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EMILY NARA – MEDICINA UPE ST Epidemiologia das doenças cardiovasculares INTRODUÇÃO · As doenças cardiovasculares são atualmente principal causa de morte em todo o mundo. · Antes de 1900, as doenças infecciosas e a desnutrição eram as causas mais comuns. - as DCV eram responsáveis por menos de 10% dos óbitos. · Hoje, as DCV respondem por mais de 30% das mortes no planeta. · As DCV incluem: · DAC; · Doença cerebrovascular; · Doença arterial periférica; · Aterosclerose aórtica e aneurisma de aorta torácica ou abdominal. · A expectativa é que, em 2030, 33% das mortes sejam por DCV. · No Brasil, é a principal causa de morte no país desde 1970. FATORES DE RISCO · Idade e gênero: · Aumento do risco com o aumento da idade (22,3% em pacientes com 81-90 anos); · Estudos como o ONTARGET e TRANSCEND evidenciaram que mulheres têm cerca de 20% menor risco de eventos CV; · História Familiar: · História de morte de parente de 1° grau com idade < 55 anos para homens, e 65 anos para mulheres; · Aumento do risco em 40-60%; · HAS – risco 40% maior; · Dislipidemia – principalmente LDL elevado. · Diabetes Mellitus; · Doença renal crônica – desde disfunção leve; · Infecção por HIV; · Síndrome Metabólica; · Albuminúria; · Radiação mediastinal. FATORES DE RISCO COMPORTAMENTAIS: · Tabagismo – quanto maior a carga tabágica, maior o risco; · Risco elevado também em fumantes passivos. · Dieta: · Aumentam o risco – alto índice glicêmico, carne vermelha, gordura; · Diminuem o risco – fibras e frutas; · Neutro – café. · Exercício – vários benefícios; · Alguns estudos mostram redução de 23% do risco CV. · Álcool; · Fatores psicossociais; · Obesidade – IMC > 30; · Quanto maior o peso, maior o risco. FATORES DE RISCO – MARCADORES INFLAMATÓRIOS · PCR ultrassensível: · Baixo risco: < 1 mg/L; · Médio risco: 1 a 2 mg/L; · Alto risco: > 2 mg/L; · Muito alto risco: ≥ 10 mg/L; · Interleucina 6; · TNF – alfa; PREDIÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR · Escores de Risco Cardiovascular – avalia o risco de um paciente apresentar um evento cardiovascular em 10 anos. · Escore de Risco de Framingham; · Escore de Risco Global Cardiovascular (AHA, SBC). · Pode ser classificado em risco cardiovascular: · Baixo; · Intermediário; · Alto; · Muito alto. ESCORE DE RISCO GLOBAL: · Estima o risco de infarto do miocárdio, AVC, ou insuficiência cardíaca, fatais ou não fatais, ou insuficiência vascular periférica em 10 anos. · Deve ser utilizado na avaliação inicial, ou mesmo em pacientes em uso de estatinas, entre os indivíduos que não foram enquadrados nas condições de muito alto ou alto risco. · Etapas para classificação de risco: 1. Determinação da presença de doença aterosclerótica significativa ou de seus equivalentes; 2. A utilização dos escores de predição do risco; 3. A reclassificação do risco predito pela presença de fatores agravantes do risco (não utilizada na última diretriz brasileira de dislipidemia). Risco absoluto final: CLASSIFICAÇÃO DE RISCO: 1. RISCO MUITO ALTO: · Indivíduos que apresentam doença aterosclerótica significativa (coronária, cerebrovascular, vascular periférica) com ou sem eventos clínicos, OU · Obstrução ≥ 50% em qualquer território arterial. 2. ALTO RISCO: 2.1. Portadores de aterosclerose na forma subclínica documentada por metodologia diagnóstica: · USG de carótidas com presença de placa; · Índice tornozelo-braquial (ITB) < 0,9 (identifica DAOP/mortalidade 3 a 5x maior que o grupo controle); · Escore de Cálcio arterial coronariano (CAC) > 100 OU · Presença de placas ateroscleróticas na angiotomografia (angio-CT) de coronárias. · Aneurisma de aorta abdominal; · Doença renal crônica definida por Taxa de Filtração Glomerular (TFG) < 60 mL/min, e em fase não dialítica; · Aqueles com concentrações de LDL-c ≥ 190 mg/Dl. · Presença de Diabetes mellitus tipo 1 ou 2, e com LDL-c entre 70 e 189 mg/dL e presença de Estratificadores de Risco (ER) ou Doença Aterosclerótica Subclínica (DASC). 2.2. Pacientes com LDL-c entre 70 e 189 mg/dl, do sexo masculino, com risco calculado pelo ERG > 20%, e nas mulheres > 10%. ESTRATIFICADORES DE RISCO: · Definem-se estratificadores de Risco (ER) e DASC no diabetes como: ER: · Idade ≥ 48 anos no homem, e ≥ 54 anos na mulher; · Tempo de diagnóstico do diabetes > 10 anos; · História familiar de parente de 1° grau com DCV prematura (< 55 anos para homens, e < 65 anos para mulheres). · Tabagismo (pelo menos um cigarro no último mês); · HAS; · SD metabólica, de acordo com a International Diabetes Federation; · Presença de albuminuria > 30 mg/g de creatinina e/ou retinopatia; · TGF < 60 ml/min. DASC: · USG de carótidas com presença de placa > 1,5mm; · ITB < 0,9; · Escore de CAC > 100; · Presença de placas ateroscleróticas na angio-CT de coronárias. 3. RISCO INTERMEDIÁRIO: · Indivíduos com ERG entre 5 e 20%, no sexo masculino, e entre 5 e 10% no sexo feminino ou · Diabéticos sem os critérios de DASC ou ER listados anteriormente. 4. BAIXO RISCO: · Pacientes do sexo masculino e feminino com risco em 10 anos < 5%, calculado pelo ERG. SÍNDROME METABÓLICA · ≥ 3 critérios, onde 1 seja obesidade abdominal; · Critérios: 1. Obesidade abdominal · Homens: ≥ 90 cm; · Mulheres: ≥ 80cm; 2. HDL-colesterol: · Homens: < 40 mg/dl; · Mulheres: < 50 mg/dl; 3. Pressão arterial: · Sistólica: ≥ 130 mmHg ou tratamento para hipertensão arterial; · Diastólica: ≥ 85 mmHg ou tto para HAS; 4. Triglicerídeos ≥ 150 mg/dl; 5. Glicemia de jejum ≥ 100 mg/dl. METAS TERAPÊUTICAS Metas terapêuticas absolutas e redução percentual do colesterol da LDL e do colesterol não-HDL em pacientes com ou sem uso de estatinas: Sem estatinas Com estatinas Risco Redução (%) Meta de LDL (mg/dl) Meta de não HDL (mg/dl) Muito alto > 50 < 50 < 80 Alto > 50 < 70 < 100 Intermediário 30-50 < 100 < 130 Baixo > 30 < 130 < 160 MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS · Atividade física; · Redução de peso; · Redução de bebidas alcoólicas; · Redução da ingestão de carboidratos e açúcares simples; · Substituição (parcial) ácidos graxos saturados por mono e polinsaturados (ômega 3). MEDIDAS FARMACOLÓGICAS · RISCO MUITO ALTO e ALTO RISCO: · Rosuvastatina 20-40 mg; · Atorvastatina 40-80 mg; · Estatina + ezetimiba 10mg. · Reforçar mudanças no estilo de vida. · Reavaliação em 1-3 meses. · BAIXO RISCO: · Lovastatina 40mg; · Sinvastatina 20-40 mg; · Pravastatina 40-80 mg; · Fluvastatina 80 mg; · Pitavastatina 2-4 mg; · Atorvastatina 10-20 mg; · Rosuvastatina 5-10 mg. · Reforçar mudanças o estilo de vida.
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