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Hemograma - interpretação

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HEMOGRAMA 
O hemograma é o exame que estuda os componentes 
celulares do sangue através de uma análise qualitativa e 
quantitativa 
Proporciona a avaliação dos três componentes principais 
do sangue periférico: eritrócitos (série vermelha), 
leucócitos (série branca) e plaquetas (série plaquetária). 
OBS: As células sanguíneas são formadas a partir de uma 
única célula precursora (célula-tronco). De acordo com o 
estímulo a que for exposta, a célula-tronco pode se 
diferenciar em plaquetas, hemácias ou qualquer um dos 
tipos de leucócitos. 
Por ser um exame elaborado que passa por várias 
etapas, é possível que ocorra interferências de alguns 
fatores e, dessa forma, é importante conhecer os 
principais vieses que podem interferir no resultado final 
do hemograma. Para fins práticos, o exame é dividido em 
3 fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica. 
Durante a fase pré-analítica, os principais fatores que 
podem alterar o resultado final são: questões fisiológicas 
do próprio paciente (idade, gênero e outras 
peculiaridades), inadequações de coleta e manipulação da 
amostra e fatores endógenos (anticorpos do paciente, 
medicamento de uso contínuo, entre outros). 
A fase analítica é responsável por 5 a 15% das alterações 
no resultado do hemograma. Neste momento, o principal 
fator é a análise equivocada das células sanguíneas. 
Por fim, os vieses presentes na fase pós-analítica 
consistem, basicamente em interpretação errônea das 
análises obtidas na fase anterior e identificação 
inadequada. Representa 20 a 45% dos vieses de 
resultado. 
 
ERITROGRAMA: 
O eritrograma é o estudo da série vermelha (eritrócitos 
ou hemácias). Ao microscópio, as hemácias têm 
coloração acidófila (afinidade pelos corantes ácidos que 
dão coloração rósea) e são desprovidas de núcleo 
As hemácias apresentam coloração central mais pálida e 
coloração um pouco mais escura na periferia, sendo 
células bicôncovas. Em indivíduos normais, possuem 
tamanho mais ou menos uniforme. 
 
O estudo da série vermelha revela algumas alterações 
relacionadas como, por exemplo, anemia, eritrocitose 
(aumento do número de hemácias). 
Os resultados a serem avaliados são: hematometria, 
hematócrito, hemoglobina, VCM (volume corpuscular 
médio), HCM (hemoglobina corpurscular média), CHCM 
(concentração de hemoglobina corpuscular média) e 
RDW (Red Cell Distribution Width) 
-- Hematócrito: corresponde ao percentual de hemácias 
que ocupam o plasma sanguíneo. Valores muito abaixo, 
podem indicar um quadro de anemia, valores acima 
podem deixar o sangue muito espesso, podendo até 
formar coágulos. 
-- V.C.M. (Volume Corpuscular Médio ou também 
chamado de Volume globular médio): informa o tamanho 
das hemácias. Esse dado nos ajuda a diferenciar os 
diferentes tipos de anemia. Por exemplo, a anemia por 
carência de ácido fólico (anemia megaloblástica) gera 
hemácias grandes, enquanto que anemia por carência de 
ferro (anemia ferropriva) gera hemácias pequenas. O 
alcoolismo é a causa de gerar macrocitose das hemácias, 
sem que haja anemia, necessariamente. Podem ser: 
o Microcíticas: indica hemácias muito pequenas; 
o Macrocíticas: indica hemácias grandes; 
-- HCM (hemoglobina corpuscular média ou HGM 
hemoglobina globular média): Indica o peso da 
hemoglobina dentro das hemácias. 
-- CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular 
média ou CHGM concentração de hemoglobina globular 
média): mede a concentração de hemoglobina dentro de 
uma hemácia. Pode vir descrito: hipocrômica (pouco 
hemoglobina na hemácia), hipercrômica (quantidade de 
hemoglobina além do normal). 
-- RDW: índice que avalia a diferença de tamanho entre 
as hemácias. Por exemplo, em casos de ausência de 
ferro, esse índice pode vir alto. 
Valores de referência: 
 
OBS: Note que existem diferenças importantes entre 
alguns valores de referência da mulher e do homem. 
Estas diferenças podem ser explicadas por, pelo menos, 
dois fatores: (1) presença da menstruação no sexo 
feminino; (2) nas amostragens, a mulher se mostra 
menor (no que diz respeito a massa corporal) do que o 
homem 
1° etapa – tem anemia? 
↳ Anemia é definida pela OMS como a condição na qual 
o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do 
normal como resultado da carência de um ou mais 
nutrientes essenciais, seja qual for a causa dessa 
deficiência 
2° etapa – qual a classificação laboratorial? (Olhar o VCM 
e CHCM) 
↳ Tipos de anemias laboratoriais 
↳ normocíticas normocrômicas → a quantidade 
está abaixo do normal 
↳ microcíticas hipocrômicas → ex: hemácia 
ferropriva – tamanho reduzida e com quantidade 
menor de hemoglobina 
↳ macrocítica → ex: megaloblástica – tamanho 
aumentado (pode estar pouco corada) 
3° etapa – qual a causa da anemia (RDW) 
↳ diminuição de produção 
↳ hipoproliferativa – falta de nutrientes (por ser 
falta de ferro, por exemplo) 
↳ aumento de destruição 
↳ hiperproliferativa – a medula começa a 
produzir muito (de qualquer jeito), pois na 
periferia pode estar acontecendo hemólise → 
essas hemácias novas não estão amadurecidas 
(aumento de reticulócitos) 
↳ perda sanguínea 
 
 
LEUCOGRAMA: CÉLULAS BRANCAS OU 
LEUCÓCITOS 
O leucograma é o estudo da série branca (ou leucócitos), 
em que se faz uma contagem total dos leucócitos e uma 
contagem diferencial contando-se 100 células. O adulto 
normalmente apresenta de 5.000-10.000 leucócitos por 
mm³ de sangue aproximadamente. 
Os leucócitos podem ser divididos em dois grupos: 
↳ granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos): 
possuem grânulos citoplasmáticos. 
↳ agranulócitos (Linfócitos e Monócitos). 
Os glóbulos brancos não agem na corrente sanguínea, 
mas a usa como meio de transporte. 
OBS: Diapedese: movimento que permite aos 
leucócitos chegarem ao seu destino e migrar 
para o tecido alvo. 
Valores altos de leucócitos (leucocitose) indicam, 
principalmente, uma infecção (embora possam estar 
relacionados com quadros neoplásicos, como na 
leucemia). Quando essa contagem é baixa (leucopenia), 
pode ser indício de infecção viral. 
↳ GRANULÓCITOS 
-- Neutrófilos: 
60 – 70% leucócitos (1900 – 6700/mm3); 
Possuem três tipos de grânulos: 
↳ específicos: possuem enzimas que os ajudam 
a exercer sua função antimicrobiana. 
↳ azurófilos (corresponde ao lisossomo): 
apresentam hidrolases ácidas, mieloperoxidase, 
agente antibacteriano lisozima. 
↳ terciário: apresentam gelatinase e catepsina. 
Função dos neutrófilos 
↳ importantes agentes fagocitários ajudam 
também a dar início ao processo inflamatório. 
↳ são importantes na defesa imunocelular. 
↳ possuem enzimas, como a lactoferrina, 
também sintetizam H2O2 e O2 os quais servem 
como compostos reativos matando 
microorganismo no interior dos neutrófilos. 
Seu aumento indica infecção bacteriana ou viral 
-- Eosinófilos: 
Menos de 4% da população de leucócitos (45 – 
400/mm3). 
Dois tipos de grânulos: 
↳ externum: envolve a proteína internum. 
↳ internum ou cristalóide: contém a proteína 
básica principal, proteína catiônica eneurotoxinas, 
as quais são agentes eficientes no combate a 
parasitoses. 
Encontramos também lisossomos no citoplasma 
(grânulos azurófilos) 
Outras funções do Eosinófilos: Participa de reações 
inflamatória, alérgica ou na defesa do organismo à invasão 
de parasitoses; Fagocitam o complexo antígeno-
anticorpo. 
Indicam casos de processos alérgicos ou viral, o seu 
aumento além do normal indica processos alérgicos, ou 
caso de parasitose. 
-- Basófilos: 
A função dessas células estará muito atrelada à resposta 
alérgica. 
Formam menos de 1% da população de leucócitos (0 – 
100/mm3); 
Possuem vários receptores superficiais no membrana 
plasmática para imunoglobulina E. 
Grânulos: 
↳ grânulos específicos: contêm heparina, 
histamina, fatores quimiotáticos para eosinófilos, 
neutrófilos e peroxidase. 
↳ grânulos não-específicos: são lisossomos.Normalmente aparece apenas 1%, acima disso indica 
processo alérgico. 
OBS: Atente para não confundir os mastócitos com os 
basófilos, ambos possuem grânulos contendo heparina e 
histamina, porém originam-se de células distintas, mesmo 
sendo na medula óssea. 
↳ AGRANULÓCITOS 
-- Linfócitos 
Constituem cerca de 20 – 25% do total de leucócitos 
(900 – 3500/mm3); 
Citoplasma escasso e periférico; 
São divididos em três categorias: Linfócitos B (representa 
80% dos linfócitos circulantes), linfócitos T (representa 
15%) e células nulas (o resto) 
↳ função linfócitos B: Essas células são 
responsáveis pelo sistema imunológico mediado 
pelos fluidos do corpo. Diferenciam-se em 
plasmócitos e estes que produzirão os 
anticorpos. Lembre-se, que eu tenho células 
específicas ligadas em guardar a informação dos 
antígenos invasores, chamamos de linfócitos B 
de memória. 
↳ função dos Linfócitos T: Entram em contato 
com células alteradas por vírus ou células 
estranhas e matam (esse tipo de linfócito T é o 
citotóxico). Podem ser auxiliadoras (CD4) ou 
também supressoras. 
↳ células nulas: São as células tronco e natural 
killer, esta última mata células estranhas e as 
alteradas por vírus, sem a intervenção dos 
linfócitos T, ou do timo. 
São as principais linhas de defesa contra infecções por 
vírus e contra o surgimento de tumores. São eles 
também os responsáveis pela produção dos anticorpos. 
OBS: Linfócitos Atípicos: são aqueles com morfologia 
diferenciada, normalmente devido a uma invasão viral, ou 
infecção bacteriana. Deve-se atentar que o termo 
“linfócitos atípicos” não tem, necessariamente, relação 
direta com câncer. 
-- Monócitos: 
Maior das células circulantes do sangue; 
Representa de 3 a 8% da população de leucócitos; 
(90 – 800/mm3) 
Núcleo grande e reniforme, célula oval; 
Permanecem na circulação somente por alguns dias, 
depois cruzam o endotélio e se diferenciam em 
macrófagos 
OBS: A maturação de alguns linfócitos ocorrerá nos 
seguintes órgãos: Timo, baço, linfonodos, tonsila, nódulos 
linfoides e segue a seguinte sequência: 
Linfoblasto --→ Prolinfócito --→ Linfócito 
↳ LEUCOPENIA 
Hepatite, Mononucleose, HIV, Rubéola, Toxoplasmose, 
Tuberculose 
Sulfonamidas e sulfonas 
Corticoide 
Precisamos também pensar que tem doenças que fazem 
leucopenia por si só como as doenças do colágeno, 
cirrose (grau II e III), ingesta crônica de álcool, e nesses 
casos quando o paciente faz alguma infecção que 
normalmente responderia com leucocitose, ele não tem 
repertório e continua leucopênico. 
↳ LEUCOCITOSE 
Leucocitose 50 a 100 mil com discreto desvio à esquerda: 
CA gástrico, CA de mama avançado, artrite reumatoide. 
Leucocitose igual com importante desvio à esquerda em 
tumores com metástases ósseas, tuberculose e 
eclampsia. 
↳ DESVIO À ESQUERDA: 
Aumento no número de formas mais jovens dos 
neutrófilos – começa a chamar células de defesa imatura 
→ devido a uma infecção (muito frequente em infecção 
bacteriana) 
 ↳ bastões > 10% ou >500/mm³ 
Escalonado → muitas células maduras > bastonetes > 
metamielócito > miélocito 
Não escalonado → não obedece a maturação esperada 
da célula neutrofílica 
 ↳ aumento do mieloblasto, por exemplo 
 
 
 
PLAQUETAS 
As plaquetas são observadas em relação à quantidade e 
a seu tamanho. Seu número normal é de 150.000 a 
400.000 por microlitro de sangue. O tamanho de uma 
plaqueta varia entre 1 a 4 micrometros. 
Características: 
↳ Fragmento celular; 
↳ Anucleadas, discoides, derivadas dos megacariócitos da 
medula óssea; 
↳ Possuem duas regiões, uma mais externa e clara, 
chamada de hialômero é nessa região que encontramos 
um sistema de túbulos. A outra região mais escura é 
chamada de granulômero. 
↳ A função das plaquetas está relacionada com a 
coagulação sanguínea (hemostasia primária).

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