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gastrites crônicas, doença ulcerosa, pólipos e adenomas Gastrite crônica – autoimune É o resultado de uma interação complexa entre fatores relacionados ao hospedeiro (susceptibilidade genética) e fatores ambientais (tanto endógenos quanto exógenos). As desregulações imunológicas resultantes envolvem linfócitos T sensibilizados e autoanticorpos contra a bomba de prótons da célula parietal e fator intrínseco ➔ Progressão atrófica gástrica acontece ao longo de 2 a 3 décadas ➔ Idade média do diagnóstico – 60 anos ➔ Mulheres mais afetadas ➔ Diarreia por má absorção, neuropatia periférica, neurológicas, anemia (poucos pacientes) ➔ Doenças autoimunes associadas: Addison, tireoidite de Hashimoto, diabetes tipo I, doença de Graves, vitiligo, miastenia gravis Mecanismos Microscopia Mucosa normal do corpo e fundo gástrico Mucosa com atrofia e presença de folículos linfóides Macroscopia Classificação Olga As biópsias devem ser realizadas no mínimo em cinco locais e separadas em 3 frascos: ➔ Pequena e grande curvatura de corpo (C1 e C2) ➔ Incisura angularis (A3) ➔ Pequena e grande curvatura de antro (A1 e A2) Gastrite crônica Caracteriza-se por reação inflamatória na mucosa com infiltrado de leucócitos mono e polimorfonucleares, em proporções e intensidade variáveis Causa mais comum: H. pylori Causa mais comum de gastrite em todo o mundo Patogenia Organismos de H.pylori adaptam-se ao nicho ecológico fornecido pelo muco gástrico. Quatro características estão ligadas à virulência de H.pylori: FLAGELOS Possibilitam mobilidade UREASE Gera amônia a partir de ureia endógena, elevando o pH gástrico para proteger os microrganismos TOXINAS Codificadas pelo gene A (CagA) ADESINAS Que aumentam a aderência bacteriana à superfície das células foveolares H. pylori Lipase e protease degradam camada de muco → urease converte amônia e ureia em bicarbonato → eleva pH gástrico aumentando a taxa de sobrevida → adesinas atuam com a aderência celulas → toxina Cag A – enzimas superóxido dismutase, catalase e arginase protegem macrófagos e neutrófilos Cepas que possuem a cag PAI – chamadas de linhagens cagA-positivas – induzem alta titulação de anticorpos anti-proteína CagA Esta cepa – desencadeiam maior resposta inflamatória, com maior risco – úlcera ou gastrite atrófica As cepas de CagA – associadas a uma maior frequência de lesões pré-cancerosas e câncer gástrico A proteína VacA, ou “citotoxina vacuolizadora” – um fator de virulência com três atividades celulares: vacuolização celular, apoptose e ativação dos linfócitos T CD4 positivos e proliferação As gastrites crônicas são classificadas segundo: ➔ Topografia (antro e/ou corpo/fundo gástricos) ➔ características morfológicas ➔ etiologia Gastrite crônica por H.pylori – morfologia Mucosa antral eritematosa e grosseira (ou mesmo nodular) Complicações da gastrite • Úlcera péptica • Gastrite atrófica crônica • Metaplasia/displasia gástrica • Câncer gástrico (adenocarcinoma) • Anemia por deficiência de vitamina B12 (gastrite autoimune) • Sangramento gástrico • Acloridria • Perfuração gástrica • Linfoma do tecido linfoide associado à mucosa (MALT) • Tumores neuroendrócrinos (NET) Diagnóstico Gastrite Base: exame histopatológico de tecidos de biópsia gástrica Endoscopia e biópsia são o padrão-ouro, identificando distribuição, gravidade e causa Úlcera péptica Fatores de rico para a doença ulcerosa péptica ➔ Infecção por H,pylori ➔ Uso de cigarros (estabelece sinergia com H.pylori para DUP gástrica) ➔ Doença pulmonar obstrutiva crônica ➔ Drogas ilícitas que reduzem fluxo sanguíneo da mucosa ➔ AINEs ➔ Cirrose alcoólica ➔ Estresse psicológico ➔ Hiperplasia de células endócrinas ➔ Síndrome de Zollinger-Ellison ➔ Infecção viral Doença ulcerosa péptica ➔ Ulceração crônica da mucosa – duodeno ou estômago ➔ H. pylori, AINEs, cigarro (diminuição do fluxo sanguíneo, O2) ➔ Mais comum: antro e duodeno (H.pylori) = aumento de ácido e diminuição de bicarbonato pelo duodeno ➔ Fundo e corpo (autoimune) menos ácido e atrofia da mucosa ➔ Aumento em pacientes com mais de 60 anos (AINEs) ➔ Desequilíbrio entre fatores protetores ➔ Ambientes de gastrite crônica ➔ Queimação epigástrica ou dor forte ➔ Anemia por deficiência de ferro, hemorragia ou perfuração Morfologia Predominantemente localizadas próximas da interface do corpo e antro As úlceras pépticas são solitárias em mais de 80% dos pacientes Lesões < 0,3cm de diâmetro = superficiais Lesões > 0,6cm de diâmetro = profundas ➔ A úlcera péptica clássica é um defeito definidamente em saca-bocado, redondo a oval ➔ A base das úlceras pépticas é lisa e limpa como resultado da digestão péptica de exsudato ➔ Hemorragia e deposição de fibrina frequente – paredes espessas ➔ Tecido de granulação com infiltrado leucócitos mononucleares – cicatriz fibrosa ou colagenosa ➔ Perfuração cavidade peritoneal – emergência Pólipos Tipos: ➔ Séssil ➔ Pediculado Pólipos Hiperplásicos ➔ Indivíduos de 50-60 anos ➔ Mais comuns (70 a 90%) ➔ Inflamação crônica H.pylori ➔ Risco de displasia relacionado com tamanho > 1,5cm ➔ Gastrite crônica hiperplasia reativa Morfologia Patologia: secreção aumentada de gastrina (resposta à acidez gástrica reduzida e à hiperplasia glandular – cel. Parietais) Maioria menor que 1cm Frequentemente múltiplo Macroscopia: Ovoides, superfície lisa, sésseis, friáveis, podendo ou não estarem ulcerados Microscopia: Sem atipia celular, glândulas foveolares alongadas, irregulares e cisticamente dilatadas, lâmina própria edematosa e ulceração pode estar presente Pólipos de glândula fúndica ➔ Indivíduos com PAF ➔ Resultado do uso de inibidores de prótons ➔ Aumento de gastrina e hiperplasia de glândulas oxínticas (parietais) ➔ Assintomáticos ou náuseas, vômitos ou dor epigástrica Morfologia Macroscopia: Ocorre no corpo e no fundo gástrico, lesões são bem circunscritas com superfície lisa, solitários ou múltiplos Sésseis, 3 a 8 mm Microscopia: Glândulas oxínticas fundíacas cisticamente Dilatadas, irregulares Inflamação ausente ou mínima Adenoma gástrico Representa 5-10% de todos os pólipos gástricos Aumenta a frequência com a idade 50-60% Homens 3x maior que mulheres Risco de adenocarcinoma relação com tamanho > 2cm Aumenta chance pacientes com PAF Associado à gastrite crônica com atrofia e metaplasia intestinal – lesões pré-cancerosas Morfologia Classificação de acordo com a arquitetura - tubular - viloso - tubulo-viloso - epitélio displásico Macroscopia: Lesões solitárias, maiores que 2cm de diâmetro composta por epitélio colunar tipo intestinal Microscopia: Presença de displasia em diversos graus Baixo grau: pseudoestratificação, aglomeração epitelial, hipercromasia dos núcleos das células epiteliais Alto grau: Mais grave, arquitetura irregular, brotamento glandular, glândula-dentro-de-glândula
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