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EA
D
4
Filosofia Política e a 
Teoria do Pacto Social
1. ObjetivOs
•	 Compreender	o	desenvolvimento	da	Filosofia	Política	no	
Renascimento	e	na	era	das	revoluções	clássicas.			
•	 Analisar	os	principais	pensamentos	filosóficos	do	período	
no	que	concerne	à	política.		
2. COnteúdOs
•	 Nicolau	Maquiavel	e	o	Estado	forte.
•	 Thomas	Hobbes	e	o	pacto	social.
•	 John	Locke	e	a	teoria	liberal.
•	 Jean-Jacques	Rousseau	e	o	Contrato	Social.
•	 Texto	complementar:	Thomas	Hobbes.
•	 Texto	complementar:	Thomas	Jefferson.
© Filosofia Política62
3. Orientações para O estudO da unidade
Antes	de	 iniciar	o	estudo	desta	unidade,	é	 importante	que	
você	leia	as	orientações	a	seguir:
1)	 Lembre-se	de	que	há	muitas	maneiras	de	pensar	o	con-
ceito	 de	 política.	 As	 questões	 autoavaliativas	 que	 se-
guem	ao	final	das	unidades	são	abertas	e	querem	ajudar	
na	compreensão	das	polissemias	aí	presentes.
2)	 Lembre-se	de	que,	embora	o	ato	de	aprender	seja	soli-
tário,	a	interação	com	os	seus	colegas	pode	ser	de	fun-
damental	importância	para	a	troca	de	informações,	para	
a	familiarização	com	a	linguagem	filosófica	pertinente	e	
com	o	método	filosófico	argumentativo.
3)	 Leia	os	livros	da	bibliografia	indicada	para	que	você	am-
plie	seus	horizontes	teóricos,	cotejando-os	com	o	mate-
rial	didático	apresentado.
4)	 Antes	de	 iniciar	os	estudos	de	cada	unidade,	pode	ser	
interessante	 conhecer	 um	 pouco	 dos	 dados	 históricos	
da	época	e	da	bibliografia	dos	pensadores	em	questão.	
Ainda	que	sites	de	caráter	genérico,	tais	como	os	enci-
clopédicos,	estejam	muito	aquém	de	suas	necessidades,	
eles	podem	auxiliar	neste	aspecto.	
5)	 Um	 número	 considerável	 de	 autores	 da	 época	 teve	
como	objeto	de	análise	a	complexidade	dos	fenômenos	
que	envolveram	a	Revolução	Francesa	de	1789	e	a	emer-
gência	do	Estado-Nação.	Vale	a	pena	conhecer	os	escri-
tos	de	alguns	deles,	tais	como	os	de	Sieyès,	Robespierre,	
Saint-Just	e	Edmund	Burke.
4. intrOduçãO à unidade
Na	unidade	anterior,	vimos	como	se	deu	o	desenvolvimen-
to	da	Filosofia	Política	na	Idade	Média	com	Agostinho,	cujo	pen-
samento	a	este	respeito	está	formulado	na	sua	obra	A cidade de 
Deus. Outro	pensador	representativo	da	Filosofia	Política	medieval	
foi	Tomás	de	Aquino,	com	a	sua	tese	sobre	a	pedagogia	da	lei	di-
vina.	
Claretiano - Centro Universitário
63© U4 - Filosofia Política e a Teoria do Pacto Social
Ao	longo	dos	séculos	16,	17	e	18,	um	incontável	número	de	
pensadores	 dedicou-se	 à	 compreensão	dos	 fenômenos	 políticos	
que	 remexiam	 o	 panorama	 público	 europeu	 e	 americano.	 Uma	
intensa	produção	de	tratados	políticos	acompanha	as	transforma-
ções	que	determinam	o	início	do	que	costumamos	chamar	de	mo-
dernidade.
Nesta	 unidade,	 priorizando	 o	 estudo	 de	 alguns	 dos	 seus	
principais	representantes,	veremos	como	a	teoria	do	pacto	social	
marcou	a	história	do	pensamento	político	ocidental.	Cuidaremos,	
em	tópicos,	de	Hobbes,	de	Locke	e	de	Rousseau,	conhecidos	como	
contratualistas.	 Embora	 não	 seja	 Maquiavel	 propriamente	 um	
pensador	da	teoria	do	pacto	social,	iniciaremos	esta	unidade	com	
um	tópico	a	ele	dedicado,	por	considerá-lo	um	inescusável	ante-
cedente	de	uma	corrente	que	até	hoje	 influencia	o	modo	como	
entendemos	as	instituições	políticas.
Trata-se	 evidentemente	 de	 um	 recorte.	 Alguns	 relevantes	
autores	do	período	não	estão	aqui	contemplados,	por	isso	suge-
rimos	que	o	estudo	desse	fértil	momento	da	história	da	Filosofia	
Política	não	se	restrinja	aos	dados	coletados	neste	material.	Tere-
mos	uma	visão	bastante	limitada	se	negligenciarmos	obras	de	vital	
importância	para	a	compreensão	do	contexto	filosófico	em	pauta,	
tais	como	as	citadas	a	seguir.
No	século	16,	a	Utopia	de	Thomas	More,	livro	de	inspiração	
platônica	em	que	o	autor	tenta	redefinir	a	imagem	de	uma	cidade	
ideal,	o	Discurso da servidão voluntária	de	Etienne	de	La	Boétie,	
com	sua	crítica	da	obediência,	e	os	Seis livros da República	de	Jean	
Bodin,	uma	grande	obra	de	legitimação	do	poder	político	estatal,	
fundamental	ancestral	teórica	do	princípio	da	soberania	e	do	po-
der	de	legislar,	da	concepção	segundo	a	qual	deve	a	lei	se	impor	
sobre	direitos	naturais	ou	costumeiros.
No	século	17,	Do direito da guerra e da paz	de	Hugo	Grotius,	
um	livro	de	parentesco	contratualista	já	preocupado	com	as	rela-
ções	do	direito	internacional,	relações	entre	Estados	soberanos,	e	
com	o	respeito	aos	direitos	do	homem	natural.		
© Filosofia Política64
No	século	18,	O espírito das leis	de	Charles	de	Montesquieu	
e	Investigações sobre a natureza e as causas das riquezas das na-
ções	de	Adam	Smith.	Montesquieu	contribui	para	a	revitalização	
da	distinção	entre	as	espécies	de	governo	e	defende	o	princípio	
da	separação	dos	poderes	como	única	solução	institucional	para	
a	garantia	da	liberdade	política	–	somente	a	descentralização	e	o	
controle	múltiplo	podem	conter	os	abusos	de	poder.	Adam	Smith	
isola	o	fenômeno	da	distribuição	das	riquezas,	iniciando	o	estudo	
da	economia	e	da	administração	dos	recursos	disponíveis	à	viabili-
zação	da	vida	em	sociedade,	fundando	as	bases	teóricas	do	libera-
lismo	econômico	e	da	divisão	do	trabalho.
Também	 o	 século	 18	 pertence	 ao	 grupo	 de	 homens	 que	
mais	influenciou	a	definição	do	conceito	de	democracia	que	temos	
hoje.	Logo	após	a	Revolução	Americana	de	1776,	com	o	objetivo	
de	contribuir	para	a	ratificação	de	uma	nova	Constituição	para	os	
Estados	Unidos	da	América	(que	viria	a	ser	promulgada	em	1789),	
Alexander	Hamilton,	James	Madison	e	John	Jay	publicam	uma	sé-
rie	de	artigos	que	reunidos	receberam	o	nome	de	O federalista.	
Trata-se	de	um	esforço	de	superação	do	paradigma	grego	de	de-
mocracia	e	de	eliminação	da	incompatibilidade	entre	governo	po-
pular	e	modernidade:	na	visão	dos	revolucionários	americanos,	a	
democracia	não	depende	da	virtude	do	povo	nem	do	tamanho	do	
território	governado.	Mais:	a	democracia	não	torna	frágil	o	Estado.	
Com	o	movimento	impulsionado	por	O federalista,	torna-se	viável	
a	 formação	da	Federação	e	a	 convivência	de	dois	entes	estatais	
de	estatura	diversa	dentro	de	um	mesmo	território,	sem	prejuízo	
do	relacionamento	direto	de	cada	um	deles	com	os	indivíduos.	O 
federalista	 reforça	ainda	a	defesa	do	princípio	da	tripartição	dos	
poderes	 e	 do	 sistema	 bicameral	 para	 o	 poder	 legislativo.	 Surge	
uma	nova	forma	de	pensar	a	política:	os	republicanos	não	querem	
eliminar	a	formação	de	facções	e	o	conflito,	uma	vez	que	eles	são	
saudáveis	à	manutenção	das	instituições	democráticas.	É	preciso,	
tão	somente,	que	a	legislação	previna	a	coordenação	entre	os	di-
versos	interesses,	evitando	que	qualquer	grupo	venha	a	controlar	
Claretiano - Centro Universitário
65© U4 - Filosofia Política e a Teoria do Pacto Social
o	 poder	 para	 satisfazer	 unicamente	 seus	 objetivos,	mesmo	 que	
esse	grupo	seja	a	maioria.		
Ao	final	da	unidade,	sugerimos	a	leitura	de	dois	textos	com-
plementares.	O	primeiro	de	Thomas	Hobbes,	retirado	de	sua	prin-
cipal	 obra.	 O	 segundo	 de	 Thomas	 Jefferson,	 notável	 articulador	
político	e	pensador	do	movimento	democrático	norte-americano.	
Uma	pequena	coletânea	de	escritos	e	cartas	daquele	que	se	tor-
nou	presidente	de	um	país	ainda	em	consolidação	nos	permitirá	
ver	como	as	novas	concepções	se	opõem	às	clássicas	e	se	afirmam	
como	a	solução	para	um	novo	mundo.
5. niCOlau Maquiavel e O estadO fOrte
Estamos	acostumados	com	a	relação	que	
a	linguagem	comum	estabelece	entre	o	adjeti-
vo	maquiavélico	e	o	sentido	que	gira	em	torno	
da	 imagem	de	um	homem	sórdido,	 traiçoeiro,	
mesquinho.	Mas	aí	é	preciso	ter	um	pouco	de	
cuidado.	 Embora	 seja	 o	 nome	 de	 Maquiavel	
citado	como	a	encarnação	do	mal,	o	pensador	
renascentista	foi	um	notável	teórico	e	articula-
dor	político	de	um	cenário	conturbado,	no	qual	
reviravoltas	e	sucessões	de	governos	geravam	tal	instabilidade	que	
impedia	qualquer	meio	de	vida	protegido	por	um	mínimo	de	se-
gurança.
Impressionado	 pelas	 disputas	 que	 assolavam	 a	 cidade	 de	
Florença	e	toda	a	península	itálica,	Maquiavelse	dá	conta	da	inu-
tilidade	em	esperar	de	fórmulas	mágicas	a	solução	de	problemas	
tão	reais.	Opondo-se	radicalmente	ao	idealismo	político,	ocupado	
apenas	com	uma	ordem	ideal	–	imaginando	como	o	mundo	deve-
ria	ser	–	mas	desatento	à	realidade	concreta,	seus	esforços	terão	
como	ponto	de	partida	e	chegada	a	verdade	extraída	inteiramente	
dos	fatos.	Com	Maquiavel,	a	política	perde	a	auréola	de	qualidade	
Figura1	Nicolau Maquiavel 
(1469-1527).
© Filosofia Política66
natural	ou	divina,	sendo	substituída	por	uma	atividade	humana	e	
racional	constitutiva	da	existência	coletiva.	Daí	a	necessidade	do	
planejamento	de	um	programa	político	que	atenda	às	exigências	
de	um	quadro	tortuoso	e	complexo.	E	o	pensador	florentino	o	re-
dige	na	sua	principal	obra:	O príncipe.	
Escrito em 1513, O príncipe é dedicado a Lorenzo de Médicis, go-
vernador de Florença, o que vale a Maquiavel o retorno ao cenário 
político e sua nomeação como historiógrafo oficial. O pensador 
florentino ainda escreveria os Discursos sobre a primeira década 
de Tito Lívio e História de Florença.
Aprendendo	com	a	história	universal,	com	as	lutas	que	deter-
minaram	um	movimento	cíclico	de	estabilidade	e	caos,	cabe	aos	ho-
mens	a	tentativa	de	superar	a	sorte	para	encontrar	um	estado	que	
garanta	a	ordem	e	a	segurança.	O	estudo	do	passado	deve	iluminar	o	
presente.	Os	ensinamentos	apreendidos	dos	eventos	históricos	que	
determinaram	períodos	de	guerra	e	de	paz	podem	ser	utilizados	pelo	
homem	para	que	fundamente	na	sua	realidade	efetiva	uma	ordem	
confiável.	Vemos,	então,	como	a	liberdade	humana	se	insurge	contra	
as	forças	da	predestinação.	Lemos	no	capítulo	XXV	de	O príncipe:
Para	que	o	nosso	livre	arbítrio	não	seja	extinto,	julgo	poder	ser	ver-
dade	que	a	sorte	seja	o	arbítrio	da	metade	das	nossas	ações,	mas	
que	ainda	nos	deixe	governar	a	outra	metade,	ou	quase	(...)	a	sorte	
demonstra	o	seu	poderio	onde	não	existe	virtude	preparada	para	
resistir	e	volta	seu	ímpeto	em	direção	ao	ponto	onde	sabe	não	fo-
ram	construídos	diques	e	anteparos	para	contê-la	(1976).
Como	vencer	os	auspícios	da	instabilidade	dos	governos	das	
cidades	e	assegurar	uma	vida	tranquila	aos	homens?	Para	compre-
ender	a	resposta	de	Maquiavel,	precisamos	perceber	como	o	pen-
sador	entendia	a	natureza	humana.	Observando	os	homens	que	
o	cercavam,	Maquiavel	conclui	que	a	vida	em	comunidade	nunca	
ocorre	sem	dificuldades	e	isto	por	um	motivo	claro:	os	homens	são	
volúveis	e	simuladores,	egoístas	e	ávidos	de	lucro.	Numa	socieda-
de	fragilizada,	a	 luta	pelo	poder	pode	ser	interminável.	Somente	
um	governo	centralizado	e	 forte	pode	garantir	a	estabilidade	de	
uma	comunidade	humana.
Claretiano - Centro Universitário
67© U4 - Filosofia Política e a Teoria do Pacto Social
Maquiavel	não	recusa	inteiramente	que	o	governo	de	uma	
cidade	seja	organizado	sob	a	forma	de	uma	república,	desde	que	o	
povo	dessa	cidade	seja	suficientemente	virtuoso	para	tanto,	o	que	
é	raro.	O	governo	de	um	único	príncipe	parece	ser	sempre	melhor:	
este	é	o	Estado	forte,	mais	unido	e	menos	sujeito	à	corrupção,	ca-
paz	de	gerir	os	bens	públicos,	mais	resistente	contra	as	 invasões	
estrangeiras.
Quem	é	o	príncipe?	Quais	suas	qualidades	 indispensáveis?	
O	príncipe	é	o	homem	virtuoso	que	se	mantém	no	poder	pelo	sá-
bio	uso	da	força.	Enquanto	nas	sociedades	desorganizadas	politi-
camente	o	mais	forte	apenas	conquista,	não	persevera	no	poder,	
o	príncipe,	guiado	pela	necessidade,	sabe	se	utilizar	dos	recursos	
disponíveis	e	salvar	o	Estado	das	investidas	inimigas.	Cito	o	capítu-
lo	XV	de	O príncipe:
Donde	é	necessário,	a	um	príncipe	que	queira	se	manter,	aprender	
a	poder	não	ser	bom	e	usar	ou	não	da	bondade,	segundo	a	neces-
sidade	(...)
Sei	que	cada	um	confessará	que	seria	sumamente	louvável	encon-
trarem-se	em	um	príncipe,	de	todos	os	atributos	acima	referidos,	
apenas	aqueles	que	são	considerados	bons;	mas,	desde	que	não	os	
podem	possuir	nem	 inteiramente	observá-los	em	razão	das	con-
tingências	humanas	não	o	permitirem,	é	necessário	seja	o	príncipe	
tão	prudente	que	saiba	fugir	à	infâmia	daqueles	vícios	que	o	fariam	
perder	o	poder	(1976).
Para	Maquiavel,	o	príncipe	não	precisa	ser	bom,	comportar-
-se	segundo	as	regras	da	moralidade,	nem	precisa	ser	amado	pelos	
seus	súditos	–	basta	possuir	a	sabedoria	de	agir	conforme	as	cir-
cunstâncias	e	o	respeito	dos	governados,	saber	resistir	aos	inimi-
gos	e	assegurar	a	manutenção	do	Estado,	baluarte	da	ordem	e	da	
paz.	Esta	é	a	finalidade	da	política.
Vejamos	 como	Maquiavel	 orienta	 o	 proceder	 do	 príncipe	
numa	importante	passagem	do	capítulo	XVIII	de	O príncipe:
A	um	príncipe,	portanto,	não	é	essencial	possuir	todas	as	qualida-
des	acima	mencionadas,	mas	é	bem	necessário	parecer	possuí-las.	
Antes,	ousarei	dizer	que,	possuindo-as	e	usando-as	 sempre,	elas	
são	danosas,	enquanto	que,	aparentando	possuí-las,	são	úteis;	por	
© Filosofia Política68
exemplo:	parecer	piedoso,	fiel,	humano,	íntegro,	religioso,	e	sê-lo	
realmente,	mas	estar	com	o	espírito	preparado	e	disposto	de	modo	
que,	precisando	não	 sê-lo,	possas	e	 saibas	 tornar-te	o	 contrário.	
Deve-se	compreender	que	um	príncipe,	e	em	particular	um	prín-
cipe	novo,	não	pode	praticar	 todas	aquelas	coisas	pelas	quais	os	
homens	são	considerados	bons,	uma	vez	que,	freqüentemente,	é	
obrigado,	para	manter	o	Estado,	a	agir	contra	a	fé,	contra	a	carida-
de,	contra	a	humanidade,	contra	a	religião	(1976).
Os	meios	para	o	triunfo	das	dificuldades	e	manutenção	do	
Estado	nunca	deixarão	de	ser	julgados	honrosos.	Segundo	o	pen-
sador	florentino,	deve	o	governante	usar	da	inteligência	e	ao	mes-
mo	tempo	aprender	dos	animais:	deve	o	príncipe	ser	um	leão	e	
uma	raposa.
6. thOMas hObbes e O paCtO sOCial
Se	 Maquiavel	 dá	 o	 pontapé	 inicial	 à	
concepção	do	Estado	Moderno,	restará	a	outro	
pensador	o	papel	de	principal	referência	quando	
se	 procura	 pelas	 raízes	 da	 sistematização	
da	 doutrina	 estatal.	 Na	 primavera	 do	 século	
17,	 Thomas	 Hobbes	 de	 Malmesbury	 publica	
três	 livros	 que	 marcam	 definitivamente	 a	
ruptura	com	a	teoria	de	inspiração	aristotélica	
e	 delimitam	 os	 caracteres	 constituintes	 do	
Estado	Moderno:	Elementos do direito natural e político,	De cive: 
elementos filosóficos a respeito do cidadão e,	o	mais	 conhecido	
de	 seus	 escritos	 e	 provavelmente	 a	melhor	 compilação	 de	 suas	
ideias	 proeminentes,	 Leviatã	 ou	 Matéria, forma e poder de 
um Estado eclesiástico e civil.	O	Estado	seria,	de	acordo	com	os	
argumentos	do	pensador	inglês,	não	somente	o	resultado	de	uma	
natural	tendência	do	homem	à	vida	coletiva,	mas	o	fruto	de	um	
pacto	realizado	entre	os	homens,	escolhido	de	modo	inteiramente	
racional.
Figura	2	Thomas Hobbes 
(1588-1679).	
Claretiano - Centro Universitário
69© U4 - Filosofia Política e a Teoria do Pacto Social
Com	Hobbes,	surge	a	teoria	do	pacto	social.	A	origem	da	so-
ciedade	civil	estaria	vinculada	à	celebração	de	um	pacto	que	divide	
a	história	da	humanidade	em	duas	partes,	sendo	a	primeira	rela-
tiva	a	um	estado	de	natureza	sem	governo	e	a	segunda	a	um	esta-
do	de	direitos	garantidos	por	um	poder	soberano.	Vejamos	como	
acontece	a	passagem	de	um	cenário	ao	outro.
Hobbes	desmistifica	a	imagem	do	homem	inocente	e	bom,	
enfatizando	que	suas	paixões	determinam	o	seu	comportamento.	
Não	que	sejam	os	homens	maus	em	si:	eles	simplesmente	preci-
sam	satisfazer	os	seus	desejos	e	a	experiência	demonstra	que	os	
indivíduos,	 com	vistas	 à	 própria	 conservação	da	 vida,	 terminam	
por	desejar	as	mesmas	 coisas.	No	estado	de	natureza,	 todo	ho-
mem	seria	inimigo	de	qualquer	outro	homem	na	medida	em	que	
compete	pelas	mesmas	coisas	na	busca	da	satisfação	do	desejo	–	
daí	a	famosa	frase	hobbesiana:	o homem é um lobo para o homem.	
A	guerra	se	generaliza.	O	estado	do	homem	em	liberdade	natural	
seria	necessariamente	um	estado	de	guerra	e	de	medo,	porque	
embora	os	mais	fortes,	rápidos	e	habilidosos	consigam	evidente-
mente	vantagem	sobre	os	demais,	nenhum	homem	pode	preva-
lecer	sobre	o	outro	de	maneira	integral,	 isto	é,	os	menosafortu-
nados	podem	ainda	se	aproveitar	de	um	momento	de	desatenção	
ou	 fraqueza	dos	primeiros	e	matá-los.	No	estado	de	natureza,	a	
relação	entre	os	homens	não	pode	ser	nem	um	pouco	prazerosa,	
uma	vez	que	não	há	ordem	e	o	que	impera	é	um	estado	de	guerra	
de	todos	contra	todos.
Ocorre	que	os	homens	desejam	a	vida	e	a	paz.	Como	esta-
belecer	então	uma	ordem	para	que	o	homem	possa	gozar	do	seu	
objeto	de	desejo?	Pelo	uso	da	 razão,	os	homens	percebem	que	
somente	por	uma	espécie	de	trégua	poderiam	garantir	a	paz	social	
e	viver	na	felicidade.	Pela	celebração	do	pacto,	o Estado	é	criado	
e	erigido	à	categoria	de	protetor	universal.	Cada	homem	transfere	
espontaneamente	uma	parcela	dos	seus	direitos	ao	soberano	e	as-
sim	o	Estado	se	constitui.	
© Filosofia Política70
Lemos	no	capítulo	XVII	do	Leviatã:
O	acordo	dos	homens	surge	apenas	através	de	um	pacto,	 isto	é,	
artificialmente.	Portanto,	não	é	de	admirar	que	seja	necessária	al-
guma	coisa	mais,	além	de	um	pacto,	para	tornar	constante	e	dura-
douro	seu	acordo:	ou	seja,	um	poder	comum	que	os	mantenha	em	
respeito,	e	que	dirija	suas	ações	no	sentido	do	benefício	comum.	A	
única	maneira	de	instituir	um	tal	poder	comum,	capaz	de	defendê-
-los	das	invasões	dos	estrangeiros	e	das	injúrias	uns	dos	outros,	ga-
rantindo-lhes	assim	uma	segurança	suficiente	para	que,	mediante	
seu	próprio	labor	e	graças	aos	frutos	da	terra,	possam	alimentar-se	
e	viver	satisfeitos,	é	conferir	toda	sua	força	e	poder	a	um	homem,	
ou	a	uma	assembléia	de	homens	(...)	(1983).
Assim	surge	o	nosso	Estado	e	o	conceito	de	soberania	atre-
lado	à	noção	de	poder	absoluto	e	ilimitado.	Ao	soberano	compete	
a	proteção	do	povo	e	a	defesa	da	paz,	o	poder	de	prescrever	re-
gras	e	julgar	as	controvérsias,	o	direito	de	escolher	os	ministros	e	
funcionários	do	governo,	a	distribuição	da	propriedade	privada,	as	
decisões	quanto	à	política	externa.
Observemos	o	capítulo	XVIII	do	Leviatã:
São	estes	os	direitos	que	constituem	a	essência	da	soberania,	e	são	
as	marcas	pelas	quais	se	pode	distinguir	em	que	homem,	ou	as-
sembléia	de	homens,	se	localiza	e	reside	o	poder	soberano.	Porque	
esses	direitos	são	incomunicáveis	e	inseparáveis.	(...)	
Mas	poderia	objetar-se	que	a	condição	de	súdito	é	muito	miserável,	
pois	se	encontra	sujeita	aos	apetites	e	paixões	irregulares	daquele	
ou	daqueles	que	detêm	em	suas	mãos	poder	tão	ilimitado.	(...)
A	condição	do	homem	nunca	pode	deixar	de	ter	uma	ou	outra	in-
comodidade,	e	que	a	maior	que	é	possível	cair	sobre	o	povo	em	
geral,	em	qualquer	forma	de	governo,	é	de	pouca	monta	quando	
comparada	com	as	misérias	e	horríveis	calamidades	que	acompa-
nham	a	guerra	civil,	ou	aquela	condição	dissoluta	de	homens	sem	
senhor,	sem	sujeição	às	leis	e	a	um	poder	coercitivo	capaz	de	atar	
suas	mãos,	impedindo	a	rapina	e	a	vingança	(1983).
Precisamos	evitar	a	guerra	a	qualquer	custo.	Por	isso,	Hobbes	
conclui	ser	o	Estado	imprescindível	na	garantia	dos	direitos	naturais	
do	homem	e	julga	necessária	a	centralização	do	poder	nas	mãos	de	
um	soberano.	Somente	um	governo	forte	pode	impedir	a	guerra	e	
assegurar	a	paz.	Hobbes	permite	entrever,	contudo,	um	resquício	
de	liberdade	que	será	explorado	e	desenvolvido	por	Locke	alguns	
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71© U4 - Filosofia Política e a Teoria do Pacto Social
anos	mais	tarde.	Percebendo	a	incompatibilidade	entre	os	meios	
e	fins	do	estado	de	natureza,	o	homem	havia	renunciado	aos	seus	
direitos	e	celebrado	o	pacto	com	um	claro	objetivo:	preservar	a	
sua	própria	vida.	Se	o	soberano	deixa	de	proteger	os	fins	de	sua	
instituição,	 desaparece	 a	 razão	 do	 pacto	 social	 e	 o	 direito	 de	
obedecer.
7. jOhn lOCke e a teOria liberal
A	obra	política	de	John	Locke	nutre-se	de	
um	século	marcado	não	 somente	pelo	espírito	
científico	fundado	na	luz	natural	e	na	experiên-
cia	e	pelas	transformações	ocorridas	nas	estrutu-
ras	do	comércio	e	no	mercado	de	trabalho,	mas,	
sobretudo,	 pelo	 intenso	 conflito	 entre	o	poder	
monárquico	absolutista	e	as	camadas	burguesas	
em	ascensão.	Teórico	do	empirismo,	defensor	da	
individualidade,	do	 jusnaturalismo,	do	 liberalis-
mo	econômico	e	da	tolerância	religiosa,	Locke	deixou	importantes	
contribuições	à	história	do	pensamento	político,	 tais	como	Cartas 
sobre a tolerância	e	Dois tratados sobre o governo civil.
Concordando	com	Hobbes,	Locke	aponta	a	teoria	do	pacto	
social	como	fonte	das	origens	das	sociedades.	Mas	embora	pense	
no	horizonte	do	trinômio	estado de natureza - contrato social - 
estado civil,	 isto	é,	 identifique	um	estado	de	natureza	limite	das	
relações	humanas	e	considere	que	a	passagem	ao	estado	civil	seja	
mediada	 por	 um	 contrato	 firmado	 espontaneamente,	 o	 filósofo	
chega	a	conclusões	diversas	e	refuta	a	necessidade	de	submissão	
incondicional	ao	poder	soberano.	
No	Primeiro tratado sobre o governo civil,	Locke	combate	o	
absolutismo	divino	contestando	os	argumentos	de	uma	 tese	 se-
gundo	a	qual	os	monarcas	modernos	descenderiam	da	linhagem	
de	Adão,	sendo	herdeiros	 legítimos	da	autoridade	patriarcal.	No	
Segundo tratado sobre o governo civil,	o	filósofo	esclarece	o	que	
Figura	 3	 John Locke 
(1632-1704).
© Filosofia Política72
entende	por	poder	político,	explicando	em	que	consiste	a	consti-
tuição	e	a	extensão	do	governo	civil,	 estabelecendo	parâmetros	
que	viriam	a	influenciar	todo	um	conjunto	de	revoluções	liberais.	
Originalmente,	os	homens	viviam	num	estado	de	liberdade	
e	 igualdade,	estado	de	relativa	paz	e	harmonia,	em	que	seus	di-
reitos	naturais	 eram	preservados.	No	estado	de	natureza,	 todos	
possuíam	direito	à	vida,	à	liberdade	e	à	propriedade,	uma	vez	que	
os	bens	adquiridos	pelo	trabalho	eram	considerados	uma	exten-
são	do	 próprio	 corpo.	Ocorre,	 todavia,	 que	uma	 sociedade	 sem	
governo	instituído	pode	encerrar	uma	série	de	inconvenientes:	a	
ausência	de	uma	 lei	 e	de	uma	 força	de	 coerção	que	obrigue	ao	
respeito	dos	direitos	do	outro	pode	incentivar	que	os	indivíduos	se	
voltem	uns	contra	os	outros,	favorecendo	o	surgimento	do	estado	
de	guerra.
Daí	a	celebração	do	contrato,	firmado	para	solucionar	os	abu-
sos	do	convívio	e	proteger	a	propriedade	e	a	comunidade	contra	
os	inimigos	internos	e	externos.	Por	meio	de	um	pacto	de	consen-
timento,	o	contrato	aparece	como	um	meio	artificial	de	aperfei-
çoamento	do	estado	de	natureza,	o	governo	surge	para	preservar	
direitos	naturais	preexistentes	e	colocá-los	sob	o	amparo	da	lei.
A	intenção	de	Locke	aparece	nitidamente	na	introdução	ao	
Segundo tratado sobre o governo.	Nem	a	 força,	nem	a	tradição,	
apenas	o	consentimento	dos	governados	é	fonte	do	poder	legíti-
mo.	Vejamos	o	que	diz	o	filósofo	sobre	a	origem	e	o	estatuto	do	
poder	político:
Tendo	 todas	 essas	 premissas	 sido,	 como	me	 parece,	 claramente	
demonstradas,	é	impossível	que	os	soberanos	ora	existentes	sobre	
a	Terra	devam	haurir	algum	benefício	ou	derivar	que	seja	a	menor	
sombra	de	autoridade	daquilo	que	é	considerado	a	fonte	de	todo	
o	poder,	o	domínio	particular	e	a	jurisdição	paterna	de	Adão	(...).
Julgo	não	ser	descabido	estabelecer	o	que	considero	como	poder	
político	–	de	modo	a	distinguir	o	poder	de	um	magistrado	sobre	um	
súdito	do	de	um	pai	sobre	os	filhos,	de	um	amo	sobre	seu	servidor,	
do	marido	sobre	a	esposa	e	de	um	senhor	sobre	seus	escravos.	Por	
estarem	ocasionalmente	 todos	esses	diferentes	poderes	enfeixa-
dos	num	mesmo	homem,	se	este	for	considerado	sob	essas	dife-
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73© U4 - Filosofia Política e a Teoria do Pacto Social
rentes	relações,	será	útil	distinguir	esses	poderes	entre	si	e	mostrar	
a	diferença	entre	o	soberano	de	uma	sociedade	política,	um	pai	de	
família	e	o	capitão	de	uma	galera.
Considero,	portanto,	que	o	poder	político	é	o	direito	de	editar	leis	
com	pena	de	morte	e,	conseqüentemente,	todas	as	penas	meno-
res,	com	vistas	a	regular	e	a	preservar	a	propriedade,	e	de	empre-
gar	a	força	do	Estado	na	execução	de	tais	leis	e	na	defesa	da	socie-
dade	política	contra	os	danos	externos,	observando	tão-somente	o	
bem	público	(1998).
Nocapítulo	VIII	da	mesma	obra,	intitulado	Do início das so-
ciedades políticas,	 Locke	explica	claramente	como	se	dá	o	pacto	
social:
Sendo	todos	os	homens,	como	já	foi	dito,	naturalmente	livres,	iguais	
e	independentes,	ninguém	pode	ser	privado	dessa	condição	nem	
colocado	sob	o	poder	político	de	outrem	sem	o	seu	próprio	con-
sentimento.	A	única	maneira	pela	qual	uma	pessoa	qualquer	pode	
abdicar	de	sua	liberdade	natural	e	revestir-se	dos	elos	da	sociedade	
civil	é	concordando	com	outros	homens	em	juntar-se	e	unir-se	em	
uma	comunidade,	para	viverem	confortável,	segura	e	pacificamen-
te	uns	com	outros,	num	gozo	seguro	de	suas	propriedades	e	com	
maior	segurança	contra	aqueles	que	dela	não	fazem	parte.	Qual-
quer	número	de	homens	pode	fazê-lo,	pois	tal	não	fere	a	liberdade	
dos	demais,	que	são	deixados,	tal	como	estavam,	na	liberdade	do	
estado	de	natureza.	Quando	qualquer	número	de	homens	consen-
tiu	desse	modo	em	formar	uma	comunidade	ou	governo,	são,	por	
esse	ato,	logo	incorporados	e	formam	um	único	corpo	político,	no	
qual	a	maioria	tem	o	direito	de	agir	e	deliberar	pelos	demais	(1998).
Uma	vez	 instituído	o	contrato	pelo	consentimento,	podem	
os	homens	escolher	como	lhes	aprouver	a	forma	de	governo	para	
a	consecução	dos	seus	fins.
E	se	o	governo	deixar	de	cumprir	o	seu	fim,	descumprir	as	
leis	ou	desrespeitar	o	bem	comum	–	o	que	equivale	a	um	retorno	
ao	estado	de	natureza?	E	se	o	governo	se	degenerar	em	tirania?	
Locke	salienta	que	todo	homem	possui	um	direito	de	resistência	
à	opressão.	Contra	o	exercício	ilegal	do	poder,	podem	os	homens	
legitimamente	resistir	e	até	depor	o	governo,	se	preciso	for.
© Filosofia Política74
8. Jean-Jacques Rousseau e o contRato social
O	que	a	história	do	Ocidente	conta	como	
verdade,	um	órfão	suíço	do	século	18,	que	se	tor-
naria	um	dos	pensadores	de	maior	influência	no	
desenrolar	dos	acontecimentos,	soube	expressá-
-lo	em	discursos	críticos	das	desigualdades	polí-
ticas	já	tão	fortemente	enraizadas	na	sua	época.	
Jean-Jacques	Rousseau	aparece	aí	como	uns	dos	
primeiros	a	enfrentar	seriamente	as	questões	do	
regime	absolutista	e	sugerir	substanciais	mudan-
ças	no	modo	de	pensar	o	Estado.
Escolado	no	século	das	luzes	e	ao	mesmo	tempo	crítico	do	
Iluminismo,	Rousseau	oscila	entre	a	confiança	na	razão	e	o	ceti-
cismo	tanto	para	conhecer	a	realidade	quanto	para	solucionar	os	
problemas	cotidianos	por	ela	oferecidos.	Em	seu	Discurso sobre as 
ciências e as artes,	o	filósofo	não	poupa	esforços	para	demonstrar	
como	o	uso	maléfico	das	artes	e	das	ciências	podem	corromper	os	
costumes	e	as	virtudes.	No	seu	Contrato social,	o	filósofo	compõe	
o	projeto	que	justifica	uma	real	passagem	do	estado	de	natureza	
para	o	estado	civil.
O	estado	originário	do	homem	é	a	felicidade,	a	liberdade	e	a	
igualdade.	Mas	as	disputas	e	guerras	ao	longo	da	história	trouxe-
ram	o	homem	a	um	estado	de	coisas	em	que	sociedade	e	servidão	
se	equivalem.	Lemos	na	abertura	do	Contrato social:
O	homem	nasceu	livre	e	em	toda	parte	se	encontra	sob	ferros.	De	
tal	modo	acredita-se	o	 senhor	dos	outros,	que	não	deixa	de	 ser	
mais	escravo	que	eles	(1965).
Dialogando	 com	 a	 tradição	 da	 Filosofia	 Política,	 especial-
mente	com	aquela	filiada	à	concepção	do	pacto,	Rousseau	ressalta	
que	a	sociedade	política	até	então	instituída	nada	mais	era	que	o	
fruto	de	uma	história	de	dominação.	Para	o	filósofo	suíço,	o	pacto	
perde	sua	aura	de	hipótese	da	realidade	política	para	se	converter	
em	argumento	do	domínio.	A	sociedade	surge	com	a	desigualdade	
Figura	 4	 Jean-Jaques 
Rousseau (1712-1778).
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75© U4 - Filosofia Política e a Teoria do Pacto Social
e	os	discursos	que	pregavam	a	alienação	dos	direitos	em	função	
da	associação	e	união	de	todos	nada	disfarçavam	da	sua	intenção	
de	submeter.
Em	Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualda-
de entre os homens,	encontrado	na	obra O contrato social e outros 
escritos,	o	autor	afirma:	
Bastou	muito	menos	que	o	equivalente	deste	discurso	para	sedu-
zir	homens	grosseiros,	fáceis	de	convencer	(...).	Todos	correram	a	
submeter-se	aos	grilhões,	crendo	que	se	asseguravam	a	liberdade,	
porque,	possuindo	demasiadas	razões	para	sentir	as	vantagens	de	
uma	formação	política,	não	possuíam	suficiente	experiência	para	
prever	os	 seus	perigos;	os	mais	 capazes	de	pressentir	os	 abusos	
eram	precisamente	os	que	contavam	tirar	proveito	disso;	e	mes-
mo	os	mais	talentosos	compreenderam	que	era	preciso	decidir-se	
a	sacrificar	uma	parte	de	sua	liberdade	a	fim	de	conservar	a	outra,	
como	um	ferido	que	se	faz	cortar	o	braço	com	o	intuito	de	salvar	
o	restante	do	corpo.	Tal	foi	ou	deveu	ser	a	origem	da	sociedade	e	
das	leis	que	criaram	novas	peias	para	o	fraco	e	novas	forças	para	o	
rico,	destruíram	sem	possibilidade	de	retorno	a	liberdade	natural,	
fixaram	para	sempre	a	ordem	da	propriedade	e	da	desigualdade,	
que,	 de	 uma	 astuciosa	 usurpação,	 fizeram	 o	 direito	 irrevogável,	
e,	para	proveito	de	alguns	ambiciosos,	sujeitaram,	daí	por	diante,	
todo	o	gênero	humano	ao	trabalho,	à	servidão,	à	miséria	(1965,	p.	
189-190).	
Rousseau	concebe	o	contrato	social	enquanto	projeto.	Com	
o	seu	planejamento,	o	filósofo	pretende	estabelecer	as	condições	
de	possibilidade	de	um	pacto	legítimo,	em	que	a	liberdade	natural,	
se	não	pode	ser	recuperada	integralmente,	seja	ao	menos	substi-
tuída	pela	liberdade	civil.	Os	homens	precisam	encontrar	uma	for-
ma	de	associação	que	proteja	a	todos	sem,	contudo,	constranger	a	
liberdade	de	cada	associado,	um	modo	de	associação	em	que	cada	
um	só	tenha	que	obedecer	a	si	mesmo.
Como	encontrar	a	solução	que	atenda	aos	requisitos	do	con-
trato?	Como	 respeitar	plenamente	a	 condição	de	 igualdade	dos	
contratantes	e	assegurar	a	liberdade	antes	e	depois	do	contrato?	
Aí	está	a	principal	novidade	proposta	pelo	filósofo	suíço:	o	exercí-
cio	da	soberania	pelo	povo.
© Filosofia Política76
Numa	sociedade	assim	constituída,	haverá	apenas	uma	úni-
ca	submissão:	à	vontade	geral.	Os	indivíduos	passam	a	integrar	um	
sujeito	coletivo	dotado	de	uma	vontade	geral.	Pela	 formação	de	
uma	vontade	geral	que	extrapole	as	vontades	individuais,	ao	povo	
será	atribuída	a	soberania	e	somente	ele	será	a	parte	ativa	e	passi-
va	na	elaboração	e	obediência	às	leis.	
Ademais,	o	processo	de	 legitimação	do	governo	não	se	dá	
pontualmente	e	de	uma	vez	por	todas,	ele	perdura	após	a	funda-
ção	do	corpo	político	–	todo	poder	governamental	deve	ser	limi-
tado	pelo	poder	do	povo,	tendo	em	vista	que	a	vontade	geral	não	
pode	 ser	 transmitida,	 a	 soberania	 é	 inalienável	 e	 indivisível.	 Se,	
por	motivos	operacionais,	precisamos	reconhecer	a	necessidade	
de	representantes	para	o	exercício	do	governo,	esses	representan-
tes	nunca	serão	titulares	da	soberania	ou	de	seus	cargos	e	devem	
ser	trocados	permanentemente.	Do	início	do	Livro	II	do Contrato 
social,	temos	a	seguinte	passagem:
A	primeira	e	mais	 importante	conseqüência	dos	princípios	acima	
estabelecidos	está	em	que	somente	a	vontade	geral	tem	possibili-
dade	de	dirigir	as	forças	do	Estado,	segundo	o	fim	de	sua	institui-
ção,	isto	é,	o	bem	comum;	pois,	se	a	oposição	dos	interesses	parti-
culares	tornou	necessário	o	estabelecimento	das	sociedades,	foi	a	
conciliação	desses	mesmos	interesses	que	a	tornou	possível.	
(...)	Digo,	pois,	que	outra	coisa	não	sendo	a	soberania	senão	o	exer-
cício	da	vontade	geral,	 jamais	se	pode	alienar,	e	que	o	soberano,	
que	nada	mais	é	senão	um	ser	coletivo,	não	pode	ser	representado	
a	não	ser	por	si	mesmo;	é	perfeitamente	possível	transmitir	o	po-
der,	não	porém	a	vontade.	
(...)	Pela	mesma	razão	que	a	torna	inalienável,	a	soberania	é	indivi-
sível,	porque	a	vontade	é	geral,	ou	não	o	é;	é	a	vontade	do	corpo	do	
povo,	ou	apenas	de	uma	de	suas	partes	(1965).
Rousseau	não	é	 somente	um	pensador	político	de	notável	
envergadura.	O	 forte	apelo	 revolucionário	de	 seus	 textos	 viria	 a	
influenciar	 as	 insurreições	 francesas	do	 final	do	 século	18	e	dar	
fôlego	às	aspirações	democráticas	do	outro	lado	do	oceano.	Bem	
vinculadoao	espírito	da	época,	um	parágrafo	retirado	do	final	do	
Livro	II	do Contrato social	demonstra	como	filosofia	e	política	ca-
minhavam	pela	mesma	vereda:
Claretiano - Centro Universitário
77© U4 - Filosofia Política e a Teoria do Pacto Social
Se	 se	 procura	 saber	 em	que	 consiste	 precisamente	 o	maior	 dos	
bens,	que	deve	ser	o	objetivo	de	todo	sistema	de	legislação,	achar-
-se-á	que	se	reduz	a	estes	dois	objetos	principais:	a	liberdade	e	a	
igualdade.	A	liberdade,	porque	toda	independência	particular	é	ou-
tra	tanta	força	subtraída	a	corpo	do	Estado;	a	igualdade,	porque	a	
liberdade	não	pode	subsistir	sem	ela	(1965).
9. textOs COMpleMentares
Texto 1 - Thomas Hobbes ––––––––––––––––––––––––––––––
Leviatã, capítulo XIII:
Da condição natural da humanidade relativamente à sua felicidade e miséria
A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e 
do espírito, embora por vezes se encontre um homem manifestamente 
mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, 
quando se considera tudo isso em conjunto, a diferença entre um e outro 
homem não é suficientemente considerável para que qualquer um possa 
com base nela reclamar qualquer benefício a que outro não possa também 
aspirar, tal como ele. Porque quanto à força corporal o mais fraco tem for-
ça suficiente para matar o mais forte, quer por secreta maquinação, quer 
aliando-se com outros que se encontrem ameaçados pelo mesmo perigo. 
(...)
Desta igualdade quanto à capacidade deriva a igualdade quanto à espe-
rança de atingirmos nossos fins. Portanto se dois homens desejam a mes-
ma coisa, ao mesmo tempo que é impossível ela ser gozada por ambos, 
eles tornam-se inimigos. E no caminho para seu fim (que é principalmente 
sua própria conservação, e às vezes apenas seu deleite) esforçam-se por 
destruir ou subjugar um ao outro. (...)
Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é 
inimigo de todo homem, o mesmo é válido também para o tempo durante 
o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser 
oferecida por sua própria força e sua própria invenção. Numa tal situação 
não há lugar para a indústria, pois seu fruto é incerto; conseqüentemente 
não há cultivo de terra, nem navegação, nem uso das mercadorias que 
podem ser importadas pelo mar; não há construções confortáveis, nem 
instrumentos para mover e remover as coisas que precisam de grande 
força; não há reconhecimento da face da Terra, nem cômputo do tempo, 
nem artes, nem letras; não há sociedade; e o que é pior do que tudo, um 
constante temor e perigo de morte violenta. (...)
Desta guerra de todos os homens contra todos os homens também isto 
é conseqüência: que nada pode ser injusto. As noções de bem e de mal, 
de justiça e injustiça, não podem aí ter lugar. Onde não há poder comum 
não há lei, e onde não há lei não há injustiça. Na guerra, a força e a fraude 
são as duas virtudes cardeais. A justiça e a injustiça não fazem parte das 
faculdades do corpo ou do espírito. Se assim fosse, poderiam existir num 
homem que estivesse sozinho no mundo, do mesmo modo que seus senti-
dos e paixões. São qualidades que pertencem aos homens em sociedade, 
© Filosofia Política78
não na solidão. Outra conseqüência da mesma condição é que não há 
propriedade, nem domínio, nem distinção entre o meu e o teu; só pertence 
a cada homem aquilo que é capaz de conseguir, e apenas enquanto for 
capaz de conservá-lo. É pois esta a miserável condição em que o homem 
realmente se encontra, por obra da simples natureza. Embora com uma 
possibilidade de escapar a ela, que em parte reside nas paixões, e em 
parte em sua razão. 
As paixões que fazem os homens tender para a paz são o medo da morte, 
o desejo daquelas coisas que são necessárias para uma vida confortável, 
e a esperança de consegui-las através do trabalho. E a razão sugere ade-
quadas normas de paz, em torno das quais os homens podem chegar a 
acordo (1983).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Texto 2 - Thomas Jefferson ––––––––––––––––––––––––––––
Escritos políticos
Carta a George Washington, Paris, 2 de maio de 1788.
Eu era um inimigo ferrenho de monarquias antes de minha vinda à Europa. 
Sou dez mil vezes mais desde que vi o que elas são. Não há, dificilmente, 
um mal que conheça nestes países, cuja origem não possa ser atribuída 
a seus reis, nem um bem que não derive das pequenas fibras de republi-
canismo existente entre elas. Posso acrescentar, com segurança, que não 
há, na Europa, cabeça coroada cujo talento ou cujos méritos lhe dessem 
o direito a ser eleito, pelo povo, conselheiro de qualquer paróquia da Amé-
rica.
Opinião do Gabinete, 28 de abril de 1793.
Considero o povo que constitui a sociedade ou nação como a fonte de toda 
a autoridade nessa nação; como sendo livre para conduzir seus interesses 
comuns através de quaisquer órgãos que julgue adequados; para modifi-
car esses órgãos individualmente ou sua organização na forma ou função 
sempre que lhe apraz; que todos os atos praticados por esses órgãos sob 
a autoridade da nação constituem atos dela, são obrigatórios para o povo 
e em vigor seu uso, não podendo, de forma alguma, ser anulados ou afe-
tados por quaisquer mudanças na forma do governo ou das pessoas que 
o administram. 
Carta a François d’Ivernois, Monticello, 6 de fevereiro de 1795.
Suspeito que a doutrina de que somente pequenos Estados se acham ap-
tos para ser repúblicas será arrasada pela experiência juntamente com 
outras brilhantes falácias apregoadas por Montesquieu e outros escritores 
políticos. Talvez se descobrirá que, para se conseguir uma república justa 
(e é para assegurar nossos justos direitos que recorremos de qualquer 
modo ao governo), é preciso que ela tenha tal amplitude de modo a que 
egoísmos locais jamais atinjam a maior parcela; que em cada questão par-
ticular se encontre, em seus conselhos, uma maioria livre de interesses 
privados que dê, portanto, uma prevalência uniforme aos princípios de 
justiça.
Carta a Adamantios Coray, Monticello, 31 de outubro de 1823.
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79© U4 - Filosofia Política e a Teoria do Pacto Social
Por possuirmos combinadas as bênçãos de liberdade e ordem, desejamos 
o mesmo para outros países e para nenhum país mais que o vosso (Gré-
cia), que foi a primeira das nações civilizadas a apresentar exemplos do 
que o homem deve ser. Na verdade, não que as formas de governo adap-
tadas a sua época e seu país sejam praticáveis ou devam ser imitadas em 
nossos dias, embora preconceitos a seu favor fossem bastante naturais a 
nosso povo. As circunstâncias do mundo modificaram-se muito para isso. 
(...) A igualdade de direitos para o homem e a felicidade de cada indivíduo 
são agora reconhecidas como os únicos objetivos legítimos do governo. 
Os tempos modernos têm agora também esta vantagem evidente, a de ter 
descoberto o único processo pelo qual esses direitos podem ser assegu-
rados, a saber: governo pelo povo, agindo não em pessoa, mas por meio 
de representantes eleitos pelo povo, isto é, por todo homem maduro e são 
de espírito que contribua, quer com sua bolsa, quer com sua pessoa, para 
suporte do país (1973).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
10. questões autOavaliativas
Confira,	a	seguir,	as	questões	propostas	para	verificar	o	seu	
desempenho	no	estudo	desta	unidade:
1)	 Como	pensar	o	conceito	de	política	para	Maquiavel?
2)	 Como	pensar	o	conceito	de	política	para	Hobbes?
3)	 Seria	o	pacto	social	uma	referência	ficcional	ou	uma	realidade	histórica?
4)	 Como	pensar	o	conceito	de	política	para	Locke?
5)	 Como	pensar	o	conceito	de	política	para	Rousseau?
11. COnsiderações
Nesta	unidade,	estudamos	a	teoria	do	pacto	social.	Na	pró-
xima	unidade,	estudaremos	a	Filosofia	Política	na	Modernidade	e	
conheceremos	os	pensamentos	de	Kant	e	Hegel	a	respeito	da	po-
lítica.
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12. e-RefeRências
lista de figuras
figura 1	Nicolau Maquiavel (1469-1527).	Disponível	em:	<http://www.kuniyoshi.name/blog/index.php/mental/.../27-maquiavel?..>.	Acesso	em:	26	jun.	2012.
figura 2	 Thomas Hobbes (1588-1679).	 Disponível	 em:	 <http://www.one-eternal-day.
com/2010_07_01_archive.html>.	Acesso	em:	26	jun.	2012.
figura 3	 John Locke (1632-1704).	Disponível	em:	<http://www.portalsophia.org/index.
php/blog/john-locke-1632-1704-sintese-entre-empirismo-e-liberalismo.html>.	 Acesso	
em:	26	jun.	2012.
figura 4	 Jean-Jaques Rousseau (1712-1778).	 Disponível	 em:	 http://www.culturabrasil.
pro.br/rousseau.htm.	Acesso	em:	26	jun.	2012.
13. RefeRências bibliogRáficas
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