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1 Laís Flauzino | MISCO | 4°P MEDICINA UniRV 4M1 – Vacinação: PNI, Rede de Frio e Calendário Vacinal Rede De Fr io : Programa Nacional De Imunizações: • Desde que foi criado, em 18 de setembro de 1973, o PNI tornou-se ação de governo caracterizada pela inclusão social, na medida em que assiste todas as pessoas, em todos os recantos do País, sem distinção de qualquer natureza. • Na Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço da Organização Mundial de Saúde (OMS), o PNI brasileiro é citado como referência mundial, organizou duas campanhas de vacinação no Timor Leste, ajudou nos programas de imunizações na Palestina, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. • Fomos solicitados a dar cursos no Suriname, recebemos técnicos de Angola para serem capacitados aqui. Estabelecemos cooperação técnica com Estados Unidos, México, Guiana Francesa, Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Colômbia, Peru, Israel, Angola e Filipinas. Competências do PNI: • Implantar e implementar as ações relacionadas com as vacinações de caráter obrigatório • Estabelecer critérios e prestar apoio técnico a elaboração, implantação e implementação dos programas de vacinação a cargo das secretarias de saúde das unidades federadas • Estabelecer normas básicas para a execução das vacinações • Supervisionar, controlar e avaliar a execução das vacinações no território nacional, principalmente o desempenho dos órgãos das secretarias de saúde, encarregados dos programas de vacinação; • Centralizar, analisar e divulgar as informações referentes ao PNI. PNI: atua com importante papel no SUS, sua política definida impacta diretamente na redução, eliminação e erradicação de doenças por meio das vacinas e da vigilância. Em sua trajetória, tem entregado resultados positivos à população. A sociedade brasileira é a protagonista desta trajetória de resultados positivos nas três esferas de gestão, que se concretiza na atenção básica, porta de entrada das ações do PNI. O PNI é o norteador do processo, define as políticas de imunizações que avançam nas esferas estadual e municipal. Independe de qual seja a política de imunização adotada pelo PNI, a concretização da ação de imunização deve acontecer de forma segura na atenção básica/assistência, salas de vacina e Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie). • O PNI organiza toda a política nacional de vacinação da população brasileira; • Tem como missão o controle, a erradicação e a eliminação de doenças imunopreveníveis; • É considerado uma das principais e mais relevantes intervenções em saúde pública no Brasil, em especial pelo importante impacto obtido na redução de doenças nas últimas décadas. • Os principais aliados no âmbito do SUS são as secretarias estaduais e municipais de saúde. Responsabilidades das esferas nacional e estadual: Na esfera federal, o PNI está sob responsabilidade da Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI) do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis (Devit) da Secretária de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde. Constituem competências da esfera federal: • A coordenação do PNI (incluindo a definição das vacinas nos calendários e das campanhas nacionais de vacinação), as estratégias e as normatizações técnicas sobre sua utilização; • O provimento dos imunobiológicos definidos pelo PNI, considerados insumos estratégicos; e • A gestão do sistema de informação do PNI, incluindo a consolidação e a análise dos dados nacionais e a retroalimentação das informações à esfera estadual. Constituem competências da esfera estadual: • A coordenação do componente estadual do PNI; • O provimento de seringas e agulhas, itens que também são considerados insumos estratégicos; e • A gestão do sistema de informação do PNI, incluindo a consolidação e a análise dos dados municipais, o envio dos dados ao nível federal dentro dos prazos estabelecidos e a retroalimentação das informações à esfera municipal Responsabilidades da esfera municipal: A vacinação, ao lado das demais ações de vigilância epidemiológica, vem ao longo do tempo perdendo o caráter verticalizado e se incorporando ao conjunto de ações da APS. As campanhas, as intensificações, as operaçoes de bloqueio e as atividades extramuros são operacionalizadas pela equipe da APS, com apoio dos níveis distrital, regional, estadual e 2 Laís Flauzino | MISCO | 4°P MEDICINA UniRV federal, sendo fundamental o fortalecimento da esfera municipal. Constituem competências da esfera municipal: • A coordenação e a execução das ações de vacinação integrantes do PNI, incluindo a vacinação de rotina, as estratégias especiais (como campanhas e vacinações de bloqueio) e a notificação e investigação de eventos adversos e óbitos temporalmente associados à vacinação; • A gerência do estoque municipal de vacinas e outros insumos, incluindo o armazenamento e o transporte para seus locais de uso, de acordo com as normas vigentes; • O descarte e a destinação final de frascos, seringas e agulhas utilizados, conforme as normas técnicas vigentes; e • A gestão do sistema de informação do PNI, incluindo a coleta, o processamento, a consolidação e a avaliação da qualidade dos dados provenientes das unidades notificantes, bem como a transferência dos dados em conformidade com os prazos e fluxos estabelecidos nos âmbitos nacional e estadual e a retroalimentação das informações às unidades notificadoras. Calendário Nacional De Vacinação: Considera o risco, a vulnerabilidade e as especificidades sociais, o PNI define calendários de vacinação com orientações específicas para crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos e indígenas. As vacinas ofertadas na rotina dos serviços de saúde são definidas nos calendários de vacinação, nos quais estão estabelecidos: • Os tipos de vacina; • O número de doses do esquema básico e dos reforços; • A idade para a administração de cada dose; e • O intervalo entre uma dose e outra no caso do imunobiológico cuja proteção exija mais de uma dose Suprimento de imunobiológicos: Estrutura atual da rede: 3 Laís Flauzino | MISCO | 4°P MEDICINA UniRV A inserção de um novo imunobiológico no programa e o estabelecimento de novos grupos populacionais são decisões respaldadas em bases técnicas e científicas, tais como: • Evidência epidemiológica; • Eficácia e segurança da vacina; e • Garantia da sustentabilidade da estratégia, como, por exemplo, pela capacidade de produção dos laboratórios públicos nacionais e capacidade institucional de armazenamento e distribuição. Estrutura Da Rede De Fr io: Rede de Frio: é um sistema amplo, inclui estrutura técnico- administrativa orientada pelo PNI, por meio de normatização, planejamento, avaliação e financiamento que visa à manutenção adequada da cadeia de frio. Cadeia de Frio: é o processo logístico da Rede de Frio para conservação dos imunobiológicos, desde o laboratório produtor até o usuário, incluindo as etapas de recebimento, armazenamento, distribuição e transporte, de forma oportuna e eficiente, assegurando a preservação de suas características originais. Instâncias da Rede de Frio: A estrutura da Rede de Frio permeia as três esferas de gestão, organiza-se em instancias, com fluxos de armazenamento e distribuição. Compõem o Sistema as seguintes instâncias: • Nacional • Estadual • Regional (conforme estrutura do estado) • Municipal • Local Instancia nacional: CGPNI • Ações relativas ao funcionamento da Rede de Frio e sua normatização; • Planejamento das aquisições; • Distribuição e acompanhamento sistemático da qualidade dos imunobiológicos; • Acompanhamento da avaliação da situação epidemiológica das doenças; atualização dos Calendários de Vacinação Nacional;• Elaboração das normas técnico-científicas. Fluxos de transporte dos imunobiológicos: 4 Laís Flauzino | MISCO | 4°P MEDICINA UniRV Instância estadual: • Organiza-se em 27 centrais estaduais de armazenamento e distribuição de imunobiológicos; • Planejamento da necessidade de imunobiológicos; • Armazenamento e distribuição, com câmaras frias positivas (+2°C a +8°C) e negativas (-25°C a -15°C), a depender da demanda; • Sala de distribuição; • Área de recebimento e inspeção de imunobiológicos. • Almoxarifado; • Apoio administrativo e ensino e pesquisa (opcional e desejável); • Apoio logístico, contempla estrutura adequada à carga e descarga de imunobiológicos, área para gerador, para garantia de sistema backup de geração de energia elétrica; • Apoio técnico, com espaço para copa e refeitório, quando adequado. Fluxo de Transporte dos Imunobiológicos – instância Estadual para Regional/Municipal: O transporte é realizado, essencialmente, por via terrestre, em veículo refrigerado. Instância regional: Incorpora as Centrais Regionais de Rede de Frio (CRRFs), subordinadas, via de regra, às Secretarias Estaduais de Saúde, ocupam posição estratégica para distribuição. • Dispõem de área para armazenamento dos imunobiológicos geridos no âmbito de sua abrangência; • De almoxarifado para outros insumos; • De área destinada ao recebimento, à preparação e à distribuição dos imunobiológicos, incluindo área para grupo gerador; • Área de acesso aos veículos de carga; • Estrutura apropriada às atividades de apoio administrativo e técnico especializado, logístico e de ensino/pesquisa (desejável). Em Goiás são representadas por 18 Administrações Regionais de Saúde – ARS: • Central, Centro Sul, Entorno sul, Entorno norte, Nordeste, Nordeste II, Pirineus, São patrício, são patrício II, serra da mesa, norte, rio vermelho, oeste I, oeste II, estrada de ferro, sul, sudoeste I e sudoeste II. Fluxo de transportes dos imunobiológicos – instância regional/municipal para local: É recomendado o transporte dos imunobiológicos entre estas instancias, somente à temperatura positiva. São utilizadas caixas térmicas, com bobinas reutilizáveis ambientadas a 0°C, visando assegurar a temperatura de conservaçao dos imunobiológicos, sendo necessário o monitoramento contínuo da temperatura no interior das caixas durante todo o processo de transporte. Instância municipal: Encontra-se a Central Municipal de Rede de Frio (CMRF), incluída na estrutura organizacional da Secretaria Municipal de Saúde. • Tem como atribuições o planejamento integrado e o armazenamento de imunobiológicos recebidos da Instancia Estadual/Regional para utilização na sala de imunização, • Estruturas das CMRFs devem prever espaço para armazenamento de imunobiológicos e almoxarifado para outros insumos (Seringas, agulhas, caixas térmicas, bobinas reutilizáveis, entre outros); • Área de acesso aos veículos de carga/descarga, área destinada ao recebimento, à preparação e à distribuição dos imunobiológicos e área com grupo gerador. Instancia local: Ocupa posiçao estratégica na Rede de Frio, uma vez que concretiza a Política Nacional de Imunizações, por meio da administração de imunobiológicos de forma segura, na atenção básica ou assistencia, estando em contato direto com o usuário final da cadeia de frio. Sala de imunização: • Instancia final da Rede de Frio • Equipamentos de refrigeração apropriado e dentro de condições ideais Dimensionamento: • Prever o prazo ideal de até 30 dias de armazenamento • Quantitativo populacional de sua abrangência • As metas de cobertura • As estratégias (rotina e cobertura) • Programação de abastecimento Centro de referencia para imunobiológicos especiais – CRIE: 5 Laís Flauzino | MISCO | 4°P MEDICINA UniRV • Devem prever facilidade de acesso à população: portadores de imunodeficiência e de condições de morbidade; exposições às situações de risco Instalações mínimas: • Recepção, consultório, sala de imunização e sanitário • Aptas à administração de todos os imunobiológicos distribuídos na Rede de Frio Devem funcionar diariamente e em tempo integral, de preferência instalados em ambiente hospitalar, centros de onco-hematologia ou ambulatórios de especialidades, disponbilizando equipamentos em quantidades necessárias à manutenção dos produtos refrigerados, tanto para demanda da unidade quanto para utilização em situações específicas de atendimento. 6 Laís Flauzino | MISCO | 4°P MEDICINA UniRV Prontos críticos mínimos: Áreas separadas e identificadas para recebimento e expedição, projetadas de forma a garantir os fluxos, evitando não conformidades decorrentes de processos equivocados, bem como garantir a proteção dos insumos mediante preservação das condições climáticas. Área reservada, isolada e identificada, com acesso restrito aos autorizados, para quarentena de insumos manuseados ou expostos às condições que possam configurar risco à garantia da potência imunogênica dos itens. Área de armazenamento com capacidade suficiente ao estoque ordenado de materiais e insumos, com identificação visual, organizada e mantida dentro de condições compatíveis de temperatura, umidade e ventilação. Manter orientações relativas ao empilhamento máximo das caixas, conforme orientações do laboratório. O empilhamento deve prever espaços livres capazes de permitir circulação de ar de maneira homogênea. Perda de imunobiológico: 7 Laís Flauzino | MISCO | 4°P MEDICINA UniRV Perdas físicas: àquelas que ocorrem quando o imunobiológico ainda não teve sua embalagem primária aberta, frasco fechado. Decorrem de inadequada armazenagem, acondicionamento, conservação, manipulação e transporte, por exemplo, quebra ou fissura de frasco, vencimento de validade, excursão de temperatura por falha do equipamento, problemas de rotulagem, procedimento inadequado etc. Este tipo de perda, por sua característica, é mais controlável e mais fácil para reduzir ou eliminar. Perdas técnicas: acontecem após a abertura da embalarem primária, abertura do frasco para administração da vacina. Pela característica da perda técnica e atividade desenvolvida nas instâncias locais, as perdas técnicas são, senão exclusivas, essencialmente das salas de imunização e Cries, ocorrem, em grande parte, devido ao curto prazo de validade após abertura do frasco. O controle deste tipo perda, em relação à perda física, é considerado mais complexo, inclusive em função da diversidade da Rede de Frio Nacional, demanda novas políticas, estratégias e práticas melhoradas. Imunização: BCG: 8 Laís Flauzino | MISCO | 4°P MEDICINA UniRV Pentavalente: Hepatite B: Segue o atual calendário da vacina contra hepatite B: ao nascer e pode ser feita até o primeiro mês de vida da criança. Outras três doses dessa vacina foram incorporadas na pentavalente (dois, quatro e seis meses). Rotavírus: A vacina rotavírus é administrada exclusivamente por via oral, com a dose de 1,5mL, por meio de uma seringa apropriada. Notas sobre a administração da vacina rotavírus: • Se a criança regurgitar, cuspir ou vomitar depois de ser vacinada, não se deve repetir a dose; • Essa vacina é contraindicada para crianças com imunodepressão severa ou que têm histórico de invaginação intestinal ou com malformação congênita não corrigida do trato gastrointestinal. Meningocócica C: Deve ser administrada, preferencialmente, aos três e cinco meses, com intervalo de 60 dias entre as doses, mínima de 30 dias. Uma dose de reforço deve ser administrada, de preferência, aos 12 meses (pode ser feita até quatro anos). Segue o calendário da vacina meningocócica C: primeira dose aos três meses + segunda dose aos cincomeses + reforço aos 12 meses + reforço dos 11 aos 14 anos, 11 meses e 29 dias. Pneumocócica: A vacina pneumocócica 10-valente é constituída de dez sorotipos de pneumococos (1, 4, 5 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F, 23F) e conjugada influenzae para oito de seus sorotipos e carregadores de toxoide diftérico (DT) e de toxicidade tetânico (TT ou T) usados por dois sorotipos. 9 Laís Flauzino | MISCO | 4°P MEDICINA UniRV Influenza: Crianças vacinadas pela primeira vez: Febre amarela: Oral Pol iomiel ite (VOP): A administração preferencial da VIP é a intramuscular, entretanto, a via subcutânea também pode ser usada.