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LABORATÓRIO MORFOFUNCIONAL UC2– MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA . AULA 1 SP1: PROCESSO INFLAMATÓRIO 1. Explicar o que são acidentes ósseos para a anatomia e seus principais tipos; Acidentes ósseos: os ossos apresentam acidentes característicos, que consistem em aspectos estruturais adaptados para funções específicas. Em resposta à tensão aplicada por tendões, ligamentos, aponeuroses e fáscias em uma superfície óssea, é depositado osso novo, produzindo áreas de elevações e rugosidades. Já a compressão de uma superfície óssea produz uma depressão. Há dois tipos principais de acidentes ósseos: (1) depressões e aberturas, que permitem a passagem de tecidos moles (como vasos sanguíneos, nervos, ligamentos e tendões) ou formam articulações e (2) processos, projeções ou protuberâncias que ajudam a formar articulações ou que servem de pontos de fixação para tecido conjuntivo (como ligamentos e tendões). Depressões e aberturas: locais que possibilitam a passagem de tecidos moles (nervos, vasos sanguíneos, ligamentos, tendões) ou formação de articulações. Fissura: fenda estreita entre partes adjacentes de ossos pela qual passam nervos e vasos sanguíneos. Ex.: fissura orbital superior do esfenoide. Forame: abertura através da qual passam vasos sanguíneos, nervos e ligamentos. Ex.: forame óptico do esfenoide. Fossa: depressão rasa. Ex.: fossa coronóidea do úmero. Sulco: depressão ao longo da superfície óssea que acomoda vaso sanguíneo, nervo ou tendão. Ex.: sulco intertubular do úmero. Meato: abertura tubular. Ex.: meato acústico externo do temporal. Processos: projeções ou protuberâncias no osso que formam articulações ou pontos de inserção para tecido conjuntivo, como ligamentos e tendões. Processos que formam articulações: Côndilo: grande protuberância arredondada com uma superfície articular lisa na extremidade do osso. Ex.: côndilo lateral do fêmur. Face: superfície articular lisa, plana e discretamente côncava ou convexa. Ex.: face articular superior da vértebra. Cabeça: projeção articular normalmente arredondada apoiada no colo (porção estreitada) do osso. Ex.: cabeça do fêmur. Processos que formam pontos de inserção de tecido conjuntivo: Crista: crista proeminente ou projeção alongada. Ex.: crista ilíaca do osso do quadril. Epicôndilo: projeção tipicamente rugosa acima do côndilo. Ex.: epicôndilo medial do fêmur. Linha: margem ou crista estreita e longa (menos proeminente que a crista). Ex.: linha áspera do fêmur. Processo espinhoso: projeção pontuda e delgada. Ex.: processo espinhoso da vértebra Trocanter: projeção muito grande. Ex.: trocanter maior do fêmur. Tubérculo: projeção arredondada de tamanho variável. Ex.: tubérculo maior do úmero. Tuberosidade: projeção de tamanho variável que apresenta uma superfície rugosa e áspera. Ex.: tuberosidade isquiática do osso do quadril. 2. Classificar as articulações com relação ao tecido interposto (fibrosa, cartilagínea ou sinovial); descrever as sinoviais, seus elementos essenciais e acessórios e a subclassificação; Articulações fibrosas (sinartrose): não apresenta cavidade articular e os ossos são unidos por tecido fibroso. Os três tipos de articulações fibrosas são suturas, sindesmoses e membranas interósseas. As suturas (com o tempo elas ossificam, mineralizam (processo de sinostose) e ficam rígidas) do crânio são exemplos de articulações fibrosas. Esses ossos estão bem próximos, encaixando-se ao longo de uma linha ondulada ou superpostos. A sindesmose une os ossos com uma lâmina de tecido fibroso, que pode ser um ligamento ou uma membrana fibrosa. A membrana interóssea no antebraço é uma lâmina de tecido fibroso que une o rádio e a ulna em uma sindesmose. Esse tipo de articulação fibrosa não permite muito movimento (tem mobilidade parcial). Gonfose (outro tipo): articulação permanente com o dente e o osso. Articulações cartilagíneas (anfiartrose): as estruturas são unidas por cartilagem hialina (sincondrose, em geral é para medial, pode ossificar (processo sinostose) ou fibrocartilagem (sínfise, em geral no plano central). Nas articulações cartilagíneas primárias, ou sincondroses, os ossos são unidos por cartilagem hialina, o que permite leve curvatura no início da vida. As articulações cartilagíneas primárias são geralmente uniões temporárias, como as existentes durante o desenvolvimento de um osso longo, nas quais a epífise e a diáfise são unidas por uma lâmina epifisial. As sincondroses permitem o crescimento do osso no comprimento. Quando é atingido crescimento completo, a lâmina epifisial converte-se em osso e as epífises fundem-se com a diáfise. As articulações cartilagíneas secundárias, ou sínfises, são articulações fortes, ligeiramente móveis, unidas por fibrocartilagem. Os discos intervertebrais fibrocartilagíneos existentes entre as vértebras são formados por tecido conjuntivo que une as vértebras. Essas articulações proporcionam à coluna vertebral resistência e absorção de choque, além de considerável flexibilidade. Articulações sinoviais: os ossos são unidos por uma cápsula articular (formada por uma membrana fibrosa externa revestida por uma membrana sinovial serosa) que transpõe e reveste uma articulação ou uma cavidade articular. A cavidade articular de uma articulação sinovial, como o joelho, é um espaço potencial que contém um pequeno volume de líquido sinovial lubrificante, secretado pela membrana sinovial. No interior da cápsula, a cartilagem articular (cartilagem hialina) cobre as faces articulares dos ossos; todas as outras faces internas são revestidas por membrana sinovial. Articulações sinoviais, o tipo mais comum de articulação, permitem livre movimento entre os ossos que unem; são articulações de locomoção, típicas de quase todas as articulações dos membros. Componentes acessórios: disto articular (componente de cartilagem que divide o osso), menisco articular (componente de cartilagem, que divide os ossos, mas não é inteiro), lábio articular (componente de cartilagem), ligamento articular (intracapsular, capsular, extracapsular). Os seis principais tipos de articulações sinoviais são classificados de acordo com o formato das faces articulares e/ou o tipo de movimento que permitem: As articulações planas permitem movimentos de deslizamento no plano das faces articulares. As superfícies opostas dos ossos são planas ou quase planas, com movimento limitado por suas cápsulas articulares firmes. Ex.: articulação da coluna vertebral. Os gínglimos permitem apenas flexão e extensão (uniaxiais), movimentos que ocorrem em um plano (sagital) ao redor de um único eixo transversal. A cápsula dessas articulações é fina e frouxa nas partes anterior e posterior onde há movimento; entretanto, os ossos são unidos lateralmente por ligamentos colaterais fortes. Ex: articulação do cotovelo. As articulações selares permitem abdução e adução, flexão e extensão, movimentos (biaxiais). Também é possível fazer esses movimentos em uma sequência circular (circundução). As faces articulares opostas têm o formato semelhante a uma sela. Ex.: articulação carpometacarpal na base do polegar é uma articulação selar. As articulações elipsóideas permitem flexão e extensão, abdução e adução (biaxiais). Também é possível realizar circundução mais restrita. Ex.: articulações metacarpofalângicas. As articulações esferóideas permitem movimento em vários eixos e planos (multiaxiais): flexão e extensão, abdução e adução, rotação medial e lateral, e circundução. Nessas articulações altamente móveis, a superfície esferóidea de um osso move-se na cavidade de outro. Ex.: articulação do quadril (cabeça do fêmur, que é esférica, gira na cavidade formada pelo acetábulo do quadril) As articulações trocóideas permitem rotação em torno de um eixo central (uniaxiais). Nessas articulações, um processoarredondado de osso gira dentro de uma bainha ou anel. Ex.: articulação atlantoaxial mediana (o atlas (vértebra CI) gira ao redor de um processo digitiforme, o dente do áxis (vértebra CII), durante a rotação da cabeça). 3. Descrever a anatomia das articulações do quadril, joelho, tornozelo e pé: ossos e acidentes ósseos relacionados com os elementos articulares; Articulação do quadril (coxo-femoral): conexão entre a parte livre do membro inferior e seu cíngulo. É uma articulação sinovial esferóidea multiaxial forte e estável. A cabeça do fêmur é a esfera e o acetábulo é a cavidade (formada pela cabeça do fêmur e pelo acetábulo do osso do quadril). Componentes anatômicos: Cápsula articular: cápsula muito densa e forte que se estende da margem do acetábulo até o colo do fêmur. A cápsula articular consiste em fibras longitudinais e circulares. As fibras circulares (zona orbicular) formam um colar ao redor do colo do fêmur. Ligamentos acessórios, como ligamento iliofemoral, ligamento pubofemoral e ligamento isquiofemoral reforçam as fibras longitudinais da cápsula articular. Ligamento iliofemoral: porção espessada da cápsula articular que se estende da espinha ilíaca anteroinferior do osso do quadril até a linha intertrocantérica do fêmur. É considerado o ligamento mais forte do corpo e evita a hiperextensão do fêmur na articulação do quadril em posição ortostática. Ligamento pubofemoral: porção espessada da cápsula articular que se estende da parte púbica da margem do acetábulo até o colo do fêmur. Esse ligamento evita a abdução excessiva do fêmur na articulação do quadril e reforça a cápsula articular. Ligamento isquiofemoral: porção espessada da cápsula articular que se estende da parede isquiática do acetábulo até o colo do fêmur. Ligamento da cabeça do fêmur: faixa plana e triangular (originalmente uma dobra sinovial) que se estende da fossa do acetábulo até a fóvea da cabeça do fêmur. Em geral, o ligamento contém uma pequena artéria que supre a cabeça do fêmur. Lábio do acetábulo: uma borda de fibrocartilagem fixada à margem do acetábulo que aumenta a sua profundidade. Por isso, a luxação do fêmur é rara. Ligamento transverso do acetábulo. Forte ligamento que cruza a incisura do acetábulo. Sustenta parte do lábio do acetábulo e está conectado ao ligamento da cabeça do fêmur e à cápsula articular. Articulações do joelho: (articulação tibiofemoral) é formada por três articulações: Duas articulações femorotibiais (lateral e medial) entre os côndilos laterais e mediais do fêmur e da tíbia. É do tipo gínglimos e trocóideas. Uma articulação femoropatelar intermediária entre a patela e o fêmur. É do tipo plana. Componentes anatômicos Cápsula articular: une os ossos da articulação do joelho. A bainha ligamentar ao redor da articulação consiste, principalmente, em tendões musculares e suas expansões. Há, no entanto, algumas fibras capsulares conectando os ossos da articulação. Retináculos lateral e medial da patela. Fusão dos tendões de inserção do quadríceps femoral e da fáscia lata que reforçam a face anterior da articulação. Ligamento da patela. Continuação do tendão comum de inserção do músculo quadríceps femoral que se estende da patela até a tuberosidade da tíbia. Também reforça a parte anterior da articulação. A face posterior do ligamento é separada da membrana sinovial da articulação por um corpo adiposo infrapatelar. Ligamento poplíteo oblíquo. Um largo ligamento achatado que se estende da fossa intercondilar e do côndilo lateral do fêmur até a cabeça e o côndilo medial da tíbia. O ligamento reforça a parte posterior da articulação. Ligamento poplíteo arqueado. Estende-se do côndilo lateral do fêmur até o processo estiloide da cabeça da fíbula. Reforça a parte lateral e inferior da face posterior da articulação. Ligamento colateral tibial. Ligamento largo e achatado que se encontra na face medial da articulação e que se estende do côndilo medial do fêmur até o côndilo medial da tíbia. Os tendões dos músculos sartório, grácil e semitendíneo, que reforçam a face medial da articulação, cruzam o ligamento. O ligamento colateral tibial está firmemente fixado ao menisco medial. Ligamento colateral fibular. Forte ligamento arredondado que se encontra na face lateral da articulação e que se estende do côndilo lateral do fêmur até o lado lateral da cabeça da fíbula. Reforça a face lateral da articulação. O ligamento é coberto pelo tendão do músculo bíceps femoral. O tendão do músculo poplíteo é profundo ao ligamento. Ligamentos intracapsulares. Ligamentos encontrados dentro da cápsula que conectam a tíbia e o fêmur. Os ligamentos cruzados anterior e posterior são assim chamados por conta de suas origens em relação à área intercondilar da tíbia. A partir das suas origens, eles se cruzam no meio do caminho até seus destinos no fêmur. • Ligamento cruzado anterior (LCA). Estende-se posterior e lateralmente de um ponto anterior à área intercondilar da tíbia até a parte posterior da face medial do côndilo lateral do fêmur. O LCA limita a hiperextensão do joelho e evita o deslizamento anterior da tíbia sobre o fêmur. • Ligamento cruzado posterior (LCP). Estende-se anterior e medialmente a partir de uma depressão na área intercondilar posterior da tíbia e do menisco lateral até a parte anterior da face lateral do côndilo medial do fêmur. O LCP evita o deslizamento posterior da tíbia (e deslizamento anterior do fêmur) quando o joelho é flexionado. Meniscos. Dois discos de fibrocartilagem entre os côndilos tibial e femoral ajudam a compensar as formas irregulares dos ossos e a fazer circular o líquido sinovial. • Menisco medial. Pedaço semicircular de fibrocartilagem (em forma de C). Sua extremidade anterior está fixada à fossa intercondilar anterior da tíbia, anteriormente ao ligamento cruzado anterior. Sua extremidade posterior está presa à fossa intercondilar posterior da tíbia entre as inserções do ligamento cruzado posterior e do menisco lateral. • Menisco lateral. Pedaço praticamente circular de fibrocartilagem (formato próximo de um O incompleto). Sua extremidade anterior está fixada anteriormente à eminência intercondilar da tíbia e lateral e posteriormente ao ligamento cruzado anterior. Sua extremidade posterior está presa posteriormente à eminência intercondilar da tíbia e anteriormente à extremidade posterior do menisco medial. As faces anteriores dos meniscos lateral e medial estão conectadas uma à outra pelo ligamento transverso do joelho e às margens da cabeça da tíbia pelos ligamentos coronários do joelho. As bolsas mais importantes do joelho são: bolsa subcutânea pré-patelar entre a patela e a pele, bolsa infrapatelar profunda entre a parte superior da tíbia e o ligamento da patela, bolsa suprapatelar entre a parte inferior do fêmur e a face profunda do músculo quadríceps femoral. Articulações do tornozelo (articulação talocrural): é sinovial do tipo gínglimo. Está localizada entre as extremidades distais da tíbia e da fíbula e a parte superior do tálus. Cápsula da articulação talocrural: é fina nas partes anterior e posterior, mas é sustentada de cada lado pelos fortes ligamentos colaterais medial e lateral. A membrana fibrosa está fixada superiormente às margens das faces articulares da tíbia e maléolos, e inferiormente ao tálus. A membrana sinovial é frouxa e reveste a membrana fibrosa da cápsula. A cavidade sinovial costuma estender-se superiormente entre a tíbia e a fíbula até o ligamento tibiofibular interósseo. Ligamentos da articulação talocrural: a articulação talocrural é reforçada lateralmente pelo ligamento colateral lateral, uma estrutura composta formada por três ligamentos completamente separados. • Ligamento talofibular anterior, uma faixa plana e fraca que se estende em sentido anteromedial do maléolo lateral até o colo do tálus.• Ligamento talofibular posterior, uma faixa espessa, bastante forte, que segue em trajeto horizontal, em sentido medial e ligeiramente posterior a partir da fossa do maléolo até o tubérculo lateral do tálus. • Ligamento calcaneofibular, um cordão redondo que segue em sentido posteroinferior da extremidade do maléolo lateral até a face lateral do calcâneo. Articulações do pé: as muitas articulações do pé envolvem os ossos tarsais, os metatarsais e as falanges. As articulações intertarsais importantes são a articulação talocalcânea (subtalar) e a articulação transversa do tarso (articulações calcaneocubóidea e talocalcaneonavicular). A inversão e a eversão do pé são os principais movimentos dessas articulações. As outras articulações intertarsais e as articulações tarsometatarsais e intermetatarsais são relativamente pequenas e estão unidas tão firmemente por ligamentos que só há pequenos movimentos entre elas. No pé, a flexão e a extensão ocorrem no antepé, nas articulações metatarsofalângicas e interfalângicas. Os ossos das articulações metatarsofalângicas e interfalângicas são unidos pelos ligamentos colaterais lateral e medial. 4. Definir a inflamação aguda e crônica, comparando os elementos celulares envolvidos em cada processo; Inflamação Aguda: tem três componentes principais: (1) dilatação de pequenos vasos levando a aumento no fluxo sanguíneo; (2) aumento de permeabilidade da microvasculatura, que permite que as proteínas do plasma e os leucócitos saiam da circulação e (3) emigração de leucócitos da microcirculação, seu acúmulo no foco da lesão e sua ativação para eliminar o agente agressor. Quando um organismo encontra um agente lesivo, como um microrganismo infeccioso ou células mortas, os fagócitos que residem em todos os tecidos tentam eliminar esses agentes. Ao mesmo tempo, os fagócitos e outras células do tipo sentinela nos tecidos reconhecem a presença da substância estranha ou anormal e reagem por meio da liberação de citocinas, mensageiros lipídicos e outros mediadores da inflamação. Alguns desses mediadores agem nos pequenos vasos sanguíneos no entorno, promovendo o efluxo de plasma e o recrutamento de leucócitos circulantes para o sítio no qual o agente agressor está localizado. Inflamação Crônica: a inflamação de duração prolongada (semanas ou meses) em que a inflamação, a lesão tecidual e as tentativas de reparo coexistem em variadas combinações. Ela sucede a inflamação aguda ou pode se iniciar insidiosamente, como uma resposta de baixo grau e latente, sem nenhuma manifestação prévia de uma reação aguda. Ao contrário da inflamação aguda, que é marcada por alterações vasculares, edema e infiltração predominantemente neutrofílica, a inflamação crônica é caracterizada por: Infiltração com células mononucleares, que incluem macrófagos, linfócitos e plasmócitos; destruição tecidual, induzida pelo agente agressor persistente ou pelas células inflamatórias; tentativas de reparo pela substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo, realizadas pela proliferação de pequenos vasos sanguíneos (angiogênese) e, em particular, fibrose. Características Inflamação aguda Inflamação crônica Duração curta longa Eventos vasculares Vasodilatação: induzida pela histamina (produzida pelos mastócitos); prostaglandina e óxido nítrico, gerando o aumento da permeabilidade da microcirculação e o extravasamento de líquido (diapedese) Não há Tipos celulares predominantes Células polimorfonucleares: neutrófilos e leucócitos Células monocucleares: macrófagos (fagocitam tecidos mortos, faz reparo tecidual); monócitos (secreta mediadores químicos); linfócitos (amplificam a resposta de reparo); plasmócitos Mediadores inflamatórios (citocinas, aminas vasoativas, prostaglandinas etc.) Vasodilatação: histamina, prostaglandinas e oxido nítrico; dor: prostaglandina e bradicinina; febre: prostaglandina, IL-1 e TNF; quimiotaxia: TNF, IL-1, IL-8, leucotrienos B4 e s. complemento; aumenta a permeabilidade: histamina, leucotrienos C4, D4 e E4. Quimiotaxia (sinalização para linfócito): TNF, IL-1; interferon gama (produzido pelo linfócito T helper): ativa mais macrófagos; ativação dos macrófagos e eosinófilos: II- 4, 5 e 13; recrutam neutrófilos e monócitos: IL-1; eotaxina chama eosinófilo (regranulação) Tentativa de reparo Remoção de estímulos nocivos (toxinas, microrganismo); remoção de mediadores e células inflamatórias Tipos de reparo: 1. Substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo (realizada pela angiogênese e fibrose): dano maior; 2. Alta capacidade mitótica das células: dano menor Dano tecidual Não cauda dano importante Induzida pelo agente agressor normalmente de difícil degradação (persistente) ou pelas células inflamatórias como os eosinófilos que, ao degranularem provoca a morte das células normais ou causado pela ativação excessiva dos macrófagos 5. Relacionar as características do processo inflamatório no: periósteo, tendões e ligamentos; Periostite: a inflamação aguda ou crônica, infecciosa ou asséptica, do periósteo, que é a membrana de tecido conjuntivo que envolve os ossos e é a única estrutura óssea susceptível à dor. A periostite pode afetar qualquer osso, mas é mais frequente na tíbia. Ela apresenta como sintomas principais a dor e inchaço regional e, às vezes, aumento da temperatura local. A dor causada por uma periostite surge tipicamente no início da atividade e diminui posteriormente à medida que essa atividade continua sendo realizada, podendo desaparecer com o repouso. Se a periostite é infecciosa, pode afetar também os ossos, gerando uma osteoperiostite, sobretudo se chega a formar um abscesso. Nas periostites não infecciosas geralmente há uma acumulação de fuido seromucoso no espaço subperiósteo, às vezes, em grande quantidade (até dois litros). Tendinite: inflamação do tendão que pode ocorrer em qualquer parte do corpo, sendo mais comum no ombro, cotovelo, punho, joelho e tornozelo. As principais características do problema são dores e inchaço na região Inflamação no ligamento: em geral, os sintomas mais comuns são dores, inchaços, dificuldade de locomoção e dificuldade de movimentação do membro 6. Relacionar os métodos de imagem indicados para avaliação de lesão inflamatória no aparelho locomotor. Listar exames de imagem padrão ouro para o estudo de lesões ósseas, cartilagíneas e tendinosas/ musculares e justifique. Estudo dos ossos e suas lesões: Raio-x. Cartilagens: ressonância magnética (RM). Músculos e tendões: Ultrassom (USG) 7. Descreva os tipos de fraturas e sua aparência na radiografia. Principais tipos de fraturas: As fraturas podem ser classificadas de acordo com a causa, podendo ser: Traumáticas: são as mais característica de acidentes, por exemplo, em que há aplicação de uma força excessiva no osso, mas também pode ser devido a movimentos repetitivos que lesionam o osso aos poucos, favorecendo a fratura; Patológicas: são aquelas que ocorrem sem explicação ou devido a pequenas pancadas, como na osteoporose ou em tumores ósseos, já que deixam os ossos mais frágeis. As fraturas podem ser classificadas de acordo com a lesão em: Simples: apenas o osso é atingido; Expostas: a pele é perfurada, havendo a visualização do osso. Por ser uma lesão aberta, está mais susceptível a infecções, sendo normalmente recomendado o uso de antibióticos profiláticos. Complicadas: afetam outras estruturas além do osso, como nervos, músculos ou vasos sanguíneos; Incompletas: são lesões nos ossos que não geram quebra, mas resultam nos sintomas de fratura. Fratura transversa Fratura obliqua Fratura espiralada Fratura cominutiva 8. Descreva a aparência normalde um tendão e do ventre muscular na USG. Tendão: os tendões consistem em fibrilas de colágeno densamente compactadas que são orientadas longitudinalmente. Tendões normais exibem uma arquitetura fibrilar com ultrassom. Em geral, a maioria dos tendões tem uma bainha sinovial em áreas onde eles têm um caminho curvo nas regiões sinoviais perto de sua conexão com o osso para reduzir o atrito com o movimento Tendão patelar na USG: linear, continuo Fratura em galho verde LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS E TERAPÊUTICAS UC2 – MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA . AULA 1 SP1: AVALIAÇÃO PROCESSO INFLAMATÓRIO PELA DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNA C REATIVA 1. Caracterizar o processo inflamatório e seus sinais flogísticos; Processo inflamatório: resposta dos tecidos vascularizados a infecções e tecidos lesados. Consiste em recrutar células e moléculas de defesa do hospedeiro da circulação para os locais onde são necessárias, com a finalidade de eliminar os agentes agressores. Os mediadores de defesa incluem leucócitos fagócitos, anticorpos e proteínas do complemento. O processo de inflamação envia essas células e proteínas aos tecidos lesados ou necróticos, bem como aos invasores estranhos, como microrganismos, e ativa as células e moléculas recrutadas, que, então, funcionam de modo a eliminar as substâncias indesejadas ou nocivas. A reação inflamatória típica se desenvolve por meio de uma série de etapas em sequência: o agente agressor, que se situa nos tecidos extravasculares, é reconhecido pelas células e moléculas hospedeiras; os leucócitos e as proteínas do plasma são recrutados da circulação para o local onde o agente agressor está localizado; os leucócitos e as proteínas são ativados e trabalham juntos para destruir e eliminar a substância agressora. A reação é controlada e concluída; o tecido lesado é reparado. Sinais flogísticos: a hiperemia (aumento do fluxo sanguíneo) leva ao primeiro sinal fisiológico, o rubor, que é caracterizado pela vermelhidão. Como o fluxo sanguíneo aumentou, e o sangue contém uma certa temperatura, acontece o segundo sinal, o calor, ocasionando o aumento da temperatura do local. O aumento da permeabilidade e do fluxo sanguíneo, consiste na saída de plasma para o interstício, causado o edema. Esse edema vai comprimir as terminações nervosas, juntamente com a prostaglandina que vai irritar essas terminações, ocasionando outro sinal fisiológico que é a dor. A perda da função vai ser o último sinal flogísticos, pois essa inflamação pode ocasionar o impedimento da função fisiológica do local lesionado. 2.Caracterizar os principais biomarcadores associados ao processo inflamatório; Os mediadores da inflamação são as substâncias que iniciam e regulam as reações inflamatórias. Os mediadores mais importantes da inflamação aguda são as aminas vasoativas (Histamina e Serotonina), os produtos lipídicos (prostaglandinas e leucotrienos), as citocinas (incluindo as quimiocinas) e os produtos da ativação do complemento. Os PAMPs e DAMPs reconhecem a lesão celular e estimulam os mediadores. Mediador Fonte Ação Histamina Mastócitos, basófilos, plaquetas Vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, ativação endotelial Prostaglandinas Mastócitos, leucócitos Vasodilatação, dor, febre Leucotrienos Mastócitos, leucócitos Aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia, adesão e ativação de leucócitos Citocinas (TNF-alfa, IL-1, IL-6, IL-11, Interferon-Y) Macrófagos, Células endoteliais, mastócitos Local: ativação endotelial (expressão de moléculas de adesão). Sistêmica: febre, anormalidades metabólicas, hipotensão (choque) Quimiocinas Leucócitos, macrófagos ativo Quimiotaxia, ativação de leucócitos Fator ativador plaquetário Leucócitos, mastócitos Vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, adesão de leucócitos, quimiotaxia, degranulação, explosão oxidativa Complemento Plasma (produzido no fígado) Quimiotaxia e ativação de Leucócitos, Eliminação direta do alvo (complexo de ataque à membrana), vasodilatação (estimulação de mastócitos) Cininas Plasma (produzido no fígado) Aumento da permeabilidade vascular, contração muscular lisa, vasodilatação, dor 3. Caracterizar o papel da Proteína-c-reativa no processo inflamatório; Proteína de fase aguda negativas: diminui a quantidade no processo inflamatório, como albumina, transferrina. Proteína de fase aguda positivas: aumenta a quantidade no processo inflamatório, como C3 (ceruloplasmina, haptaglobina), fibrinogênio, PCR (proteína amiloide A). Proteína C Reativa (PCR): é uma proteína produzida pelo fígado que, geralmente, está aumentada quando existe algum tipo de processo inflamatório ou infeccioso acontecendo no corpo, sendo um dos primeiros indicadores a estar alterado no exame de sangue, nessas situações. Em estados de estresse para o organismo, como nos casos de infecções ou lesões de órgãos e tecidos, o fígado aumenta a produção das chamadas proteínas de fase aguda. Essas proteínas possuem atividade anti-inflamatória e ajudam o sistema imunológico a combater germes invasores. A PCR se liga às paredes das células microbianas, podendo agir como opsoninas e fixar o complemento e se ligar à cromatina, possivelmente ajudando na limpeza do núcleo da célula necrótica. 4. Caracterizar o princípio do teste de detecção de Proteína c reativa em soro humano pela aglutinação em látex. Método: AGLUTINAÇÃO EM LÁTEX – sensibilidade do teste de 6 mg/L. Valores acima de 10 mg/L indicam processo inflamatório em atividade. Finalidade: reagentes (soro positivo e soro negativo) para a determinação semi-quantitativa da Proteína C Reativa (PCR) no soro. Somente para uso diagnóstico in vitro. Fundamento: o teste baseia-se na aglutinação das partículas em látex sensibilizadas com anticorpos anti- PCR humana (antígeno), quando misturadas com soro de pacientes contendo uma concentração de Proteína C Reativa (PCR) igual ou superior a 6 mg/L. Significado clinico: a Proteína C Reativa (PCR) é uma proteína de fase aguda, cujos níveis séricos aumentam acentuadamente logo após ocorrer uma agressão ao organismo. A PCR ativa a via clássica do complemento em resposta à reação inflamatória. De uma maneira geral, é empregada como marcador de processos infecciosos ou inflamatórios. Valores bastante altos são encontrados nos diversos processos infecciosos e inflamatórios. No entanto, não é empregada no diagnostico especifico de doença inflamatória. 5. Determinar os principais interferentes na detecção da Proteína C reativa. 6. Diferenciar os mecanismos de ação dos anti-inflamatórios não esteroidais e esteroidais. Anti-inflamatório não esteroidais (AINEs): são antagonistas da COX. Os AINEs são um grupo de fármacos quimicamente heterogêneos que se diferenciam na sua atividade antipirética, analgésica e anti-inflamatória. Mecanismo de ação: os AINEs funcionam por meio da inibição da função da enzima ciclo-oxigenase (COX) e, assim, reduzem a produção de prostaglandinas e tromboxinos (diminui trombos, pela anti-agregação plaquetária e diminuição da vasodilatação). Indicação terapêutica: finalidade sintomática, ou seja, de combater as respostas inflamatórias como diminuir a dor, a febre e a inflamação. Anti-inflamatório esteroidais (glicocorticóides) (AIEs): Mecanismo de ação: inibem a fosfolipase A2 a partir da ativação da lipocortina, inibindo a formação de ácido araquidônico. Além de inibir a fosfolipase A2, também inibem a expressão da enzima COX-2, responsável pela síntese de prostaglandinas. Entretanto, eles não inibem a COX-1, responsável pela formação de tromboxanos. Então, como efeito final, diminuem o ácido araquidônico, os leucotrienos e as prostaglandinas. 7. Relacionaro papel fisiológico da COX-1 com as reações adversas dos AINES. COX-1 (cicloxigenase-1): responsável pela produção de prostaglandinas, por meio da conversão de o ácido araquidônico, que são vitais para processos fisiológicos normais, como a manutenção do fluxo sanguíneo renal, a proteção da mucosa gástrica e a adesividade das plaquetas. No estômago, as prostaglandina, no processo fisiológico: aumenta a produção de muco, aumenta a secreção de bicarbonato, aumenta a produção de ácido clorídrico (HCl), aumenta o fluxo de sangue e aumenta a regeneração celular. Os tromboxinos levam a ativação da agregação plaquetária e a vasoconstrição.
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