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Doença do refluxo gastroesofágico-Cecil · A doença do refluxo gastresofágico se desenvolve quando o refluxo de conteúdos estomacais no esôfago provoca sintomas complicados ou que incomodam · Fatores de risco para o seu desenvolvimento são obesidade, avanço da idade e fatores genéticos Fisiopatologia: · O esôfago é protegido dos efeitos nocivos dos conteúdos gástricos refluídos pela barreira antirrefluxo na junção gastroesofágica, pelos mecanismos de liberação esofágica e pelos fatores defensivos epiteliais · A barreira antirrefluxo é formada pelo esfíncter esofágico, diafragma crural, ligamento frenoesofágico e ângulo de HIS, que causa uma entrada obliqua no estômago · A fixação do esfíncter esofágico inferior no diafragma crural resulta no aumento da pressão durante a inspiração e quando a pressão intra-abdominal aumenta · O rompimento desses mecanismos de defesa causa quantidade patológicas de refluxo · O refluxo dos conteúdos gástricos para o esôfago ocorre em indivíduos saudáveis, são liberados em um processo de dois passos: limpeza do volume por função peristáltica e neutralização de pequenas quantidades de ácido residual por saliva levemente alcalina deglutida · Esse refluxo fisiológico ocorre principalmente quando o esfíncter esofágico inferior relaxa temporariamente na ausência de deglutição devido ao reflexo mediado vagalmente que é estimulado pela distensão gástrica · Em pacientes com DRGE, o relaxamento temporário do EEI em descanso pode resultar em regurgitação, principalmente quando a pressão intra-abdominal aumenta · A hérnia hiatal é a protusão (deslocamento ou extravasamento) do estômago através do orifício pelo qual o esôfago atravessa o diafragma para penetrar na cavidade abdominal · Essa hérnia predispõe aos eventos refluídos ao ampliar a abertura da junção gastroesofágica e diminuir a pressão do EEI. Com isso, ocorre um aumento da exposição do esôfago ao ácido já que haverá aumento dos episódios de refluxo durante o relaxamento fisiológico do EEI · A obesidade resulta em aumento da pressão intragástrica, que aumenta o gradiente de pressão gastroesofágico e a frequência de relaxamento do EEI, predispondo os conteúdos gástricos a irem para o esôfago · Os mecanismos de defesa baseados na peristalse e saliva também podem ser danificados · A disfunção peristáltica está associada ao aumento da gravidade da esofagite e a produção de saliva pode ser debilitada por vários mecanismos, como tabagismo e síndrome de Sjogren Linhas de defesa da mucosa esofágica: · A barreira pré-epitelial é composta por uma camada aquosa não agitada, associada ao bicarbonato da saliva deglutida e das secreções das glândulas submucosas · Uma segunda defesa é composta por membranas celulares e transportadores de íons de membrana celular · A linha pós-epitelial é composta por suprimento sanguíneo do esôfago · As pepsinas acidificadas e ácidos do refluxo são os principais fatores que danificam as junções intercelulares · Sinais e sintomas de DRGE ocorrem quando o epitélio defeituoso entra em contato com o ácido refluído, pepsina ou outros conteúdos gástricos nocivos · O suco gástrico refluído estimula as células epiteliais esofágicas a secretarem quimiocinas que atraem as células inflamatórias para o esôfago e, assim, danificam a mucosa esofágica Manifestações Clínicas: · Os sintomas clássicos são pirose e regurgitação acídica · Os sintomas atípicos incluem dor torácica, disfagia e odinofagia · As manifestações extraesofágicas são tosse, laringite, asma e erosões dentárias, mas esses sintomas so podem ser atribuídos ao refluxo se vieram acompanhados dos sinais e sintomas clássicos Diagnóstico: · Quando a DRGE se apresenta com sinais e sintomas típicos, como pirose e regurgitação ácida, que respondem à terapia antissecretora, nenhuma avaliação diagnóstica é necessária · A endoscopia diagnóstica é necessária em indivíduos que não conseguem responder à terapia ou que têm sinais e sintomas alarmantes, como diasfagia, perda de peso, anemia, sangramento gastrointestinal ou pirose persistente · A endoscopia permite detecção de esofagite e complicações Complicações: · Estenoses pépticas: · Acontece principalmente em pacientes mais velhos · São uma consequência de inflamação grave, que causa fibrose, cicatrizes, encurtamento esofágico e perda de conformidade do lúmen · Os sintomas são de disfagia para sólidos com ou sem sintomas antecedentes de pirose e regurgitação ácida · Podem ser identificados com radiografia com bário · Esôfago de Barret: · É uma condição adquirida que resulta de lesão grave na mucosa esofágica, é uma alteração metaplásica no revestimento do esôfago tubular distal, onde o epitélio escamoso normal é substituído por epitélio colunar · Tem associação com o adenocarcinoma do esôfago · Resulta de lesão grave na mucosa esofágica · Normalmente esses pacientes têm uma maior exposição ao ácido esofágico · O desenvolvimento de sintomas de refluxo em uma idade mais precoce, o aumento na duração desses sintomas, o aumento das gravidades dos sintomas de refluxo noturno e complicações anteriores de DRGE, como esofagite, ulceração, estenose e sangramento, podem levantar a possibilidade de esôfago de Barret · Seu diagnóstico é determinado se a biopsia mostrar que a junção escamocolunar foi deslocada proximalmente até a junção gastroesofágica e se a metaplasia intestinal for detectada
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