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CASO CLÍNICO 5 - Tuberculose

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CASO CLÍNICO 5 - Tuberculose
1) O bacilo causador da tuberculose é denominado bacilo álcool-ácido resistente.
O que isso significa e qual característica da bactéria confere essa
propriedade?
Os bacilos álcool-ácido resistentes recebem esse nome devido à composição incomum da
parede celular, que é rica em lipídeos (ácidos micólicos e arabinogalactano), o que lhe
confere baixa permeabilidade, reduz a efetividade da maioria dos antibióticos e facilita sua
sobrevida nos macrófagos. Além disso, essa característica faz com que ela resista à
descoloração causada pelas misturas de álcool-ácido usadas no laboratório.
2) Você está atendendo na UPA e aparece um indivíduo com os mesmos
sintomas desse paciente. Entretanto, o TRM-TB não está disponível. Qual o
exame laboratorial necessário para diagnóstico e para o início do tratamento?
Qual o método utilizado neste?
A pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente – BAAR, pelo método de Ziehl-Nielsen, é uma
técnica que pode ser utilizada. A baciloscopia do escarro, desde que executada
corretamente em todas as suas fases, permite detectar de 60% a 80% dos casos de TB
pulmonar em adultos, o que é importante do ponto de vista epidemiológico, já que os casos
com baciloscopia positiva são os maiores responsáveis pela manutenção da cadeia de
transmissão. Em crianças, a sensibilidade da baciloscopia é bastante diminuída pela
dificuldade de obtenção de uma amostra com boa qualidade. O resultado da pesquisa
BAAR pode ser obtido em uma hora após o recebimento do material no laboratório. Isto é
importante porque o M. tuberculosis pode levar até seis semanas para crescer em meio de
cultura e, portanto, a confirmação do diagnóstico torna-se necessariamente tardia.
3) Após diagnóstico do paciente com TB, foi feita a identificação dos contatos.
Seu irmão tinha grande contato com ele, porém estava assintomático. Um dos
exames de investigação pedidos corresponde a prova tuberculínica. Explique
o que é a prova tuberculínica.
A prova tuberculínica (PT) é utilizada para diagnóstico de infecção latente pelo M.
tuberculosis (ILTB) e pode também auxiliar no diagnóstico de tuberculose ativa em crianças.
A PT consiste na inoculação intradérmica de um derivado protéico purificado do M.
tuberculosis (no Brasil, a tuberculina utilizada é o PPD-RT 23) para medir a resposta imune
celular a esses antígenos. A injeção do líquido faz aparecer uma pequena área de limites
precisos, pálida e de aspecto pontilhado como casca de laranja. A leitura deve ser realizada
48 a 72 horas após a aplicação, podendo ser estendida para 96 horas, caso o paciente falte
à leitura na data agendada. Deve-se medir o maior diâmetro transverso da área do
endurado palpável, com régua milimetrada transparente. O resultado da PT deve ser
registrado em milímetros, inclusive quando não houver enduração.
A especificidade da PT é alta (97%, isto é, 3% de resultados falso-positivos), principalmente
se a BCG for aplicada no primeiro ano de vida, como ocorre no Brasil. Reações
falso-positivas (indivíduos com PT positiva e sem ILTB) podem ocorrer em indivíduos
infectados por outras micobactérias ou vacinados com a BCG, principalmente se vacinados
(ou revacinados) após o primeiro ano de vida, quando a BCG produz reações maiores e
mais duradouras. Entretanto, 10 anos após a BCG, apenas 1% das PTs positivas pode ser
atribuído à BCG. Isso significa que, em adolescentes e adultos não revacinados, a PT
positiva pode ser considerada como ILTB. Já, a sensibilidade da PT é de 77%, isto é,
reações falso-negativas (indivíduo com PT negativa e com ILTB) podem ocorrer em até 23%
dos casos.
Uma PT positiva não confirma o diagnóstico de TB ativa, assim como uma PT negativa não
o exclui. Assim, a PT é indicada para identificar casos ILTB em adultos e crianças e auxiliar
no diagnóstico de TB ativa em crianças. A prova tuberculínica reativa, isoladamente, indica
apenas a presença de infecção e não é suficiente para o diagnóstico da tuberculose
doença.
4) Qual a forma de transmissão dessa doença?
O Mycobacterium tuberculosis é transmitido por via aérea, de uma pessoa com TB
pulmonar ou laríngea, que elimina bacilos no ambiente (caso fonte), a outra pessoa, por
exalação de aerossóis oriundos da tosse, fala ou espirro. A transmissão se faz por via
respiratória, pela inalação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de um doente
com tuberculose ativa pulmonar ou laríngea. As gotículas exaladas (gotículas de Pflüger)
rapidamente se tornam secas e transformam-se em partículas menores. Essas partículas
menores (núcleos de Wells), contendo um a dois bacilos, podem manter-se em suspensão
no ar por muitas horas e são capazes de alcançar os alvéolos, onde podem se multiplicar e
provocar a chamada primo-infecção. Outras vias de transmissão (pele e placenta) são raras
e desprovidas de importância epidemiológica. Os bacilos que se depositam em roupas,
lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não têm
papel na transmissão da doença. O bacilo é sensível à luz solar, e a circulação de ar
possibilita a dispersão de partículas infectantes. Com isso, ambientes ventilados e com luz
natural direta diminuem o risco de transmissão.
Referências
1) Mims, Microbiologia Médica
2) https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuber
culose_brasil_2_ed.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf

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