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Aula 01
Atualidades p/ Câmara de Cabedelo-PB
(Auxiliar Legislativo) - Pós-Edital
Autor:
Leandro Signori
Aula 01
9 de Setembro de 2020
39834709803 - Robson Carlos Contini
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Sumário 
Política e Sociedade Brasileira .................................................................................................................. 3 
1 – A corrupção ...................................................................................................................................... 3 
2 – Operação Lava Jato ......................................................................................................................... 6 
3 – Prisão em segunda instância ........................................................................................................... 8 
4 – O Pacote Anticrime ........................................................................................................................ 10 
4.1 Principais alterações................................................................................................................... 10 
4.2 Principais pontos vetados ......................................................................................................... 12 
4.3 Excludente de ilicitude .............................................................................................................. 14 
5 – O Brasil e a questão migratória .................................................................................................... 14 
6 – IDH ................................................................................................................................................... 18 
7 – Censo Demográfico ....................................................................................................................... 20 
8 - Eleições de 2020 no Brasil ............................................................................................................. 22 
Questões Comentadas ............................................................................................................................ 27 
Lista de Questões .................................................................................................................................... 59 
Gabarito .................................................................................................................................................... 75 
Resumo ..................................................................................................................................................... 76 
 
 
 
 
 
 
 
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Olá Pessoal, 
Nesta aula vamos estudar vários temas que se referem a tópicos e fatos políticos e sociais que estão em 
evidência no Brasil no momento atual. Podem ser tanto temas da política em geral, como de políticas 
públicas diversas ou da nossa sociedade. 
Na próxima aula continuaremos este estudo, com outros tópicos. 
Bons estudos! 
Leandro Signori 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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POLÍTICA E SOCIEDADE BRASILEIRA 
1 – A corrupção 
Em política, de modo geral, corrupção é o ato de trocar algum tipo de vantagem (política, financeira, de 
informações) por meios ilegais ou ilícitos como, por exemplo, dar ou receber dinheiro ou presentes em troca 
de algum benefício. Há vários tipos de crime de corrupção. 
Estudo realizado em 2015 pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) apontou que a 
corrupção consome no Brasil entre R$ 50 bilhões e R$ 84 bilhões por ano. Para termos uma ideia do 
montante deste valor, o orçamento federal da Saúde naquele ano foi de R$ 91,5 bilhões; o da Educação foi 
de R$ 39,3 bilhões; e o dos programas sociais foi de R$ 31,6 bilhões. 
As formas mais frequentes de corrupção 
▪ Concussão: Usar a função pública para exigir vantagem indevida, como um fiscal que pede propina para 
não multar um estabelecimento comercial. 
▪ Corrupção ativa: Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público para que ele pratique, 
deixe de praticar ou retarda um ato que tenha obrigação de efetuar, como dar dinheiro ao guarda para 
evitar uma multa. 
▪ Corrupção passiva: Praticada pelo funcionário que pede ou aceita a proposta de corrupção ativa. 
▪ Corrupção eleitoral: Oferecer ou pedir dinheiro ou vantagem em troca do voto numa eleição. 
▪ Peculato: Apropriar-se de dinheiro ou bem, público ou particular, valendo-se de seu cargo. Como quando 
um servidor responsável pela segurança de bens apreendidos toma-os para si. 
▪ Prevaricação: Atrasar ou deixar de praticar ato que tem dever de realizar, ou realizá-lo contra o que 
manda a lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. São os casos em que o servidor age para 
vingar-se ou prejudicar alguém. 
▪ Tráfico de influência: Prática ilegal de aproveitar de sua posição ou conexão privilegiada para cobrar ou 
pedir vantagem para influir na atuação de outro funcionário público. 
500 anos de corrupção 
A corrupção do Brasil não é novidade, nem começou no atual governo, nem nos governos Lula-Dilma. 
Pautada pela apropriação dos bens públicos para benefício privado, sua origem está no primeiro sistema de 
gestão do território brasileiro, o de capitanias hereditárias, instituído em 1534. Por ele, o rei de Portugal 
entregava a pessoas de suas relações a posse e a administração de terras do Estado. Nascia ali o hábito que 
perdura até hoje no Brasil: usar o patrimônio e os recursos públicos para vantagens pessoais, ignorando as 
necessidades da maior parte da população. 
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A prática atravessou os séculos e ganhou os contornos atuais nas duas ditaduras que vivemos no século XX, 
a do Estado Novo (1937-1945) e a de 1964, quando o arbítrio e a censura favoreceram a disseminação da 
corrupção por um corpo de funcionários que atuavam à margem de qualquer fiscalização ou controle. Foram 
tempos de gigantescos investimentos públicos em infraestrutura, em que a corrupção assumiu a forma de 
propinas pagas para fraudar concorrências e favorecer grupos econômicos que controlavam essa rede de 
subornos. 
Em outras palavras, as empresas privadas passaram a pagar servidores públicos para poder ter acesso 
privilegiado aos melhores contratos de licitações de obras públicas. Esse valor era acrescido ao custo do 
serviço. Ou seja, o dinheiro do Estado era usado para manter a roda da corrupção, o tal uso de recursos 
públicos em benefício de indivíduos. Esse é o modelo básico da corrupção dos dias de hoje, desde as 
pequenas compras nas prefeituras do interior, até as licitações bilionárias de ministérios e estatais, como no 
caso da Lava Jato. 
Quando o avanço tecnológico e a volta de um regime político aberto, ao final da ditadura, em 1985, 
favoreceram a disseminação de rádios e canais de TV, a distribuição das concessões, por exemplo, passou a 
ser moeda de troca para acordos políticos. Na época das privatizações e das transferências de dinheiro via 
internet, nos anos 1990, multiplicaram-se contas secretas no exterior para recompensar autoridades que 
pudessem fornecer informações privilegiadas ou, quem sabe, influenciar o desfecho dos leilões. Estamos 
falando, então, da corrupção do homem público que recebe dinheiro privado em troca de vantagens ilícitas 
e também do que comercializa seu mandato político. Naturalmente, as coisas estão entrelaçadas, e um 
dinheiro sujo – público ou privado – serve a diversos fins.Nos anos recentes, além do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRN), que sofreu impeachment por 
causa de corrupção, em 1992, houve graves denúncias contra os governos de José Sarney (PMDB, 1985-
1990), Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2003-2010), e centenas 
de casos em prefeituras e governos estaduais. Em suma, os cargos eletivos e a função pública são utilizados 
com frequência para a promoção pessoal ou para os negócios, o que é, no mínimo, antiético. Infelizmente, 
mesmo quando existem denúncias, a maioria dos casos ficam impunes – com frequência, pela demora de 
anos e anos nos processos ou pelos fóruns privilegiados dos políticos. A impunidade acaba incentivando a 
corrupção. 
Mesmo que tenha vindo de gerações anteriores, a corrupção é uma ferida na vida nacional que não para de 
incomodar e desperta a revolta e a indignação da maioria dos cidadãos. O país conviveu, nos últimos anos, 
com notícias cotidianas sobre o “Mensalão”. Mal saímos desse episódio e nos defrontamos com um 
escândalo de proporções muito maiores, a corrupção na Petrobras, desvelada pela Operação Lava Jato. 
Podemos falar ainda da Operação Zelotes, do Swiss Leaks, da Operação Vidas Secas, do cartel do metrô em 
São Paulo e de outros vergonhosos casos de corrupção no Brasil atual. 
O ambiente político 
Mas, além de funcionários corruptos que enriquecem com o dinheiro público e políticos desonestos que 
usam de poder para obter vantagens, a corrupção no Brasil tem um componente particular: a chamada busca 
pela governabilidade - que nada mais é que a tentativa de criar condições estáveis para governar. Apesar de 
os presidentes terem à disposição instrumentos para adotar sua orientação política, eles precisam que o 
Congresso aprove certas decisões. É praticamente impossível que um presidente tenha maioria parlamentar 
apenas com deputados e senadores de seu partido. Então, ele faz alianças com outras legendas para 
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conseguir a maioria, formando a “bancada governista”, que é a base de apoio do presidente (Poder 
Executivo) no Congresso Nacional (Poder Legislativo). 
Entra em cena, então, o clientelismo, com o uso dos recursos do Estado para favorecer aliados por meio de 
obras ou nomeações de cargos públicos. Há milhares de cargos na máquina federal para serem preenchidos 
pelo Executivo, o que é um prato cheio para a barganha política. Parlamentares podem apontar parentes e 
apadrinhados para essas funções - muitas vezes pessoas que não têm a capacidade técnica para o cargo ou 
nem sequer trabalham. 
Outra irregularidade bastante comum no país é o caixa dois, a acumulação de recursos ilegais para financiar 
campanhas eleitorais. Geralmente, o esquema é operado da seguinte forma: empresas superfaturam 
serviços que prestam ao governo e dividem o excedente com membros dos partidos políticos. Também 
podem fazer o contrário: doar grandes quantias ilegalmente para um candidato esperando cobrar vantagens 
se ele for eleito. Essas vantagens virão na forma de vitórias em licitações dirigidas ou pagamentos de obras 
e serviços em valores superiores ao preço justo. 
A corrupção na sociedade 
Para estudiosos, a corrupção na esfera pública é uma extensão de maus hábitos da população - afinal, os 
políticos saem do corpo da sociedade. Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais e do Instituto Vox 
Populi revelou que 23% dos brasileiros acham que dar dinheiro ao guarda para evitar a multa não é um ato 
corrupto. Isso pode ser um demonstrativo de como a cultura do “jeitinho brasileiro”, em que ações como 
falsificar carteira de estudante, comprar diploma falso ou “roubar” o sinal da TV a cabo não são percebidos 
como corrupção. Muitos, inclusive, não consideram que o ato de sonegar impostos tenha relação com a 
corrupção. 
Na verdade, quem pratica esses pequenos atos de corrupção está cuidando apenas de seu interesse pessoal 
sobre as regras sociais vigentes. Ou seja, pratica individualmente o conceito de levar alguma vantagem 
mesmo que isso cause um prejuízo à sociedade. É nesse ponto que os comportamentos dos desvios 
cotidianos e das corrupções de grande montante público se encontram: interesses privados de alguns 
indivíduos se sobrepõem aos interesses públicos e gerais da sociedade. “Aceitar essas pequenas corrupções 
legitima aceitar grandes corrupções”, afirma o promotor Jairo Cruz Moreira, coordenador da campanha “O 
que você tem a ver com a corrupção?”, do Ministério Público. 
Além da corrupção na esfera pública, é importante destacar que ela existe também no mundo privado. É 
comum que funcionários responsáveis por comprar e contratações das empresas recebam dinheiro e 
presentes para beneficiar uma determinada companhia num processo de concorrência, em prejuízo do 
próprio local onde trabalha. E aí aparece mais uma distorção do sistema penal brasileiro. Apesar de ser 
punida com severidade em muitos países, no Brasil a corrupção entre empresas privadas não é considerada 
crime - desde que não envolva um funcionário público. Somente agora, no projeto de reforma do Código 
Penal que tramita no Congresso, está prevista a introdução de punição, com pena de até quatro anos de 
prisão. 
Combate à corrupção 
Com a retomada da democracia e a Constituição de 1988, o Ministério Público ganhou mais poderes para 
agir em casos de corrupção e foram criados mecanismos para fortalecer as investigações. Escândalos como 
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o dos “Anões do Orçamento”, descoberto em 1993, e o Mensalão, que veio à tona em 2005, são resultados 
desses esforços. Atualmente, tramita no Congresso uma nova lei de licitações, com regras para evitar a 
formação de cartéis e que prevê mais rigor nas punições. Em 2012 entrou em vigor a Lei de Transparência 
ou Lei de Acesso à Informação, que obriga o poder público a divulgar todos os seus atos. 
No entanto, mesmo com o aumento das investigações e das condenações, o espírito do corpo dos políticos 
tem protegido muitos de seus pares. Ao mesmo tempo, a morosidade da Justiça facilita a protelação dos 
julgamentos, os processos se arrastam por anos e, em muitos casos, os crimes prescrevem, deixando os 
criminosos impunes. E a impunidade acaba alimentando a corrupção. 
 
2 – Operação Lava Jato 
Iniciada em 17 de março de 2014, a Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF) no Paraná, que investiga um 
esquema de lavagem de dinheiro e de corrupção na Petrobras, teve como desdobramento a prisão 
temporária, pela primeira vez no Brasil, de presidentes, diretores e altos funcionários de grandes 
empreiteiras nacionais. Posteriormente, as investigações descobriram irregularidades em outras empresas 
e contratos públicos como no Ministério da Saúde, na Caixa Econômica Federal e nas obras da Ferrovia 
Norte–Sul, Usina Nuclear de Angra 3 e Hidrelétrica de Belo Monte. 
O ex-juiz federal Sérgio Moro esteve à frente da operação, do seu início até dezembro da 2018, quando 
deixou a magistratura para assumir o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública do Governo Federal. 
Na justiça federal do Paraná, a operação se desenvolve na 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba. No lugar de 
Moro, assumiu como titular da Vara Criminal, consequentemente dos processos da Lava Jato, o juiz federal 
Luiz Antônio Bonat. Até então, estava no comando, como substituta, a juíza Gabriela Hardt que deixou o cargo, pois 
não poderia assumir em definitivo. 
A Lava Jato recebeu esse nome porque um dos grupos envolvidos no esquema fazia uso de uma rede de 
lavanderias e postos de combustíveis para movimentar o dinheiro ilícito. Segundo a Polícia Federal, a 
Petrobras contratava empreiteiraspor licitações fraudadas. As empreiteiras combinariam entre si qual delas 
seria a vencedora da licitação e superfaturavam o valor da obra. Parte desse dinheiro “a mais” era desviado 
para pagar propinas a diretores da estatal, que, em troca, aprovariam os contratos superfaturados. 
O repasse era feito pelas empreiteiras a doleiros, como Alberto Youssef, e lobistas que distribuiriam o 
suborno. De acordo com a investigação, políticos dos partidos PT, PP, PMDB, PSDB, PTB e PSB também se 
beneficiaram do esquema, recebendo de 1% a 3% do valor dos contratos. Ex-diretores da Petrobras, doleiros 
e colaboradores, lobistas, executivos e funcionários de empreiteiras, dirigentes partidários, ex-
parlamentares, e ex-ministros estão presos. 
Os envolvidos estão sendo investigados ou foram condenados pelos crimes de organização criminosa, 
formação de cartel, lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, fraude a licitações, corrupção de 
funcionários públicos e até de políticos. 
De acordo com a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF), as investigações da Lava Jato podem ser 
divididas em três etapas. A primeira delas apurou crimes financeiros praticados por organizações criminosas 
lideradas por doleiros. Na sequência, o foco esteve em atos de corrupção e lavagem de dinheiro praticados 
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no âmbito da Petrobras. Já na fase atual, o foco das investigações está em outros órgãos públicos federais, 
como o Ministério do Planejamento, Eletronuclear e Caixa Econômica Federal. 
Um dos mecanismos que, segundo o MPF, contribuiu para o avanço das investigações da Lava Jato são os 
acordos de delação premiada. Por esse estatuto, os delatores contam o que sabem sobre os crimes, 
firmando com a Justiça o acordo. Em troca das informações, podem receber benefícios diversos no processo 
penal, como a redução da pena – que pode ser de um a dois terços –, o cumprimento de pena em regime 
abrandado (como o semiaberto e o domiciliar) e o perdão judicial pleno ou outros, a critério da Justiça. 
Os acordos de leniência são semelhantes aos acordos de delação premiada e preveem que pessoas jurídicas 
que assumam atos irregulares colaborem com investigações em troca de redução da punição. Pelas regras 
do acordo de leniência, a empresa admite ter cometido ilícitos, acerta o valor de uma indenização, implanta 
programas de controle interno e fornece informações sobre as irregularidades. Desde o início da Lava Jato, 
pelo menos 16 empresas firmaram acordos de leniência – nove com o Ministério Público Federal (MPF) e 
sete com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). 
A Lava Jato é a origem de várias outras operações de combate à corrupção que foram deflagradas nos anos 
posteriores até o presente. 
 
O que é delação premiada 
Assunto bastante discutido atualmente no Brasil, em especial após os desdobramentos da 
Operação Lava Jato, a delação ou colaboração premiada é prevista desde 1990, quando a 
possibilidade de reduzir a pena de um delator passou a fazer parte da Lei de Crimes 
Hediondos (Lei 8.072/1990). Trata-se de um recurso de investigação em que um acusado 
dá detalhes que possam revelar um esquema criminoso ou prender outros integrantes de 
uma quadrilha. Atualmente, há várias leis que versam sobre esse instituto. 
A essência da delação premiada é a incriminação de terceiros a partir de depoimentos 
dados por alguém que teve participação e que pode ser um suspeito, um investigado, um 
indiciado ou réu. Em troca das informações ele pode receber benefícios diversos no 
processo penal, como a redução de sua pena – que pode ser de um a dois terços –, o 
cumprimento de pena em regime abrandado (como o semiaberto e o domiciliar), o perdão 
judicial pleno ou outros, a critério da Justiça. 
Mas o recurso só pode ser aplicado em casos específicos de crimes, como os hediondos, de 
tortura, de tráfico de drogas e de terrorismo, contra o Sistema Financeiro Nacional, contra 
a ordem tributária e os praticados por organização criminosa. No caso das empresas 
jurídicas, a delação foi incluída na Lei Anticorrupção (Lei 12.846), sancionada por Dilma 
Rousseff, seguindo tendência de adoção desse mecanismo nos Estados Unidos e em países 
europeus. Na lei brasileira, a delação premiada é chamada “acordo de leniência”. 
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Quando o acusado vai a julgamento, o juiz avalia se a sua delação de fato colaborou com 
as investigações. Se ele considera que sim, o réu ganha o benefício acertado; se julgar que 
o réu mentiu, ele perde o benefício. A proposta de delação premiada parte do Ministério 
Público, da Polícia Federal ou dos advogados de defesa. Quando aceita, ela é conduzida em 
sigilo judicial. Esse sigilo pode ou não terminar ao final das investigações e do processo, a 
critério da Justiça. 
 
3 – Prisão em segunda instância 
O sistema processual penal brasileiro tem como base o princípio do duplo grau de jurisdição, segundo o qual 
todos têm direito à implantação de recurso contra sentenças de juízes de primeira instância. Recurso este 
que será revisto por um tribunal superior. 
Quando os desembargadores confirmam uma sentença condenatória, a decisão é denominada “condenação 
em segunda instância”. A partir da condenação em segunda instância, o réu, em alguns casos, pode recorrer 
às cortes superiores, ou seja, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). 
Quando não há mais possibilidade de recursos nos tribunais e mesmo que haja a parte condenada não 
recorra, ocorre o fenômeno do trânsito em julgado em que a sentença é homologada e dada como 
definitivamente encerrada. 
Em outubro 2016, o STF confirmou que a prisão de réus poderia ocorrer já a partir da decisão da segunda 
instância judicial. 
Porém, no dia 07 de novembro de 2019, por 6 votos a 5, o STF alterou o entendimento adotado em 2016, 
passando a não permitir a prisão de condenados em segunda instância antes do trânsito em julgado da 
sentença condenatória. 
Na decisão de 07 de novembro foram julgadas procedentes três ações declaratórias de constitucionalidade 
- ADCs apresentadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pelo PCdoB e pelo partido Patriota. 
As ações contestavam o entendimento que estava vigorando desde 2016 e solicitavam que o STF declarasse 
constitucional o artigo 283 do Código de Processo Penal, o qual afirma que “ninguém poderá ser preso senão 
em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em 
decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, 
em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva”. 
A decisão do Supremo estabeleceu, então, que a partir de novembro de 2019, um condenado poderá 
recorrer em liberdade até que seu caso transite em julgado, ou seja, até que não haja mais possibilidade de 
recursos. 
O entendimento do STF tem efeito vinculante, aplicável a todas as instâncias do Judiciário e de 
cumprimento obrigatório. 
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No julgamento da decisão, o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, desempatou a favor do trânsito 
em julgado e contra a prisão em segunda instância. Toffoli em sua fala reforçou a constitucionalidade do 
artigo 283 do Código de Processo Penal e afirmou que a disposição penal está de acordo com o artigo 5º da 
Constituição Federal de 1988, o qual determina que ninguém será considerado culpado até o trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória.Os ministros Marco Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Gilmar Mendes, Celso de Mello 
votaram contra a execução da pena após a condenação em segunda instância. Já os ministros Luiz Fux, 
Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes votaram a favor da possibilidade 
da execução da pena antes do trânsito em julgado. 
A decisão do STF beneficiou quem está preso após segunda instância e não tem prisão preventiva decretada. 
Segundo o Conselho Nacional de Justiça, a mudança pode soltar 4,9 mil presos. 
A aplicação da decisão, no entanto, não é automática. Cabe ao juiz, desde que provocado, analisar caso a 
caso, e só assim determinar quais presos poderão ser beneficiados com a soltura. Caso haja o entendimento 
de que o preso é considerado um risco à sociedade, ele pode ter a prisão preventiva decretada. 
A mudança de entendimento do STF ocorre em um momento de enfraquecimento da Operação da Lava Jato. 
O ministro Edson Fachin, relator da Operação no STF, disse que não haverá "liberação automática" de presos 
em segunda instância e que "de modo algum" haverá prejuízos no combate à corrupção. Já os procuradores 
afirmaram que a decisão do STF impactará negativamente nos resultados da Operação. 
Entre os beneficiados da decisão está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril de 2018 em 
Curitiba, que deixou a prisão no dia seguinte à decisão. 
O argumento de quem é contrário às prisões após a segunda instância é o de que a antecipação da pena fere 
princípio constitucional da presunção da inocência, o Código do Processo Penal e a própria Constituição 
Federal. 
As entidades e juristas favoráveis à decisão afirmam que o entendimento do STF está correto, uma vez que 
a Constituição é clara sobre a necessidade do fim do processo condenatório para que o indivíduo seja 
considerado culpado. Destacam, também, que para haver um outro posicionamento em relação às prisões, 
este deve ser aprovado pelo Congresso Nacional por meio de emenda que altere a Constituição Federal. 
Outros afirmam que nem uma emenda constitucional pode impor a prisão em segunda instância, já que a 
prisão somente após o trânsito em julgado de sentença condenatória é um direito e uma garantia 
fundamental, inscrita como uma cláusula pétrea da nossa Constituição, que não pode ser alterada por 
emenda constitucional, somente por uma nova Assembleia Nacional Constituinte. 
Os críticos à decisão dizem que o excesso de recursos leva à impunidade, especialmente dos que têm 
condições de pagar bons advogados. A possibilidade é que os réus se utilizem intencionalmente de todos os 
recursos disponíveis para atrasar o cumprimento da pena até que ela prescreva e perca sua validade. 
Bem, caros alunos, eis a explicação da decisão do STF, que é suficiente para a nossa disciplina, pois não é 
necessário nos aprofundarmos mais no tema, tendo em vista que não é uma aula de direito constitucional, 
nem o professor leciona essa disciplina. 
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4 – O Pacote Anticrime 
No dia 24 de dezembro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei nº 13.964/19, popularmente 
conhecida como pacote anticrime. O pacote prevê um conjunto de medidas de combate ao crime. 
Proposto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, o pacote anticrime torna a legislação 
penal, processual penal e leis de segurança pública mais rigorosas. O texto sancionado por Bolsonaro conta 
com alterações propostas pela Câmara dos Deputados e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, 
Alexandre de Moraes. 
Após a aprovação pelo Congresso Nacional, órgãos como a Casa Civil, a Advocacia-Geral da União e a 
Procuradoria Geral da República se manifestaram pedindo o veto de alguns dispositivos do texto. O 
presidente realizou ao todo vinte e cinco vetos à matéria aprovada pelo Congresso. 
 
4.1 Principais alterações 
O tempo máximo para cumprimento das penas privativas de liberdade passou de 30 para 40 anos, para 
qualquer tipo de crime. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, a justificativa para a elevação da pena é 
a melhoria na expectativa de vida do brasileiro. 
O texto também prevê aumento da pena por roubo quando for usada arma branca, como faca, por exemplo. 
Esse aumento pode ser de um terço até a metade da pena. Aumentou também a pena para os casos de 
venda ilegal de armas de fogo para seis a doze anos de prisão, mais multa. Em caso de violência ou grave 
ameaça exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, a pena deverá ser aplicada em 
dobro. 
Ampliação da permanência de presos perigosos em presídios federais, anteriormente o período máximo 
de permanência era de 360 dias, agora foi ampliado para três anos, podendo ser renováveis por mais três. 
Mudança nas regras do acordo de colaboração premiada, a lei estabeleceu, entre outras medidas, que o 
acordo de colaboração premiada é o negócio jurídico processual e meio de obtenção de prova, que 
pressupõe utilidade e interesse públicos. O texto fixou que o recebimento da proposta para formalização 
de acordo de colaboração demarca o início das negociações e constitui também marco de 
confidencialidade, configurando violação de sigilo e quebra da confiança e da boa-fé a divulgação de tais 
tratativas iniciais ou de documento que as formalize, até o levantamento de sigilo por decisão judicial. 
No acordo de colaboração premiada, o colaborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os quais 
concorreu e que tenham relação direta com os fatos investigados, com o compromisso de cessar o 
envolvimento na conduta ilícita relacionada ao objeto da colaboração, sob pena de rescisão. 
As novas regras aprovadas visam dificultar o uso das declarações e das medidas cautelares em favor do 
delator. A partir de agora, nenhuma medida cautelar, recebimento de denúncia ou queixa-crime ou sentença 
condenatória poderão ser decretadas ou apresentadas apenas com base nas declarações do colaborador. 
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A lei também determina que tanto o acordo como os depoimentos serão mantidos em sigilo até o 
recebimento da denúncia ou da queixa-crime, sendo vedado ao juiz decidir por sua publicidade em 
qualquer hipótese. 
Vedação à saída temporária de condenado que cumprem pena por crimes hediondos que resultaram em 
morte. 
Benefícios prisionais, como progressão de penas e liberdade condicional, ficam impedidos a quem for 
condenado por integrar organização criminosa ou por crime praticado por meio de organização criminosa 
caso haja elementos comprobatórios que indiquem a manutenção do vínculo com a organização. 
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios e suas autarquias e fundações, empresas públicas e 
sociedades de economia mista terão que manter unidade de ouvidoria ou correição para assegurar a 
qualquer pessoa o direito de relatar informações sobre crimes contra a administração pública, ilícitos 
administrativos ou quaisquer ações ou omissões lesivas ao interesse público. 
Nas situações em que a pena máxima for superior a seis anos de reclusão, a Justiça poderá decretar a perda 
dos bens obtidos a partir do crime. Os bens recolhidos serão equivalentes à diferença entre o valor do 
patrimônio do condenado e o valor da sua renda. 
Juiz das Garantias, segundo a lei, o juiz será responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal 
e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder 
Judiciário. 
 
 
A figura do juiz de garantias não constava no projeto original do pacote anticrime, sendo incluído quando a 
proposta estava em análise na Câmara dosDeputados. Ao juiz de garantias cabe atuar durante a fase de 
investigação do processo até o oferecimento da denúncia, o magistrado em questão não será responsável 
pelo julgamento da ação. Anteriormente, um só juiz cumpria os dois papéis. 
De acordo com a Câmara dos Deputados, a alteração legislativa tem como objetivo fortalecer a 
imparcialidade dos magistrados, uma vez que o juiz que irá decidir sobre o caso não analisará os argumentos 
da acusação a partir de avaliações e premissas preconcebidas na fase investigatória. 
O juiz das garantias deve, entre outras atribuições, receber a comunicação imediata da prisão e decidir sobre 
o requerimento de prisão provisória ou de outra medida cautelar, receber o auto da prisão em flagrante para 
o controle da legalidade da prisão, zelar pelos direitos do preso, decidir sobre os pedidos de interceptação 
telefônica e de quebra de sigilo bancário. 
A instituição do juiz das garantias foi um dos pontos mais polêmicos do pacote anticrime, criticado tanto pelo 
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, quanto por associações de classes de magistrados. 
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Após a aprovação do pacote pelo Congresso Nacional, o ministro Sérgio Moro sugeriu ao presidente Jair 
Bolsonaro que o tópico referente ao juiz de garantias fosse vetado, argumentou que não estava esclarecido 
como o instituto iria funcionar nas comarcas com apenas um juiz e também se valeria para processos 
pendentes, além de outros problemas. 
A Associação dos Magistrados do Brasil manifestou, em nota, sua preocupação com a execução da nova 
medida: "A implementação do instituto 'juiz de garantias' depende da criação e provimento de mais cargos 
na magistratura, o que não pode ser feito em exíguos 30 dias, prazo da entrada em vigor da lei. A instituição 
do 'juiz de garantias' demanda o provimento de, ao menos, mais um cargo de magistrado para cada 
comarca". 
O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, Fernando Mendes, também se posicionou de forma 
contrária à criação do juiz das garantias. "Se o instituto é realmente importante, tem se ser aplicado para 
todos, seja nos processos da Lava Jato, seja nos processos de crimes comuns, que são milhares tramitando 
no interior do país e que precisam ter as mesmas garantias" e que "a Justiça Federal terá de redesenhar a 
sua estrutura e redefinir a competência penal para tornar possível a implementação do juiz de garantias", 
disse Mendes. 
Para a associação, o modelo atual já é capaz de garantir a imparcialidade do juiz, já que ele não pode 
determinar medidas processuais por vontade própria, e sim em resposta a demandas das partes. 
 
 
O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, suspendeu, no dia 
22 de janeiro de 2020, a implantação do juiz das garantias por tempo indeterminado. 
Determinou também a realização de audiências públicas sobre o tema. 
A suspensão valerá até que o plenário do STF decida se as novas regras que foram 
estabelecidas estão de acordo com a Constituição Federal. 
A medida entraria em vigor a partir do dia 23 de janeiro de 2020. 
Em sua decisão, o ministro ressaltou que a inclusão do juiz das garantias, além de 
remodelar o processo penal, altera direta e estruturalmente o funcionamento da justiça 
criminal do Brasil. 
Além disso, Fux afirma que os impactos orçamentários advindos da implantação do juiz das 
garantias não foram discutidos, tampouco avaliados pelo Poder Legislativo. 
 
4.2 Principais pontos vetados 
Entre os principais pontos vetados pelo presidente Jair Bolsonaro estão: 
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▪ Homicídio com arma de uso restrito: dispositivo aumentava a pena do crime de homicídio quando o 
criminoso usa, na ação, arma de fogo de uso restrito ou proibido. A pena atual é de 6 a 20 anos. Pela 
proposta, passaria para 12 a 30 anos. Nas razões do veto constava que a medida poderia gerar insegurança 
jurídica, levando policiais a serem condenados ao usar suas armas em situações extremas. 
▪ Crimes contra a honra cometidos pela internet: dispositivo aumentava as penas dos crimes contra a 
honra (calúnia, difamação, injúria) cometidos na internet. O texto previa que a pena poderia ser aplicada 
até o triplo “se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede 
mundial de computadores.” Atualmente, os crimes contra a honra têm a pena aumentada em um terço 
caso sejam divulgados pela internet. 
▪ Bom comportamento para progressão de regime: vedada a possibilidade de que, passado um ano da 
ocorrência, o preso volte a ser considerado como “de bom comportamento” para continuar em 
progressão de regime (quando um preso pode ser transferido para o regime aberto, por exemplo). 
▪ Captação ambiental: vetado o trecho que limitava o uso da prova obtida por captação ambiental 
(indivíduo grava sua conversa privada, sem conhecimento do interlocutor, com objetivo de provar sua 
inocência), poderiam ser utilizadas apenas para a própria defesa. Também foram vetadas as possibilidades 
de captação por meio de operação policial disfarçada ou no período noturno. Atualmente, a 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal considera captação ambiental como prova válida para 
acusação ou defesa. 
▪ Defesa de agentes de segurança: vetados os trechos que estabeleciam responsabilidades aos Estados na 
defesa de agentes de segurança investigados em inquéritos sobre uso de força letal no exercício 
profissional. Um dos pontos vetados determinava que, havendo a necessidade de indicação de defensor 
para o agente, ele seria preferencialmente um defensor público e que, se não houver defensor público 
no local, que a União ou o estado deveria disponibilizar profissional para acompanhar o processo. 
 
Plea Bargain 
No texto inicial do pacote anticrime, o ministro Sérgio Moro propunha que fosse adotado 
o mecanismo do plea bargain no sistema processual penal brasileiro. 
O plea bargain, descrito no pacote anticrime como “solução negociada entre as partes”, é 
um modelo praticado na justiça norte-americana em que se permite que o acusado assuma 
a culpa por um crime em troca de redução da pena, diminuindo, assim, os custos do 
processo judicial e a velocidade das tramitações. 
A medida do plea bargain não foi aprovada no pacote anticrime, considerado um dos 
pontos polêmicos, o mecanismo foi retirado da proposta quando o texto ainda tramitava 
na Câmara dos Deputados, antes mesmo de ser encaminhado para a análise do Senado 
Federal. 
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4.3 Excludente de ilicitude 
A ampliação do excludente de ilicitude também figurou como um dos pontos polêmicos do pacote anticrime. 
Retirada logo nas primeiras etapas de sua tramitação, a proposta tratava exclusivamente da ação de agentes 
de segurança pública (policiais ou integrante das Forças Armadas) em casos de operações de Garantia da Lei 
e da Ordem - GLO e em situações que seriam justificadas a legítima defesa. 
O texto tinha como base garantir que os excessos cometidos por agentes de segurança pública, no emprego 
da legítima defesa, poderiam ter a pena reduzida até a metade ou com isenção total da punição, caso 
acontecessem em função de escusável medo, surpresa ou violenta emoção. Ao incluir os agentes de 
segurança pública nas hipóteses de legítima defesa, estes passariam a ter permissão para agir de forma 
preventiva, ou seja, reagir antes mesmo de uma ameaça concreta. 
O excludente de ilicitude está previsto noartigo 23, do Código Penal, que exclui a culpabilidade de condutas 
ilícitas em determinadas circunstâncias. O artigo estabelece que não há crime quando o agente pratica o 
fato: 
• Em estado de necessidade; 
• Em legítima defesa; 
• Em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
No parágrafo único consta que o agente, em qualquer das hipóteses do artigo, responderá pelo excesso 
doloso ou culposo. 
Os críticos da proposta afirmam que a ampliação do excludente de ilicitude representa uma "espécie de carta 
branca para policiais matarem". Especialistas e organizações de Direitos Humanos declararam que a medida 
aumentaria a impunidade da polícia. 
O ministro Sérgio Moro negou que o excludente de ilicitude pretendia encobrir excessos, para ele, a medida 
é necessária para dar maior segurança aos policiais no exercício de sua atividade e, por consequência, tornar 
mais eficiente o combate ao crime. O ministro afirmou que a proposta regula a questão do excesso em 
legítima defesa, “reconhecendo que quem reage a uma agressão injusta pode exceder-se”. 
De modo geral, as mudanças propostas se tornaram um ponto de grande impasse político, o qual perdeu 
força após episódios de extrema violência policial, como os mais de 80 tiros efetuados por militares do 
Exército em um carro ocupado por uma família no Rio Janeiro em abril de 2019. 
 
5 – O Brasil e a questão migratória 
O número de estrangeiros que vivem no Brasil cresceu no século XXI. Contribui para isso as ações da 
diplomacia brasileira de acolher migrantes vítimas de catástrofes naturais ou que fogem de guerras. 
Contudo, o principal fator é a maior visibilidade brasileira ao redor do planeta. País emergente, uma das 
maiores economias do mundo, que sediou grandes eventos como a Copa do Mundo em 2014 e as Olímpiadas 
em 2016. 
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Os maiores contingentes de imigrantes são do Haiti, da Venezuela e da Bolívia. Além dos latino-americanos, 
desses e de outros países, aumentou também o número de asiáticos e africanos, principalmente de países 
como Síria, Senegal, Nigéria e Gana. Os sírios chegam ao Brasil com o status de refugiados, fugindo da guerra 
civil do seu país. 
Apenas 0,4% de todos os habitantes do Brasil são estrangeiros. Essa é uma proporção bem pequena, 
principalmente quando comparada com a média mundial dos países em desenvolvimento, que é de 1,7%. 
Na Argentina, por exemplo, quase 5% da população não nasceu no país. No Chile (2,7%) e no Paraguai (2,4%), 
a concentração também é maior. Há mais brasileiros vivendo no exterior do que nascidos no estrangeiro 
vivendo no país. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), mais de 3 milhões de brasileiros 
vivem fora do país - quatro vezes o número de estrangeiros aqui. 
 
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 1920, 1 em cada 20 pessoas (5%) no país 
era estrangeira - recorde da nossa história recente. Nessa época, consolidava-se no país a presença de 
comunidades alemãs e italianas. 
O contingente estrangeiro no país foi caindo, ao mesmo tempo em que a população nativa crescia. No Censo 
2000, registraram-se 431 mil imigrantes para uma população de 190 milhões de habitantes. A trajetória 
dessa curva se alterou a partir de 2010, com a chegada de bolivianos, haitianos e, mais recentemente, sírios 
e venezuelanos - ainda assim, o país se mantém muito abaixo das proporções migratórias vistas ao resto do 
mundo. 
Para Camila Asano, coordenadora da ONG Conectas, o Brasil tem dimensões continentais e condições de 
receber os migrantes. Se os brasileiros têm dificuldade de acessar serviços básicos, isso é anterior à chegada 
dessas pessoas. Devem-se aprimorar serviços, para que o atendimento a ninguém, migrante ou brasileiro, 
seja prejudicado por gestão ineficiente. Isso, de maneira alguma, deve servir de justificativa para criticar a 
chegada de migrantes. 
Nova lei da migração no Brasil 
A Lei nº 13.445/2017 – nova lei da migração – substituiu o Estatuto do Estrangeiro de 1980. A antiga lei 
adotava uma postura de segurança nacional e de criminalização do estrangeiro. 
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Principais pontos da nova lei: 
▪ Paradigma central = proteção de direitos humanos na temática das migrações, como decorrência da 
proteção constitucional da dignidade da pessoa humana; 
▪ Ao migrante é garantida, assim como aos nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, assegurando-lhe também os direitos e liberdades civis, sociais, 
culturais e econômicos; 
▪ Regularização migratória passa a ser a regra; 
▪ Facilita a obtenção de documentos para legalizar a permanência do imigrante no Brasil, bem como o 
acesso ao mercado de trabalho regular e serviços públicos; 
▪ Os imigrantes não podem mais ser presos por estarem de modo irregular no país; 
▪ Permite aos imigrantes que se manifestem politicamente, associando-se a reuniões políticas e sindicatos; 
▪ Diferente do Estatuto do Estrangeiro, a lei também trata dos brasileiros que vivem no exterior; e 
▪ A nova lei repudia expressamente a discriminação e a xenofobia. 
A crise na Venezuela e a imigração para o Brasil 
O atual êxodo de venezuelanos gerou a maior crise migratória desta natureza na história recente da América 
Latina. De acordo com as Nações Unidas, entre 2015 e 2018, três milhões de venezuelanos deixaram seu 
país. 
A América Latina é a região que mais recebeu esses migrantes, totalizando 2,4 milhões. Destes, mais de 1 
milhão foram para a Colômbia, 500 mil para o Peru, 220 mil para o Equador, 130 mil para a Argentina, 100 
mil para o Chile, 94 mil para o Panamá, e 85 mil para o Brasil (ONU/dezembro de 2018). 
A Venezuela vive um cenário sem perspectivas. A crise política, econômica e social só se agrava no país 
governado pelo presidente Nicolás Maduro. 
Os venezuelanos têm deixado o seu país por diferentes motivos. A grave escassez de medicamentos, 
suprimentos médicos e alimentos torna extremamente difícil para muitas famílias ter acesso a cuidados 
básicos de saúde e garantir a alimentação de seus filhos. Uma repressão implacável do governo tem 
resultado em milhares de detenções arbitrárias, centenas de casos de civis julgados por tribunais militares, 
casos de tortura e outras violações contra pessoas detidas. Prisões arbitrárias e abusos por parte das forças 
de segurança, inclusive pelos serviços de inteligência, continuam. As taxas extremamente altas de crimes 
violentos e a hiperinflação também são fatores centrais na decisão de muitas pessoas de deixar o país. 
Os venezuelanos entram no Brasil principalmente por Pacaraima, em Roraima. A grande maioria dos que 
permanecem no Brasil acaba ficando nesse estado, o de menor população, especialmente na sua capital, 
Boa Vista. O estado, nem sua capital, têm infraestrutura e capacidade para acolher adequadamente este 
contingente de imigrantes. Muitos estrangeiros vivem nas ruas ou em acampamentos organizados pelo 
Exército Brasileiro e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). As condições 
em que vivem são precárias e a infraestrutura de serviços públicos de saúde, assistência social e educação 
está tensionada. 
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Essa dramática situação dos imigrantes venezuelanos, associada à falta de infraestrutura do Brasil para 
receber esse grande contingente de pessoas dá origem ao que se chama de crise migratória. 
A fim dealiviar a situação em Roraima, o governo federal tomou algumas providências práticas, mas apenas 
no início de 2018, o que lhe rendeu críticas. O efetivo das forças armadas foi aumentado e policiais da Força 
Nacional de Segurança Pública foram deslocados para o estado. Também destinou recursos financeiros para 
o estado e para a prefeitura de Boa Vista como assistência humanitária emergencial. Outra medida adotada 
foi transferir para cidades de outros estados aqueles venezuelanos que quiserem, para nelas recomeçarem 
as suas vidas. As transferências têm ocorrido, mas de forma lenta. Até dezembro de 2018, poucos milhares 
de imigrantes tinham sido transferidos. 
Parte da população roraimense se sente ameaçada com a presença dos venezuelanos que competiriam por 
vagas no mercado de trabalho e nos sistemas públicos de educação, saúde e assistência social. Essa situação 
deixa brechas para ações violentas de xenofobia. No início de 2018, uma família venezuelana sofreu 
queimaduras sérias causadas pela explosão de uma bomba caseira, e uma casa onde viviam 31 venezuelanos 
foi incendiada em Boa Vista. Em agosto de 2018, moradores do município de Pacaraima atacaram e 
incendiaram acampamentos de imigrantes, expulsando-os da cidade um dia depois de um comerciante 
brasileiro ter sido assaltado e espancado na cidade. A Polícia Militar local suspeita que venezuelanos tenham 
cometido o crime, o que revoltou a população. 
Os estados de Roraima e Amazonas enfrentaram surtos de sarampo. De acordo com o Ministério da Saúde, 
o surto relacionou-se com a importação de casos, ou seja, de refugiados venezuelanos que entraram no 
Brasil com o vírus e o transmitiram para brasileiros. No entanto, apesar de o vírus ter sido trazido pelos 
venezuelanos, o surto poderia ser prevenido se a taxa de cobertura vacinal estivesse acima da meta 
estabelecida pelo Ministério da Saúde, já que o Brasil dispõe de imunizantes disponíveis gratuitamente pelo 
Sistema Único de Saúde. 
Conclusão 
Somos um país de 208 milhões de habitantes, com pouquíssimos imigrantes. O Brasil atravessa um difícil 
momento econômico, político e social. O desemprego atinge 13 milhões de brasileiros. A causa dos nossos 
graves problemas não está nos imigrantes, tampouco, em alguns milhares de venezuelanos que migraram 
para o nosso país. É um número ínfimo, muito pequeno, diante do tamanho da nossa população. 
Se houvesse vontade política e uma adequada governança do nosso país, a vida do brasileiro estaria bem 
melhor, bem como a capacidade do país de acolher estrangeiros, especialmente dos que aqui buscam 
refúgio, como os venezuelanos, sírios e haitianos. 
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Porta de entrada dos venezuelanos no Brasil 
 
 
6 – IDH 
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) surgiu em 1990, no Primeiro Relatório de Desenvolvimento 
Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) da ONU. O índice varia em uma 
escala de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mais elevado é o IDH. No ranking, os países são divididos em 
quatro categorias: nações com índice de desenvolvimento "muito alto" (igual ou acima de 0,800), "alto" (de 
0,700 a 0,799), "médio" (de 0,555 a 0,699) e "baixo" (abaixo de 0,555). 
O IDH leva em conta três indicadores: 
Educação (acesso ao conhecimento) – Duas taxas são usadas para medir a qualidade da educação de um 
país. O primeiro é a média de anos de educação de adultos (pessoas com mais de 25 anos de idade). O 
segundo é a expectativa de anos de estudo para crianças, no início da vida escolar. 
Saúde (vida longa e saudável) – A expectativa de vida ao nascer é utilizada para medir a longevidade da 
população de um país. Esse número leva em conta todas as mortes precoces que ocorrem no país para 
chegar a uma expectativa de quantos anos viverá um recém-nascido. Ou seja, tem relação com fatores como 
as condições de saúde, a taxa de mortalidade infantil e a violência nacionais. 
Renda (padrão de vida) – O terceiro componente do IDH é determinado pela renda per capita nacional. Para 
chegar à renda per capita, você deve dividir toda a renda nacional pelo número de habitantes de um país. 
Para evitar distorções na análise, a renda per capita é medida em dólar, considerando ainda a paridade do 
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poder de compra (um método que revela quanto a moeda local é capaz de comprar no âmbito internacional, 
desconsiderando o custo de vida local). 
O último relatório do IDH dos países é de 2019, com informações do ano de 2018. Nessa lista, o Brasil está 
em 79º lugar, com índice de 0,761, diante de 0,760 em 2017, mantendo a classificação de alto IDH. Na 
divulgação do relatório de 2019, o PNUD revisou o relatório de 2018, classificando o Brasil em 78º lugar. 
Assim, o Brasil caiu uma posição do último relatório para o relatório atual, entre 189 países. 
Série histórica do IDH do Brasil 
 
De acordo com o último relatório do desenvolvimento humano, os cinco países de maior desenvolvimento 
humano são: Noruega (0,954), Suíça, (0,946), Irlanda (0,942), Alemanha (0,939) e Hong Kong (0,939). 
Já entre os países de menor desenvolvimento humano estão Burundi (0,423), Sudão do Sul (0,413), Chade 
(0,401), República Centro-Africana (0,381) e Níger (0,377). 
De um modo geral, Europa e América do Norte predominam entre os países de desenvolvimento muito alto; 
países latino-americanos e do leste europeu aparecem na categoria de desenvolvimento alto; países do 
norte africano e do sudeste asiático predominam entre os de desenvolvimento médio; e boa parte dos países 
africanos figura entre os países de desenvolvimento baixo. 
Desigualdade 
O Pnud também avaliou, em 150 países, o IDH “ajustado às desigualdades”. Este índice mede a perda do 
desenvolvimento humano devido à distribuição desigual dos ganhos do IDH. Nesta avaliação, o Brasil ficou 
com o índice 0,574 e ocupou a 102ª posição. Na América do Sul, o país foi o segundo que mais perdeu no 
IDH devido ao ajuste realizado pela desigualdade, ficando atrás apenas do Paraguai (que foi da posição 98, 
com 0,724, para a posição 112, com 0,545). 
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No relatório, a ONU defendeu que a desigualdade de renda precisa ser combatida, mas disse também que é 
preciso ter atenção à desigualdade de acesso à tecnologia e de formação, que pode ter efeito nas próximas 
gerações. 
O levantamento apresentou também indicadores para medir a distribuição de renda entre a população de 
um país, que são três: participação na renda dos 40% mais pobres, participação na renda dos 10% mais ricos 
e participação na renda dos 1% mais ricos. Com esse dado, o relatório apontou que quase um terço de todas 
as riquezas do Brasil estão concentradas nas mãos dos 1% mais ricos. É a segunda maior concentração de 
renda do mundo, ficando atrás apenas do Catar. 
Gênero 
Para avaliar as disparidades e desigualdades entre homem e mulher, o PNUD apresenta o Índice de 
Desenvolvimento de Gênero, que traz os mesmos indicadores do IDH com separação por sexo em 166 países. 
O IDH para mulheres mostrou que as brasileiras estão em melhores condições de saúde e educação que os 
homens, mas ficam abaixo quando o assunto é renda bruta. 
No Brasil, as mulheres têm mais anos esperados de escolaridade (15,8 frente a 15 dos homens) e maior 
média de anos de estudo (8,1 anos contra 7,6 nos homens), entretanto, a renda nacional bruta per capita da 
mulher é 41,5% menor que a do homem. Em dólares, este valor equivale a US$ 10.432 contra US$ 17.827para os homens. 
O índice é medido desde 2014 e mede as desigualdades de gênero em três dimensões básicas do 
desenvolvimento humano: saúde, educação e renda com separação de sexo. No caso brasileiro, o IDH dos 
homens foi de 0,761 e o das mulheres, de 0,757. 
 
7 – Censo Demográfico 
O Censo Demográfico constitui a principal fonte de referência para o conhecimento das condições de vida 
da população em todos os municípios do País. Por meio dele é feita a contagem dos habitantes brasileiros 
com o intuito de refletir a realidade brasileira. 
As informações obtidas pelo censo permitem identificar como a população vive e os seus níveis de 
desenvolvimento socioeconômico, fundamentais para o desenvolvimento e implementação de políticas 
públicas e para a realização de investimentos, tanto do governo quanto da iniciativa privada. 
No Brasil, o Censo Demográfico é realizado a cada 10 anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
– IBGE, o qual percorre todo o território nacional, domicílio por domicílio, coletando os dados sobre a 
população. 
O Censo de 2021 será a 13º operação censitária realizada no Brasil, que será um “retrato de corpo inteiro” 
do País. Em 1872 foi realizado o primeiro Censo Geral, na época do Império. No ano de 1940 tivemos o 
primeiro feito pelo IBGE. Sendo que nos anos de 1880, 1910 e 1930 não houve operação censitária. 
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No dia 17 de março de 2020, o Censo Demográfico que seria realizado no ano de 2020 foi adiado para 2021. 
O IBGE decidiu adiar a realização do Censo Demográfico para 2021 em função das orientações do Ministério 
da Saúde relacionadas ao quadro de emergência de saúde pública causado pelo COVID-19 (coronavírus). 
A decisão leva em consideração a natureza de coleta da pesquisa, domiciliar e predominantemente 
presencial, com estimativa de visitas de mais de 180 mil recenseadores a cerca de 71 milhões de domicílios 
em todo o território nacional. 
Considera, do mesmo modo, a impossibilidade de realização, em tempo hábil, de toda a cadeia de 
treinamentos para a operação censitária, cuja primeira etapa se iniciaria em abril de 2020, de forma 
centralizada, e posteriormente replicada em polos regionais e locais até o mês de julho de 2020. 
Para a realização da operação censitária em 2021, o IBGE estabeleceu formalmente com o Ministério da 
Saúde o compromisso de realocar o orçamento do Censo 2020 em prol das ações de enfrentamento ao 
coronavírus, mantidas por aquele Ministério. Em contrapartida, no próximo ano, o Ministério da Saúde 
realocará orçamento no mesmo montante com vistas a assegurar a realização do Censo pelo IBGE. 
 
A coleta do Censo Demográfico 2021 tem previsão de ser realizada no período entre 1º de agosto e 31 de 
outubro de 2021. Segundo o IBGE, seus dados serão utilizados em programas e projetos que vão contribuir 
para: 
1. Acompanhar o crescimento, a distribuição geográfica e a evolução das características da população ao 
longo do tempo; 
2. Identificar áreas de investimentos prioritários em saúde, educação, habitação, transportes, energia, 
programas de assistência a crianças, jovens e idosos; 
3. Selecionar locais que necessitam de programas de estímulo ao crescimento econômico e desenvolvimento 
social; 
4. Fornecer referências para as projeções populacionais com base nas quais é definida a representação 
política no País, indicando o número de deputados federais, deputados estaduais e vereadores de cada 
estado e município; e 
5. Fornecer subsídios ao Tribunal de Contas da União para o estabelecimento das cotas do Fundo de 
Participação dos Estados e do Fundo de Participação dos Municípios. 
A pesquisa censitária é realizada por meio de dois questionários: o básico e o da amostra. O questionário 
básico será aplicado em cerca de 71 milhões de domicílios brasileiros e contará com 26 questões. Já 
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questionário da amostra que é mais detalhado será aplicado em cerca de 10% dos domicílios e contará com 
76 questões. 
Em fevereiro de 2019, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Censo era caro demais, 
sugerindo ao IBGE que vendesse prédios para financiar a pesquisa. 
O orçamento inicial previsto para a operação censitária de R$ 3,1 bilhões, diante de restrições orçamentárias 
sofreu um corte de 25% passando, então, para R$ 2,3 bilhões. 
Em relação ao último Censo, realizado em 2010, o questionário da amostra foi reduzido de 102 para 76 
perguntas. O questionário básico terá 26 perguntas, em 2010 foram 34 questões. 
Segundo o IBGE, a decisão de ajustar os questionários foi baseada exclusivamente em critérios técnicos 
necessários para aumentar a produtividade do recenseador e trata-se de uma decisão empreendida de 
forma inteiramente autônoma e independente, sem quaisquer tipos de interferências externas ou 
motivações políticas. 
A presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra, afirmou que as mudanças na pesquisa censitária ocorreriam 
mesmo sem restrição orçamentária. Em julho de 2019, durante uma audiência pública na Câmara dos 
Deputados, a presidente disse que o corte no orçamento do órgão não vai prejudicar a eficiência da pesquisa. 
Já especialistas afirmam que as informações que deixarão de ser coletadas comprometem gravemente a 
formulação de políticas públicas. Defendem também que a diminuição do número de perguntas quebra o 
ciclo das séries históricas, interrompendo diversas comparações com anos anteriores. 
Em junho 2019, por discordar da medida de cortes, quatro servidores do IBGE entregaram seus cargos. 
 
8 - Eleições de 2020 no Brasil 
A cada quatro anos são realizadas as eleições municipais, onde os eleitores brasileiros votam nos candidatos 
designados para realizar a gestão do seu município, isto é, o prefeito, o vice-prefeito e os vereadores. 
De acordo com o artigo 29, da Constituição, a eleição para prefeitos, vice-prefeitos e vereadores deve ser 
realizada “no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam 
suceder”. Em municípios com mais de 200 mil eleitores, deve ser realizado segundo turno caso nenhum 
candidato atinja maioria absoluta na contagem dos votos. Nesse caso, a disputa se dá entre os dois 
candidatos mais votados no primeiro turno. O texto prevê que o segundo turno deve ser realizado no último 
domingo de outubro. 
 
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Comumente, ouvimos dizer que a maioria absoluta é formada pela "metade mais um", mas este pensamento 
está errado. Maioria absoluta é definida como o primeiro número inteiro superior à metade. Tomemos como 
exemplo o Senado Federal, que possui 81 senadores. A metade é 40,5. A maioria absoluta corresponde, 
então, ao número imediatamente superior à metade, ou seja, 41, e não 40,5 + 1, que resultaria em 41,5. 
A maioria absoluta leva em consideração apenas os votos válidos. Votos brancos e nulos são excluídos da 
contagem. 
Esta será a primeira eleição em que somente candidatos a prefeito poderão formar coligações com outros 
partidos para disputar as eleições. Não serão permitidas alianças para disputar as câmaras municipais. 
Antes, os votos dados a todos os partidos da aliança eram levados em conta no cálculo para a distribuição 
das vagas. 
Conforme regra prevista na Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições), cada partido deverá encaminhar à Justiça 
Eleitoral a lista de candidatos que concorrerão no pleito, respeitando-se o percentual mínimo de 30% e o 
máximo de 70% para candidaturas de cada sexo.Antes, a cota de sexos para participar das eleições era por 
coligação e, agora, será por partido. A medida tem como intuito fomentar a participação feminina na política, 
que, historicamente, possui pouca presença na vida política nacional. 
Está proibida a candidatura avulsa, ainda que a pessoa seja filiada a algum partido. A idade mínima para se 
eleger é de 21 anos para prefeito ou vice-prefeito e de 18 anos para vereador. 
A Emenda Constitucional 103 nº 97, de 4 de outubro de 2017, (também conhecida como mini reforma 
política), estabeleceu, dentre várias alterações, que os partidos precisam atingir um desempenho eleitoral 
mínimo para que tenham direito ao tempo de propaganda e acesso ao fundo partidário, que aumentará 
gradativamente até o ano de 2030. É a chamada "cláusula de barreira", ou "cláusula de desempenho". 
Nas eleições deste ano, estarão valendo as regras de 2018, que determinam que, para ter direito ao tempo 
de propaganda e acesso ao fundo partidário, os partidos teriam de obter, nas eleições para deputado federal, 
pelo menos 1,5% dos votos válidos, distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da federação, com 
ao menos 1% dos votos válidos em cada uma delas; ou ter eleito pelo menos 9 deputados, distribuídos em, 
no mínimo, um terço das unidades da federação. 
Nas eleições de 2022, os partidos terão de obter, nas eleições para a Câmara, pelo menos 2% dos votos 
válidos, distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da federação, com ao menos 1% dos votos 
válidos em cada uma delas; ou ter eleito pelo menos 11 deputados, distribuídos em, no mínimo, um terço 
das unidades da federação. 
Atualmente, o Brasil conta com 33 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), todos 
habilitados a disputarem as eleições de 2020. O último partido registrado foi a Unidade Popular (UP), em 
dezembro de 2019. Ainda há 78 partidos em formação, na fila para obtenção de registro junto ao TSE. Um 
deles é o Aliança Pelo Brasil, que tem Jair Messias Bolsonaro como presidente do partido. 
Anunciado por Bolsonaro em novembro de 2019, a expectativa era de que o novo partido participasse das 
eleições de 2020. Entretanto, para isto ocorrer, deveria estar integralmente regularizado junto à Justiça 
Eleitoral até o dia 4 de abril, o que não aconteceu. Para que um partido seja registrado, precisa apresentar à 
Justiça Eleitoral 492 mil assinaturas, distribuídas por ao menos nove estados. 
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Adiamento das eleições 
Devido ao avanço da pandemia de Covid-19, as eleições foram adiadas. O primeiro turno, antes marcado 
para o dia 4 de outubro, será realizado em 15 de novembro. O segundo turno, previsto inicialmente para 
25 de outubro nas cidades onde ele for necessário, será realizado em 29 de novembro. 
Já que a data de realização das eleições é determinada pela Constituição Federal, a decisão coube ao 
Congresso, que fez a sua alteração por meio da aprovação de um Projeto de Emenda à Constituição (PEC). 
Além de adiar as eleições, a Emenda Constitucional (EC) nº 107/20, estabelece novas datas para outras 
etapas do processo eleitoral de 2020, como registro de candidaturas e início da propaganda eleitoral gratuita. 
Apenas a data da posse dos eleitos permanece a mesma, em 1º de janeiro de 2021. 
Para efetivar todas as mudanças, a Emenda Constitucional torna sem efeito, somente para o ano de 2020, o 
artigo 16 da Constituição, que proíbe alterações no processo eleitoral no mesmo ano da eleição. 
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda está analisando a utilização da biometria nas votações, nos locais 
onde ela é obrigatória, devido aos riscos sanitários relacionados a esse método. 
O Congresso Nacional poderá ainda fixar novas datas em municípios ou estados com muitos casos da 
Covid-19, a pedido da Justiça Eleitoral, mas as eleições não poderão ultrapassar a data limite de 27 de 
dezembro para assegurar que não haverá prorrogação dos atuais mandatos. A data da posse permanecerá 
a mesma: 1º de janeiro de 2021. 
Gastos da campanha 
A Resolução nº 23.607, de 17 de dezembro de 2019, que dispõe sobre a arrecadação e os gastos de recursos 
por partidos políticos e candidatos e sobre a prestação de contas nas eleições, fixa que os limites para as 
despesas das campanhas eleitorais serão iguais aos de 2016, corrigidos pela inflação, medida pelo Índice de 
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 
Naquele ano, São Paulo foi a cidade com o maior limite de despesas: R$ 45,4 milhões para prefeito no 
primeiro turno e R$ 13,6 milhões no segundo. 
O candidato poderá se autofinanciar em até 10% do limite de gasto para o cargo. 
Doações somente poderão ser feitas por pessoas físicas e serão limitadas a 10% dos seus rendimentos no 
ano anterior à eleição. 
A partir do dia 15 de maio, os pré-candidatos poderão fazer arrecadação prévia de recursos por meio de 
vaquinha eletrônica. A liberação do dinheiro ficará condicionada ao registro da candidatura. 
Biometria 
A justiça eleitoral tem gradualmente implantado a identificação e verificação biométrica da impressão digital 
para votar. O objetivo é ter mais segurança e evitar fraudes, como um eleitor votar no lugar de outra pessoa 
com uma identidade falsa ou que uma pessoa vote no lugar de um eleitor morto. 
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O projeto piloto foi realizado em 2008, envolvendo pouco mais de 40 mil eleitores nos municípios de 
Colorado do Oeste (RO), São João Batista (SC) e Fátima do Sul (MS). Tanto o cadastramento biométrico 
quanto o reconhecimento das digitais durante essas eleições ocorreram dentro da normalidade, sem 
problemas. 
Nas eleições de 2018, 59,31% dos eleitores brasileiros estavam aptos a votar por meio da identificação 
biométrica, distribuídos em 2.793 municípios (48,65% do total, de 5.570). 
Para as eleições municipais de 2020, em 4.577 municípios (mais de 80% do total), a votação por biometria 
será obrigatória. Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, a biometria não será obrigatória 
em 2020. Apenas em 2022 a biometria deverá ser obrigatória em todo o Brasil. 
Cada cidade tem um prazo final para a revisão biométrica. Quando o eleitor não comparece ao cartório 
eleitoral dentro do prazo, o título é cancelado. 
Lei da Ficha Limpa – 10 anos 
Criada em 2010, a Lei Complementar nº 135, de 4 de junho de 2020, também conhecida como Lei da Ficha 
Limpa, completa 10 anos em 2020. 
Por ser uma lei complementar, a Lei da Ficha Limpa alterou a Lei de Inelegibilidade (LC 64/1990), que 
dispunha sobre as condições, os motivos e as situações em que uma pessoa não poderia se eleger para um 
cargo público. A LC nº 135 veio para conceder mais rigidez às regras já existentes e impor algumas outras. 
Algumas regras já haviam sido citadas na Lei Complementar nº 64, outras foram criadas pela nova lei. 
Pela lei, não poderão se eleger os políticos que: 
• Renunciam ao seu cargo a fim de não mais serem processados ou para fugir de condenação. 
• Foram condenados por crimes de várias naturezas, variando entre improbidade administrativa, 
crimes contra o patrimônio público, lavagem de dinheiro e ocultação de bens, abuso de autoridade, entre 
vários outros. 
• Descumpriram prerrogativas de seus cargos previstas na Constituição. Por exemplo: não serem donos 
de empresas que tenham contratos com o poder público, por exemplo; 
• Que foram condenados por qualquer má prática relativa ao seu serviço no governo, que tenha a ver 
com a administração pública; 
• Que perderam seus cargos por alguma infração que cometeram durante seus mandatos; 
• Os que têm processos em andamento (que já foram aprovados) na Justiça Eleitoral;• Os que têm processo de apuração de abuso de poder econômico ou político para a eleição na qual 
concorrem. 
Além disso, a lei aumentou o prazo das inelegibilidades, que antes era de três, para oito anos. 
Em seus 10 anos de existência, a Lei da Ficha Limpa já foi aplicada nas eleições de 2012, 2014, 2016 e 2018. 
A lei foi criada por iniciativa popular, com apoio de várias organizações e com liderança do Movimento de 
Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). O que pediam era maior rigor para as candidaturas políticas e no 
combate à corrupção. 
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A coleta de assinaturas foi iniciada em 2008, sendo necessário alcançar mais de 1,3 milhões de assinaturas 
para que o projeto fosse levado ao Congresso Nacional. Em poucos meses, o projeto foi levado ao então 
presidente da Câmara de Deputados, Michel Temer. 
Assim, tramitou como qualquer outra lei no Brasil. Primeiro, passou pela Câmara dos Deputados – numa 
comissão que reunia pessoas de todos os partidos políticos. Depois, pelo Senado Federal – com apenas uma 
alteração na redação. Por fim, foi sancionada pelo então presidente, Lula, em 4 de maio de 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
(LEANDRO SIGNORI/2020/SIMULADO) A cada quatro anos são realizadas as eleições municipais, onde os 
eleitores brasileiros votam nos candidatos designados para realizar a gestão do seu município, isto é, o 
prefeito, o vice-prefeito e os vereadores. A respeito desse tema, julgue os itens a seguir. 
1. O segundo turno das eleições para prefeito ocorre em todos os municípios que possuam mais de 
200 mil habitantes, ou onde nenhum candidato atinja maioria absoluta na contagem dos votos. 
COMENTÁRIOS: 
O segundo turno ocorre somente em municípios que possuam mais de 200 mil eleitores - não habitantes -, 
e caso nenhum candidato atinja maioria absoluta na contagem dos votos no primeiro turno. Se o candidato 
com maior percentual de votos não atingir maioria absoluta e o município possuir menos de 200 mil 
eleitores, ele será eleito, sem a disputa de um segundo turno. 
Gabarito: Errado 
2. Esta será a primeira eleição em que não serão permitidas alianças para disputar as câmaras 
municipais, e onde cada partido deverá respeitar o percentual mínimo de 30% e um máximo de 70% 
candidatos de cada sexo. 
COMENTÁRIOS: 
Esta será a primeira eleição em que somente candidatos a prefeito poderão formar coligações com outros 
partidos para disputar as eleições. Não serão permitidas alianças para disputar as câmaras municipais. Antes, 
os votos dados a todos os partidos da aliança eram levados em conta no cálculo para a distribuição das vagas. 
Conforme regra prevista na Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições), cada partido deverá encaminhar à Justiça 
Eleitoral a lista de candidatos que concorrerão ao pleito, respeitando-se o percentual mínimo de 30% e o 
máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. Antes, a cota de sexos para participar das eleições era por 
coligação e, agora, será por partido. A medida tem como intuito fomentar a participação feminina na política, 
que, historicamente, possui pouca presença na vida política nacional. 
Gabarito: Certo 
3. O Brasil conta atualmente com 33 partidos políticos registrados no TSE, sendo a Aliança pelo Brasil 
o último registrado, que tem Jair Messias Bolsonaro como presidente da agremiação partidária. 
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COMENTÁRIOS: 
O Brasil conta com 33 partidos registrados no TSE. O último partido registrado foi o Unidade Popular (UP), 
em dezembro de 2019. A Aliança Pelo Brasil, que tem Jair Messias Bolsonaro como presidente, ainda não é 
um partido, está em formação para se tornar um partido político. 
Gabarito: Errado 
4. A votação por biometria, que tem como objetivo ter mais segurança e evitar fraudes, ainda está 
sendo implementada e deverá ser obrigatória em todo o Brasil somente nas eleições de 2022. 
COMENTÁRIOS: 
A votação por biometria tem como objetivo mais segurança e evitar fraudes, como um eleitor votar no lugar 
de outra pessoa com uma identidade falsa ou que uma pessoa vote no lugar de um eleitor morto. Ela ainda 
está sendo implementada e será obrigatória em mais de 80% dos municípios nas eleições de 2020. A previsão 
é de que somente nas eleições de 2022 ela seja obrigatória em todo o Brasil. 
Gabarito: Certo 
5. Devido aos transtornos relacionados à votação com a pandemia de Covid-19, a possibilidade de 
que as eleições sejam adiadas, ou realizadas por meio digital a distância, são algumas das soluções 
apontadas. 
COMENTÁRIOS: 
Devido à pandemia de Covid-19, que impede a formação de aglomerações, as eleições foram adiadas, de 
outubro para novembro. Não está sendo apontada como uma possibilidade a realização da votação por meio 
digital a distância. Definitivamente, não há possibilidade disso ocorrer, pois exigiria um sistema de controle 
muito rigoroso e o acesso a tecnologias que nem toda a população tem acesso. 
Gabarito: Errado 
6. (IBADE/PREFEITURA DE VILA VELHA/2020 – ANALISTA AMBIENTAL) Desde 2015, após o presidente 
Nicolás Maduro perder as eleições parlamentares, parte da população venezuelana começou a emigrar 
em maiores números para alguns países da América Latina. Segundo o FGV DAPP, em Roraima, na fronteira 
do Brasil com a Venezuela, o município de _____________, tem recebido grande parte deste fluxo, em 
meio ao surgimento de conflitos sociais. Complete a lacuna marcando a alternativa que informe, 
corretamente, o nome desse município brasileiro. 
(A) Caracara. 
(B) Pacaraima. 
(C) Uiramutã. 
(D) Alto Alegre. 
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(E) Amajari. 
COMENTÁRIOS: 
Devido à grave crise política, econômica e social, um grande contingente de venezuelanos tem deixado o 
país desde 2015, migrando para outros países da América Latina e de outros continentes. Segundo dados da 
ONU de dezembro de 2018, 85 mil venezuelanos haviam imigrado para o Brasil. Os venezuelanos entram no 
país principalmente por Pacaraima, em Roraima, na fronteira com a Venezuela. A grande maioria dos que 
permanecem no Brasil acaba ficando nesse estado, o de menor população, especialmente na sua capital, 
Boa Vista. 
Gabarito: B 
7. (IBADE/PREFEITURA DE VILA VELHA/2020 – ANALISTA AMBIENTAL) Composta por 16 Senadores e 
16 deputados e os suplentes, uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI sobre Fake News no 
processo eleitoral, foi instalada no Congresso Nacional em 04/09/2019. Sua finalidade é investigar, no 
prazo de 180 dias: 
I - os ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público. 
II - a utilização de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições 2018. 
III - a prática de cyberbullying sobre os usuários mais vulneráveis da rede de computadores, bem como sobre 
agentes públicos. 
IV - o uso de postagens de qualquer conteúdo nas redes sociais nacionais e internacionais. 
V - o aliciamento e orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio. 
Estão corretas: 
(A) somente I, II e III. 
(B) somente II, III e IV. 
(C) somente II, III, IV e V. 
(D) somente I, II, III e IV. 
(E) somente I, II, III e V. 
COMENTÁRIOS: 
A CPMI das Fake News tem como finalidade investigar: 
- os ataques cibernéticos que atentam contra a

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