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Contestação em Ação de Anulação de Negócio Jurídico

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 02 VARA CÍVEL DA 
COMARCA DE BELO HORIZONTE-MG 
 
 
 
 
CONTESTAÇÃO 
 
Processo nº 
Promovente: Rosa Santos Ribeiro 
Promovido: Anita Pinheiro Soares, representada por XXXX 
 
 
 
 
ROSA SANTOS RIBEIRO, brasileira, solteira, médica residente e domiciliado 
em Juiz de Fora, Minas Gerais, na rua Juliano Sousa, sem endereço eletrônico, vem à 
ilustre presença de Vossa Excelência, com o devido respeito e acatamento, através de 
seu bastante patrono e advogado, MICAEL LIMA GOMES DA SILVA, com endereço 
profissional na Rua Aguanambi, número 1001, CEP - 6082003, Bairro Centro, 
Fortaleza/CE, email micaeladvg@gmail.com, apresenta CONTESTAÇÃO à ação 
movida por ANITA PINHEIRO SOARES, já devidamente qualificada nos autos, com 
base nos fatos e argumentos a seguir expostos. 
 
 
 
 
DOS FATOS 
 
 
A cliente inopinadamente recebeu um mandado de citação em sua residência 
para comparecer a uma audiência, ao qual foi mencionada em uma ação de anulação 
de negócio jurídico. 
 
O fato Excelentíssimo…, que a ação em face da cliente cobrava a devolução de 
seu veículo, onde ela adquiriu com o Sr. João, antigo companheiro da promovente, por 
meio de um contrato de compra e venda no dia 10 de agosto de 2013, modelo CV-
R, dentro dos parâmetros do órgão competente. 
 
Inesperadamente foi informada que o seu bem móvel, apresentava um vício no 
negócio jurídico, onde o objeto foi alvo de doação feita pelo antigo companheiro da 
promovente, com quem mantinha relação extraconjugal, e naquele ano de 2013 foi 
rescindida a união estável de 8 (oito) anos, a ré relata de que houve simulação entre as 
partes do referido negócio jurídico, segundo ela o que afirma, uma doação do Sr. João 
à promovente com o intuito de prejudicar a partilha de bens operada na dissolução da 
união estável. 
 
Visto que o negócio jurídico foi perfeito, pois ela pagou o preço proposto pelo 
vendedor, valor de R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais) pelo referido do automóvel, 
razão pela qual é impróprio a alegação de simulação. Inclusive a promovida tem o 
comprovante de transferência bancária do valor da compra. 
 
Por esse escopo, não tem fundamento que caiba o fato do veículo já faz parte 
do legítimo patrimônio da promovida, não incluído na lista dos bens a serem partilhados, 
já que a dissolução da união estável ocorreu somente três meses depois da celebração 
do negócio jurídico. 
 
 
 
 
PRELIMINARES 
 
 
 
A)Da Inexistência ou nulidade da citação e ausência de litisconsórcio 
passivo necessário. 
 
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição 
de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica 
controvertida, a eficácia da sentença depender da citação 
de todos que devam ser litisconsortes. 
 
O juiz na ocorrência de litisconsórcio necessário passivo na demanda, ainda não 
integrado a ela, ordenará que o autor promova a citação de todos os litisconsortes 
necessários. 
 
Art. 115. (...) 
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo 
necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a 
citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do 
prazo que assinar, sob pena de extinção do processo. 
 
Sendo assim, o litisconsorte passivo é necessário, pois a decisão de anular o 
negócio jurídico afetaria diretamente o direito do vendedor, que obteve proveito 
econômico ao receber o valor pago pela promovida, sendo forçado a devolver a 
importância. 
 
B) Da inépcia da Petição Inicial. 
 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: 
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a 
conclusão; 
 
A conclusão lógica sobre na qual se fundamenta, caso houvesse de fato ocorrido 
a simulação, deveria ser ensejo para uma ação declaratória de nulidade, cujos efeitos 
são ex tunc. Os efeitos ex nunc decorrentes da anulação não são lógicos para o que a 
promovente solicita. 
 
Por essa razão é premente a necessidade da rejeição preliminar da presente 
ação, uma vez que carecem de lógica as alegações da promovente. 
 
 
 
DO DIREITO 
 
A) Da perfeição do negócio jurídico de compra e venda. 
 
É indispensável esclarecer que a promovida e o Sr. João celebraram um negócio 
jurídico de compra e venda a preço certo e determinado, no qual foi pago no valor de 
R$ 75.000,00, ocorrendo em decorrência a tradição do veículo e sua consequente 
inserção no patrimônio da promovida. 
 
 Nos termos do Código Civil, a celebração do negócio jurídico de compra e 
venda é perfeita se forem seguidos os dispositivos dos artigos 481 e 482, transcritos 
abaixo: 
 
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a 
transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro. 
 
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, 
desde que as partes acordarem no objeto e no preço. 
 
Como prova das alegações o recibo no qual está indicada a quantia recebida, 
bem como o comprovante da transferência bancária, com a qual se efetuou o 
pagamento do negócio. o valor de R$ 75.000,00 que, segundo as tabelas fipe ( preços 
médios de veículos anunciados pelos vendedores, no mercado nacional), era o preço 
praticado habitualmente no mercado para a venda do automóvel em questão ao tempo 
da celebração do negócio jurídico, o que não deixa nenhuma suspeita para disfarce de 
simulação. 
 
A nulidade ou anulabilidade refere-se, na lição de Clóvis Beviláqua, “a negócios 
que se acham inquinados de vícios capaz de lhes determinar a ineficácia, mas que 
poderá ser eliminado, restabelecendo-se sua normalidade”. 
 
 
B) Da impossibilidade de anulação do negócio celebrado. 
 
O Código Civil de 2002 prescreve como requisitos para anulação do negócio 
jurídico, os que estão enumerados abaixo, no art. 171. 
 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio 
jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude 
contra credores. 
 
Por não estar caracterizado no negócio jurídico de compra e venda realizado 
nenhum dos requisitos é impossível a anulação solicitada pela promovente, consoante 
o que já se manifestou o egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais na jurisprudência 
a seguir: 
 
EMENTA: AÇÃO ORDINÁRIA - ANULAÇÃO - COMPRA E 
VENDA - VÍCIO DE CONSENTIMENTO - AUSÊNCIA DE 
PROVA.- São anuláveis os negócios jurídicos, na hipótese 
de a vontade se encontrar viciada, por erro, dolo, coação, 
estado de perigo, lesão ou fraude contra credores, nos 
termos do disposto no art. 171, do Código Civil/2002.- O 
negócio jurídico celebrado entre as partes demandantes, 
cuja anulação se pretende, não se encontra inquinado de 
qualquer vício de consentimento e nem tampouco resta 
caracterizado erro substancial, tal como fazem crer os 
apelantes, não havendo que se falar que a vontade se 
encontra viciada e, por conseguinte, em anulação do 
negócio jurídico. (TJMG - Ap. Cível nº. 1.0071.07.031605-
5/001 - 17ª CC - Rel. Lucas Pereira - J. 07/08/2008) 
 
As partes do negócio jurídico de compra e venda do veículo são capazes, o 
objeto é lícito e possível, e a forma permitida em lei. Existiu consentimento recíproco e 
acordo de vontades, não sendo comprovado qualquer vício tais como: erro, dolo, 
coação, simulação ou fraude, não havendo, portanto, razão lógica para a anulação da 
compra e venda. 
 
 
DA RECONVENÇÃO 
 
A parte promovida vem agora à vossa ilustríssima presença para propor a 
RECONVENÇÃO contra a parte promovente, com base nos fatos já narrados e pelos 
fundamentos que passa a expor 
Assim sendo, tendo em vista que a peça defendida intenta razões de ataque, é 
cabível a presente contestação com reconvenção, para que se determine: 
A) A recisão contratual por culpa do comprador; 
B) A indenização por perdas e danos; 
C) A retenção das arras ou sinal em favor do reconvinte. 
 
 
 
 
DO PEDIDOCom fundamento nos dispositivos legais e nas interpretações doutrinárias e 
jurisprudenciais acima transcritas, a promovida e reconvinte requer respeitosamente 
que Vossa Excelência se digne: 
 
A) A CONCESSÃO dos benefícios da assistência judiciária GRATUITA, 
preceituados no art.5o, LXXIV, da Carta Magna, na Lei n° 1.060/50 e no artigo 98 do 
Código de Processo Civil, pois o autor é insuficiente, sem condições de arcar com 
curtos; 
 
B) O ACOLHIMENTO da primeira preliminar de Inexistência ou nulidade da 
citação e ausência de litisconsórcio passivo necessário, fazendo com que o vendedor, 
sr. João seja citado validamente a fazer parte da relação jurídica desta ação, no prazo 
determinado pelo douto juízo e, no caso da inércia, a extinção do processo sem 
resolução de mérito. 
 
C) Vencida a primeira preliminar, que seja acolhida a segunda preliminar de 
inépcia da Petição Inicial, oferecendo-se à promovente a oportunidade de retificação da 
Petição inicial, e, no caso da inércia, a extinção do processo sem resolução de mérito. 
 
D) Vencidas todas as preliminares, que no mérito seja julgado improcedente o 
pedido autoral de Anulação do negócio jurídico de compra e venda do veículo. 
 
 
E) A IMPROCEDÊNCIA do pedido de honorários sucumbenciais. 
 
Requer, com base no artigo 336, do Novo Código de Processo Civil, provar o 
alegado por todos os meios admitidos em Direito, especialmente, a documental, por 
meio do recibo de valor dado pelo vendedor à promovida, a cópia do comprovante de 
transferência bancária dos valores referentes ao pagamento do veículo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nestes termos 
Pede Deferimento. 
FORTALEZA-CE, 31/10/2020 
 
MICAEL LIMA GOMES DA SILVA 
OAB/CE XXXX

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