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TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE) · Epidemiologia · Classificação · Avaliação · Principais lesões · Manejo Epidemiologia . · Lesão traumática: crânio e/ou encéfalo · Morbimortalidade no adulto jovem · Guidelines: busca de tratamento otimizado · Prevenção · Tratamento - Maior causa de morbidade e mortalidade reversível. · Epidemiologia (EUA) · Principal causa de morbimortalidade · Contribui com 30% das mortes por trauma · 2014: 56.800 mortes (2.529 crianças) - TBI - related · 2014: 155 mortes por dia - TBI- related · Quedas: principal causa - Em crianças, suspeitar de maus tratos. Principalmente, quando a energia é muito grande e uma história incompatível. - A principal causa de internação: é pela queda não intencional (queda acidental). Segundo, é por acidentes automobilísticos (campanha de conscientização grande). - Quando se fala em mortes relacionadas a TCE é por meio da autoagressão (suicídio com lesão craniana). Depois vem as quedas não intencionais e os acidentes automobilísticos. - Sexo masculino: predomina em mortes e ida ao pronto socorro. · No Brasil · Motocicletas, bicicletas, pedestres: 50% dos TCE · Abuso ou maus tratos (<2 a): 24% de lesões cerebrais · Trauma: principal causa de óbito antes dos 40 - Causa de óbito que conseguimos prevenir. Classificação . TOPOGRÁFICA (LESÕES) · Focais: acontecem em um ponto mais isolado, como, por exemplo, contusão cerebral, hematoma intracraniano. · Difusas: lesões mais espaçadas, como, por exemplo, LAD (lesão axonal difusa), tumefação cerebral, lesão vascular focal múltipla. PRIMÁRIAS: momento do trauma, por exemplo, uma fratura. SECUNDÁRIAS: subsequentes aos danos iniciais, por exemplo, a fratura lesou uma artéria, onde ocorreu um hematoma extradural (lesão secundária). Avaliação . · Atendimento inicial ao politrauma · Escala de Coma de Glasgow (mais utilizada): · Avaliação da gravidade · Fácil e rápida aplicação · Resposta ocular, verbal e motora · IOT (intubação orotraqueal) ou traqueostomia: indicação por “T” - perde pontos na avaliação, principalmente, na resposta verbal. - Se somar tudo dá 15 pontos - com resposta ocular, motora e verbal. - **Pacientes sem resposta ocular, motora e verbal pontua 3, pois é a menor pontuação. - A escala de Glasgow P pontua mínimo de 1. - **TCE mínimo: paciente está em glasgow 15, sem perda de consciência, nem amnésia. Se é glasgow 15, mas tem perda de consciência e amnésia considera-se TCE leve. - Se o paciente aresponsivo que pontua glasgow 3, na escala convencional e, esse paciente, está com as duas pupilas fixas, não fotorreagentes, então, se subtrai 2. - Então, glasgow- P (ECG-P) varia de 1 até 15. EXAME NEUROLÓGICO (pontos importantes no TCE) · Exame de Motricidade: força, tônus, déficit focal. · Avaliação Pupilar - principalmente: simetria e fotorreação - Paciente anisocoria na sala de emergência: mostra que o paciente pode estar com hipertensão intracraniana. Quando aumenta a pressão intracraniana, a região mesial (no meio do temporal), o uncus, começa a fazer uma herniação e comprime o tronco encefálico; só que entre ele e o tronco passa um nervo chamado n. oculomotor e as fibras mais periféricas do oculomotor são as fibras parassimpáticas que compõem o terceiro nervo; e as fibras parassimpáticas se direcionam para fazer inervação do esfíncter da pupila, onde ocorre a miose. Quando tem lesão, quando o uncus está comprimindo, há uma compressão do III PNC, que passa entre ele e mesencéfalo se tem lesão das fibras e o paciente perde a capacidade do esfíncter da pupila e faz uma midríase, com isso fica anisocórico. - Se tá comprimindo o III PNC, tá comprimindo o tronco e, se continuar a compressão, o paciente irá para morte encefálica. · Tríade de Cushing (hipertensão intracraniana): · Hipertensão arterial · Bradicardia · Alteração do ritmo respiratório - TC de emergência. EXAME DE ESCOLHA · TC encéfalo/crânio sem CT: disponibilidade e rapidez. · Outros: RM (boa para ver partes moles) e Angio (XA,TC,RM) - Fraturas com afundamento de crânio: tomar cuidado com crepitação. Levar em consideração que possa ter o desenvolvimento de um hematoma subgaleal. - Palpação no local do trauma e sente crepitar; na grande maioria das vezes, essa crepitação se deve a hematoma subgaleal (“galo”); há um tecido que recobre a região do crânio chamada de gálea. Só traz grandes riscos, na maioria das vezes, em criança que pode levar ao choque. - Intoxicação exógena (ex. intoxicados com álcool): se faz a TM, pois se perde o maior parâmetro clínico, que é a clínica do paciente, não irá saber se tá rebaixado, por causa do álcool ou devido a uma lesão cerebral. - Deixa o paciente em observação de forma vigil (acordado), pois o melhor parâmetro é o clínico. - Criança dificuldade de avaliação clínico, principalmente pela dificuldade de comunicação. - Idosos (acima de 60 anos): maior risco de desenvolvimento de lesão cerebral, até pela condição cerebral (atrofia cerebral, estiramento das veias- pontes isso predispõe ao risco de sangramento). - Se no paciente tiver saindo um líquido claro pelo ouvido ou pelo nariz tem que considerar que seja líquido. Rinorreia e otorreia pode também ser sinal de fratura de base de crânio. - No contexto geral do paciente de emergência, geralmente, chega o líquor misturado com sangue ficando difícil de fazer a avaliação, mas usa-se um sinal que é chamado de sinal de duplo halo (forma-se um halo mais escuro - vermelho mais escuro- e, um halo mais claro, mostrando que pode ter uma mistura de líquor com sangue). - HSA á maior causa é traumática. A mais importante é a espontânea que é o aneurisma. - Lesões isquêmicas podem fazer ter perda dessa diferenciação entre substância branca e cinzenta. TC normal Cortes Tomográficos Escala Tomografia de Marshall Escore de Rotterdam Principais Lesões no TCE . · Lesões de couro cabeludo · Pode ser único sinal de trauma · Sangramento importante: pode evoluir para choque hemorrágico, principalmente, crianças. - Crianças mesmo com lesões fechadas ela pode ter repercussão hemodinâmica. E, volemia é muito pequena, o que pode levar ao choque. · Pode levar ao choque hipovolêmico · Principalmente, crianças. - Levar para o centro cirúrgico, lavar pela contaminação, hemostasia (parar o sangramento) e, fechar. · Fraturas cranianas: · Lineares: há uma linha de fratura, sem deslocamento ósseo ou fragmento. · Cominutivas: há muitos fragmentos. · Afundadas · Diastáticas: fraturas que ocorrem em cima das fraturas cranianas. · Fechadas ou abertas (perda da integridade da pele) **SINAIS DE FRATURA DE BASE DE CRÂNIO · Guaxinim: equimoses periorbitais. Clássico é bilateral. - Mas, em um sinal unilateral deve pensar também em fratura de base de crânio. - Vê se não foi um hematoma, sangue desce - no caso, de sinal unilateral. · Battle: equimoses retromastóideas/pós-auriculares · Hematomas intracranianas · Hematoma Epidural (extradural - fora da dura- máter) · Entre tábua interna e dura-máter · Subperiosteral: raramente atravessa suturas - Dificilmente vê esse sangramento em idosos, pois com a idade a dura- máter vai se aderindo ao crânio. Extradural vê em pacientes jovens. · Geralmente: · Fx porção escamosa (fina) do osso temporal · Lesão da a. meníngea média - com a fratura - sangramento arterial. · Podem ser venosos - lesão de seio dural. - Lesão mais alta pegando o seio sagital superior, começa a sangrar do seio dural e, começa a fazer um hematomaextradural também. · Menos comum em idosos: dura-máter mais aderida. · Intervalo lúcido* - Achado do hematoma extradural. - Paciente que tem um traumatismo craniano perde a consciência, rápido, e volta (fica bem). Em algumas horas/minutos depois começa a rebaixar o nível de consciência. - Subdural: paciente está mais grave. · TC: · Imagem biconvexa · Hiperdensa: branca. · Geralmente, grande efeito de massa - lesão arterial. · Tratamento: craniotomia/drenagem/hemostadia e ancoramento dutal. - Imagem Direita: pós- operatório, drenado o sangue. Após há um preenchimento com líquor, normalmente. · Hematoma Subdural (agudo) - Chega mais grave. · Geralmente, trauma de alta energia · Desaceleração súbita da cabeça · Lesões de veias pontes corticais: estiradas e lesadas, com isso começa um sangramento subdural, ou seja, dentro da dura-máter. · TC · Lesão em crescente (forma de C) · Geralmente, na convexidade · Hiperdensa · Tratamento: craniotomia/durotomia/drenagem/hemostadia - Acompanha o formato da margem do cérebro. Extradural x Subdural · Intraparenquimatoso · Concussão · Contusão · Hemorragia subaracnóidea traumática · Lesão axonal difusa · Swelling cerebral (edema e hiperemia) · Herniações Encefálicas - As mais perigosas são as herniações envolvendo tronco e mesencéfalo. Principalmente, a número 1, herniação do uncos pela tenda do cerebelo, é uma herniação transtentorial descendente podendo comprimir o mesencéfalo. - Paciente com lesão com perda óssea, fratura aberta pode ter uma herniação transcalvarial, parênquima começa sair para fora do crânio. - Pode ter herniações ascendentes - ex. hematoma fossa posterior na região do cerebelo, esse hematoma pode fazer com que o cerebelo henie na região transtentorial ascendente, começando a comprimir o tronco. - A maioria das vezes é as herniações que leva a morte encefálica. - A lesão de golpe (onde ocorreu o trauma) vê rapidamente e de contra-glope (o encéfalo tem uma densidade diferente do líquor, quando o cérebro tem essas desacelerações, eles se movimentam no líquor, podendo ter lesões no lado oposto do trauma). Manejo (na prática) . - Evitar medicações que causem sonolência = para não perder o nível neurológico do paciente. - Suspeita de fratura de base de crânio: não passar nenhuma sonda pelo nariz, pois se tiver essa fratura, a sonda vai para o cérebro, causando um agravamento de lesão. - Depois de retirada a sonda, o paciente com uma lesão isquêmica bastante grave. CRISE EPILÉPTICA NO TCE - Lesão de córtex são epileptogênicas. NA ALTA - Período de observação é de 24 horas. O período crucial são as primeiras 12 horas. - A TC usada para dar uma alta precoce não autoriza essa alta.