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UNIDADE I
DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
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por escrito, do Grupo Ser Educacional.
Edição, revisão e diagramação: 
Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD 
 
_______________________________________________________________________
Oliveira, Roberta. 
Direito Coletivo do Trabalho– Unidade 1 –
Recife: Grupo Ser Educacional, 2018.
 _______________________________________________________________________
Grupo Ser Educacional
Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro
CEP: 50100-160, Recife - PE
PABX: (81) 3413-4611
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SUMÁRIO
PARA INÍCIO DE CONVERSA ...................................................................................... 4
SURGIMENTO HISTÓRICO DAS RELAÇÕES TRABALHISTAS ............................... 5
SURGIMENTO HISTÓRICO DAS ORGANIZAÇÕES SINDICAIS ............................ 7
LEGISLAÇÃO INTERNACIONAL SINDICAL ............................................................... 9
LEGISLAÇÃO NACIONAL SINDICAL ......................................................................... 10
ORGANIZAÇÃO SINDICAL .......................................................................................... 11
ESTRUTURA DOS SINDICATOS NO BRASIL ............................................................ 11
Receitas Sindicais ..................................................................................................................... 13
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DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
UNIDADE I
PARA INÍCIO DE CONVERSA
Caríssimo (a) aluno (a), nossa disciplina Direito Coletivo do Trabalho irá abordar em 
quatro aulas: os aspectos das relações firmadas em âmbito coletivo. Esta será nossa 
primeira aula e nela abordaremos a origem das associações dos trabalhadores em 
sindicatos, uma vez que, a partir do entendimento das origens históricas, você irá 
compreender o papel dos sindicatos na sociedade moderna.
 
A dignidade do trabalhador, considerado em si mesmo, confunde- se com o surgimento 
dos sindicatos, já que foi a partir da mobilização dos trabalhadores na busca dos seus 
direitos que nasceram os primeiros sindicatos. É muito difícil apontar a ideologia 
política exata dos sindicatos, porque ela é mutável durante o tempo, assim como, cada 
categoria profissional se interessa por direitos específicos. 
É certo que os direitos mínimos a serem garantidos são os mesmos, mas cada profissão 
necessita de regulamentação especial. Após o surgimento histórico das relações 
coletivas de trabalho, você irá estudar como se estruturam as associações sindicais.
Vamos em frente.
ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA
É de fundamental importância à leitura do livro texto disponível no seu ambiente de 
estudo, uma vez que ele complementa as orientações apresentadas neste material. 
Também haverá recomendações de leitura (por meio de links) no decorrer do texto, que 
facilitarão a sua compreensão do conteúdo abordado. 
Ao longo do texto, você verá algumas indicações de leitura, não obrigatórias e que 
servirão para que você possa ampliar seu conhecimento global da matéria. Como por 
exemplo, temos Karl Marx, uma figura importante nas conquistas trabalhistas. Assim, 
é importante saber quem ele foi, e por quais causas lutou, assim como quais livros 
escreveu. 
Você também pode fazer um passeio pelos links após a compreensão do material 
obrigatório de leitura – livro texto e Guia de Estudo. Destaco que, quando a leitura de 
um link for obrigatória e indispensável ao seu aprendizado eu avisarei. Feitas estas 
observações, vamos começar os estudos.
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SURGIMENTO HISTÓRICO DAS RELAÇÕES TRABALHISTAS
Na antiguidade, o homem trabalhava para se alimentar, defender-se ou se abrigar. Com o passar do 
tempo, o trabalho foi sujeito à escravidão e, durante o feudalismo, a servidão. Somente com a sociedade 
medieval houve o início da sociedade urbana, fundada no comércio e na indústria rudimentar.
Já as Corporações de Ofício, surgem no séc. XII, com mestres e aprendizes, e no séc. XIV agregam-
se os companheiros. A sujeição dos companheiros e aprendizes aos seus mestres desencadeia a 
compagnonnage - Associação de operários que visa a instrução profissional e a ajuda mútua, corporação 
(fonte: http://sereduc.com/m8MneF).
No séc. XVIII, a criação e o desenvolvimento da máquina a vapor, de fiar e de tear propiciou um trabalho 
mais rápido e produtivo, com menos utilização de mão de obra e gerando um alto índice de desemprego.
Apenas durante a Revolução Francesa se consolidou a autonomia da vontade contratual, diante do 
princípio da igualdade jurídico-política pleiteada pela burguesia, que culminou também na extinção das 
corporações de ofício em 1971 com a Lei Le Chapelier.
As relações contratuais trabalhistas eram extremamente desiguais, pois eram baseadas na exploração da 
mão de obra e tinham como finalidade a obtenção de lucros cada vez maiores.
A Lei Chapelier proibiu as organizações de classe, com o intuito de fomentar a livre concorrência. Também 
foram proibidos os sindicatos, as greves, bem como quaisquer manifestações de trabalhadores, impondo 
penas de multa e de restrições de direitos.
Todavia, é importante destacar que as máquinas eram operadas por homens, surgindo neste momento o 
trabalho assalariado. E, a partir de então, o empregador passou a ser o proprietário único dos meios de 
produção, impondo suas próprias regras, uma vez que se vivenciava o Estado Liberal. A exploração do 
trabalho era desumana, sem limitação para a jornada de trabalho, além da existência do trabalho infantil.
A relação de emprego, atualmente, possui como característica principal o trabalho subordinado, que 
somente surgiu durante a Revolução Industrial, período em que houve a separação do trabalhador dos 
meios de produção, tornando-o subordinado ao proprietário dos meios produtivos, uma vez que até então 
vigia a sujeição pessoal do trabalhador.
A subordinação é objetiva, uma vez que está intimamente ligada à realização do serviço ora pactuado e 
a sujeição está intimamente ligada à pessoa do trabalhador (relações escravistas e servis). Na Europa 
e Estados Unidos, do final do séc. XVIII e durante o séc. XX, solidificaram-se as bases do trabalho livre, 
porém subordinado e de concentração proletária.
O trabalhador passa a ser um fator de produção, aviltando a sua dignidade e deixando clara a sua 
hipossuficiência diante do objetivo de lucro do empregador. É nesse cenário que os conflitos de interesse 
surgem, com a vinculação do trabalhador ao sistema produtivo durante o Estado Liberal, que também 
estava alicerçado no capitalismo e com foco na economia de mercado, na livre-iniciativa e na proteção 
da propriedade privada.
http://sereduc.com/m8MneF
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O Estado Liberal tinha por princípio a mínima intervenção estatal na propriedade privada e nas relações 
contratuais, o que levou a uma má redistribuição de renda, aumentando mais a hipossuficiência do 
trabalhador e gerando revoltas sociais. Assim, a história do surgimento dos direitos dos trabalhadores se 
confunde com o surgimento do Direito Coletivo do Trabalho, tendo em vista, a conscientização coletiva 
dos trabalhadores, contra os capitalistas.
A relação de trabalho, que é gênero, incorpora sua espécie mais relevante: a relação de emprego, 
derivada de um contrato entre empregado e empregador. Este contrato, por sua vez, estava cada vez 
mais beneficiando o empregador, com o sacrifício do empregado (que era explorado com muitas horas de 
trabalho e baixos salários).
Após o êxito na revolução socialista de 1917, na Rússia, o Estado passa a se afastar do capitalismo. 
Assim, surge o Estado do Bem-Estar Social (Welfare State), com a finalidade de promover a igualdade 
social e de garantir condições básicas para uma vida digna. (Fonte: https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/estado-de-bem-estar-social-crises-e-desafios/).
O liberalismo econômico faz surgir diversos direitos para a melhoria da condição de vida dos trabalhadores. 
Houve um reconhecimento formal de direitos aos trabalhadores, que até então eram utilizados como 
meros meios de produção.
VISITE A PÁGINA
Aprenda mais sobre o liberalismo econômico acessando: LINK
Alguns direitos mínimos foram positivados para regulamentar as relações de trabalho a fim de compensar 
a hipossuficiência estrutural e econômica do empregado. As Constituições do México (1917) e a Alemã 
(1919) foram as primeiras a positivar os direitos trabalhistas na categoria de direitos fundamentais. No 
Brasil, a Constituição de 1824 já reconhecia a liberdade de trabalho.
A criação da OIT é um importante marco histórico na conquista de direitos trabalhistas:
“A OIT fez contribuições significativas para o mundo do trabalho desde seus primeiros 
dias. A primeira Conferência Internacional do Trabalho realizada em Washington em 
outubro de 1919 adotou seis Convenções Internacionais do Trabalho, que lidavam 
com horas de trabalho na indústria, desemprego, proteção à maternidade, trabalho 
noturno para mulheres, idade mínima e trabalho noturno para jovens na indústria”. 
(Fonte http://sereduc.com/gohGRH).
O objetivo dos trabalhadores é bastante claro: a dignidade do trabalhador nas relações de emprego. Este 
sempre esteve em consonância com o princípio da dignidade da pessoa humana, que foi positivado em 
1948 na Declaração Universal de Direitos Humanos.
https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/estado-de-bem-estar-social-crises-e-desafios/
https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/estado-de-bem-estar-social-crises-e-desafios/
http://sereduc.com/STDgkx
http://sereduc.com/gohGRH
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Inclusive o artigo XXIV da Declaração Universal de Direitos Humanos dispõe que: “Todo ser humano tem 
direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas 
periódicas” (Fonte: http://sereduc.com/K3rqk1 )
SURGIMENTO HISTÓRICO DAS ORGANIZAÇÕES SINDICAIS 
De acordo com a etimologia da palavra sindicato já se pode associar sua finalidade atual:
Ela vem do Francês SYNDICAT, de SYNDIC, “representante de uma corporação”, do 
Grego SYNDIKOS, “advogado público”, de SYN, “junto”, mais DIKÉ, “julgamento, 
justiça, uso, costume.
Mais tarde adquiriu o sentido de “grupo de pessoas da mesma atividade com a 
finalidade de atender aos seus interesses” 
(Fonte: http://sereduc.com/5IrswO - Acesso: 13.11.2018).
O Sindicato está sempre associado à noção de defesa, com justiça, de uma determinada coletividade. É 
uma associação estável e permanente de trabalhadores que se unem a partir da constatação e resolução 
de problemas e necessidades comuns. Os sindicatos estão no mesmo contexto histórico que as relações 
de trabalho. 
Após a extinção das corporações de ofício e a implantação da autonomia da vontade nas relações de 
trabalho, legitimando as negociações de venda de mão de obra do trabalhador, Estados Unidos, Bélgica, 
Luxemburgo, Holanda, Dinamarca, Suécia, Espanha, Itália e a Confederação Germânica também proibiram 
associações, tanto de empregados como de empregadores.
A partir dos trabalhadores da indústria surgiram as categorias, conforme os segmentos econômicos 
e de acordo com a atividade desenvolvida: urbana, rural e de serviços. Diante da industrialização já 
apresentada, o Estado Liberal que era abstencionista, não mais conseguia garantir a harmonia social e 
as classes operárias começaram a se organizar em grupos com forte consciência política, dando início 
às primeiras reivindicações e com a finalidade de conquistar direitos que lhe proporcionassem melhores 
condições de trabalho.
Houve a utilização da autodefesa, por meio dos movimentos de paralisação e de movimentos de depredação 
do patrimônio da empresa (ludismo), por parte dos trabalhadores. (Fonte: http://sereduc.com/N90ve7)
Observa-se que a socialização dos direitos também atinge a esfera coletiva, no sentido de que deve haver 
solidariedade entre os agentes sociais ligados às relações de trabalho, Estado, economia, empresários, 
trabalhadores e sindicatos.
Todavia, os conflitos coletivos de trabalho são derivados das relações entre organizações coletivas de 
empregados e empregadores e/ou entre organizações obreiras e empregadores diretamente e nas demais 
relações de representação e atuação coletiva dos trabalhadores. Conforme Vólia Bonfim Cassar em seu 
livro: Direito do Trabalho, página 112, temos que:
http://sereduc.com/K3rqk1
http://sereduc.com/5IrswO
http://sereduc.com/N90ve7
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“As relações de trabalho sempre podem ser consideradas tanto a partir de um plano 
individual e concreto, dos contratantes reais, em torno de um objeto específico e 
mediante condições empiricamente constatáveis, quanto de um plano coletivo, 
abstrato, resultante de uma atitude intelectual de generalização dos aspectos 
recorrentes nas relações individuais.
A percepção coletiva da relação de trabalho fica mais evidente quando a atenção se volta 
para o período moderno, quando o contratado, diferente do artesão medieval, deixa de 
ser o proprietário dos meios usados no seu ofício e passa a servir o contratante fora 
de casa, convivendo com outros trabalhadores em um lugar destinado especialmente 
para a produção. Nesta nova situação, a dinâmica social levou à organização dos 
trabalhadores em associações de socorro mútuo e para reivindicações conjuntas, 
embriões dos sindicatos que logo surgiriam”.
No séc. XIX, o Parlamento britânico revogou a proibição das associações de trabalhadores, sendo seguido 
pela França, Bélgica e Alemanha. Na Inglaterra, foram criadas as trade unions com a finalidade de 
pressionar empresários e governo, no atendimento das reivindicações obreiras, por meio de greves.
Durante o século XX, houve diversas lutas na busca de melhores condições de trabalho, reconhecimento 
de direitos individuais e meios de proteção judiciais e extrajudiciais de solução dos conflitos coletivos, por 
meio de reivindicações coletivas de trabalhadores.
Os trabalhadores lutaram pelo direito de associação por muito tempo, sendo que os ideais operários 
tomaram força após a publicação do Manifesto Comunista de Marx, no ano de 1848. Em 1964, constituiu-
se a Primeira Internacional de caráter comunista, em 1869 a Segunda Internacional possuía caráter 
Socialista e em 1914 a Terceira Internacional caráter Leninista.
Como ponto de partida, Karl Marx e Friedrich Engels fundaram o chamado “materialismo histórico”, para 
compreender o motivo das diferenças sociais instaladas durante a Revolução Industrial. Marx e Engels 
concluíram que os meios de produção determinavam a sociedade, por meio da conquista material e 
consequente situação econômica do indivíduo.
VISITE A PÁGINA
Recomenda-se ampliar o conhecimento por meio do manifesto comunista: LINK. 
Desta forma, as relações de produção determinavam as classes sociais que formavam a sociedade. O 
capitalismo induz a uma luta de classes: de um lado a burguesia dominante e, de outro, o proletariado 
dominado. A classe burguesa era a detentora dos meios de produção e tinha como objetivo lucrar sempre. 
A classe proletária vendia a sua força de trabalho em troca de um salário.
http://sereduc.com/fptQ6U
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Assim, a classe burguesa, na obtenção do lucro, pagava baixos salários, em condições de trabalho 
péssimas. A classe operária se revoltou e lutou contra os burgueses, muitas vezes se utilizando do recurso 
da greve.
Um dos intuitos da luta de classes era que esta se transformasse em uma luta política, para se reivindicar 
maiores vantagens no terreno econômico e uma consequente conquista do poder político, para se colocar 
fim ao sistema capitalista de produção.
Em 2017, o filme “O Jovem Karl Marx” retratou as ações dos partidos políticos em prol dos trabalhadores. 
A partir de então, a greve uniu os operários na luta por direitos contra o governo e os efeitos do capitalismo. 
A Associação Internacionaldos Trabalhadores, (ou simplesmente Internacional), foi a primeira organização 
que reuniu diversas correntes do movimento operário do mundo industrializado.
 
No ano de 1871 foi editada a primeira lei que reconheceu o direito de associação sindical pelo Parlamento 
Inglês: a Trade Union Act. A evolução do sindicalismo não possui somente uma motivação e ideologia, ela 
vai sendo modificada conforme as necessidades da sociedade.
A doutrina divide a evolução do sindicalismo em três fases distintas: a primeira é a fase da proibição, 
diante da proibição na Revolução Francesa. A segunda fase é chamada de fase da tolerância, que ocorreu 
durante o séc. XIX, quando o Estado deixou de entender como crime as associações. E a terceira fase é o 
período de reconhecimento.
LEGISLAÇÃO INTERNACIONAL SINDICAL
Os sindicatos, enquanto sujeitos de direito na relação coletiva de trabalho, possuem legislação 
internacional demonstrando sua globalização na proteção dos direitos coletivos de trabalho.
	 Declaração Universal de Direitos Humanos (1948):
•	 Artigo XXIII, 4. “Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles 
ingressar para proteção de seus interesses”.
	 Convenção n. 98 da OIT (1949):
•	 Convenção relativa à Aplicação dos Princípios do Direito de Organização e de 
Negociação Coletiva, adotada em Genebra, a 1º de junho de 1949.
	 Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966):
•	 “Os Estados partes terão o dever de garantir:
O direito de toda pessoa de fundar com outras, sindicatos e de filiar-se ao sindicato 
de escolha, sujeitando-se unicamente aos estatutos da organização interessada, com 
o objetivo de promover e de proteger seus interesses econômicos e sociais. O exer-
cício desse direito só poderá ser objeto das restrições previstas em lei e que sejam 
necessárias, em uma sociedade democrática, no interesse da segurança nacional ou 
da ordem pública, ou para proteger os direitos e as liberdades alheias;
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 b) O direito dos sindicatos de formar federações ou confederações nacionais e o direi-
to destas de formar organizações sindicais internacionais ou de filiar-se às mesmas.
 c) O direito dos sindicatos de exercer livremente suas atividades, sem quaisquer 
limitações além daquelas previstas em lei e que sejam necessárias, em uma socie-
dade democrática, no interesse da segurança nacional ou da ordem pública, ou para 
proteger os direitos e as liberdades das demais pessoas”.
	 Convenção n. 135 da OIT (1971):
•	 Convenção sobre a Proteção de Representantes de Trabalhadores.
	 Convenção n. 141 da OIT (1975):
•	 Convenção relativa às Organizações de Trabalhadores Rurais e sua Função no 
Desenvolvimento Econômico e Social, adotada em Genebra, em 23 de junho de 
1975.
	 Convenção n. 144 (1976):
•	 Estabelecimento de Mecanismos Tripartites para Promover a Aplicação das Nor-
mas Internacionais do Trabalho.
LEGISLAÇÃO NACIONAL SINDICAL 
	 Constituição Federal de 1988 – Artigos 8º, 9º, 10 e 11. 
Com relação aos direitos conferidos pelo legislador constituinte, a Constituição Federal de 1988 garantiu 
os direitos mínimos a serem observados nas relações individuais de trabalho e nas relações coletivas de 
trabalho, sendo estes de liberdade sindical, direito de greve, direito de substituição processual, direito de 
participação laboral e direito de representação na empresa.
	 Lei nº 11.648, de 31 de março de 2008, sobre o reconhecimento formal das centrais sindicais: 
Art. 1o A central sindical, entidade de representação geral dos trabalhadores, 
constituída em âmbito nacional, terá as seguintes atribuições e prerrogativas: 
I - coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais 
a ela filiadas; e 
II - participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais 
espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em 
discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores. 
Parágrafo único. Considera-se central sindical, para os efeitos do disposto nesta 
Lei, a entidade associativa de direito privado composta por organizações sindicais de 
trabalhadores.
	 Título V referente à Organização Sindical na Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT.
	 Súmulas:
•	 Súmula Vinculante STF 40. 
•	 STF 197, 223, 629, 666, 676, 677. 
•	 STJ 396.
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ORGANIZAÇÃO SINDICAL
Há padrões de organização sindical de acordo com critérios de agregação dos trabalhadores nos sindicatos 
e, a partir de modelos sindicais, tendo em vista sua estrutura. De acordo com o critério de agregação dos 
trabalhadores, estes podem se reunir conforme similitude de condições de vida, advindas da atividade ou 
profissão desenvolvida. Entretanto, ainda podem ser utilizados outros critérios classificatórios. São eles:
1. Sindicatos por ofício ou profissão, também conhecidos como sindicatos de categoria diferenciada 
(art. 511, § 3º CLT), ou “sindicatos horizontais”: Uma vez que não há uma atividade econômica específica, 
mas especificidades na profissão;
2. Sindicatos por categoria profissional, também conhecidos como “sindicato vertical”: Estes são 
compostos por todos os empregados da empresa, tendo em vista a atividade econômica desta. De acordo 
com a CLT este é o critério dominante no Brasil (art. 511, § 2º CLT);
3. Sindicato por empresa: A composição deste tipo de sindicato se dá em razão da empresa na qual 
os trabalhadores estão vinculados. Esta forma de sindicato é praticada nos Estados Unidos da América;
4. Sindicato por ramo empresarial de atividade: Neste tipo, a agregação se dá em razão do ramo ou 
segmento empresarial de atividade comercial ou industrial. Esta forma de sindicato é comum na Alema-
nha.
É possível ainda classificar a organização sindical por meio dos modelos sindicais existentes, que possuem 
o critério da “base territorial”, definida no Brasil na base territorial de um Município.
1. Pluralidade Sindical: Há a possibilidade de coexistência de mais de um sindicato por base terri-
torial;
2. Unidade Sindical: Há a existência de somente um sindicato por base territorial, tendo em vista 
uma maturidade na escolha associativa, que dá a opção de mais de um sindicato por base territorial;
3. Unicidade Sindical: Neste há somente um sindicato por base territorial imposta por determinação 
legal. O Brasil adota este modelo, com fundamento no art. 8º da CF/88.
ESTRUTURA DOS SINDICATOS NO BRASIL
O Brasil adotou o modelo da unicidade sindical e o Sistema Confederativo, desde a sua criação no governo 
Getúlio Vargas com divisão em: sindicatos, federações e confederações. Os sindicatos são considerados 
entidades de base, ou de primeiro grau. Já as federações e as confederações são, sequencialmente, 
associações de segundo e terceiro grau. 
GUARDE ESSA IDEIA!
Desde já, cumpre esclarecer que somente os sindicatos participam das negociações 
coletivas de trabalho.
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O servidor público civil possui direito à livre associação sindical, conforme o artigo 37, inciso VI da CF/88. 
Por outro lado, o servidor público militar não possui o mesmo direito, conforme vedação expressa no 
artigo 142, inciso IV da CF/88. Associações sindicais e centrais sindicais não são propriamente sindicatos 
e não precisam se submeter aos princípios e regras estabelecidos a estes.
Os sindicatos possuem, por escopo, defender e coordenar os interesses econômicos e profissionais da 
categoria associativa, constituindo-se como pessoa jurídica de direito privado após a obtenção de dois 
registros: um no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas e outro no Ministério do Trabalho.
Os registros não significam que há qualquer interferência ou intervenção do Estado na organização 
sindical, mas, conforme a posição majoritária na doutrina, que os registros possuem função de preservar 
a unicidade sindical, conferindo registro a somente uma entidade sindical representativa de categoria 
profissional ou econômica por base territorial.
É importante destacar que o princípio da autonomia sindical irá reger todos os aspectosdas relações 
sindicais, desde a sua criação e para todos os sujeitos, uma vez que na sua gestão não pode haver qualquer 
tipo de interferência externa, mas sim a autogestão, como consequência do princípio da liberdade sindical, 
garantida no artigo 5º, incisos XVI e XX combinado com o artigo 8º, caput e inciso V todos da CF/88.
Alguns órgãos devem fazer parte da estrutura do sindicato, conforme o artigo 522 e seguintes da CLT, 
assim como em qualquer empresa que esteja de acordo com as regras civis. São eles:
I. Um órgão de deliberação – Assembleia Geral;
II. Um órgão de administração ou comando – Diretoria;
III. Um órgão de fiscalização – Conselho Fiscal.
Dentro da empresa, há a possibilidade de atuação dos sindicatos para que se efetive a participação dos 
trabalhadores nas relações tripartites (governo, empregadores, empregados). Tal participação é feita pela 
figura do dirigente sindical e, para que ele possa bem exercer sua função, sem receio de discriminação ou 
coação a CLT, estabeleceu garantias, sendo elas:
-	 Licenciamento para a realização da atividade sindical, com recebimento de honorários equivalentes 
à remuneração profissional; 
-	 Inamovibilidade temporária, e; 
-	 Estabilidade provisória no emprego. 
É importante frisar que estas garantias não são garantias pessoais dos dirigentes sindicais, mas garantias 
para que eles possam desempenhar livremente suas atividades sindicais.
O artigo 8º da CF/88 garante a vedação da dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da 
sua candidatura, ainda que suplente, até um ano após o final do seu mandato. Assim, as garantias são 
estendidas da candidatura para as eleições, a cargo de direção ou representação sindical, até um ano 
após o mandato.
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A Súmula 369 do TST esclarece e impõe limites na questão sobre o dirigente sindical, 
para que não haja abusos:
Súmula nº 369 do TST
DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item I alterada na 
sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado 
em 25, 26 e 27.09.2012
I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que 
a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora 
do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por 
qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho.
 II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, 
assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e 
igual número de suplentes.
III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de 
estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do 
sindicato para o qual foi eleito dirigente.
IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do 
sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade.
V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o 
período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto 
que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho.
As Federações, como já foi dito, são associações de segundo grau, em âmbito estadual, formadas por no 
mínimo cinco sindicatos e de formação facultativa com fundamento nos artigos 534, combinado com o 
artigo 524, parágrafo 2º ambos da CLT.
Estas são consideradas o órgão de cúpula das associações coletivas de trabalhadores. Formadas, em 
âmbito nacional, por no mínimo três federações, conforme o artigo 535 da CLT. Ocorre que o artigo 535 da 
CLT limita a formação de federações a determinados ramos e atividades profissionais. 
A CLT foi publicada no ano de 1943. Hoje o princípio da liberdade sindical está garantido na Constituição 
Federal de 1988. A Constituição Federal, em seu artigo 8º, garante a unicidade sindical, mas os incisos do 
artigo 5º garantem a liberdade sindical. Desta forma, foi firmado o entendimento de que o rol elencado no 
artigo 535 da CLT é exemplificativo.
Receitas Sindicais
Como toda e qualquer associação, para sua permanência, é necessário que haja fonte de renda e esta 
está disciplinada no artigo 548 da CLT. Há diversas fontes de renda estipuladas no artigo 548 da CLT. As 
mais importantes são:
I. Contribuição Sindical: Na sua criação, era independente de autorização ou filiação ao sindi-
cato, possuindo caráter compulsório. Com o advento da lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) deixou 
de ser compulsória e o seu desconto está condicionado à autorização prévia e expressa do trabalhador, 
conforme o novo artigo 579 da CLT. Este artigo foi objeto de adi, que já foi julgada pelo STF no sentido da 
constitucionalidade do referido artigo, no dia 29 de julho de 2018, com seis votos a favor e três votos con-
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tra. O julgamento analisou 19 ações diretas de inconstitucionalidade propostas por entidades sindicais 
que pretendiam a declaração de inconstitucionalidade dos artigos 545, 578, 579, 582, 583, 587 e 602 da 
CLT, após as alterações promovidas pela lei 13.467/17;
II. Contribuição Confederativa: É uma contribuição associativa, que possui a finalidade de cus-
tear o Sistema Confederativo de Representação Sindical (confederações, federações e sindicatos) na ga-
rantia de defesa dos interesses da categoria. Esta somente é exigida dos associados da entidade sindical 
(súmula vinculante 40 do STF);
III. Contribuição Assistencial: É cobrada dos associados em favor do respectivo sindicato, estipu-
lada em cláusula de convenção coletiva, acordo coletivo ou sentença normativa;
IV. Contribuição Associativa: É paga pelos associados do sindicato com o intuito de garantir vanta-
gens corporativas.
PALAVRAS DO PROFESSOR
Caríssimo (a) aluno (a), esta primeira aula possuiu o objetivo de demonstrar, por meio 
do histórico e estrutura, a importância que os sindicatos possuem como sujeitos nas 
relações coletivas de trabalho, em consequência dos direitos individuais gradualmente 
adquiridos. Conto com você nas próximas unidades, para juntos aprendermos mais 
sobre o Direito Coletivo do Trabalho. Até a próxima aula! 
Fonte: http://sereduc.com/UmrLNd
http://sereduc.com/UmrLNd
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASSAR, Vólia B. Direito Do Trabalho. 16ª ed. Niterói. Impetus, 2018.
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https://reporterbrasil.org.br/2018/11/em-um-ano-reforma-trabalhista-aumenta-informalidade-enfraquece-sindicatos
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