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TEORIA GERAL DO DIREITO DE EMPRESA - Direito Empresarial

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teoria geral do direito de 
empresa 
• Fundamentos do direito empresarial moderno → teorias que serviram de base para o 
direito empresarial moderno 
o Teoria dos atos de comércio (1808) → surgiu na França, no momento pós 
Revolução Francesa. Características: 
▪ Veio acompanhada da bipartição do direito privado, que foi dividido em 
dois grandes ramos: direito civil e direito empresarial, cada um com 
uma função. O direito comercial naquele momento tinha como objetivo 
regulamentar as relações estabelecidas entre os burgueses. O direito 
civil, por outro lado, tinha como objetivo regulamentar as relações 
travadas entre os nobres. Mas, como naquela época eram os burgueses 
que estavam no poder, ao direito comercial foram dados vários 
benefícios e privilégios, enquanto que ao direito civil foram dados vários 
deveres e obrigações. 
• Benefícios comerciais que permanecem até hoje: tratamento 
tributário favorecido para a atividade econômica e o regime de 
insolvência empresarial mais benéfico que o civil. 
• Alguns benefícios comerciais que foram perdidos ao longo do 
tempo: somente comerciantes matriculados na junta comercial 
tinham o direito de aguardar o julgamento em cela especial, 
hoje o rol é bem amplo; somente os comerciantes matriculados 
na junta comercial podiam passar procuração de próprio punho 
(procuração por instrumento particular) e os não comerciantes, 
independente do objeto só poderiam passar procuração por 
instrumento público. Hoje qualquer pessoa capaz pode passar 
procuração por instrumento particular, desde que a lei não 
exija para determinado objeto a forma pública. 
▪ Não trouxe um conceito fundamental e essencial para a disciplina de 
comerciante ou atos de comercio com o objetivo de que os nobres não 
pudessem se adaptar a esse conceito e que, portanto, tivessem acesso 
aos benefícios concedidos pelo direito comercial. Assim, somente 
foram listados os atos que eram considerados de comércio, trazendo 
uma estrutura casuística do que seriam atos de comércio. Foram 
listados como atos de comércio os atos tipicamente praticados pelos 
comerciantes: 
• Comércio em sentido estrito 
• Atos de indústria (fabricação e manufatura de bens) 
• Atividade financeira (atos praticados pelos bancos) 
• Atividade de seguros (assunção dos riscos) 
Nessa lista não está a agricultura, o extrativismo, a criação de 
animais e a prestação de serviços, pois essas eram atividades 
praticadas pelos nobres. 
▪ Essa teoria foi adotada pelo Código Comercial Brasileiro de 1850. 
▪ Vários autores e doutrinadores se debruçaram na busca pelo conceito 
fundamental de atos de comércio e comerciante. Quem mais chegou 
perto desse conceito fundamental foi um professor italiano chamado 
Alfredo Rocco. Para ele, atos de comércio são aqueles atos que 
pressupõem uma interposição na troca. Esse conceito foi bastante 
criticado pois interposição na troca é uma expressão bastante genérica 
e que acaba abarcando uma série de atividades que não tem nada de 
comercial (ex: consumidor, trabalhista). 
▪ Os autores, buscando um conceito fundamental de atos de comércio, 
acabaram percebendo que dentro do sistema da teoria dos atos de 
comércio não é possível estabelecer esse conceito fundamental. É nesse 
sentido que nasce a teoria da empresa, pois para estabelecer um 
conceito fundamental para a disciplina era necessário mudar o sistema. 
o Teoria da empresa (1942) → surgiu na Itália com objetivo de preencher as 
lacunas e corrigir os defeitos deixados pela teoria dos atos de comércio, se 
contrapondo às duas principais características da teoria dos atos de comércio e 
propondo a: 
▪ Reunificação do direito privado → foi uma tentativa pois, na prática, se 
mostrou um fracasso. A reunificação aconteceu apenas parcialmente e, 
mesmo assim, exclusivamente no aspecto legislativo. Do ponto de vista 
didático, profissional e científico as disciplinas de Direito Civil e Direito 
Empresarial continuam autônomas e independentes. 
• Cesare Vivante, professor italiano, foi o mais fervoroso 
defensor da reunificação do direito privado. Entretanto, 
posteriormente mudou de ideia pois percebeu que a 
reunificação seria um mal tanto para o direito civil quanto para 
o direito comercial e, por isso, impossível de ser realizada. O 
nível de superespecialização dos ramos de direito privado 
gerado pelas codificações anteriores tornou insustentável a 
reunificação. 
• Apesar de Vivante ter sido um grande defensor, o primeiro a 
propor a reunificação foi um professor brasileiro, Augusto 
Teixeira de Freitas, em seu projeto de código civil que foi 
rejeitado no Brasil, mas influenciou as codificações de vários 
outros países como a Argentina e o Uruguai e que já previa a 
reunificação do direito privado. 
▪ Construção de um conceito fundamental para a disciplina, que é o 
conceito de empresário, que passou a ser a figura central da disciplina. 
• Art. 966, CC/02 → considera-se empresário quem exerce 
profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou circulação de bens ou serviços 
▪ A teoria da empresa foi concebida pelo professor italiano Alberto 
Asquini. É composta de quatro perfis: 
• Perfil subjetivo → relacionado com o sujeito da atividade 
econômica organizada (empresário) 
• Perfil objetivo → relacionado com o objeto da atividade 
econômica organizada (estabelecimento empresarial) 
• Perfil funcional ou abstrato → relacionado com o elemento 
imaterial, vínculo jurídico que liga o sujeito e o objeto 
(empresa). Tecnicamente, empresa é o vínculo jurídico, não é 
sujeito nem objeto. Empresa é o sinônimo de atividade 
empresarial. 
• Perfil corporativo 
• Empresário 
o Conceito → art. 966, CC/02. É esse conceito que diz quem se submete ao direito 
civil e quem se submete ao direito empresarial. 
 
 
 
▪ Profissionalismo → articular três características: 
• Habitualidade: periodicidade. Quem atende a demanda 
periódica da atividade. 
• Pessoalidade: atividade empresarial será exercida em nome do 
empresário. É o grande fundamento da responsabilidade. 
• Monopólio de informações: expressão um pouco equivocada, 
pois dá a ideia de que o empresário deve saber tudo sobre a 
atividade e que deve guardar as informações só para si. 
Entretanto, é justamente o contrário. O empresário não precisa 
saber tudo e o que é obrigado a saber deve compartilhar com 
seus consumidores. 
▪ Exercício de uma atividade econômica com intuito lucrativo → a 
atividade econômica perpassa/pressupõe a ideia de lucro, ainda que 
este lucro não seja repartido. Associações e fundações podem ter 
lucros, mas estes devem ser reinvestidos na própria atividade. Nesse 
caso, o lucro é o meio para alcançar o fim. No caso da atividade 
empresarial, o lucro é o fim em si mesmo. Entretanto, nem toda 
atividade cuja finalidade é o lucro é empresarial, por exemplo: 
advogados, que é uma atividade civil que busca lucro. 
▪ Organização → articulação dos quatro fatores de produção 
• Capital → próprio ou alheio 
• Insumos → matéria prima empregada na atividade 
• Mão de obra → direta (tem vínculo empregatício) ou indireta 
(não tem vínculo empregatício). 
o Existe uma discussão doutrinária sobre se a 
contratação de mão de obra é um requisito para ser 
empresário, pois parte da doutrina diz que o 
empresário pode simplesmente não contratar mão de 
obra nenhuma, pode fazer tudo sozinho. Essa tese é 
defendida por Vicenzo Buonocore, que defende que 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso 
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa. 
 
contratar mão de obra é elemento dispensável para aconfiguração do empresário. 
o Entretanto, no Brasil prevalece a tese de Evaristo de 
Morais Filho, que defende que contratar mão de obra 
é sim um requisito para a configuração do empresário. 
Por isso, quem não contrata mão de obra alheia não 
pode ser considerado empresário. 
• Tecnologia → aprimoramento da técnica para atender à 
demanda 
▪ Empresário é um gênero que comporta três espécies: 
• Empresário individual → pessoa física que exerce atividade 
empresarial. Responde de maneira ilimitada pelas obrigações 
decorrentes do negócio. Só recebe CNPJ para fins burocráticos, 
não o tornando pessoa jurídica (continua sendo pessoa física). 
• Sociedade empresária → pessoa jurídica que exerce atividade 
empresarial, sendo essa pessoa jurídica formada por sócios. Os 
sócios não se confundem com a sociedade, quem tem 
personalidade jurídica distinta da personalidade jurídica dos 
sócios. Quem deve atender às regras do art. 966 do CC/02 é a 
sociedade, não os sócios 
• EIRELI → pessoa jurídica formada por um único integrante e 
titular, que tem responsabilidade limitada pelas obrigações 
negociais. 
o Atividades civis → atividades não empresariais 
▪ Quatro hipóteses de atividades civis (não empresariais) 
• Excludente → estará excluído da condição de empresário que 
não atender a qualquer dos requisitos do art. 966, caput, CC. 
• Profissional intelectual → parágrafo único, art. 966, CC. Não é 
empresário quem exerce atividade intelectual de natureza 
científica, literária ou artística (profissionais liberais em geral), 
ainda que com concurso de colaboradores ou auxiliares. 
Exceção: se o exercício da atividade intelectual constituir 
elemento de empresa. 
• Atividade rural → quem exerce atividade rural pode definir a 
sua natureza jurídica a partir da escolha do lugar do registro. 
Poderá ser considerado empresário se fizer o registro na junta 
comercial (independente de preencher os requisitos) ou não 
será considerado empresário se fizer o registro no RCPJ 
(registro civil de pessoa jurídica). Registro é obrigatório, ele só 
escolhe onde faz, pois em geral o registro é declaratório, mas 
para quem exerce atividade rural o registro é constitutivo. 
• Cooperativas → as cooperativas tem natureza jurídica de 
atividade civil por expressa determinação legal (§único, art. 
982, CC) 
 
 
 
 
 
o Vedações ao exercício da atividade empresarial 
▪ Incapacidade → proteger o indivíduo que não tem o necessário 
discernimento para a prática dos atos da vida civil 
• Incapacidade civil → absolutamente incapazes e relativamente 
incapazes 
• Como pessoa física (empresário individual), o incapaz não pode 
iniciar uma atividade empresarial, só poderá continuar uma 
atividade iniciada por ele quando capaz ou que tenha sido 
objeto de herança. 
o Para que haja a continuação, é imprescindível 
autorização judicial. 
o O juiz vai autorizar a continuação da atividade por 
intermédio de um alvará. 
o O absolutamente incapaz deve estar representado e o 
relativamente incapaz deve estar assistido. Se o 
representante ou assistente forem impedidos de 
exercer atividade empresarial, o juiz nomeará um 
assistente. 
o Patrimônio particular do incapaz ao tempo da sucessão 
deve ser listado no alvará, pois os bens do incapaz ao 
tempo da sucessão estarão protegidos do eventual 
insucesso da atividade. Bens particulares do incapaz 
não serão alcançados. Entretanto, os bens particulares 
do incapaz que forem utilizados na atividade não terão 
essa proteção. 
• É possível incapaz figurar como integrante de pessoa jurídica 
(sócio de uma sociedade ou titular de uma EIRELI), desde que 
atenda às regras estabelecidas pelo §3º, art. 974, CC: 
o Deve estar representado, se for absolutamente 
incapaz, ou assistido, se for relativamente incapaz 
o Incapaz não poderá ser administrador da sociedade 
o Capital social da sociedade deve estar integralizado 
▪ Proibições → proteger a coletividade de indivíduo que já se mostrou 
nocivo ou potencialmente nocivo 
• Falido → não pode exercer atividade empresarial até sua 
reabilitação 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a 
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se 
empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. 
 
Sociedades por ações: 
sociedades divididas em 
ações → sociedade 
anônima e sociedade em 
comandita por ações. Serão 
sempre sociedades 
empresárias. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art967
• Condenado por crime incompatível com o exercício da empresa 
→ não pode exercer atividade empresarial até a extinção da 
punibilidade 
• Leiloeiro → não pode exercer atividade empresarial pois tem 
acesso a informações privilegiadas 
• Funcionário público → proibição não é plena, algumas 
categorias permitem outras não. Regra geral: regime jurídico 
único dos servidores públicos federais. O servidor público 
federal pode ser sócio de uma sociedade, mas apenas sócio 
investidor, não pode ser sócio administrador e também não 
pode ser empresário individual. 
• Estrangeiro → tem uma série de restrições ao exercício da 
atividade empresarial no país. Uma delas é em relação a 
empresas jornalísticas e de radiodifusão, onde estrangeiros não 
podem ter participação superior a 30% e também não podem 
exercer cargos de direção, nem coordenar a programação. 
Também há restrição com relação a empresas de aviação civil, 
onde o estrangeiro não pode controlar esse tipo de empresa 
(essa restrição está sendo revista) 
• Devedor do INSS → não pode iniciar outra atividade 
empresarial enquanto for devedor do INSS 
• O proibido de exercer atividade empresarial e que mesmo 
assim o faz não pode alegar a proibição para eximir de 
obrigação. Deve honrar todas as obrigações assumidas, mesmo 
que esteja proibido de exercer a atividade empresarial (art. 
973, CC) 
o Prepostos → toda a mão de obra utilizada pelo empresário, tanto a mão de obra 
direta quanto a indireta. 
▪ Mão de obra direta → tem vínculo empregatício 
▪ Mão de obra indireta → não tem vínculo empregatício 
▪ O ato praticado pelo preposto vincula o empresário ou seja, o 
empresário é responsável pelos atos praticados pelo preposto. 
Entretanto, o ato praticado pelo preposto vincula o empresário desde 
que essencialmente dois requisitos sejam atendidos: 
• Objeto → ato deve estar relacionado com o objeto da atividade 
• Lugar → ato deve ser praticado no lugar da atividade 
Existem atividades que oferecem serviços de vendas pelo 
telefone, internet e à domicílio. Nesses casos, o empresário 
está ampliando o lugar de exercício da atividade, sendo 
responsável pelos lugares ampliados. 
▪ O preposto não pode concorrer com o empresário. Só poderá concorrer 
se houver expressa autorização nesse sentido. Essa conduta é tão séria 
que a concorrência do preposto foi elevada à categoria de concorrência 
desleal, sendo considerada crime. 
▪ O código civil destacou dois prepostos como os mais importantes para 
o empresário: 
• Gerente → preposto que tem função de chefia, inspeciona as 
ações da empresa. O empresário pode limitar a atuação do 
gerente, mas para que essa limitação produza efeitos perante 
terceiros ela deve ser feita por escrito e arquivada na junta 
comercial. 
o Qualquer pessoa capaz pode ser gerente, não se 
exigindo para essa função nenhuma formação 
específica. É um preposto facultativo. 
• Contabilista → preposto que cuida da escrituração do 
empresário e dos lançamentos da atividade empresarial. Para 
ser contador exige-se habilitação específica em contabilidade e 
registro no conselho competente. É um preposto obrigatório, 
salvo nas localidades onde não existir contador, onde o próprio 
empresário pode fazer sua contabilidade ou pode contratar umprofissional não habilitado. 
• Obrigações do empresário 
o Registro → dizer ao Estado que vai iniciar uma atividade econômica organizada 
▪ Obrigação de registrar-se na junta comercial. O registro empresarial é 
regido pela lei 8.934/94, que instituiu o SINREM. 
▪ SINREM (Sistema Nacional de Registro de Empresas) 
• DREI – Departamento de Registro Empresarial e Integração 
(âmbito federal) → órgão que diz como deve ser realizado o 
registro 
• Junta comercial (âmbito estadual) → órgão que executa o 
registro de acordo com as determinações do DREI. Subordinada 
tecnicamente ao DREI e administrativamente ao governo 
estadual (dupla subordinação). Só uma junta comercial não 
possui dupla subordinação, que é a do Distrito Federal, pois 
está subordinada tanto tecnicamente quanto 
administrativamente ao DREI (subordinação una). 
▪ Atos de registro → registro é um gênero que comporta três espécies: 
• Matrícula → ato de registro dos auxiliares do empresário: 
tradutores públicos, intérpretes comerciais e leiloeiros. 
• Arquivamento → ato de registro do empresário, seja ele 
empresário individual, sociedade empresária ou EIRELI. Com 
relação à sociedade empresária, o arquivamento é tanto para a 
constituição quanto para a alteração e para a dissolução. 
o Prazo de 30 dias a contar da prática do ato para fazer o 
arquivamento (para fazer o pedido de arquivamento). 
Se for feito dentro do prazo, o arquivamento vai 
convalidar os atos anteriormente praticados (efeito ex 
tunc). Se for feito fora do prazo, os atos praticados 
anteriormente não serão convalidados (efeito ex nunc), 
sendo considerados esses atos feitos por um 
empresário irregular. 
• Autenticação → dupla função. Função de veracidade e função 
de regularidade. 
o Livros empresariais (e outros documentos) só serão 
considerados regulares se autenticados 
o Livros (manter uma escrituração regular) → obrigação de lançar nos livros as 
operações realizadas 
▪ Funções: 
• Gerencial → os livros servem para que o empresário possa 
tomar decisões acerca da sua atividade. As informações 
contidas nos livros podem ajudar no gerenciamento da 
atividade. 
• Documental → livros servem para demonstrar a terceiros o 
funcionamento da atividade. 
• Fiscal → decorre da necessidade que tem o Estado de controlar 
a incidência e o pagamento de tributos. 
▪ Espécies (classificação) 
• Obrigatórios → são impostos pela legislação. A sua ausência 
acarreta sanção ao empresário. 
o Comuns → impostos a todos os empresários 
indistintamente. No ordenamento jurídico brasileiro só 
existe um livro obrigatório comum: o diário. O diário só 
não é imposto aos microempresários e empresários de 
pequeno porte. 
ME – tem receita anual bruta igual ou inferior a 360.000 
reais 
EPP – tem receita anual bruta superior a 360.000 reais 
e igual ou inferior a 3.600.000 reais 
Às ME e MPP foi assegurado tratamento diferenciado 
pela CF. Esse tratamento diferenciado é administrativo, 
burocrático, mas principalmente fiscal e tributário. Esse 
tratamento tributário diferenciado é chamado de 
Simples Nacional, que é um sistema integrado de 
pagamento de tributos. Entretanto, nem todo ME e EPP 
pode fazer a opção pelo Simples Nacional, existindo ME 
e EPP que estão excluídos desse sistema. Assim, os ME 
e EPP podem ser divididos em duas categorias com 
relação à adesão a esse sistema tributário: 
▪ Optantes → empresários que fizerem a opção 
pelo Simples Nacional não precisam escriturar 
o Diário, mas têm que guardar os documentos 
que comprovam as operações realizadas. 
▪ Não optantes → podem substituir o Diário pelo 
Livro Caixa 
o Especiais → são impostos a apenas certas categorias de 
empresários. Exemplos: 
▪ Livro de registro de duplicatas: só é imposto ao 
empresário que emite duplicatas. 
▪ Livro de ata de assembleia de SA: só é imposto 
para sociedades anônimas 
• Facultativos → não são impostos pela legislação e, portanto, 
não há qualquer sanção caso o empresário não queira escritura-
lo. Geralmente os livros facultativos acabam ajudando no 
gerenciamento da atividade, mas não há qualquer sanção no 
caso de sua ausência. 
o Balanços (levantar balanços periódicos) → todo empresário deve levantar 
balanços periódicos. A regra é que o empresário tem que levantar 2 balanços 
distintos uma vez por ano: um é o balanço patrimonial (demonstra todo o ativo 
e todo o passivo do empresário) e o outro é o balanço de resultado econômico 
(demonstra as perdas e os ganhos do empresário – lucro ou prejuízo). Os 
balanços também são chamados de demonstrativos. 
▪ Exceções: o ME e EPP são dispensados de levantar os balanços. Já as 
instituições financeiras devem levantar os dois balanços a cada 6 meses. 
 
• Estabelecimento empresarial → objeto da atividade empresarial 
o Conceito → conjunto de bens, materiais e imateriais, que servem ao exercício 
da atividade empresarial. 
▪ Não se confunde com o patrimônio empresarial. A diferença entre eles 
é a destinação. Patrimônio é tudo que pertence ao empresário, 
enquanto que o estabelecimento é a parcela do que pertence ao 
empresário que é destinada ao exercício da atividade empresarial. 
o O valor do estabelecimento empresarial não é a simples soma do valor dos bens 
que o compõe. Existe um valor agregado ao estabelecimento empresarial 
chamado de aviamento, dado em razão de sua organização. 
o Trespasse → alienação do estabelecimento empresarial 
▪ Ao alienar o estabelecimento empresarial se está alienando o bem 
coletivo mais importante do patrimônio do empresário e a principal 
garantia dos credores do empresário. Por isso para alienar o 
estabelecimento empresarial, invariavelmente alguns requisitos devem 
ser atendidos: 
• Contrato de alienação deve ser escrito para que seja arquivado 
na junta comercial 
• Publicação da alienação na imprensa oficial 
• Anuência ou concordância de todos os credores 
indistintamente. Essa concordância pode ser expressa ou 
tácita, quando notificado na alienação não se manifesta no 
prazo de 30 dias. 
o Existe a possibilidade de alienação do estabelecimento 
empresarial sem a necessidade de anuência de todos 
os credores: se o patrimônio restante for solvente 
(suficiente para pagar as dívidas do empresário) não 
haverá necessidade de anuência de todos os credores. 
▪ Se está alienando um bem coletivo como é o estabelecimento 
empresarial, deve-se aplicar a regra do direito privado: acessório segue 
o principal. Assim, para alienar o estabelecimento empresarial, as 
dívidas vinculadas ao estabelecimento e devidamente contabilizadas o 
acompanham na sua alienação. Essas dívidas, portanto, serão 
transferidas para o adquirente do estabelecimento empresarial, mas 
continuará o alienante solidariamente responsável por elas pelo 
período de um ano (prazo a contar do trespasse para as dívidas vencidas 
e a contar do vencimento de cada uma delas para as dívidas vincendas). 
Exceções: 
• Dívidas trabalhistas – seguem o estabelecido na CLT, arts. 10 e 
448: também se transferem ao adquirente, mas continuará o 
alienante subsidiariamente responsável por elas até a sua 
prescrição; 
• Dívidas tributárias – seguem o estabelecido no CTN, art 133: a 
responsabilidade tributária dependerá do comportamento do 
alienante: 
o Se ele continuar alguma outra atividade econômica (a 
mesma não pode por 5 anos, considerado concorrência 
desleal) significa que ele ainda existe para o fisco 
enquanto agente econômico fazendo com que a 
responsabilidade pela dívida tributária continua com o 
alienante, tendo o adquirente apenas responsabilidade 
subsidiária (dívida tributária não se transfere). 
o Se o alienante desistiu de exercer qualquer atividade 
econômica, o adquirente terá responsabilidade 
integral, respondendo sozinho pelas dívidas tributárias 
pois o alienante deixou de existir para o fisco enquanto 
agente econômico. 
o Existe um lapso temporal para a verificaçãodo retorno 
ou não a atividade econômica. A lei estabelece o prazo 
de 6 meses que é um prazo curto, mas considerando 
que as dívidas tributárias tem prescrição quinquenal e 
o estado é lento para cobrar, esse prazo é curto para 
evitar que a dívida prescreva e o estado perca o crédito. 
o Se o alienante continuar a exercer alguma outra 
atividade econômica ou parar e voltar antes de 6 meses 
é como se ele não houvesse parado, sendo ele o 
responsável pela dívida tributária e, subsidiariamente, 
o adquirente. 
o Se o alienante encerrar definitivamente o exercício de 
qualquer atividade econômica ou parar e voltar depois 
de 6 meses a responsabilidade será integralmente do 
adquirente. 
o Ponto empresarial → lugar onde a atividade empresarial é exercida. Existe um 
valor agregado a esse ponto empresarial 
▪ Hoje a maioria dos pontos empresariais é alugado, sendo esse aluguel 
regido pela lei 8.245/91, que prevê dois tipos de locação: 
• Residencial: utilizada para fins de moradia 
• Não residencial: utilizada para o exercício de uma atividade 
econômica 
o Dentre as várias hipóteses de locação não residencial, 
há a locação empresarial. Esta locação tem como 
locatário o empresário e o imóvel é utilizado no 
exercício da atividade econômica. Sobre essa locação 
(não residencial em geral), o ordenamento jurídico 
oferece uma proteção diferenciada chamada de direito 
de inerência ao ponto ou de renovação compulsória do 
contrato de locação. É o direito que tem o locatário de 
renovar o contrato de locação mesmo que o locador 
não queira, unilateralmente e de forma forçada. É feito 
para proteger toda a vinculação da clientela ao ponto 
empresarial específico. Para isso, deve atender a alguns 
requisitos (art. 51, lei de locações): 
▪ Contrato de locação deve ser escrito e deve ter 
prazo determinado 
▪ Ter o locatário pelo menos 5 anos ininterruptos 
de contrato (ou contratos que somados deem 
5 anos), inclusive com diferentes titulares, 
desde que entre eles tenha se mantido o 
vínculo jurídico intervivos ou mortis causa. 
Apesar da lei falar de 5 anos ininterruptos, 
existem várias decisões judiciais que entendem 
que uma interrupção do contrato apenas para 
sua renovação sem a interrupção do exercício 
da atividade (ou seja, interrupção do vínculo 
formal, sem a interrupção do vínculo material) 
não desnatura o direito de inerência ao ponto. 
▪ Ter o locatário pelo menos três anos 
ininterruptos de efetivo exercício da mesma 
atividade quando da propositura da ação 
renovatória. 
o Prazo para a propositura da ação renovatória → de um 
ano a 6 meses anteriores ao fim do contrato de locação. 
É um prazo decadencial: não se suspende, não se 
interrompe e não se prorroga. 
o Contrato de locação será renovado por igual período. 
Poderá ser proposta nova ação renovatória ao fim do 
novo prazo de locação. Não existem limites para a 
quantidade de ações renovatórias, que podem ser 
propostas enquanto presentes os requisitos. 
o O locador continuará sendo remunerado através do 
pagamento de aluguel, que será majorado durante o 
contrato de acordo com o índice do contrato e após o 
contrato de acordo com o valor de mercado. Assim, o 
aluguel não ficará defasado pois na renovação ele será 
reajustado de acordo com o valor de mercado. 
o Ainda assim, existem cinco hipóteses que permitem ao 
locador reaver o seu imóvel (hipóteses de exceção de 
retomada) – art. 52 e 72, lei de locações: 
▪ Uso próprio → locador quer seu imóvel de 
volta para usar. Não pode usar para a mesma 
atividade. O locador fica impedido durante 5 
anos de utilizar o imóvel para a mesma 
atividade exercida pelo locatário, exceto se o 
locador já exercia essa atividade nesse imóvel 
antes da locação. 
▪ Reforma substancial do prédio locado imposta 
pelo poder público ou para ampliação do 
imóvel → deve começar em até 3 meses após 
a devolução do imóvel 
▪ Proposta insuficiente em relação ao valor de 
mercado 
▪ Proposta melhor de terceiro → a preferência é 
do locatário caso iguale a proposta. Nesse caso, 
o proprietário e o terceiro proponente 
respondem solidariamente pela indenização ao 
locatário pela perda do ponto empresarial. 
▪ Transferência de estabelecimento existente há 
mais de um ano do cônjuge, ascendente ou 
descendente do proprietário para seu imóvel. 
Obs: essas hipóteses não permitem a 
interrupção do contrato, mas apenas a sua não 
renovação!! 
• Elementos identificadores da atividade empresarial: 
o Nome empresarial → elemento identificador do empresário enquanto sujeito 
da atividade econômica organizada. 
▪ É protegido através do registro na junta comercial. 
▪ Abrangência da proteção territorial: como é registrado na junta, só tem 
proteção no território do estado em que foi registrado (proteção 
estadual). 
▪ Nome empresarial é protegido em todas as classes (ramo), 
independentemente daquela em que foi registrado 
▪ Nome empresarial é gênero que comporta duas espécies: 
• Firma → tem por base o nome civil dos seus integrantes, que 
pode vir acompanhado ou não do objeto ou ramo da atividade 
o Individual → só pode ser utilizada pelo empresário 
individual 
o Social (razão social) → pode identificar uma sociedade 
em nome coletivo, em comandita simples, sociedade 
limitada, comandita por ações e a EIRELI. 
• Denominação → tem por base um elemento fantasia que deve 
vir obrigatoriamente acompanhado do objeto ou ramo de 
atividade. 
o Exceção: a lei das SA permite de forma excepcional que 
esse elemento fantasia da denominação na AS seja 
substituído pelo nome civil do fundador da companhia 
ou de alguém que muito contribuiu para o seu 
desenvolvimento. 
o Pode identificar uma sociedade anônima, sociedade 
limitada, em comandita por ações e a EIRELI. 
▪ Sociedade limitada, em comandita por ações a EIRELI podem usar tanto 
firma quanto denominação social → escolhem o que usar 
▪ Sociedade em nome coletivo e em comandita simples só podem usar 
firma social 
▪ Sociedade anônima só pode utilizar denominação social. 
▪ Em alguns casos existe a obrigação de indicar no nome empresarial o 
tipo societário, por extenso ou abreviado: limitada ou LTDA, comandita 
por ações ou C/A, sociedade anônima ou S.A. e EIRELI → devem indicar 
o tipo societário. 
• SA é sinônimo de companhia (por extenso ou abreviado) se for 
no início ou no meio do nome empresarial. O companhia só não 
pode vir no fim para não confundir com o companhia que indica 
que existem outros sócios (Ex: da fonte, oliveira, ferreira e cia) 
o Marca → elemento identificador dos produtos e serviços utilizados pelo 
empresário para desenvolver o seu objeto. 
▪ É protegida através do registro no INPI. 
▪ Abrangência da proteção territorial: por ser protegida por registro no 
INPI, tem proteção nacional. 
• Exceção: marca notoriamente conhecida pode ser protegida 
além do território nacional, em todos os países signatários da 
Convenção de Paris sobre propriedade industrial. 
▪ É protegida apenas na classe (ramo) em que foi registrada. 
• Exceção: marca de alto renome é protegida em todas as classes, 
independentemente daquela em que foi registrada. 
• Obs: nem toda marca de alto renome será notoriamente 
conhecida e vice-versa. Mas eventualmente pode ser os dois. 
o Título de estabelecimento → elemento identificador do ponto empresarial, ou 
seja, identifica o lugar onde a atividade empresarial é desenvolvida. Não tem 
um lugar específico de proteção, sendo protegido pelas regras de concorrência 
desleal. 
o Nome de domínio → elemento identificador do endereço do empresário na 
internet – ponto empresarial eletrônico. Protegido através do registro no 
“nic.br”

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