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VIA AÉREA Pérvia e protegida • Resposta verbal clara e apropriada? = avalia comprometimento de via aérea, ventilação e nível de consciência Pensar em comprometimento de VA em: • Trauma maxilofacial (Le Fort I, II e III) • Trauma cervical (ruptura de laringe ou traqueia, lesões vasculares) • Trauma de laringe (rouquidão, enfisema SC) TRAUMA CERVICAL Zona 3 (base do crânio – ângulo da mandíbula) • 15% • Alta mortalidade!! – difícil acesso cirúrgico (craniotomia, mandibulotomia ou manobras de deslocamento mandibular) Zona 2 (ângulo da mandíbula – cricoide) • 77% (região mais exposta) • Carótidas, jugulares, traqueia • Acesso cirúrgico direto – Cervicotomia exploratória Zona 1 (cartilagem cricoide – fossa supraclavicular) • 8% • Alta mortalidade!! – difícil acesso (esternotomia/toracotomia) Cirurgia exploratória imediata → Sangramento ativo → Instabilidade hemodinâmica → Hematoma em expansão → Lesões evidentes de trato aerodigestivo (enfisema SC, estridor, perda de ar/saliva pelo orifício) IOT/traqueostomia de urgência* → Hematoma expansivo (zona 2, 3) = compressão de traqueia (risco de IR) Sinais de obstrução de via aérea: • Agitação, agressividade, cianose (hipoxemia) • Torpor (hipercapnia) • Tiragem intercostal, uso de musculatura acessória • Respiração ruidosa (obstrução) • Roncos, estridores (obstrução parcial de faringe ou laringe) • Desvio de traqueia VIA AÉREA DEFINITIVA → Apneia → Incapacidade de manutenção da via aérea devido à queda do nível de consciência → Proteção das vias aéreas inferiores contra aspiração de sangue ou conteúdo gástrico → Comprometimento iminente das VA (lesão por inalação, fraturas faciais, convulsões reentrantes) → TCE grave com Glasgow ≤8 → Incapacidade de manter oxigenação adequada com ventilação sob máscara IOT (via aérea definitiva) NÃO IOT: → Se não conseguir intubar (partir para VA cirúrgica – cricotireoidostomia) → Trauma de VA superior (ex. fratura de laringe – rouquidão, enfisema SC) → Sangramentos profusos Obs. Crico é temporária (30-40min) – serve de ponte; feita ventilação por pressão positiva até que possa ser realizada a traqueostomia Cricotireoidostomia por punção (procedimento de emergência no ADULTO) – por pressão positiva – é uma conduta temporária ↓ Cricotireoidostomia cirúrgica* (via aérea definitiva) Traqueostomia (via aérea definitiva / procedimento de emergência na CRIANÇA) VENTILAÇÃO Sinais de comprometimento ventilatório: Assimetria da expansibilidade (fratura de arcos costais, tórax instável) Diminuição/ausência de MV em 1 ou 2 lados do tórax (lesão torácica) Taquipneia (IR) Oximetria de pulso* (SatO2 e perfusão periférica; não garante que a ventilação está adequada) Principais lesões que comprometem ventilação: • Pneumotórax hipertensivo/aberto • Tórax instável + contusão pulmonar • Hemotórax maciço IOT DE SEQUÊNCIA RÁPIDA (7Ps) PREDITORES DE VIA AÉREA DIFÍCIL LEMON L) Look externally - avaliação subjetiva de potenciais dificuldades, como alterações anatômicas, sangramentos, obesidade etc E) Evaluate - avaliação 3-3-2 • 3 dedos de abertura oral • 3 dedos de distância mento-hióide • 2 dedos hio-tireóideo M) Mallampati - classe I (mais vê = mais fácil) a IV (menos vê = mais difícil) O) Obstruction/obesity - massa ou infecção supraglótica, trauma com hematoma, lesão de VAS, massas nas cordas vocais N) Neck mobility CORMACK LEHANE Grau 1 – Visualização das pregas vocais Grau 2 – Entrada da glote (não vê as cordas vocais ou apenas parte) – pode precisar do Bougie Grau 3 – Apenas a epiglote – pode precisar da câmera acoplada ao laringo (King vision) Grau 4 – Não vê nenhuma estrutura glótica – King vision ou intubação guiada por broncoscopia 1) PREPARAÇÃO Monitorização Acesso venoso Separar medicamentos Material de aspiração Tubos endotraqueais (mais de um tamanho) (H=7,5 ou 8 / M= 7 ou 7,5), testar o cuff Laringoscópio (checar a luz) + lâmina curva (3, 4) 2) PRÉ-OXIGENAÇÃO Aumenta o tempo de laringoscopia (tempo até dessaturação significativa) – obesos, cçs, gestantes Por 3 a 5 min Ambuzar antes da intubação (8/min, 8ml/kg): → Pct SatO2<91% Máscara (15L/min) → SatO2>91% → NÃO ambuzar para não distender o estômago 3) PRÉ-TRATAMENTO Atropina (0,02 kg/kg) → <1 ano → Bradicardia Lidocaína (1,5mg/kg) → Hemorragia intracraniana (HIC), TCE → Asma *CI – alergia, BAV de alto grau Fentanil (3ug/kg) → HIC → Doença cardiovascular *CI – instabilidade hemodinâmica grave 4) PARALISIA COM INDUÇÃO 1º) INDUÇÃO (Hipnóticos) Midazolam (0,1 a 0,3mg/kg) → Status epilepticus *Ruim em - choque Etomidato (0,3mg/kg) → Choque → Patologia intracraniana Quetamina (1 a 2mg/kg) → Asma grave → Choque *Ruim em – HIC com PA elevada Propofol (1,5 a 3mg/kg) → Broncoespasmo → Patologia intracraniana *Ruim em – Instabilidade hemodinâmica 2º) PARALISIA NEUROMUSCULAR Succinilcolina (1,5kg/kg) → Duração mais curta (6-10 min) *CI – hipercalemia Rocurônio (1mg/kg) → Alternativa se succinilcolina estiver CI → Grande queimado (hipercalemia – rabdomiólise) → Duração mais longa (45 min) Obs. Se não tiver acesso venoso, succinilcolina, midazolam e quetamina podem ser feitas IM 5) PROTEÇÃO E POSICIONAMENTO Proteção das vias aéreas contra aspiração – evitar ventilação com BVM / manobra de Sellick (pressão cricoide que causa oclusão esofagiana) Sniffing position/coxim 6) PLACEMENT WITH PROOF Visualização da glote Passagem do tubo ET (posicionar 3x o diâmetro do tubo) Retirar guia Insuflar cuff (até 20mmHg) Confirmar posicionamento (ausculta, capnógrafo - PCO2 entre 30 e 45mmHg) 7) POSTINTUBATION MANAGEMENT Fixação do tubo após confirmação da posição RX de tórax (confirmar altura do tubo – 2-4cm acima da carina / avaliar possíveis complicações) Iniciar ventilação mecânica Ajustar parâmetros da ventilação CHOQUE HIPOVOLÊMICO HEMORRÁGICO Tríade letal do trauma: acidose, hipotermia e coagulopatia Choque grau 1 (<15%) <750ml FC<100 | FR<20 | Pulso normal ou diminuído Choque grau 2 (15-30%) 750-1500ml FC>100 | FR 20-30 | Pulso diminuído Choque grau 3 (30-40%) 1500-2000ml FC>120 | FR 30-40 | Pulso diminuído | PAS ≤90 Choque grau 4 (>40%) >2000ml FC>140 | FR>35 | Pulso diminuído | PAS ≤90 | débito urinário ausente 2 acessos venosos (antecubital) – tipagem, prova cruzada, HMG, b-HCG Ringer lactato (20ml/kg) – 500ml (2x) Transamin (primeiras 3h, c/ sangramento ativo) – 1g IV em 10 min / 1g IV + 500mL SF em 8h ↓ Se não responder a infusão de 1000ml de RL → TRANSFUSÃO SANGUÍNEA (sempre necessária em choques III e IV) Metas – PAS 90-100 e PAM 65mmHg Protocolo de transfusão maciça • >10 bolsas em até 24h • 4 bolsas na 1ª hora • Reposição de 50% da volemia em 3h • Transfusão >20 concentrados Escore ABC (2 pontos) → Lesão penetrante / suspeita fratura pélvica / suspeita fratura ≥2 ossos longos → FAST+ → FC ≥120bpm → PAS ≤90mmHg Transfusão: 1 : 1 : 1 • 1 Concentrado de hemácias • 1 Plasma fresco congelado • 1 Concentrado de plaquetas • Criopreciptado? QUEIMADOS GRANDE QUEIMADO • ≥25% SCQ • ≥20% SCQ em <10 anos e >40 anos • Face, mãos, pés, genitálias, períneo ou articulações principais • Elétrico • Lesão inalatória • Trauma • Risco social TRANSFERÊNCIA • 2º grau superficial ou profunda >10% SCQ • 3º grau em qualquer idade • Face, mãos, pés, genitálias, períneo ou articulações principais • Elétrico • Lesão inalatória • Trauma • Comorbidades pré-existentes • Cça com queimadura em hospital s/ ped • Intervenção emocional, social ou reabilitação UTI • >20% SCQ • Elétrico • Lesão inalatória • <20% SCQ em extremos de idade (<10 anos >40 anos) • Trauma • Ventilação mecânica, drogas vasoativas, monitorização PROFUNDIDADE DAS QUEIMADURAS 1º GRAU (EPIDERME) • Eritema, dor local, sem bolhas • Ex. queimadura solar 2º GRAU SUPERFICIAL (DERME) • Bolhas (flictenas), dor intensa, eritema • Ex. escaldamento rápido 2º GRAU PROFUNDA (DERME) • Sem bolhas (rompidas), esbranquiçado, menos dolorosa, superfície ÚMIDA • Ex. escaldamento prolongado, contato com chama 3º GRAU (SUBCUTÂNEO) • Carapuça preta-marrom ou branca (SECA), sem bolhas, menos dolorosa • Ex. contato com chamas, queimaduras químicas ou elétricas CÁLCULO DA SCQ Regra dos 9 (adulto/bebês até 2 anos) Regra da palma da mão – do pct (1% SCQ) Considerar APENAS queimaduras de 2º e 3º grau A- VIAS AÉREAS Garantir via aérea pérvia Avaliar obstrução por lesão térmica IOT PRECOCE? Sedar c/ Etomidato + rocurônio • SCQ>40-50% • Queimadura extensa e profunda em face • Queimadura em cavidade oral • Sinais de obstrução de vias aéreas (rouquidão, estridor, musculatura acessória, esforço respiratório, escarros carbonáceos) • Edema de vias aéreas ou risco • Difícil deglutição • IR (dessaturação ou retenção de CO2) • Transferência com profissional inexperiente • Rebaixamento do nível de consciência • Queimadura circunferência em pescoço B- VENTILAÇÃO Garantir ventilação Intoxicação por monóxido de carbono? – exposição a fumaça em ambiente fechado – att a cefaleia e náusea Suplementar O2 (15L/min a 100%) Gasometria, RX tórax Normalmente, pela queimadura, não há alteração da capacidade ventilatória (excluir outras causas relacionadas ao trauma) Avaliar queimaduras em tronco (circunferencial) – ESCAROTOMIA C- VOLEMIA AVP e expansão volêmica (RL aquecido!! – hipotermia/evitar acidose hiperclorêmica) D- EXAME NEUROLÓGICO Glasgow Reflexo pupilar E- EXPOSIÇÃO Exposição Lavar as queimaduras com água corrente e secar Proteger a pele/manter paciente aquecido (panos limpos ou gaze) CÁLCULO DA SCQ Regra dos 9 (adulto/bebês até 2 anos) Regra da palma da mão – do pct (1% SCQ) Considerar APENAS queimaduras de 2º e 3º grau REPOSIÇÃO VOLÊMICA ADULTO (Parkland) • RL = 2 ml x kg x %SCQ (metade nas primeiras 8h e metade nas 16h restantes) • Alvo – Débito urinário ≥ 0,5ml/kg/h • ELÉTRICA → RL = 4ml x kg x %SCQ CRIANÇA (Parkland + Hollyday segar) • RL = 3ml x kg x %SCQ • SG 5% (em 24h) <10kg – 100ml/kg 11-20kg – 1000ml + 50 x kg (a mais que 10kg) >20kg – 1500 ml + 20 x kg (a mais que 20kg) SVD para acompanhar o débito urinário (avaliação 2ária) QUEIMADURA ELÉTRICA Lesão atinge fáscia, músculo e órgãos internos (4º grau/3º grau no ATLS) Lesão externa pode ser mais branda do que o acometimento interno – “engana” Lesão da musculatura interna pode levar a edema e até parada circulatória por compressão dos vasos = FASCIOTOMIA (TTO no centro cirúrgico) Rabdomiólise/LRA (possível complicação) Traçar ECG (arritmias)!
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