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ASPECTOS DE DOSAGEM, SELETIVIDADE CLÍNICA E ESTEREOISOMERISMO DOS FÁRMACOS A compreensão de farmacocinética e farmacodinâminca ajudam a explicar a relação entre a dose e a resposta. A escolha do regime de dosagem pode salvar um paciente, assim como, levá-lo a uma patologia. Formulações determinam a via e o modo de adm, bem como a adequação do medicamento para uso em várias espécies animais. REGIMES DE DOSAGEM Consistem em uma sistematização do tratamento de um paciente, no qual envolve a adm do fármaco, quantidade de doses do fármaco e intervalo entre doses. A relação entre a dose de uma droga e o efeito alcançado não é constante, variando entre, diferentes espécies (os fármacos entre as espécies são utilizados de maneira diferente), dentro de uma mesma espécie pode haver modificações também, como nas raças dolicefálicas, que possuem uma deficiência no gene MDR1 (responsável pela síntese da glptn P – na barreira hematocefálica faz uma seletividade do que entra e sai, dificultando o que pode sair), e com isso são mais suscetíveis a algumas intoxicações. Animais também podem ter diferença de acordo com os momentos da vida, por exemplo, durante a senilidade (pode haver dificuldade de metabolização e/ou excreção por causa de possíveis comprometimentos hepáticos ou renais) ou durante a gestação. A resposta gradual, é utilizada para a maioria dos fármacos, aumentando-se a dose, aumenta-se o efeito, ou seja, a intensidade da resposta é proporcional à concentração eficaz da droga. Já a resposta quantal, é utilizada para fármacos de uso contínuo, e aumentando-se a dose, nem sempre aumenta o efeito, sendo assim, a intensidade da resposta é descrita como “tudo ou nada” (anticonvulsivantes, anticoncepcional). - interpretando esse gráfico, a gente consegue ver a potência do fármaco, ou seja, a quantidade necessária para provocar uma resposta. (a dosagem para que haja uma resposta mínima ou significativa). Normalmente é representada ao logo do eixo da concentração da droga, eixo X. Quanto menor a concentração com produção de efeito, mais potente. - outro aspecto visível é a eficácia, que é a resposta máxima produzida, ilustrada pelo platô na curva dose-resposta. Apresenta algumas limitações de eficácia, como efeitos colaterais, por conta de que quando se atinge a eficácia Max, pode surgir alguns efeitos adversos. - a curva reflete o mecanismo de ação do medicamento, sendo que ela varia de acordo com populações biológicas. As diferenças na curva se dá por mecanismos de ações distintos - a quantidade de fármaco que está chegando aos receptores e a quantidade de fármaco que está ativando esses receptores pode influenciar na curva e também na eficácia. ASPECTOS DE DOSAGEM - o fármaco X, com uma dose menor, já consegue iniciar os seus efeitos e atingir uma eficácia máxima. O Y, tem uma eficácia máxima menor que X e Y. O Z, precisa de uma dose maior para começar a ter efeitos e atingir a eficácia. - o fármaco x possui uma maior atividade biológica equivalente de dose - o fármaco x e o z possuem uma mesma eficácia, porém, a dose necessária de z para que essa eficácia aconteça é maior. - o fármaco y é mais potente que o z, uma vez que, quando as doses de ambos são comparadas, a dose de Y para acontecer um efeito é menor, tendo uma resposta mais rápida. RESPOSTA GRADUAL - comparações entre fármacos em um único indivíduo - a histamina com uma dose menor, já consegue fazer efeito e atingir o platô. Diferente da acetilcolina, que precisa de uma dose maior. Portanto, a histamina é mais potente RESPOSTA QUANTAL - estudo de um fármaco em uma determinada população. - vai estudar tanto sobre a dose de eficácia (ED), como a dose letal (LD). INTERVALO TERAPÊUTICO É um número que indica à margem de segurança do medicamento, quando maior o número terapêutico, maior a margem de segurança, sendo o ideal = 4 O regime de dosagem é influenciado pela farmacocinética e pelo conhecimento do intervalo terapêutico – (LD50/DE50 = dose letal em 50% da população divido pela dose de eficácia em 50% da população) O fenobarbital é um fármaco que necessita atingir a sua concentração plasmática máxima para que ele consiga fazer efeito. Portanto, a terapêutica desse fármaco é mais complicada, mesmo que ele possua uma margem de segurança ótima. A DIFERENÇA ENTRE O REMÉDIO E O VENENO É A DOSE - Paracelso Para saber a dosagem desse fármaco, usa-se a formula do intervalo terapêutico (IT). Para se ter uma maior margem de segurança, fazer o cálculo do fator de segurança. DL1 = a dose letal na qual o primeiro indivíduo morreu e DE99 = a dose de eficácia na qual o último indivíduo que sentiu o efeito do fármaco SELETIVIDADE CLÍNICA Quando se tem a administração de um fármaco, ele irá passar por todos os processos de farmacocinética e farmacodinâmica, e então vai ocorrer a interação medicamento-célula no lugar de ação do fármaco, esse processo se dá pela seletividade do fármaco. A seletividade clínica refere-se ao grau em que um fármaco age em um determinado tecido quando comparado a outros locais. Pode ser influenciada pela ação do medicamento (afinidade de receptor e quantidade que alcança o tecido), forma de dosagem (comprimido, cápsula ou solução), via de adm (parental, oral ou tópica) e dose administrada (dosagem ideal ou subdosagem) É diferente de especificidade que é diferente de sensibilidade A seletividade descreve a capacidade de uma droga de afetar uma determinada população, ou seja, gente, ptn, via de sinalização ou célula, de preferência a outras. A especificidade descreve a capacidade de um medicamento de causar uma determinada ação em uma população. A sensibilidade descreve a capacidade de uma população de responder a capacidade de um medicamento, de estimular aquela entidade em uma dose especificada. A seletividade clínica pode ser dividida em 3 categorias: Medicamentos altamente seletivos – afetam apenas um único órgão ou sistema, como exemplo a digoxina, é um fármaco inotrópico positivo com ação na ação na Na+/K+ATPase Medicamentos relativamente seletivos – apesar de terem efeito em um único tecido, eventualmente podem atingir em outros. Ex: ibuprofeno que é um fármaco anti-inflamatório não eteroidal. Medicamentos relativamente não seletivos – afetam muitos tecidos ou órgãos diferentes. Ex: atropina que é um fármaco antagonista de receptores muscarínicos, tem efeitos de taquicardia e inibição de secreções lacrimais, salivares e brônquicas; A dobutamina é um fármaco de administração por infusão venosa em razão da meia-vida muito curta, tendo vantagem de entregar a droga no local de ação. O timolol é um antagonista não seletivo de β-adrenoceptores, pode ser utilizado como colírio para hipertensão ocular, sendo absorvido pela circulação sistêmica. É contraindicado em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva ou propensos a asma. ESTERIOISOMERISMO DOS FÁRMACOS ISOMERISMO Quando se tem substâncias químicas com partes iguais mas com conformações diferentes Para a farmacologia, isso influencia, pois altera a função do fármaco. Isomeria constitucional: isômeros compostos de estruturas estáticas que possuem a mesma fórmula molecular, mas se diferenciam pelas fórmulas estruturais. Isomeria espacial (esteroisomeria): isômeros compostos de estruturas estáticas que possuem a mesma fórmula molecular, mas se diferenciam pelo arranjo espacial dos átomos. Podem ser enantiômeros: isômeros que possuem a mesma composição e ligações, mas são fundamentalmente diferentes em razão de serem imagens refletidas um do outro. É a imagem especular um do outro, sua molécula é assimétrica e não são sobreponíveis. Possuem funções diferentes. São compostas por um carbono quiral, que possui 4lig diferentes,. Podem ser diasteroisômeros: isômeros que possuem a mesma composição e ligações, mas que não são fundamentalmente diferentes em razão de não serem imagens refletidas um do outro. Podem apresentar conformação trans ou cis. Para diferenciar isso melhor, principalmente nos fármacos há o teste de luz polarizada, que vai diferenciar se um composto é dextrogiro (R) – amostra com atividade óptica desviada para a direita – ou se o composto é levogiro (S) – amostra com atividade óptica desviada para a esquerda. As amostras que não apresentam desvio de atividade óptica são racemato (mistura racêmica = R+S). IMPLICAÇÕES DO ESTEREOISOMERISMO Alguns fármacos são compostos estereisoméricos comercializados na forma de racemato. Por conta da questão econômica. Podem afetar na farmacodinâminca, afetando a ligação com o receptor, e alterando a potência do fármaco. Ex: S propanolol (40 x mais potente) x R propanolol // S lozartana que tem um efeito quase inexistente. Interconversão metabólica: ação de enzimas (principalmente do TGI) sob o fármaco podem converte-lo em isômero diferentes. Ex: conversão do R inativo em S ativo do ibuprofeno. Ex: talidomida = o R era responsável pelas propriedades analgésicas, sedativas e antieméticas e o S é inativo Concluindo... Conhecimentos dos aspectos de farmacocinética e farmacodinâminca como as características de dosagem e seletividade clínica auxiliam no tratamento do paciente Estudos precisos a respeito das implicações do estereoisomerismo em fármacos podem evitar erros de preparos de medicamentos e como consequência o desenvolvimento de drogas mais seguras. Este é um resumo que é utilizado para meus estudos. Todo o conteúdo foi baseado em anotações de aula, materiais didáticos disponibilizados pelo professor da disciplina de Farmacologia Básica e no livro “Farmacologia” dos autores Rang e Dale. Esse resumo não substitui o livro e tenho somente direitos editoriais do resumo.
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