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Câncer de esôfago Carciona escamocelular de esôfago- CEE Adenocarcinoma de esôfago- AE CONCEITO O tipo de câncer de esôfago mais frequente é o carcinoma epidermoide/ escamoso/ escamocelular, responsável por 96% dos casos e juntamente com o adenocarcinoma, cujos números vêm crescendo nos últimos anos, são os principais tumores malignos de esôfago. Aproximadamente 60% dos pacientes com câncer esofágico apresentam doença localmente incurável ou metastática já na apresentação inicial, isso por conta do desenvolvimento de quadro grave de deficiência nutricional- caquexia, decorrente da dificuldade de engolir (disfagia). EPIDEMIOLOGIA O CA de esôfago é a 6ª neoplasia mais comum homens e a 15ª em mulheres no Brasil A mortalidade do CA de esôfago é de 70% nas mulheres e 77% nos homens. O CA escamocelular acomete mais comumente 1/3 superior e médio do esôfago (38%), enquanto que o adenocarcinoma tende a acometer mais comumente o 1/3 inferior, estando essas localizações de acordo com os respectivos fatores de risco para cada tipo de neoplasia. FATORES DE RISCO Fatores de risco mais associados ao CEE IDADE TABAGISMO ALCOOLISMO COMPOSTOS NITROGENADOS (CONSERVA) DEF DE VIT A INFECÇÃO POR HPV BEBIDAS QUENTES (65ºc) ESTRESSE ACALASIA Fatores de risco mais associados ao AC DRGE DISPLASIA DE BARRET ALCOOLISMO OBESIDADE BIFOSFONATOS ESTRESSE Prevenção: reduzir consumo de bebidas alcoolicas, consumir alimentos saudáveis, consumir alimentos em temperatura ideal, vacina contra HPV, cessar o cigarro, controlar o peso MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Decorrentes do crescimento do tumor e obstrução progressiva do lúmen do esôfago, o que determina a síndrome disfágica: disfagia progressiva (sólidoslíquidos), perda de peso A disfagia reflete o crescimento da massa para o lúmen do órgão, sendo um dos sintomas mais importantes pelo risco de inanição por falta de alimentação. Deve-se garantir a via de alimentação desses pacientes (sonda nasogástrica> jejunostomia) A disfagia pode ser acompanhada de regurgitação e isso é uma condição de relevância devido ao risco do conteúdo digestivo chegar a árvore brônquica e causar uma pneumonia aspirativa. Outras condições importantes relacionadas é o acometimento do nervo laríngeo recorrente pelo tumor, o que causa rouquidão, além de alterar o fechamento da glote na deglutição, gerando tosse e facilitando a aspiração de conteúdo gástrico e o surgimento de uma fístula traqueoesofágica. Outros sintomas: halitose, HDA Exame físico: presença linfonodomegalias endurecidas em regiões supraclaviculares (nódulo de Virchow- região supraclavicular esquerda), axilares (nódulo de Ireland) e paratraqueais. A invasão da parede esofágica pelo tumor pode levar a formação de fístulas esofagomediastinais, infecção e agravo da condição clínica do paciente. DIAGNÓSTICO História clínica (fatores de risco, sintomas) + Exame físico > exame de imagem Paciente com disfagia ou assintomático + fatores de risco EDA Padrão ouro para diagnóstico: esofagoscopia+ biopsia - Exames de imagem Endoscopia- esofagoscopia: avaliar aspectos mascroscópicos da lesão e realizar biopsia de tecido · CEC: 1/3 superior e médio; lesões polipoides diminuem o lúmen · AC: massas exofíticas geralmente na junção gastroesofágica/ cardia Biopsia: estudo histopatológico da lesão · CEC: presença de pérolas de queratina no epitélio normal do esôfago (colunar estratificado não queratinizado); lesões polipoides com características do epitélio normal · AC: metaplasia de Barret: formação de aglomerado de glândulas que aumentam a produção de mucina Esofagograma baritado: avaliar topografia da lesão TC e RM: avaliar topografia, metástase e como será a intervenção cirúrgica USG endoscópica: avaliar extensão locorregional da lesão; se acomete parede de esôfago e estruturas adjacentes · tirar a dúvida se paciente é T1 ou T2 (importante para decidir se vai fazer radioquimio neo ou não) **Se paciente apresenta obstrução de lúmem/ estenose: GARANTIR via de acesso para alimentação. Preferir sonda nasogástrica ESTADIAMENTO Definir características, extensão e acometimento pela doença para estabelecer a melhor conduta. O CA de esôfago acomete progressivamente a extensão da parede do órgão e posteriorrmente as estruturas mediastinais adjacentes por invasão direta. Infelizmente, a maioria dos pacientes que vão ao serviço médico e são diagnosticados já encontram-se sintomáticos que significa em estágios com prognóstico mais reservado. O CA pode chegar a linfonodos locorregionais ou a distancia, fazendo metástase por via hematogênica para fígado, pulmão, suprarrenais, cérebro e menos frequentemente ossos. O estadiamento clínico baseia-se na extensão da doença avaliada por métodos adotados antes do tratamento. · Para diagnóstico de lesão: esofagoscopia com biopsia · Para estadiar o “N” “M” : TC- avaliar metástase para fígado e pulmão; avaliar topografia exata do tumor, avaliar bem T3 e T4 · Para estadiar o “T” “N” : USG endoscópica- avaliação de invasão de parede, estruturas adjacentes · RM: avaliar T e N, mas indicação deve ser feita principalmente quando há suspeita de doença localmente avançada TRATAMENTO Tratamento curativo: cirúrgico Tratamento paliativo: radioquimio Tratamento neo e adjuvante: depende da condição e estádio do paciente - Indicação de cirúrgica: ausência de metástase à distância, tumor ressecável (T1, 2 e 3 com N e M0) Procedimento: esofagectomia com linfadenectomia · Tem uma morbidade muito alta · Vias de acesso: cirurgia aberta em 3 campos; minimamente invasiva por vídeo (mais usadas) esofagectomia transhiatal (não é mais utilizado para tratamento de câncer); · A esofagectomia transhiatal foi idealizada para abordagem de pacientes com megaesôfago chagásico, porém, a cirurgia atualmente está em desuso · A dor do pós-op da esofagectomia está relacionada com o tamanho da incisão (pescoço- abdome superior) e afastamento de órgãos o que resulta em alta morbidade · Mediante remoção do esôfago, confecciona-se um novo com o tubo gástrico que será levado até o pescoço e anastomosado no esôfago que restou. Importante realizar e preferir uma jejunostommia pós-operatória para garantir a alimentação do paciente e preservar a anastomose. - Abordagens Paciente chegou com disfagia- pensar num acesso alimentar TC: · T1: tratamento cirúrgico · T2: quimioradio · T3: quimioradio + cirurgia Se o paciente tem indicação cirúrgica NÃO indicar gastrostomia pois vai prejudicar o tubo gástrico para realização da anastomose. Preferir sonda nosoenteral ou jejunostomia (tumor está fechando toda a luz do esôfago). A gastrostomia será a última opção: aquele paciente com metástase avançada, que não vai operar de nenhuma maneira. O CEC responde melhor a terapia e o adenocarcinoma o sucesso quimioterápico responde em apenas 25% dos casos (demanda abordagem agressiva- cirúrgica) · A partir de T2 e N0 sendo todos M0: radioquimioterapia neoajuvante para todos independente do tipo histológico · Cirurgia sem neoadjuvante só se paciente for T1 · T3N0 ou N1: radioterapia neoadjuvante seguido de cirurgia · Estágio 4: paliativo com radioquimio · Paciente que não recebeu terapia neo e fez cirurgia R0: terapia adjuvante Muitas vezes o paciente já chega com disfagia e isso significa doença avançada, a sobrevida estará relacionada com o estadiamento. Será possível curar quase todos em estádios iniciais e nenhum de estádio avançado (M1). NOTA: Tumores comuns em pacientes tabagistas e alcoolistas: CEC de esofago, CEC de laringe e tumor de pulmão · Linfonodo de Virchow indica N1M1- doença metastática estágio 4. Esse paciente não via operar com objetivo curativo, ele será tratado com paliativo. Os linfonodos de Virchow também aparecem nos CA de pâncreas e estômago **Paciente com tumor de esôfago a primeira preocupação é via alimentar, pois o paciente pode morrer de caquexia** Paciente com disfagia, refluxo rastrear displasia de Barret com EDA Paciente com fatores de riscorastrear com EDA · CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS Adenocarcinoma CAC CA do paciente com refluxo> inflamação> displasia> esôfago de Barret (importância da endoscopia em quem tem refluxo)> adenocarcinoma Relacionado a inflamação crônica do esôfago: alcoolismo, tabagismo, hpv (câncer de laringe) Paciente com queixa de disfagia (comida volta até a boca), dor de garganta, tosse, rouquidão deve fazer endoscopia Esôfago distal Esôfago médio e superior Pacientes com refluxo devem realizar EDA para investigar displasia de Barret, que a depender da gravidade pode ser tratada com esofagectomia sem esquecer de primariamente tratar a causa do refluxo. · Queixa do paciente com DRGE: queimação retroesternal, disfagia, dor de garganta, tosse, rouquidão Pacientes alcoolistas, tabagistas com refluxo devem ser rastreados para CA de esôfago com EDA regularmente. Essa investigação pode prevenir e se for o caso, curá-los. A identificação precoce de lesões pré-malignas é fundamental. · Tumores comuns em etilistas/tabagistas: carcinoma escamocelular de esôfago, de laringe e tumor de pulmão. Tendo um desses, deve-se investigar os outros dois Garantir a via alimentar de pacientes com obstrução é fundamental. Muitas vezes é impossível realizar o tratamento cirúrgico não pelo avanço da doença, mas pelo estado de desnutrição e caquexia do paciente. É possível passar a sonda nasoenteral mediante realização da EDA. Se o tumor obstrui a luz e a sonda não passa, preferir sempre jejunostomia.
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