tempo se lamentando das coisas que não aconteceram, isso porque, esperaram sempre outros fazerem, deixaram outros decidirem, e muitas vezes na história essa omissão causou a morte, guerras, fome entre outras mazelas na sociedade.
	Mas o que propomos nesse texto é uma visão um pouco dissonante de Gramsci, ainda que concordamos que os indiferentes são de fato um dos grandes problemas da sociedade, porém ao pensar a bipolarização no Brasil ficamos numa corda bamba, de um lado o parasita indiferente a tudo que acontece, mas do outro o atuante que apenas reproduz discursos sem o menor conhecimento do que fala, um rebelde que sem causa precisa causar uma, e mesmo assim as causas psicológicas criadas beiram a fantasia.
	E como dito anteriormente, não importa qual lado você se insira, basta observar os planos, as postagens de redes sociais, os discursos de ódio que estimulam a violência, a bipolarização violenta não é um atributo da democracia, é uma falha de seu povo que não entendeu o conceito de democracia, de saber se posicionar e sobretudo de saber ouvir o contrário.
 	 Mas que gostaríamos de propor nesse texto é algo ainda mais problemático, vejamos, se há dois lados que, propõe poucos programas realizáveis e que de fato poderiam mudar para melhor a sociedade e ainda assim, mesmo com promessas tão razoáveis para não dizer ruim, ainda assim como conseguem atrair tanta gente? A resposta para essa questão provavelmente não se resolve em algumas páginas, mas gostaríamos de chamar a atenção para um fator, que chamamos voto de persona.
	É um voto que tem como força a figura de uma pessoa, daí nascem estereótipos que os políticos assumem, como mito, caçador de marajás entre outros. É o próprio povo o marqueteiro de sua desgraça, porque coloca todas suas angustias e ao mesmo tempo esperança em uma pessoa, mais agravante ainda é se levarmos em conta que, na maioria das vezes sequer analisamos o passado político, veja, que usei apenas o político, nem falamos de vida privada, mas o mínimo que se espera de um eleitor é que ele conheça o que seu candidato fez ao longo de sua carreira política.
	Por fim, Gramsci tinha razão em odiar os indiferentes por eles representarem um peso morto na história, mas cá entre nós convenhamos, não ser indiferente, mas se posicionar baseado em discussões e memes de redes sociais, causa tanta desgraça quanto o indiferfente, eles só estão em posições opostas.

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