Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Geriatr Gerontol Aging. 2017;11(3):138-49138 S EÇ ÃOA RT I G O D E R E V I SÃO aPrograma de Pós-graduação em Gerontologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas – Campinas (SP), Brasil. bEscola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo – São Paulo (SP), Brasil. Dados para correspondência Letícia Decimo Flesch – Rua Tessália Vieira de Camargo, 126, Cidade Universitária Zeferino Vaz – CEP: 13083-887 – Campinas (SP), Brasil – E-mail: leticiadecimo@gmail.com Recebido em: 21/05/2017. Aceito em: 04/08/2017 DOI: 10.5327/Z2447-211520171700041 ASPECTOS PSICOLÓGICOS DA QUALIDADE DE VIDA DE CUIDADORES DE IDOSOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA Psychological aspects of the quality of life of caregivers of the elderly: an integrative review Letícia Decimo Flesch, Samila Sathler Tavares Batistonia,b, Anita Liberalesso Neria, Meire Cachionia,b R E S U M O OBJETIVO: Este artigo revisou estudos que relacionam os aspectos da dupla vulnerabilidade (saúde física do cuidador, autopercepção de saúde do cuidador, dependência do alvo de cuidados e sobrecarga percebida) com aspectos psicológicos da qualidade de vida do cuidador. MÉTODOS: A busca foi realizada nos indexadores PubMed, Periódicos Capes, LILACS, SciELO e AgeLine com palavras-chave e seus correlatos em português. RESULTADOS: Foram analisados 23 artigos. Com relação ao método, a maioria deles era composta por estudos transversais que contavam com desfechos variados. Há uma grande variação na idade dos cuidadores nas amostras dos estudos e muitos deles apresentaram informações incompletas sobre isso. CONCLUSÃO: Os resultados mostraram que a qualidade de vida do cuidador é afetada por diversas variáveis simultâneas, como o grau e o tipo de dependência do idoso alvo de cuidados, sua saúde, a sobrecarga percebida e afetos positivos e negativos. PALAVRAS-CHAVE: cuidadores; envelhecimento; qualidade de vida; estresse psicológico; saúde do idoso. A B S T R A C T OBJECTIVE: This article reviewed studies that relate aspects of double vulnerability (caregivers’ physical health, caregivers’ self-perceived health, care recipients’ dependency and perceived burden) with psychological aspects of caregivers’ quality of life. METHODS: The search was conducted in the PubMed, Capes, LILACS, SciELO and AgeLine indexes using keywords in English and their corresponding words in Portuguese. RESULTS: Twenty-three papers were analyzed. With regards to the methods, most articles were made up of transversal studies and included various outcomes. There was a wide age range for the caregivers in the studies’ samples, and many of them presented incomplete information about age. CONCLUSION: The results showed that a caregiver’s quality of life is affected by several simultaneous variables such as the degree and type of dependency of the elderly person receiving care, the caregiver’s health, perceived burden, and positive and negative affects. KEYWORDS: caregivers; aging; quality of life; psychological stress; elderly health. Flesch LD, Batistoni SST, Neri AL, Cachioni M Geriatr Gerontol Aging. 2017;11(3):138-49 139 INTRODUÇÃO Grande parte dos idosos que necessitam de auxílio instrumen- tal, social, afetivo, informacional e/ou material recebem cuidados de familiares. Familiares, amigos ou conhecidos que são respon- sáveis pelo cuidado de idosos dependentes, sem receber remune- ração para essa atividade, são denominados cuidadores informais.1 Estudos têm mostrado desfechos negativos para cuida- dores de idosos dependentes, como baixos índices de bem -estar subjetivo,2 sintomas depressivos3 e comprometimento na saúde física.4 Cuidadores informais de idosos tendem a sofrer redução de tempo para si, escassez de recursos finan- ceiros, constrição da vida social, o que gera sobrecarga física e psicológica e compromete sua qualidade de vida.5 Esta última está relacionada a características positivas da vida humana, que incluem funcionalidade física e cognitiva, atividade, produtividade, regulação emocional, bem-estar, recursos econô- micos, ecológicos e sociais. Essas condições avaliadas objetiva e subjetivamente refletem melhor ou pior qualidade de vida.6 Alguns modelos têm sido adaptados para avaliar a qua- lidade de vida, entre eles a teoria das necessidades humanas básicas de Maslow.7 De acordo com essa teoria, os seres huma- nos compartilham necessidades em comum. Essas necessi- dades são hierarquizadas, à medida que as mais básicas são satisfeitas (ex.: alimentação e segurança) as pessoas buscam satisfazer as mais elevadas, como autorrealização e prazer.8 Outro modelo adaptado para qualidade de vida, mas com foco no cuidador, é o de estresse do cuidador de Pearlin et al.,9 que tem sido usado na maior parte dos estudos que investigam o tema.10,11 Esse modelo consiste em identificar o contexto do cuidado, os estressores primários (ex.: grau de dependência do alvo de cuidados, sobrecarga percebida), os estressores secundários (ex.: problemas financeiros, baixa autoestima), os mediadores (ex.: estratégias de enfrentamento) e os resultados (ex.: depressão, ansiedade, sintomas físicos). Considerando a diversidade encontrada entre os cuidado- res, pesquisadores têm verificado a relação entre os estressores descritos no modelo de Pearlin et al.9 com desfechos diferentes. As demandas de cuidado têm sido estudadas como preditoras importantes para os cuidadores de idosos. A depressão, por exem- plo, tem sido citada na literatura como desfecho importante na relação com as demandas de cuidado. Foi verificada associação em cuidadores entre maior tempo de cuidado, corresidência,12 comportamento controlador e manipulativo do alvo de cuidados e restrição de atividades do cuidador com sintomas depressivos.13 A sobrecarga percebida pelo cuidador de tais demandas tam- bém tem se mostrado como um relevante preditor de saúde do mesmo. A sobrecarga foi associada com menor qualidade de vida do cuidador,14 ansiedade e sintomas depressivos.15 Alta tensão do papel também foi conectada a maior mortalidade.16 A saúde física do cuidador tem sido uma variável importante nos estudos com cuidadores informais. Pior saúde física é associada a mais sintomas depressivos e melhor saúde física a bem-estar.17 Longitudinalmente, o aumento de sintomas físicos foi associado com acréscimo de sintomas depressivos no período de um ano.13 Como o cuidador avalia a sua saúde também é um aspecto relevante nos estudos com cuidadores de idosos. Os que ava- liaram sua saúde de forma negativa apresentaram maior risco para doença coronária18 e maior mortalidade16. Um aspecto ainda pouco considerado na literatura é a grande variação de idade dos cuidadores e um aumento de cuidadores mais velhos. Há evidências de que estes têm pior saúde do que os mais jovens19 e que essa preocupação com a própria saúde pode trazer desvantagens na saúde mental quando comparados com cuidadores mais jovens.4 Considera-se que o comprometimento na saúde do cuidador é um aspecto que precisa ser considerado na avaliação de cuida- dores e que, somado aos estressores relacionados às demandas de cuidado, constitui uma dupla vulnerabilidade para o cuidador. Assim, considera-se que o cuidador familiar se encontra vul- nerável devido à sobrecarga gerada pelas atividades de cuidado que exerce. Além disso, sua saúde física, muitas vezes, também está comprometida, devido ao pouco tempo de atenção para si e/ou decorrente do seu próprio processo de envelhecimento. Assim, o cuidador, por vezes, está duplamente vulnerável, pela sobrecarga decorrente do cuidado e pelo comprometimento físico. O objetivo principal deste artigo foi revisar publicações em periódicos de estudos que relacionassem os aspectos da dupla vulnerabilidade (saúde física do cuidador, autopercep- ção de saúde do cuidador, dependência do alvo de cuidados e sobrecarga percebida) com aspectos relacionados às dimen- sões psicológicas da qualidade de vida do cuidador, como bem-estar, prazer, felicidade e autorrealização. Secundariamente, objetivou analisar como esses estudos consideram a idade do cuidador e como a utilizam em suas análises. MÉTODOS Para atingir o objetivo deste estudo, fez-se uso do modelo de revisão integrativa da literatura, que tem por característica com- binar achados de diversos estudos empíricos.20,21 Para tanto foi realizada uma busca nos indexadores: PubMed, Periódicos Capes, LILACS, SciELO e AgeLine com as seguintes palavras-chave: caregiver, elderly and “subjective well-being”; caregiver, elderly and “psychological well-being”; caregiver, elderly and happiness; caregiver, elderly and self-realization; caregiver, elderly and plea- sure e os termos equivalentes em português. Foram incluídos artigos empíricos com cuidadores de idosos, publicados em periódicos no período de janeiro de Qualidade de vida de cuidadores de idosos Geriatr Gerontol Aging. 2017;11(3):138-49140 2005 a maio de 2017, nos idiomas inglês, português e espa- nhol e que relacionassem o bem-estar com alguma variável que represente a dupla vulnerabilidade (dependência do alvo de cuidados, sobrecarga, saúde física, autoavaliação de saúde). Foram excluídos estudos realizados com cuidadores formais ou que apresentassem apenas o protocolo da pesquisa. Foi feita análise inicial de títulos e resumos, na qual se eli- minaram artigos repetidos e que não atendiam aos critérios de inclusão. Nessa etapa foram selecionados 18 artigos. Em um segundo momento analisaram-se as referências bibliográfi- cas desses artigos selecionados. Nessa etapa foram incluídos mais cinco artigos. O número de publicações excluídas por cada critério é apresentado na Figura 1. Para organizar os dados obtidos na etapa anterior, uma tabela foi elaborada, na qual foram identificadas variáveis referentes aos artigos selecionados: nome do(a) primeiro(a) autor(a); ano da publicação; método do artigo; objetivo(s) do artigo; variáveis/instrumentos usados no artigo; princi- pais resultados achados no artigo. Os dados foram examinados por meio de análise descri- tiva e de relação entre as varáveis apresentadas na Tabela 1. A análise dos resultados, apresentada na discussão, evi- denciou cinco categorias construídas com base no objetivo desta revisão, ou seja, com aspectos da dupla vulnerabili- dade, que foram: • saúde física do cuidador; • condições de saúde do alvo de cuidados; • autoavaliação de saúde; • sobrecarga do cuidador. RESULTADOS Foram encontrados inicialmente 788 artigos. Após a retirada dos repetidos e dos que não atendiam aos critérios de inclusão, restaram 18 estudos. Além desses, foram analisados mais cinco trabalhos retirados das referências dos artigos selecionados, tota- lizando 23 estudos incluídos na revisão. No portal Periódicos Capes foram encontrados 518 artigos; no PubMed, 234; na base de dados AgeLine, 19; no SciELO, 4; e na LILACS, apenas 3. Quanto à população dos estudos, 14 pesquisaram cui- dadores informais de idosos com qualquer tipo de depen- dência, 6 analisaram cuidadores de idosos com demências, 1 estudou cuidador de idosos com comprometimento cogni- tivo leve (CCL), 1 avaliou cuidadores de idosos com doen- ças musculoesqueléticas e 1 comparou cuidadores de idosos com dependências físicas e mentais. Houve grande heterogeneidade quanto à idade de amostra. Dos 23 estudos, apenas 10 apresentaram os valores mínimo e máximo das idades, 16 mostraram a média de idade e apenas 3 estudos destacaram a idade como um critério de inclusão. Tal fato propiciou trabalhos mostrando intervalos de idade muito grandes (ex.: 21 a 88; 20 a 89). Com relação aos métodos dos estudos, foi identificado um artigo que utilizou o artifício do diário,22 um estudo de interven- ção,23 um estudo de validação de instrumento,24 um prospectivo de coorte,25 um longitudinal26 e os demais eram transversais. A maioria dos estudos objetivou avaliar cuidadores de idosos com relação a variáveis relacionadas à dupla vulne- rabilidade e aspectos psicológicos da qualidade de vida.25-40 Dois estudos tinham como objetivo comparar cuidadores com não cuidadores.41,42 Dois objetivaram validar um instru- mento para cuidadores.24,43 Um outro objetivou avaliar uma intervenção para cuidadores23 e um buscou documentar a avaliação desses sobre os sintomas dos cônjuges com CCL.22 Os artigos apresentados tiveram como variáveis de desfecho bem-estar psicológico,22,23,25,27,32,36 bem-estar físico,22,27 bem-estar geral,28,40,44 bem-estar subjetivo,33,34,39 afetos positivo e negativo,30 qualidade de vida,24,26,29,37,38 sobrecarga,31,40,43,44 satisfação,31 ten- são de papel,28 desamparo,28 comportamentos de risco à saúde,23 estado de saúde,37 autoavaliação de saúde,26 autocuidado,23 feli- cidade,43 dificuldades do cuidador31 e estratégias de enfrenta- mento,31 satisfação com a vida41,42 e autoestima.40Figura 1 Seleção dos artigos. n = 778 612 artigos selecionados para avaliação 18 artigos incluídos 23 artigos selecionados para revisão 152 artigos excluídos devido a duplicações; 14 artigos excluídos por estarem redigidos em outros idiomas Exclusões: 376 artigos não estudavam cuidadores de idosos; 134 não avaliavam ou não relacionavam as variáveis de interesse deste estudo; 64 eram estudos teóricos, revisões da literatura ou protocolos de pesquisa; 17 estudavam cuidadores formais; 3 não disponibilizavam o artigo na íntegra. 5 estudos acrescentados após análise das referências dos artigos incluídos Flesch LD, Batistoni SST, Neri AL, Cachioni M Geriatr Gerontol Aging. 2017;11(3):138-49 141 Tabela 1 Descrição dos artigos selecionados. Estudo Método Objetivo Variáveis/instrumentos Principais resultados Savla et al., (2011)22 Método de diário (7 dias) n = 30 cônjuges cuidadores Idade: 59 a 85 anos M = 72,60; DP = 6,91 Idade na análise: idade entrou no modelo como variável independente Documentar a avaliação de cônjuges da frequência diária e intensidade dos primeiros sintomas de perda de memória e comportamentos de seus maridos ou esposas com comprometimento cognitivo leve – características demográficas – miniexame do estado mental – atividades instrumentais de vida diária – 16-item deficit awareness scale – CES-D scale; – condições crônicas de saúde – Environmental Mastery Subscale of the Ryff Scales of Psychological Well-being – diário – redução de atividades – tempo gasto em atividades de lazer – Daily Inventory of Stressful Events – interações conjugais; – distúrbio do sono Sintomas – afetos positivos e negativos – cortisol As condições físicas e cognitivas do cuidador não foram preditoras de afeto negativo ou positivo. Sintomas depressivos e pior condição de saúde relataram menos afeto positivo em geral. Idade não foi preditora de afeto negativo ou positivo Mcconaghy e Caltabiano (2005)27 Survey n = 42 Idade: 21 a 88 anos M = 62; DP = 13,25 Idade na análise: amostra foi dividida entre cuidadores jovens (21 a 63) e cuidadores mais velhos (64 a 88 anos) Identificar o impacto de variáveis como sexo, tempo de cuidado, estilo de enfrentamento, depressão e sobrecarga no bem-estar físico e psicológico dos cuidadores de pessoas com demência. – informações sobre o cuidador – Satisfaction With Life Scale; – CES-D scale; – COPE; – Short Form (SF)-12v2; – Caregiver Burden Scale. A sobrecarga percebida foi responsável por 41,7% da variação na satisfação com a vida. Foi encontrada uma correlação negativa significativa entre sobrecarga e saúde. Não houve diferença estatisticamente significativa nos escores de satisfação com a vida para cuidadores mais velhos e mais jovens. Séoud et al. (2007)28 Estudo exploratório correlacional n = 319 Idade = 30 a 49 anos M = 46,1; DP = 14,5 Idade na análise: a idade não foi avaliada Identificar as dimensões do contexto de cuidado relacionadas à saúde de cuidadores de familiares idosos em famílias libanesas. – bem-estar: GWB – tensão edesamparo: Zarit Burden Interview – perda de autonomia funcional: SMAF – comportamentos problemáticos: Revised Memory and Behaviour Problems Checklist – perda de memória – tarefas de cuidado: duas escalas baseadas no Quebec Health and Social Survey – suporte formal ou informal: The Inventory of Socially Supportive Behaviours – variáveis sociodemográficas O grau de comprometimento funcional, a frequência de depressão e comportamentos disruptivos estão ligados a pelo menos um dos três indicadores de saúde do cuidador. Quanto maior a perda de autonomia e maior a frequência de comportamentos disruptivos, menores níveis de bem-estar foram reportados pelos cuidadores. Continua... Qualidade de vida de cuidadores de idosos Geriatr Gerontol Aging. 2017;11(3):138-49142 Estudo Método Objetivo Variáveis/instrumentos Principais resultados Yang et al. (2012)29 Estudo transversal n = 1144 Idade: 20 a 79 anos M = 44,3; DP = 11,5 Idade na análise: a amostra foi estratificada em ≤ 40; 41 a 49 e ≥ 50 anos, e a idade entrou como variável independente na análise de regressão múltipla hierárquica Descrever a qualidade de vida relacionada à saúde entre cuidadores chineses de idosos da comunidade e explorar os preditores da qualidade de vida do cuidador – qualidade de vida: SF-36 – características demográficas do cuidador – características do idoso – sobrecarga objetiva: tarefas de cuidado, nível de cuidados, quantidade de tempo gasto na prestação de cuidados a cada dia – sobrecarga subjetiva: ZBI – Enfrentamento: escala SOC Características demográficas dos cuidadores, características dos pacientes e sobrecarga subjetiva explicaram a maior parte da variância total de todos os aspectos da qualidade de vida. A sobrecarga subjetiva foi o mais forte preditor de QV física e mental. Os cuidadores que tinham doenças crônicas, com menor renda, cônjuges, que cuidam de idosos com mais doenças crônicas e com níveis mais elevados de dependência tenderam a relatar pior QV física e mental. A idade não foi preditora de QV. Won et al. (2008)23 Estudo de intervenção psicoeducacional com seis semanas de duração (PTC) N = 118 Idade: 39% ≥ 65 anos Idade na análise: a amostra foi estratificada em ≥ 65 e < 65 anos Analisar o impacto sobre cuidadores da participação em um programa de base comunitária na construção de habilidades de autocuidado e aumento da autoeficácia. – características demográficas do cuidador – auxílio aos cuidados pessoais do paciente – número de condições crônicas do paciente e condições que afetam o funcionamento físico e cuidados – comportamentos de risco em saúde – tempo despendido com exercício físico, técnicas de relaxamento ou de manejo do estresse – bem-estar psicológico: MHI-5 Saúde, comportamentos de risco, autocuidado e bem-estar psicológico melhoraram tanto para o grupo em geral como para cada estrato de idade. Os cuidadores com ≥ 65 anos apresentaram menor redução do comportamento de risco para a saúde do que aqueles com < 65 anos e tiveram menos melhora no bem-estar psicológico do que o subgrupo mais jovem. Dulin e Dominy (2008)30 Survey N = 158 Idade: M = 67,3; DP = 14 Idade na análise: a idade foi considerada nas análises de correlação e regressão Examinar a contribuição de atitudes positivas sobre ajudar os outros em predizer o funcionamento emocional entre uma amostra de cuidadores de pessoas com demência. – crenças, sentimentos e comportamentos relacionados a ajudar: HAS – enfrentamento: RWCCL – afeto positivo e negativo: PANAS – questionário demográfico Atitudes de ajuda previram afeto positivo com as outras variáveis demográficas e de enfrentamento. Quanto maior a idade, menor o afeto positivo dos cuidadores da amostra. Os únicos preditores finais de afeto negativo foram o número de horas de cuidado diário e pensamento mágico. Hoefman et al. (2011)43 Survey N = 230 Idade: M = 58,74; DP = 12,74 Idade na análise: A idade entrou como variável independente no modelo de regressão Investigar a validade do constructo do instrumento CarerQol, que mede e valoriza efeitos no cuidador em uma nova população de cuidadores informais. – sobrecarga (CarerQol-7D) e felicidade (CarerQol-VAS) – sobrecarga objetiva: duração e intensidade do cuidado, tipo de tarefas, vigilância constante do alvo de cuidados, uso de home care e de respite care – sobrecarga subjetiva: SRB; – PU Os escores da escala de felicidade foram maiores quando a saúde do cuidador era melhor, quando ele se sentia menos sobrecarregado e quando o PU era positivo. A idade não foi preditora de felicidade. Sequeira (2013)31 Estudo quantitativo, analítico e correlacional N = 184 Idade: 87,4% > 40 anos e 40,2% > 60 anos Idade na análise: a idade não foi analisada Caracterizar as principais dificuldades, estratégias de enfrentamento, fontes de satisfação e níveis de sobrecarga de cuidadores e comparar o impacto entre os cuidadores de idosos com dependência física e cuidadores de idosos com dependência mental – dependência em AVD: Barthel Index e Lawton Index – função cognitiva: Mini Mental State Examination – estágio da demência: Clinical Dementia Rating; – dificuldades do cuidador: CADI – estratégias de enfrentamento: CAMI – sobrecarga: Scale of Caregiver Burden. Os cuidadores de pessoas idosas que eram dependentes devido a causas físicas relataram níveis mais elevados de satisfação para todas as dimensões do CASI do que os cuidadores de pessoas que eram dependentes devido a causas mentais. Os instrumentos de dificuldades e sobrecarga (CADI e Scale of Caregiver Burden) mostraram uma correlação negativa com o CAMI e o CASI. Tabela 1 Continuação. Continua... Flesch LD, Batistoni SST, Neri AL, Cachioni M Geriatr Gerontol Aging. 2017;11(3):138-49 143 Estudo Método Objetivo Variáveis/instrumentos Principais resultados Tomomitsu et al. (2014)41 Survey – dados do Estudo FIBRA N = 338 cuidadores e 338 não cuidadores Idade = 65 anos e mais Idade na análise: a idade entrou na análise de regressão logística univariada Investigar associações entre a satisfação com a vida e variáveis sociodemográficas, condições de saúde, funcionalidade, envolvimento social e suporte social em idosos cuidadores e não cuidadores, e entre satisfação e intensidade do estresse no grupo de cuidadores – satisfação com a vida – idade, gênero e renda familiar – intensidade do estresse associado ao prestar cuidados – número de doenças – fadiga: dois itens da CES-D – sintomas depressivos: GDS –insônia – AIVD – Envolvimento em AAVD – suporte social percebido Os cuidadores com menor satisfação e maior estresse apresentavam mais doenças crônicas, fadiga e dependência parcial para AIVD do que os cuidadores com menor satisfação e menor estresse. Os idosos com maior satisfação relataram ter menos doenças. Houve associações entre baixa satisfação e insônia, seis ou mais sintomas depressivos e fadiga. A idade não foi associada à menor satisfação com a vida. Egbert et al. (2008)32 Survey telefônico N = 77 Idade: ≥ 55 (70%) Idade na análise: a idade entrou na análise de regressão múltipla hierarquizada Explorar se as dificuldades dos cuidadores estavam relacionadas com o seu bem-estar psicológico após controle de variáveis relacionadas ao cuidado e demográficas – Bem-estar psicológico: subescala Positive Well-Being do PGWB – qualidade do cuidado – percepção da dificuldade em prover o cuidado – horas de cuidado semanais – percepção do cuidado que oferece – dados demográficos Menor bem-estar psicológico foi diretamente relacionado à saúde, mas inversamente associado com a idade e a dificuldade em prover cuidados. O bem-estar psicológico foi menor quando o cuidador experimentou maior dificuldade de prover suporte emocional, estava em pior estado de saúde ou era mais velho. Lu et al. (2015)33 Survey N = 494 Idade:M = 62,6; DP = 11,9 Idade na análise: cuidadores mais jovens tinham menos níveis de sobrecarga física e de desenvolvimento. Cuidadores mais velhos tinham maior sobrecarga social Examinar as correlações de cada dimensão da sobrecarga experimentada por cuidadores familiares de idosos frágeis com doenças musculoesqueléticas na China, e examinar o papel da sobrecarga do cuidador nos estressores e no bem- estar subjetivo – bem-estar subjetivo: sintomas depressivos (CES-D) e satisfação com a vida (Satisfaction with Life Scale) – sobrecarga: Chinese Caregiver Burden Inventory – dependência em AVD do idoso alvo de cuidados: Barthel Index – estado cognitivo do idoso alvo de cuidados: SPMSQ – problemas de comportamento do idoso alvo de cuidados A dependência do idoso em AVD foi associada com a satisfação com a vida do cuidador. A associação entre a dependência nas AVD e satisfação com a vida foi mediada pela dependência do tempo e sobrecarga. O efeito indireto total do estado cognitivo na satisfação com a vida foi estatisticamente significativo. Domínguez- Guedea e Garcia (2015)34 Estudo transversal com amostra não probabilística N = 386 Idade = 19 a 87 anos (M = 49,05; DP = 12,41) Idade na análise: estratificada para caracterizar a amostra Analisar a influência da sobrecarga no bem-estar de cuidadores, explorando o papel mediador dos fatores socioculturais e familiares – ajuda para realizar atividades básicas e AIVD – bem-estar: Subjective Well-Being Scale for Family Caregivers of Elder Persons – abnegação: Abnegation Scale for Family Caregivers of Elder Persons – sobrecarga: Burden Scale for Family Caregivers of Elder Persons – suporte social: Social Support Scale for Family Caregivers of Elder Persons – envolvimento familiar A percepção de sobrecarga teve um efeito direto negativo sobre o bem-estar subjetivo e no ambiente familiar. Os recursos socioculturais e familiares tiveram um efeito positivo direto no bem-estar subjetivo e, ao mesmo tempo, mediaram o efeito da sobrecarga sobre bem-estar subjetivo. Tabela 1 Continuação. Continua... Qualidade de vida de cuidadores de idosos Geriatr Gerontol Aging. 2017;11(3):138-49144 Estudo Método Objetivo Variáveis/instrumentos Principais resultados Alvira et al. (2015)35 Estudo transversal N = 2.014 Idade = M de cada país variou entre 80,9 e 84,7 Idade na análise: foram descritas as M e DP da idade em cada país Descrever as associações entre reações positivas e negativas de cuidadores informais de pessoas com demência e resultados de saúde em oito países europeus – reações positivas e negativas: CRA – dados de saúde do alvo de cuidados e do cuidador – sobrecarga: ZBI – qualidade de vida: EQ-5D – bem-estar psicológico – sintomas neuropsiquiátricos dos idosos com demência: NPI – comorbidades: Charlson Comorbidity Index – dependência do alvo de cuidados em atividades de vida diária: Katz Index Foi observada variabilidade entre os países. Em geral, a autoestima e a falta de apoio familiar foram correlacionadas com a sobrecarga do cuidador e bem-estar psicológico. Sobrecarga, QV, bem-estar psicológico e interrupções na rotina foram fortemente correlacionados com a escala de problemas de saúde em todos os países. Chow e Ho (2015)36 Estudo transversal N = 112 Idade = 56 a 90 anos (M = 74,80; DP = 6,88) Idade na análise: foi feita comparação entre cuidadores mais jovens e mais velhos Examinar as diferenças nas múltiplas dimensões do bem-estar psicológico entre cuidadores cônjuges idosos com baixa e alta tensão. E investigar diferenças nas múltiplas dimensões do bem- estar psicológico entre cuidadores mais jovens e mais velhos – tensão do cuidador: CSI – distress: RSS – distúrbios psiquiátricos: GHQ – sintomas depressivos: GDS – bem-estar subjetivo: PWI – satisfação: LSS – propósito na vida: PIL – dados demográficos Os cuidadores com alta tensão tinham maior distress emocional e social, sentimentos negativos e depressão, além de menor saúde mental, bem-estar subjetivo, satisfação com a vida e propósito na vida em comparação com os cuidadores com baixa tensão. Os cuidadores mais velhos pontuaram mais baixo em distress emocional e social, sentimentos negativos e depressão, também apresentaram maior bem-estar subjetivo. Lutomski et al. (2013)24 Estudo de validação de instrumento N = 3.269 Idade: M = 62; DP= 12 Idade na análise: a idade não foi avaliada Validar o CarerQol – variáveis sociodemográficas – autoavaliação de saúde – número médio de horas de cuidado –sobrecarga relacionada ao cuidado: CarerQol-7D e SRB –felicidade: CarerQol-VAS – Process utility: CarerQol-VAS e transferência de cuidado (Transfer) – vulnerabilidade do idoso alvo de cuidados: 45-item Frailty Index Pior autoavaliação de saúde e fragilidade do alvo de cuidados foram negativamente associados à felicidade do cuidador e positivamente associados com aumento da sobrecarga. Os resultados suportam a validade e aplicabilidade do instrumento CarerQol em vários contextos. Ho et al. (2009)37 Estudo transversal N = 246 cuidadores e 492 não cuidadores Idade: 54,1% com 35 a 49 anos; 34,6% com 50 a 64 anos; 11,4% com 65 ou mais Idade na análise: estratificada para caracterizar a amostra Investigar o impacto da prestação de cuidados sobre o estado de saúde e qualidade de vida de cuidadores informais primários de idosos em Hong Kong – saúde: lista de 14 doenças vividas no último ano – lista de oito sintomas físicos e psicológicos vivenciados nas últimas quatro semanas – autoavaliação de saúde: saúde comparada com um ano atrás – depressão: CES-D – domínios físico, psicológico e social da qualidade de vida: SF-36 – sobrecarga: Zarit Burden Scale Cuidadores tinham maior risco para relatar pior saúde, mais visitas ao médico, ansiedade, depressão e perda de peso em comparação com não cuidadores. Maior sobrecarga nos cuidadores foi associada com pior resultado em todos os domínios da QV, pior saúde física e psicológica. Tabela 1 Continuação. Continua... Flesch LD, Batistoni SST, Neri AL, Cachioni M Geriatr Gerontol Aging. 2017;11(3):138-49 145 Estudo Método Objetivo Variáveis/instrumentos Principais resultados Takai et al. (2011)38 Estudo transversal N = 118 Idade: M = 60,9; DP = 14,0 Idade na análise: a idade não foi avaliada Investigar os fatores preditivos de QV em cuidadores de pacientes com demência – QV: WHO/QOL-26 – sobrecarga: BM – Sintomas depressivos: BDI-II Alvo de cuidados – rastreio cognitivo: MMSE – sintomas neuropsiquiátricos: NPI – funcionamento cognitivo: CDR Todas as dimensões da QV do cuidador foram correlacionadas com sintomas depressivos e sobrecarga. Os sintomas neuropsiquiátricos dos pacientes foram correlacionados com QV total e física. Os sintomas depressivos em cuidadores foram o mais forte preditor de QV e a QV foi melhor prevista pela combinação de sintomas depressivos, sobrecarga e o comprometimento cognitivo dos pacientes. Zarit et al. (2010)44 Estudo transversal N = 67 Idade = 41 a 85 anos (M = 62,5; DP = 11,6) Idade na análise: a idade não foi avaliada Examinar as associações entre fatores de risco e desfechos comumente usados na literatura de cuidadores – limitação em AVD: Escala de Lawton & Brody – horas de cuidado – sintomas psicológicos e comportamentais relacionados à demência: WRB – tensão da díade – frequência e insatisfação com a ajuda formal e informal – lazer – sintomas depressivos: PHQ-9 – irritação: HSC – afeto positivo: DQoL – saúde subjetiva: MOS – sobrecarga Os cuidadores variaram no número e tipo de fatores de risco e de desfechos em que tinham escores elevados. O afeto positivo foi correlacionado positivamente com saúde subjetiva e negativamente com a sobrecarga do papel. Na análise bivariada e nas análises multivariadas foram encontradas diferentes combinações de fatores de riscopreditores de cada desfecho. Borg e Hallberg (2006)42 Estudo transversal de base populacional N = 151 cuidadores frequentes; 392 cuidadores não frequentes; 1.258 não cuidadores Idade = 50 a 89 anos Idade na análise: idade avaliada nas análises não paramétricas Investigar satisfação com a vida em cuidadores informais – satisfação com a vida: LSIZ – idade, sexo, educação, suporte social, recursos econômicos, saúde mental e saúde física: OARS part A, OMFAQ Cuidadores frequentes tinham menos satisfação com a vida do que cuidadores menos frequentes e não cuidadores. Os fatores mais importantes que explicam a satisfação de vida mais baixa entre os cuidadores frequentes foram ter menos recursos sociais baixos e saúde pobre. A satisfação decresceu conforme o aumento da idade. Colin Reid et al. (2010)40 Estudo transversal N = 243 Idade: M = 54,1 Idade na análise: usada apenas para caracterizar a amostra Examinar a relação entre interferências de trabalho e sobrecarga do cuidador, bem-estar e autoestima – sobrecarga: Zarit Caregiver Burden Inventory – bem-estar: Life Satisfaction Scale – autoestima: Rosenberg Self-Esteem Scale – tempo de cuidado em meses – limitação do alvo de cuidados em AVD: escala de 15 itens – problemas de comportamento do alvo de cuidados: escala de 10 itens – suporte social percebido: escala de Pearlin, Lieberman, Menaghan e Mullan – uso de serviços sociais e de saúde: escala de 12 itens O bem-estar é afetado positivamente pelo apoio social percebido e pela autoestima e negativamente pela sobrecarga. O trabalho não foi relacionado com os desfechos na amostra total. Na subamostra de cuidadores empregados, apenas o item “o desempenho no trabalho foi afetado pelas atividades de cuidado” foi associado com todos os desfechos (autoestima, sobrecarga e bem- estar). Tabela 1 Continuação. Continua... Qualidade de vida de cuidadores de idosos Geriatr Gerontol Aging. 2017;11(3):138-49146 Estudo Método Objetivo Variáveis/instrumentos Principais resultados Lethin et al. (2017)25 Estudo de coorte prospectivo N = 1.223 Idade: 54 a 77 anos A idade foi avaliada na análise bivariada Investigar o bem- estar psicológico de cuidadores informais de pessoas com demência e rever o aumento do bem- estar psicológico – bem-estar psicológico: GHQ12 – experiência de cuidado: CRA – sobrecarga: ZBI – necessidade de cuidados: RUD – QV: EQ-5D-3L – autoavaliação de saúde: EQ-VAS – comorbidade do alvo de cuidados: CCI – QV da pessoa com demência: QoL-AD proxy rated – AVD: Katz-ADL – sintomas neuropsiquiátricos: NPI-Q – depressão na demência: CSDD Na linha de base, experiência positiva no cuidado, menor sobrecarga, maior QV, melhor autoavaliação de saúde e alvo de cuidados do sexo masculino, com maior QV, poucos sintomas neuropsiquiátricos e poucos sintomas depressivos foram associados com maior bem-estar psicológico. O aumento do bem-estar psicológico foi associado com menor sobrecarga, experiência positiva no cuidado, maior QV, melhor autoavaliação de saúde, menor necessidade de cuidado do alvo de cuidados, alvo de cuidados do sexo masculino com maior QV e menos sintomas neuropsiquiátricos. Niimi (2016)39 Estudo transversal N = 2.840 Idade: 20 a 69 anos Examinar o impacto de cuidados informais aos pais sobre o bem-estar subjetivo dos cuidadores – bem-estar subjetivo: escala visual de felicidade – obrigação filial – saúde do alvo de cuidados – condições de cuidado – dados sociodemográficos – status de trabalho – percepção do padrão de vida O cuidado tem impacto negativo maior nos cuidadores solteiros do que nos casados. Pior saúde do alvo de cuidados foi relacionada com menor felicidade e cuidadores solteiros. A relação entre idade e felicidade apresentou forma de “U”, demonstrando declínio na meia-idade. van Dam et al. (2016)26 Estudo longitudinal N= 350 Idade: M = 63 (DP = 13,3) Descrever a QV relacionada ao cuidado de cuidadores informais após reabilitação geriátrica e identificar determinantes associados – sobrecarga: CarerQol-7D – felicidade: CarerQol-VAS –autoavaliação de saúde: 2 itens do RAND 36-item Health Survey – funcionalidade do alvo de cuidados: The Barthel Index – cognição do alvo de cuidados: CPS –depressão do alvo de cuidados: DRS A felicidade foi inversamente associada à sobrecarga. A associação entre idade e autoavaliação de saúde com felicidade não foi investigada. n: número de participantes; M: média; DP: desvio padrão; CCL: comprometimento cognitivo leve; CES-D: Center for Epidemiological Studies Depression; COPE: coping, practical forms of coping; GWB: General Well-being Schedule; SMAF: Systeme de Mesure de l’Autonomie Fonctionnelle; SF-36: 36-item Short-Form Health Survey; ZBI: Zarit Caregiver Burden Interview; SOC: Antonovsky’s Sense of Coherence; QV: qualidade de vida; PTC: Powerful Tools for Caregiving; MHI-5: Mental Health Index-5; HAS: Helping Attitudes Scale; RWCCL: Revised Ways of Coping Checklist; PANAS: Positive and Negative Affect Scales; SRB: Self-Rated Burden scale; PU: processo de utility; AVD: atividades de vida diária; CADI: Caregiver Assessment of Difficulties Index; CAMI: Caregiver Assessment of Managing Index; CASI: Caregiver Assessment of Satisfactions Index; FIBRA: Fragilidade em Idosos Brasileiros; GDS: Geriatric Depression Scale; AIVD: atividades instrumentais de vida diária; AAVD: atividades avançadas de vida diária; PGWB: Psychological General Well Being; SPMSQ: Short Portable Mental Status Questionnaire; CRA: Caregiver Reaction Assessment; ZBI: Zarit Burden Interview; EQ-5D: Quality of Life Scale; NPI: Neuropsychiatric Inventory; CSI: Caregiver Strain Index; RSS: Relative Stress Scale; GHQ: General Health Questionnaire; PWI: Personal Well-being Index – Adult; LSS: Life Satisfaction Scale – Chinese; PIL: Purpose in Life Test; CarerQol: Care-Related Quality of Life Instrument; WHO/QOL-26: World Health Organization Quality of Life 26; BM: Pines Burnout Measure; BDI-II: Beck Depression Inventory; MMSE: Mini-Mental State Examination; CDR: Clinical Dementia Rating; WRB: Weekly Record of Behavior; PHQ-9: Patient Health Questionnaire; HSC: Hopkins Symptoms Checklist; DQoL: Dementia Quality of Life Instrument; MOS: Medical Outcome Studies; LSIZ: Life Satisfaction Index Z; OARS: Older Americans’ Resources Schedule; OMFAQ: Multidimensional Functional Assessment Questionnaire; Tabela 1 Continuação. Flesch LD, Batistoni SST, Neri AL, Cachioni M Geriatr Gerontol Aging. 2017;11(3):138-49 147 Como variáveis independentes foram utilizadas característi- cas sociodemográficas, comprometimento do alvo de cuidados, percepção do cuidador sobre o declínio cognitivo do paciente, problemas de comportamento do paciente, sintomas depressi- vos, saúde física do cuidador, redução de atividades, tempo de lazer, eventos estressantes, interações conjugais, cortisol, tempo e tarefas de cuidado, estilo de enfrentamento, sobrecarga per- cebida, suporte recebido, abnegação, envolvimento familiar, autoavaliação de saúde, comportamentos de risco em saúde, atitudes de ajuda, dificuldades do cuidador, problemas de sono e exercício físico ou técnicas de relaxamento. As informações sobre os estudos estão disponíveis na Tabela1. DISCUSSÃO Saúde física do cuidador Nos estudos revisados, a saúde física do cuidador foi rela- cionada com variáveis psicológicas associadas à qualidade de vida. Melhor saúde física do cuidador foi relacionada com maiores escores na escala de felicidade43 e maior satisfação.41 Da mesma forma, pior saúde física do cuidador foi relacionada com menor bem-estar psicológico,32,35 pior qualidade de vida física e mental, menos afeto positivo22 e menor satisfação.42 No estudo de Tomomitsu et al.,41 também pode ser per- cebida uma relação entre estresse e saúde física do cuidador, pois quando comparou dois grupos de cuidadores que rela- taram baixa satisfação, aquele que tinha maior estresse tam- bém possuía maisdoenças crônicas, fadiga e dependência parcial para atividades instrumentais de vida diária (AIVD). Outro fato interessante encontrado na revisão foi refe- rente ao estudo de Borg e Hallberg,42 que identificou que os cuidadores mais frequentes (que prestam cuidado por pelo menos quatro dias na semana) tinham significativamente pior saúde do que aqueles menos frequentes e não cuidadores. Esses resultados mostram que há uma associação entre saúde física e bem-estar dos cuidadores. Considerando o modelo de estresse do cuidador de Pearlin et al.,9 que ressalta o surgimento ou a piora de sintomas físicos como possível desfecho do estresse decorrente do cuidado, outro desfecho parece estar também cor- relacionado à saúde do cuidador: o bem-estar psicológico. Isto é, os estudos apresentados previamente indicam que o bem-estar do cuidador está tão em risco quanto sua saúde física. Condições de saúde do alvo de cuidados As pesquisas mostraram que as condições de saúde do idoso alvo de cuidados e o tipo de comprometimento afetam o bem-es- tar do cuidador familiar. Pior qualidade de vida do cuidador foi associada com pior saúde29 e maior comprometimento cognitivo do alvo de cuidados.38 Pior saúde do alvo de cuidados também foi associada com menor nível de felicidade do cuidador.39 Com relação à associação entre aspectos psicológicos da qualidade de vida dos cuidadores e dependência em atividades da vida diária (AVD), Lethin et al.25 identificaram que os cui- dadores com maior bem-estar psicológico cuidavam de idosos com mais comorbidades, menor comprometimento cognitivo e menor dependência em AVD. Lu et al.33 verificaram que a dependência do idoso em AVD também foi associada com a satisfação com a vida do cuidador. O efeito indireto total da dependência nas AVD na satisfação com a vida não foi estatis- ticamente significativa. Porém, a associação entre a dependên- cia nas AVD e satisfação com a vida foi mediada pela depen- dência do tempo e sobrecarga de desenvolvimento. O efeito indireto total do estado cognitivo na satisfação com a vida foi estatisticamente significativo. No entanto, no estudo de Zarit et al.44 a dependência nas AVD não foi associada ao afeto posi- tivo, nem à autoavaliação de saúde do cuidador. No que se refere ao tipo de comprometimento do alvo de cuidados, um estudo identificou que cuidadores de pacien- tes com perda de memória apresentaram menor média para o bem-estar e maior média para tensão de papel do que os cuidadores de paciente sem perda de memória.28 Em outra pesquisa, os cuidadores de idosos com comprometimento físico relataram maior nível de satisfação do que os que cui- dam de idosos com comprometimento mental.31 Pode-se considerar que o maior comprometimento requer maiores demandas de cuidado. Já foi bastante discutido na literatura que a maioria dos idosos dependentes são cuidados por um cuidador principal e as tarefas de cuidado são pouco compartilhadas com outros cuidadores, sejam eles formais ou informais. Os estudos desta revisão reforçam a necessidade da existência de serviços que possam diminuir a sobrecarga objetiva de trabalho dos cuidadores. Sobrecarga do cuidador Os estudos também mostraram que altos níveis de sobre- carga foram associados a baixos níveis de bem-estar27,31,36,40 e afeto positivo.44 E os menores com maior felicidade.25,26,43 A sobrecarga também foi negativamente associada com a dimensão psicológica da qualidade de vida.37,38 Os estudos corroboram a importância de se avaliar e inter- vir na sobrecarga percebida. Além disso, é preciso considerar outras situações potencialmente estressantes não relacionados ao cuidado. Muitas vezes, há sobreposição de papéis, ou seja, o cuidador já está sobrecarregado com outros estressores, como problemas laborais, cuidado de crianças, doença pessoal, entre outros.45-47 Isto faz com que a percepção de sobrecarga rela- cionada ao cuidado seja ainda maior por parte do cuidador. Qualidade de vida de cuidadores de idosos Geriatr Gerontol Aging. 2017;11(3):138-49148 Autoavaliação de saúde Apenas três estudos analisaram a autoavaliação de saúde. Lutomski et al.24 detectaram que pior autoavaliação de saúde foi negativamente associada à felicidade do cuidador e positi- vamente associada com o aumento da sobrecarga. No estudo de Zarit et al.,44 o afeto positivo foi correlacionado positiva- mente com saúde subjetiva; e Lethin et al.25 identificaram que a autoavaliação de saúde está associada ao bem-estar psicológico. A autoavaliação de saúde está sendo cada vez mais pes- quisada em estudos de saúde e envelhecimento.48-50 No entanto, ainda foi pouco explorada nas pesquisas com cui- dadores, embora já tenha sido encontrada associação entre autoavaliação de saúde negativa com sobrecarga em cuidado- res de idosos.51 Portanto, essa variável ser pouco encontrada nos estudos recentes referentes ao bem-estar de cuidadores parece ser uma lacuna a ser preenchida. Idade do cuidador É possível notar uma grande variação de idade nas amos- tras dos estudos e nem sempre as informações estão comple- tas (sem apresentar média ou idade mínima e máxima, por exemplo). Na maioria dos estudos, a idade não foi uma variável significativa. No entanto, quatro trabalhos apontaram maio- res riscos para os cuidadores mais velhos. No artigo de Dulin e Dominy,30 maior idade foi correlacionada com menor afeto positivo. Com relação à satisfação com a vida, no estudo de Borg e Halberg,42 esta decresceu conforme o aumento da idade. Percebe-se que as diferenças de idade de cuidadores de idosos apresentam divergências e são pouco estudadas. Tal constatação traz questionamentos sobre como estão sendo conduzidos estudos empíricos e de intervenção sobre cuidadores. Pruchno e Gitlin52 afirmam que o cuidado afeta as pessoas de modo diferente de acordo com o tipo de aten- ção dispensada, a avaliação dos recursos existentes e em que estágio do desenvolvimento a pessoa se torna cuidadora. Alguns estudos dessa revisão23,30,32,36,42 apontaram diferen- ças nas respostas de cuidadores de diferentes idades perante as demandas de cuidado, no entanto, elas precisam ser mais investigadas e precisamos saber como e porque elas ocorrem. CONCLUSÃO Percebe-se, a partir dos resultados e da discussão desta revi- são, que as variáveis psicológicas que compõem a qualidade de vida de cuidadores de idosos são resultado de múltiplos fatores. Os resultados dos estudos mostraram, ainda, que essas variá- veis são afetadas por diversos fatores simultâneos, como o grau e o tipo de dependência do idoso alvo de cuidados, a própria saúde do cuidador e a sobrecarga percebida. Esses dados são importantes, pois auxiliam na compreensão dos fatores que interferem na qualidade de vida do cuidador e dão subsídios para a implementação de intervenções envolvendo cuidadores de idosos. É interessante notar que a autoavaliação de saúde foi uma variável pouco analisada, apareceu em apenas dois estudos. Como tal medida está relacionada com a saúde física e psico- lógica, usá-la em estudos futuros para verificar sua associação com o bem-estar de cuidadores de idosos traria informações importantes para a compreensão do fenômeno. Outro aspecto que chama a atenção nos estudos investiga- dos é a grande heterogeneidade das amostras. A maioria ava- liou cuidadores de várias idades e coortes muito diferentes, e tal variação poderia ser mais aprofundada em outros estudos. O mesmo vale para os diversos tipos de cuidado prestado. Nos métodos de pesquisa empregados, apenas um estudo longitu- dinal foi encontrado. Esse tipo de estudo poderia auxiliar na resposta a questões, pois trariam especificidades de como a relação entre riscos e desfechos se modifica ao longo do tempo e quais riscos são mais impactantes para cuidadores de dife- rentes idades e coortes. Mais estudos longitudinais, popula- cionais e multicêntricos também poderão ajudar a compreen- der as nuances que podem afetar o bem-estar dos cuidadores. AGRADECIMENTOSÀ Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelo apoio financeiro. CONFLITO DE INTERESSES As autoras declaram não haver conflito de interesses. REFERÊNCIAS 1. Neri AL. Palavras-chave em Gerontologia. 4ª ed. Campinas: Alínea; 2014. 336p. 2. Lenardt MH, Willig MH, Seima MD, Pereira L de F. A condição de saúde e satisfação com a vida do cuidador familiar de idoso com Alzheimer. Colomb Médica. 2011;42(Suppl 1):17-25. 3. Mausbach BT, Chattillion EA, Roepke SK, Patterson TL, Grant I. A Comparison of Psychosocial Outcomes in Elderly Alzheimer Caregivers and Noncaregivers. Am J Geriatr Psychiatry. 2013;21(1):5-13. 4. Hiel L, Beenackers MA, Renders CM, Robroek SJW, Burdorf A, Croezen S. Providing personal informal care to older European adults: Should we care about the caregivers’ health? Prev Med. 2015;70:64-8. 5. Thai JN, Barnhart CE, Cagle J, Smith AK. “It just consumes your life”: quality of life for informal caregivers of diverse older adults with late-life disability. Am J Hosp Palliat Med. 2016;33(7):644–50. 6. Neri AL. Fragilidade e qualidade de vida na velhice. In: Neri AL, ed. Fragilidade e qualidade de vida na velhice. Dados do Estudo Fibra em Belém, Parnaíba, Campina Grande, Poços de Caldas, Ermelino Matarazzo, Campinas e Ivoti. Campinas: Alínea; 2013. p.15-30. 7. Maslow AH. Toward a Psychology of Being. Princeton, NJ: Van Nostrand; 1968. Flesch LD, Batistoni SST, Neri AL, Cachioni M Geriatr Gerontol Aging. 2017;11(3):138-49 149 8. Neri AL, Batistoni SST, Cachioni M, Rabelo DF, Fontes AP, Yassuda MS. Validação semântico-cultural e avaliação psicométrica da CASP-19 em adultos e idosos brasileiros. [em preparação] 9. Pearlin LI, Mullan JT, Semple SJ, Skaff MM. Caregiving and the stress process: an overview of concepts and their measures. Gerontologist. 1990;30(5):583-94. 10. Seeher K, Low L-F, Reppermund S, Brodaty H. Predictors and outcomes for caregivers of people with mild cognitive impairment: a systematic literature review. Alzheimers Dement. 2013;9(3):346-55. 11. van der Lee J, Bakker TJEM, Duivenvoorden HJ, Dröes R-M. Multivariate models of subjective caregiver burden in dementia: a systematic review. Ageing Res Rev. 2014;15:76-93. 12. Ornstein K, Gaugler JE, Zahodne L, Stern Y. The heterogeneous course of depressive symptoms for the dementia caregiver. Int J Aging Hum Dev. 2014;78(2):133-48. 13. Smith GR, Williamson GM, Miller LS, Schulz R. Depression and quality of informal care: a longitudinal investigation of caregiving stressors. Psychol Aging. 2011;26(3):584-91. 14. Santos RL, Sousa MFB de, Simões-Neto JP, Nogueira ML, Belfort TT, Torres B, et al. Caregivers’ quality of life in mild and moderate dementia. Arq Neuropsiquiatr. 2014;72(12):931-7. 15. Jácome C, Figueiredo D, Gabriel R, Cruz J, Marques A. Predicting anxiety and depression among family carers of people with Chronic Obstructive Pulmonary Disease. Int Psychogeriatr. 2014;26(7):1191-9. 16. Perkins M, Howard VJ, Wadley VG, Crowe M, Safford MM, Haley WE, et al. Caregiving strain and all-cause mortality: evidence from the REGARDS Study. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2013;68(4):504-12. 17. Pinquart M, Sörensen S. Spouses, adult children, and children-in-law as caregivers of older adults: a meta-analytic comparison. Psychol Aging. 2011;26(1):1-14. 18. Buyck J-F, Ankri J, Dugravot A, Bonnaud S, Nabi H, Kivimäki M, et al. Informal caregiving and the risk for coronary heart disease: the whitehall II STUdy. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2013;68(10):1316-23. 19. Carter JH, Lyons KS, Stewart BJ, Archbold PG, Scobee R. Does age make a difference in caregiver strain? Comparison of young versus older caregivers in early-stage Parkinson’s disease. Mov Disord. 2010;25(6):724-30. 20. Cooper HM. Integrating research: a guide for literature reviews. Londres: Sage; 1989. 21. Melo BSQ, Barreto A de C. Saúde mental e relações familiares: revisão integrativa da literatura. Rev Expr Católica Saúde. 2016;1(1):153-9. 22. Savla J, Roberto KA, Blieszner R, Cox M, Gwazdauskas F. Effects of Daily Stressors on the Psychological and Biological Well-being of Spouses of Persons with mild cognitive impairment. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2011;66(6):653-64. 23. Won CW, Fitts SS, Favaro S, Olsen P, Phelan EA. Community-based “powerful tools” intervention enhances health of caregivers. Arch Gerontol Geriatr. 2008;46(1):89-100. 24. Lutomski JE, Baars MAE, Schalk BWM, Boter H, Buurman BM, den Elzen WPJ, et al. The development of the older persons and informal caregivers survey minimum DataSet (TOPICS-MDS): a large-scale data sharing initiative. PLoS One. 2013;8(12):e81673. 25. Lethin C, Renom-Guiteras A, Zwakhalen S, Soto-Martin M, Saks K, Zabalegui A, et al. Psychological well-being over time among informal caregivers caring for persons with dementia living at home. Aging Ment Health. 2017 Nov;21(11):1138-1146. 26. van Dam PH, Achterberg WP, Caljouw MAA. Care-related quality of life of informal caregivers after geriatric rehabilitation. J Am Med Dir Assoc. 2016;18(3):259-64. 27. McConaghy R, Caltabiano ML. Caring for a person with dementia: exploring relationships between perceived burden, depression, coping and well- being. Nurs Health Sci. 2005;7(2):81-91. 28. Séoud J, Nehmé C, Atallah R, Zablit C, Yérétzian J, Lévesque L, et al. The health of family caregivers of older impaired persons in Lebanon: An interview survey. Int J Nurs Stud. 2007;44(2):259-72. 29. Yang X, Hao Y, George SM, Wang L. Factors associated with health-related quality of life among Chinese caregivers of the older adults living in the community: a cross-sectional study. Health Qual Life Outcomes. 2012;10(1):143. 30. Dulin PL, Dominy JB. The influence of feeling positive about helping among dementia caregivers in New Zealand: Helping attitudes predict happiness. Dementia. 2008;7(1):55-69. 31. Sequeira C. Difficulties, coping strategies, satisfaction and burden in informal Portuguese caregivers. J Clin Nurs. 2013;22(3-4):491-500. 32. Egbert N, Dellmann-Jenkins M, Smith GC, Coeling H, Johnson RJ. The Emotional Needs of Care Recipients and the Psychological Well-Being of Informal Caregivers: Implications for Home Care Clinicians. Home Healthc Nurse J Home Care Hosp Prof. 2008;26(1):50-7. 33. Lu N, Liu J, Lou VWQ. Caring for frail elders with musculoskeletal conditions and family caregivers’ subjective well-being: The role of multidimensional caregiver burden. Arch Gerontol Geriatr. 2015;61(3):411-8. 34. Domínguez-Guedea MT, Garcia AO. Sociocultural and familial influences on the well-being of mexican older adults’ family caregivers. Res Gerontol Nurs. 2015;8(4):188-96. 35. Alvira MC, Risco E, Cabrera E, Farré M, Rahm Hallberg I, Bleijlevens MHC, et al. The association between positive-negative reactions of informal caregivers of people with dementia and health outcomes in eight European countries: a cross-sectional study. J Adv Nurs. 2015;71(6):1417-34. 36. Chow EO, Ho HC. Caregiver strain, age, and psychological well-being of older spousal caregivers in Hong Kong. J Soc Work. 2015;15(5):479-97. 37. Ho SC, Chan A, Woo J, Chong P, Sham A. Impact of caregiving on health and quality of life: a comparative population-based study of caregivers for elderly persons and noncaregivers. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2009;64(8):873-9. 38. Takai M, Takahashi M, Iwamitsu Y, Oishi S, Miyaoka H. Subjective experiences of family caregivers of patients with dementia as predictive factors of quality of life: Predictive factors for QOL in caregivers. Psychogeriatrics. 2011;11(2):98-104. 39. Niimi Y. The “Costs” of informal care: an analysis of the impact of elderly care on caregivers’ subjective well-being in Japan. Rev Econ Househ. 2016;14(4):779-810. 40. Colin Reid R, Stajduhar KI, Chappell NL. The impact of work interferences on family caregiver outcomes. J Appl Gerontol.2010;29(3):267-89. 41. Tomomitsu MRSV, Perracini MR, Neri AL. Fatores associados à satisfação com a vida em idosos cuidadores e não cuidadores. Ciênc Saúde Coletiva. 2014;19(8):3429-40. 42. Borg C, Hallberg IR. Life satisfaction among informal caregivers in comparison with non-caregivers. Scand J Caring Sci. 2006;20(4):427-38. 43. Hoefman RJ, van Exel NJA, Looren de Jong S, Redekop WK, Brouwer WBF. A new test of the construct validity of the CarerQol instrument: measuring the impact of informal care giving. Qual Life Res. 2011;20(6):875-87. 44. Zarit SH, Femia EE, Kim K, Whitlatch CJ. The structure of risk factors and outcomes for family caregivers: Implications for assessment and treatment. Aging Ment Health. 2010;14(2):220-31. 45. Cavanaugh JC, Blanchard-Field F. Adult development and aging. 6ª ed. Wadsworth: Cegage Learning; 2011. 46. Coon DW. Resilience and family caregiving. Ann Rev Gerontol Geriatr. 2012;32(1):231-50. 47. Gordon JR, Pruchno RA, Wilson-Genderson M, Murphy WM, Rose M. Balancing caregiving and work: role conflict and role strain dynamics. J Fam Issues. 2012;33(5):662-89. 48. Galenkamp H, Deeg DJ, Braam AW, Huisman M. “How was your health 3 years ago?” Predicting mortality in older adults using a retrospective change measure of self-rated health: Change in self-rated health and mortality. Geriatr Gerontol Int. 2013;13(3):678-86. 49. Makizako H, Shimada H, Doi T, Yoshida D, Anan Y, Tsutsumimoto K, et al. Physical frailty predicts incident depressive symptoms in elderly people: prospective findings from the obu study of health promotion for the elderly. J Am Med Dir Assoc. 2015;16(3):194-9. 50. Rouch I, Achour-Crawford E, Roche F, Castro-Lionard C, Laurent B, Ntougou Assoumou G, et al. Seven-year predictors of self-rated health and life satisfaction in the elderly: the proof study. J Nutr Health Aging [Internet]. 2014 [cited on 2016 Dec 18]. Available from: http://link.springer.com/10.1007/s12603-014-0488-2 51. Abdollahpour I, Nedjat S, Noroozian M, Salimi Y, Majdzadeh R. Caregiver burden: the strongest predictor of self-rated health in caregivers of patients with dementia. J Geriatr Psychiatry Neurol. 2014;27(3):172-80. 52. Pruchno R, Gitlin LN. Family cargiving in later life: shifting paradigms. In: Blieszner R, Bedford VH, eds. Handbook of family and aging. Santa Barbara, Cal: Praeguer; 2012. p.515-42.
Compartilhar