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INTOXICAÇÃO POR PSICOTRÓPICOS E AGITAÇÃO PSICOMOTORA Uso/ mecanismo de ação Fatores de risco/ efeitos Manejo da intoxicação Outras recomendações LÍTIO É a terapia mais eficaz nos transtornos do humor, com eficácio reconhecida contra depressão e mania, ação anti-suicida (pacientes com transtorno bipolar) • Medicamentos que alteram a função renal (IECAs, diuréticos, AINES, outros) • Infecções irais comfebre ou gastrenterites com diarreia e vômitos • Desidratação por baixa injesta hídrica ou sudorese excessiva • Portadores de IR • Sexo feminino • População idosa Suspensão imediata do lítio, estabilização de vias aéreas, respiração e circulação, seguido da administração de fluidos via intravenosa e reposição da perda hídrica (solução isot6onica) Em casos de diabetes insípido nefrogênico, os níveis de sódio precisam ser monitorados para evitar hipernatremia • Uso de carvão ativado não é recomendado • Hemodiálise: Litemia ≥ 4 mEq/L, independente do estado clínico do paciente litemia ≥ 2,5 mEq/L, se houver sintomas neurológicos, ou naqueles portadores de insuficiência renal prévia ou insuficiência cardíaca, já que tais patologias restringem a administração vigorosa de líquidos. • irrigação intestinal completa com polietilenoglicol nos casos de uso de lítio de liberação prolongada As doses variam de 500 mL a 2 L/hora, e devem ser administradas até que não haja mais resíduos fecais. Contraindicações: incluem obstrução mecânica, íleo paralítico, perfuração e sangramento gastrintestinal BENZODIAZEPÍNICOS (Agentes sedativos hipnóticos) Convulsões, abstinência de álcool e outras drogas, insônia, contração muscular, ansiedade, distúrbios do sono e agitação Raramente prescritos em monoterpaia • Dose excessiva: sedação, sonolência, diplopia, disartria, ataxia e confusão mental • Depressão respiratória e hipotensão artrial,excitação • Monitoração respiratória e manutenção dos sinais vitais • Antídoto específico nos quadros graves: flumazenil - mecanismo de ação: ligação à superfície extracelular dos receptores • A monitoração cardiorrespiratória é preconizada • Repetição da dosagem ou da infusão pode ser necessária paradoxal (crianças e idosos) • Obs: a intoxicação por etanol, barbitúricos, hidrato de cloral e monóxido de carbono produz sintomas semelhantes entre os BZD, assim como algumas condições clínicas (hipoglicemia, AVC, meningite, encefalite e TC de GABA = compete com BZD - contra-inidcações: dose não definida, ingeriu outras substâncias não identificadas, convulsões, intervalo QRS prolongado • Dose inicial: 0,2mg por 15 s • Mais sugerido: doses de 0,01mg/kg, com duração de 1 minuto cada uma, podendo alcançar 1 mg, no máximo ou até que a intoxicação seja resolvida ANTIPSICÓTICOS TÍPICOS (primeira geração) Os antipsicóticos típicos e os atípicos compartilham algumas características: são altamente lipossolúveis e rapidamente absorvidos pelo trato gastrintestinal, alcançando com celeridade o SNC. Têm grande afinidade por proteínas plasmáticas, o que leva a um alto volume de distribuição. • Haloperidol, trifluoperazina, pimozida e tioridazina • Tanto os típicos quando os atípicos atuam bloqueando os receptores de dopamina em diversas áreas do cérebro, como córtex, os gânglios da base e hipotálamo • Na Esquizofrenia: acredita-se que bloqueiam os receptores D2 na via mesolimbica = promovendo melhora das alucinações e dos delírios • Ação dos • Efeitos colaterais: bloqueiam outros receptores do SNC, como os do sitema túbero-infundibular, que pode promover hiperprolactinemia • O bloqueio dos receptores de dopamina na via nigroestriatal é responsável por distúrbios de movimento que se assemelham aos da doença de Parkinson; rigidez muscular, tremor, alteração da marcha e hipomimia (compõem a SEP – síndrome extrapiramidal) - síndrome neuroléptica maligna • Intoxicação por antipsicóticos: medidas gerais de desintoxicação do trato gastrintestinal como lavagem gástrica e uso de carvão ativado • Não há benefício em realizar hemodiálise: devido à alta lipossolubilidade • Manter monitoração de sinais vitais e suporte cardiorrespiratório, procedendo à intubação orotraqueal em casos de rebaixamento de nível de consciência e infusão de solução salina na presença de hipotensão. • Solicitar dosagem de sódio, potássio e magnésio, além de ECG, devido à possibilidade de alteração da condução cardíaca • Bloqueio de receptores anticolinérgicos muscarínicos: boca seca, obstipação, retenção urinária e taquicardia • Bloqueio dos receptores alfa1: hipotensão ortostática • Antagonismo dos receptores de histamina1: sedação • Tioridaniza: provoca atraso na repolarização cardíaca (influxo da potássio) – torsaides de pointes • Sinais e sintomas na intoxicação: pupilas mióticas, midriáticas ou normais, sintomas antolinérgicos podem estar presentes, boca seca, visão turva, rubor facial, agitação/ delirium, redução do peristaltismo e retenção urinária ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS (Segunda geração) • Quetiapina, olanzapina, clozapina • Ação como antagonistas dos receptores de serotonina 5HT2A, que ocorre em paralelo ao bloqueio de D2 • Menor ocorrência de SEP e melhor ação nos sintomas de humor • A maioria apresenta antagonismo de múltiplos receptores, como receptores serotoninérgicos, α1, histamina e muscarínico, o que contribui tanto para suas ações terapêuticas quanto = acima = acima para seus efeitos colaterais. • Intoxicação por atípicos: maior sedação e depressão do SNC ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS • Rapidamente absorvidos pelo TGI, Lipossolúveis, alto volume de distribuição • Metabolização hepática • Meia-vida: cerca de 24 hrs nas dosagens terapêuticas. Pode aumentar até 72 hrs na intoxicação • Mecanismo de ação: bloqueio da recaptação de serotonina e noradrenalina. Contudo, todos os medicamentos dessa classe também são antagonistas dos receptores de histamina H1, alfa1- adrenérgicos e colinérgicos muscarínicos • Na intoxicação, podem existir sintomas relacionados ao SNC e ao sistema cardiovascular • Comum haver sonolência, porém também podem provocar agitação, confusão mental, delírios e alucinações • Em função da ação anticolinérgica, podem ocasionar hipertermia, rubor facial, midríase, íleo paralítico e retenção urinária • Potencial cardiotóxico (distúrbios na condução cardíaca, prolongamento do QRS > 100ms, aumento do intervalo QT > 430ms) • Achado mais comum no ECG: taquicardia sinusal • O manejo inicial do paciente com suspeita de intoxicação por ADs inclui medidas de descontaminação do trato gastrintestinal (lavagem gástrica e carvão ativado), suporte cardiovascular, respiratório e realização precoce de ECG • ADTs: uso de bicarbonato de sódio está indicado em pacientes com hipotensão e/ou arritmia, ou se houver prolongamento do QRS • Se houver convulsão: BZD • Flumazenil é contraindicado, mesmo que haja suspeita de intoxicação concomitante, pelo fato de reduzir o limiar convulsivo • a taxa de letalidade foi maior para o grupo dos tricíclicos, seguidos pela venlafaxina e pela mirtazapina, sendo menor para os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs). ANTIDEPRESSIVOS ISRS (inibidores seletivos de recaptação de serotonina) • fluoxetina, fluvoxamina, citalopram, escitalopram, paroxetina e sertralina • menor probabilidade de cauar cardiotoxicidade, com exceção do citalopram/ escitalopram • rapidamente absorvidos, [máxima] em 6 hrs • O manejo do paciente com intoxicação por ISRS envolve, principalmente, medidas de suporte clínico • Exames laboratoriais gerais, dosagem de • É mandatória a suspensão de agentes serotoninérgicos, e deve-se forneceroxigênio suficiente para manter a saturação de oxigênio ≥ 94%, além de cristaloides via • Mecanismo de ação: inibição da recaptação da serotonina nos neurônios, com menor capacidade de antagonizar os receptores muscarínicos, histaminérgicos e adrenérgicos, levando a menor ocorrência de efeitos colaterais • alto grau de ligação às proteína séricas e tem meia-vida longa, com atividade biológica sustentada devido aos metbaólitos ativos, com exceção da fluvoxamina e da paroxetina • efeito colateral: síndrome da secreção inapropriada de hormônio antidiurético (causa hiponatremia) • a ingesta excessiva ou associação com outras substância com o mesmo mecanismo de ação pode provocar a Síndrome setotoninérgica eletrólitos e ECG, nos casos de intoxicação por citalopram/escitalopram • Aumento do intervalo QT: instituir terapêutico com sulfato de magnésio, para evitar torsades de pointes • Observação e monitoração cardiorrespiratória até a normalização do traçado eletrocardiográfico • Caso o paciente preencha critérios para SS, deve-se solicitar exames de função renal, CPK, perfil hepático e coagulograma intravenosa para tratar a hipovolemia e a hipertermia. • O BZD é importante para o manejo da agitação, pois é preferível a contenção química à física, devido ao risco de contrações musculares, piorada hipertermia e da lesão muscular durante a contenção física. • O controle da febre elevada é essencial e depende da melhora da atividade muscular, pois a ocorrência dela na SS não está relacionada à alteração hipotalâmica, mas, sim, à atividade muscular excessiva. • Se paciente apresenta temperatura acima de 41,1 °C, deve-se realizar bloqueio neuromuscular, de preferência com o brometo de vecurônio. • O vecurônio antagoniza a acetilcolina, ligando-se competitivamente aos receptores colinérgicos da placa motora, bloqueando a transmissão neuromuscular, causando a paralisia dos músculos esqueléticos. Essas medidas devem ser acompanhadas de intubação orotraqueal e sedação. INIBIDORES DA MONOAMINOXIDASE (iMAO) • fenelzina, tranilcipromina e isocarboxamzida são inibidores irreversíveis: a ativ. Bloqueada por eles só retorna cerca de 2 a 3 semanas, após a síntese de novas enzimas • tranilcipromina é indicada para transtornos depressivos resistentes • Mecanismo de ação: inibição (reversível, ou não) da enzima qu metaboliza a serotonina, a dopamina e a noradrenalina • O manejo da overdose por IMAO inclui medidas de descontaminação do trato gastrintestinal, medidas de suporte e atenção especial às possibilidades de SS e crise hipertensiva, com monitoração cardiorrespiratória e avaliação de sinais vitais • Deve-se evitar fármacos com atividade sertoninérgica e, também, agentes com ação simpaticomimética, que podem provocar a elevação da PA • Crise hipertensiva: manejo com a redução gradual da PA na maioria dos casos • A prescrição desses medicamentos envolve importantes restrições dietéticas e considerações sobre interações medicamentosas • Ricos de síndrome setoroninérgica • Risco de crise hipertensiva: ingestão de alimentos ricos em tiramina (laticínios), pois esse aminoácido leva ao aumento de NA = elevação da PA INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA E NORADRENALINA + iMAO • Antidepressivos ISRS e tricíclicos + iMAO • Podem causar aumento da PA e da frequência cardíaca, efeitos provavelmente mediados pelo estímulo noradrenérgico e que costumam ser dose- dependentes • Na overdose, os pacientes podem exibir arritmias e crise hipertensiva sendo necessária a monitoração de sinais vitais e ECG
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