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M1P6 1- Conhecer os parâmetros ultrassonográficos indicativos da saúde fetal. Tanto o peso quanto os parâmetros biométricos fetais apresentam na literatura curvas e tabelas de normalidade para diferentes populações. Serão descritos aqui os parâmetros básicos da biometria que podem ser utilizados para datação da gestação, a partir de 14 semanas, a saber: diâmetro biparietal, circunferência cefálica, circunferência abdominal e comprimento do fêmur. Os pontos de reparo intracranianos incluem a foice do cérebro (anterior e posterior), o cavo do septo pelúcido, os núcleos talâmicos e os ventrículos laterais. O diâmetro biparietal é medido perpendicularmente à foice do cérebro, a partir da superfície externa da calota craniana mais próxima ao transdutor até a margem interna da calota craniana oposta (Figura 5).118 Também pode ser medido da calota externa até a externa, o que dependerá de qual curva de referência será utilizada. A medida da circunferência cefálica é obtida a partir da mesma imagem axial usada para medir o diâmetro biparietal. Essa medida pode ser feita diretamente pelos aparelhos de ultrassonografia mediante uma elipse que o examinador ajusta ao contorno da cabeça fetal (Figura 6), ou então pela fórmula: circunferência cefálica = (D1 + D2) × 1,57, considerando D1 o menor eixo da cabeça fetal, medido a partir das superfícies externas, e D2, o maior eixo (diâmetro occipitofrontal), medido da mesma forma. A medida da circunferência abdominal é feita a partir de uma imagem axial transversa do abdome fetal ao nível do fígado, a qual deve ser a mais arredondada possível. Os pontos de reparo intra abdominais incluem a junção da veia porta esquerda com a veia porta direita e o estômago fetal. Como ocorre na circunferência cefálica, os aparelhos de ultrassonografia podem determinar também diretamente a circunferência abdominal, mediante uma elipse que o examinador ajusta ao contorno do abdome fetal, ou pela obtenção do diâmetro transverso do abdome (D1) e do diâmetro anteroposterior (D2) (Figura 7). Em seguida, é calculado o valor dessa circunferência utilizando-se a fórmula do cálculo do perímetro de uma elipse (já adaptada para este uso):61 circunferência abdominal = (D1 + D2) × 1,57. Esta adaptação da fórmula matemática permite a medida de qualquer circunferência biológica, Na medida do comprimento do fêmur, o transdutor é alinhado ao longo do eixo longitudinal do osso, preferencialmente paralelo ao osso; mede-se a porção ossificada da diáfise. A medida obtida por incidência oblíqua pode levar a valores errôneos Peso: A estimativa do peso fetal é importante para o seguimento de muitas complicações obstétricas, auxiliando na determinação da probabilidade de sobrevivência neonatal, na escolha da via de parto e em alguns locais na necessidade de encaminhamento para centros especializados. A maioria é uma função polinomial ou exponencial relacionando o diâmetro biparietal e/ou a circunferência cefálica e/ou a circunferência abdominal e/ou o comprimento do fêmur. Portanto, a combinação desses parâmetros biométricos pode ser utilizada de acordo com a necessidade. No caso de feto anencéfalo, o peso pode ser estimado por meio do comprimento do fêmur e da circunferência abdominal. Hadlock, que utiliza quatro parâmetros: diâmetro biparietal, circunferência cefálica, circunferência abdominal e comprimento do fêmur. Observou-se uma variação do peso estimado em relação ao peso no nascimento de até 10% em 79,2% dos casos e de até 15% em 92,4% dos casos.162 O erro percentual foi maior nos fetos com peso inferior a 1.000 g. Avaliação da placenta: A placenta pode se desenvolver em qualquer lugar ao longo da superfície endometrial da cavidade uterina onde o blastocisto se implanta. Entretanto, se a implantação acontecer em cima do orifício interno do colo, consequências graves podem ocorrer com a gestação. ● Placenta prévia: a placenta recobre total ou parcialmente o orifício interno do colo uterino (anteriormente denominada placenta prévia centrototal ou centroparcial). ● Placenta de inserção baixa: a borda placentária se insere no segmento inferior do útero, não chega a atingir o orifício interno e se localiza em um raio de 2 cm de distância dessa estrutura anatômica (anteriormente denominada placenta prévia marginal). ❖ Grau 0: presença de placa coriônica lisa e textura placentária homogênea. ❖ Grau I: presença de ondulação na placa coriônica e textura placentária com pontos ecoicos esparsos (calcificações).. ❖ Grau II: presença de imagens hiperecoicas lineares na placa basal (calcificações) (Figura 13). ❖ Grau III: presença de calcificações em todo o contorno dos cotilédones. A espessura placentária tende a aumentar com um padrão linear até 30 semanas, quando então ocorre uma diminuição gradativa da velocidade do crescimento. Os estudos realizados não observaram espessura placentária superior a 40 mm em nenhum estágio da gestação. a à idade gestacional + 13, quando abaixo de 20 semanas; e idade gestacional + 17, após 20 semanas. Dessa forma, a espessura placentária máxima com 19 semanas seria de 32 mm (19 + 13), e com 28 semanas de 45 mm (28 + 17).160 As placentas espessadas podem estar relacionadas a doenças fetais, como infecção congênita (sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus, parvovírus), anemia fetal e hidropsia fetal. É controversa sua relação com doenças maternas, como anemia e diabetes, Placenta acreta, Placenta descolada e Tumores. A inserção do cordão na placenta pode ser demonstrada como uma área anecoica em forma de V ou U. O local da inserção do cordão na placenta é variável: frequentemente, aparece na posição central, mas inserções excêntricas podem ocorrer. Em 5 a 6% das gestações, a inserção poderá ser marginal ou velamentosa, provavelmente resultante de atrofia focal de parte da placenta. Esse conceito é denominado trofotropismo, que corresponde ao processo de aumento ou atrofia da placenta. O diagnóstico ultrassonográfico pode ser aventado na presença de dificuldade de se estabelecer uma relação entre a inserção do cordão umbilical e a massa placentária. Na presença de oligoâmnio, alguns segmentos do cordão podem se tornar difíceis de serem visualizados. ● Estimar o tamanho 55cm, pode variar entre 30 e 120cm. ● Espiralação do cordão Os vasos no cordão apresentam trajeto espiralado que está associado aos movimentos fetais e o protegem contra compressão ● Normalmente, o cordão umbilical repousa sobre a parede abdominal anterior ou próximo dos membros fetais; em alguns casos, podem ocorrer circulares cervicais ou nos membros. O cordão pode ainda situar-se entre a apresentação e o segmento uterino inferior (apresentação funicular). As más posições de cordão mais importantes incluem prolapsos, nós, circulares cervicais e biacromiais. Kamina e Tourris,78 em uma série de 1.750 partos, encontraram quatro prolapsos, 232 circulares cervicais e 13 nós verdadeiros. Walker e Pye129 constataram uma incidência de 17% de circulares cervicais no parto artéria umbilical única. A frequência cardíaca fetal normal é em torno de 90 bpm com 5 semanas de gestação, 180 bpm com 8 semanas de gestação e 160 bpm com 11 semanas. Após o primeiro trimestre, a frequência cardíaca cai para níveis de 140 ± 20 bpm e em torno de 20 semanas, e para 130 ± 20 bpm próximo do termo Movimentos fetais: São percebidos a partir da 7ª e 8° semana; ○ deve-se verificar: movimentos de flexão e extensão de membros, movimentos de extremidades, movimentos de rotação e flexão do tronco, movimentos oculares, bucal e respiratórios; 2- Descrever a anatomia dos sistemas circulatórios fetal e placentário. A placenta é o sítio primário da troca de nutrientes e gases entre a mãe e o embrião/feto. A placenta é um órgão materno fetal que tem dois componentes: Uma parte fetal que se desenvolve do saco coriônico, a membrana fetal mais externa e uma parte materna que é derivada do endométrio, a membrana mucosa que compreende a camada interna da parede uterina. ● Funções e atividades: proteção, nutrição, respiração, excreção deprodutos residuais e produção de hormônios. Pouco tempo após o nascimento, a placenta e as membranas são expelidas do útero. A decídua é o endométrio do útero em uma mulher grávida. Ela é a camada funcional do endométrio que se separa do restante do útero após o parto (nascimento da criança). As três regiões da decídua são chamadas de acordo com as suas relações com o sítio de implantação. ● A decídua basal é a parte da decídua profunda ao concepto (embrião/feto e membranas), que forma a parte materna da placenta. ● A decídua capsular é a parte superficial da decídua, que recobre o concepto. ● A decídua parietal representa as partes restantes da decídua. Em resposta aos níveis aumentados de progesterona no sangue materno, as células do tecido conjuntivo da decídua aumentam de tamanho para formar as células deciduais de coloração pálida. Essas células aumentam de tamanho devido ao acúmulo de glicogênio e lipídio em seus citoplasmas. As mudanças celulares e vasculares que ocorrem no endométrio assim que o blastocisto se implanta constituem a reação decidual. Muitas células deciduais degeneram próximo ao saco coriônico na região do sinciciotrofoblasto (camada externa sincicial do trofoblasto), e, junto com o sangue materno e com as s secreções uterinas, proporcionam uma rica fonte de nutrição ao embrião/feto. Também tem sido sugerido que essas células protegem o tecido materno da invasão descontrolada do sinciciotrofoblasto, e elas podem estar envolvidas na produção hormonal. As regiões deciduais, claramente reconhecidas durante uma ultrassonografia, são importantes no diagnóstico inicial da gestação O desenvolvimento inicial é caracterizado pela rápida proliferação do trofoblasto e pelo desenvolvimento do saco coriônico e das vilosidades coriônicas. Os genes homeobox (HLX e DLX3) expressos no trofoblasto e nos seus vasos sanguíneos regulam o desenvolvimento placentário. Ao final da terceira semana, os arranjos anatômicos necessários às trocas fisiológicas entre a mãe e o embrião/feto são estabelecidos. Uma complexa rede vascular é estabelecida na placenta ao final da quarta semana, o que facilita as trocas materno-embrionárias de gases, nutrientes e produtos metabólicos residuais. As vilosidades coriônicas cobrem o saco coriônico inteiro até o início da oitava semana. Com o crescimento do saco coriônico, as vilosidades associadas à decídua capsular tornam-se comprimidas, então, o seu suprimento sanguíneo é reduzido; logo, elas se degeneram. Isso produz uma área relativamente avascular, o córion liso. Quando as vilosidades desaparecem, aquelas associadas à decídua basal rapidamente aumentam em número, ramificam-se e aumentam em tamanho. Isso forma a área espessa do saco coriônico, o córion viloso (córion frondoso). O formato da placenta é determinado pela área persistente das vilosidades coriônicas. Geralmente essa é uma área circular, que dá à placenta um formato discoide (formato de disco). Quando as vilosidades coriônicas invadem a decídua basal, tecido decidual é erodido para aumentar o tamanho do espaço interviloso. Essa erosão produz várias áreas em formato de cunha na decídua, os septos placentários, que se projetam em direção à placa coriônica, a parte da parede coriônica relacionada à placenta. Os septos dividem a parte fetal da placenta em áreas convexas irregulares, ou cotilédones. Cada cotilédone consiste em duas ou mais vilosidades-tronco e várias ramificações das vilosidades. Ao final do quarto mês, a decídua basal está quase que totalmente substituída pelos cotilédones. A expressão dos genes quinase (MAP2K1 e MAP2K2) e do fator de transcrição Gcm1 (glial cells missing-1) nas células-tronco do trofoblasto regulam o processo de ramificação das vilosidades-tronco para formar a rede vascular na placenta. A decídua capsular, a camada da decídua sobrejacente ao saco coriônico, forma uma cápsula sobre a superfície externa do saco. Quando o concepto (embrião e membranas) aumenta em tamanho, a decídua capsular forma uma protuberância na cavidade uterina e torna-se bastante atenuada. Finalmente, a decídua capsular contacta e se fusiona à decídua parietal na parede oposta, obliterando lentamente a cavidade uterina. Entre as semanas 22 e 24, o suprimento sanguíneo reduzido para a decídua capsular leva à sua degeneração e ao seu desaparecimento Circulação placentária fetal ● Sangue pobre em oxigênio → artérias umbilicais (dentro do cordão) → placenta → elas se ramificam em artérias coriônicas ao sair do cordão ● Esse sistema proporciona uma grande área de superfície para troca de produtos metabólicos e gasosos o Normalmente não há contato entre o sangue materno com o fetal ● Sangue fetal bem oxigenado → veias da vilosidade coriônica → veia umbilical (dentro do cordão) → feto Circulação placentária materna ● Sangue materno → artérias espiraladas endometriais na decídua basal → passam pelas fendas da capa citotrofoblástica → banham o espaço interviloso→ placa coriônica → troca de metabólitos com o feto ● O sangue retorna pelas veias endometriais o Redução da circulação → hipóxia fetal + restrição do crescimento intrauterino (RCIU) Quase todos os materiais são transportados através dessa membrana por um dos quatro principais mecanismos de transportes que seguem: difusão simples, difusão facilitada, transporte ativo e pinocitose. ● Difusão simples é geralmente característico de substâncias que se movem de áreas de maior concentração para as de menor concentração até o equilíbrio ser estabelecido. ● Na difusão facilitada, há transporte através de gradientes elétricos. A difusão facilitada requer um transportador, mas não energia. Tais sistemas podem envolver moléculas carreadoras que temporariamente se combinam com as substâncias a serem transportadas. ● O transporte ativo é a passagem de íons ou moléculas através de uma membrana celular. ● A pinocitose é uma forma de endocitose (leva moléculas e outras substâncias para as células) na qual o material que está sendo engolfado é uma pequena quantidade de líquido extracelular. Esse método de transporte está normalmente restrito às grandes moléculas. Algumas proteínas são transferidas muito lentamente através da placenta por pinocitose 3- Diferenciar a circulação pré e pós natal. As três estruturas vasculares mais importantes na transição da circulação são o ducto venoso, o forame oval e o ducto arterioso. O Sangue altamente oxigenado e rico em nutrientes retorna da placenta sob alta pressão para a veia umbilical. Ao aproximar-se do fígado, aproximadamente metade do sangue passa diretamente para o ducto venoso, um vaso fetal que conecta a veia umbilical à VCI, consequentemente, esse sangue não passa pelo fígado. A outra metade do sangue na veia umbilical flui para os sinusoides do fígado e entra na VCI através das veias hepáticas. Fluxo sanguíneo através do ducto venoso é regulado por um mecanismo esfincteriano próximo à veia umbilical. Quando o esfíncter contrai, mais sangue é desviado para a veia porta e sinusoides hepáticos, e menos para o ducto venoso. Embora um esfíncter anatômico no ducto venoso tenha sido descrito, sua presença não é aceita universalmente. Entretanto, geralmente se aceita que há um esfíncter fisiológico que previne a sobrecarga do coração quando o fluxo venoso na veia umbilical está elevado (p. ex., durante as contrações uterinas). Após um curso pequeno na VCI, o sangue entra no átrio direito do coração. Devido à VCI também conter sangue pobremente oxigenado a partir dos membros inferiores, abdome e pelve, o sangue entrando no átrio direito não está tão bem oxigenado quanto o sangue na veia umbilical; porém, ele ainda possui um alto teor de oxigênio. A maioria do sangue da VCI é direcionada pela crista dividens (margem inferior do septum secundum) através do forame oval para o átrio esquerdo.. Aqui ele se mistura com uma quantidade relativamente pequena de sangue pobremente oxigenado, retornando dos pulmões através das veias pulmonares. Os pulmões do feto usam o oxigênio do sangue em vez de devolvê-lo. Então,a partir do átrio esquerdo, o sangue passa para o ventrículo esquerdo e sai através da aorta ascendente. As artérias do coração, pescoço, cabeça e membros superiores recebem sangue bem oxigenado da aorta ascendente. O fígado também recebe sangue bem oxigenado da veia umbilical. Uma pequena quantidade de sangue bem oxigenado da VCI no átrio direito, que não entra no forame oval, se mistura com o sangue pouco oxigenado da VCS e do seio coronário, e passa para o ventrículo direito. Esse sangue, que possui um teor médio de oxigênio, sai através do tronco pulmonar. Aproximadamente 10% desse fluxo sanguíneo vão para os pulmões; a maioria do sangue passa através do ducto arterioso para a aorta ascendente do feto e retorna à placenta através das artérias umbilicais. O ducto arterioso protege os pulmões da sobrecarga circulatória e permite que o ventrículo direito se fortaleça na preparação para o funcionamento em plena capacidade no nascimento. Devido à alta resistência vascular pulmonar na vida fetal, o fluxo sanguíneo é baixo. Aproximadamente 10% do sangue da aorta ascendente entram na aorta descendente; 65% do sangue na aorta descendente passam para as artérias umbilicais e retornam para a placenta para reoxigenação. Os 35% de sangue restantes na aorta descendente abastecem as vísceras e a parte inferior do corpo. Assim que o bebê nasce, o forame oval, o ducto arterioso e vasos umbilicais não são mais necessários. O esfíncter no ducto venoso se contrai; assim, todo sangue que entra no fígado passa através dos sinusoides hepáticos. A oclusão da circulação placentária causa uma diminuição imediata na pressão sanguínea na VCI e no átrio direito. A aeração dos pulmões no nascimento está associada: ● A redução dramática na resistência vascular pulmonar. ● A elevação acentuada no fluxo sanguíneo pulmonar. ● Ao adelgaçamento progressivo das paredes das artérias pulmonares. O adelgaçamento das paredes arteriais resulta principalmente do alongamento dos pulmões no nascimento. Devido ao elevado fluxo sanguíneo pulmonar e à perda do fluxo da veia umbilical, a pressão no átrio esquerdo é maior que àquela do átrio direito. A elevada pressão no átrio esquerdo fecha funcionalmente o forame oval, pressionando a valva do forame contra o septum secundum. A saída do ventrículo direito agora flui para o tronco pulmonar. Devido à resistência vascular pulmonar ser menor que à resistência vascular sistêmica, o fluxo sanguíneo no ducto arterioso inverte, passando da aorta descendente para o tronco pulmonar. A parede ventricular direita é mais espessa que a parede ventricular esquerda em fetos e neonatos, pois o ventrículo direito trabalha mais no útero. Ao final do primeiro mês, a parede ventricular esquerda está mais espessa que a parede ventricular direita, pois o ventrículo esquerdo está trabalhando mais agora. A parede ventricular direita se torna mais fina devido à atrofia associada à carga de trabalho mais leve. O ducto arterioso se fecha ao nascimento, porém uma pequena quantidade de sangue pode continuar a ser desviada através do ducto arterioso da aorta para o tronco pulmonar por 24 a 48 horas em um neonato a termo. Ao final das 24 horas, 20% dos ductos estão funcionalmente fechados; em 48 horas, cerca de 80% estão fechados; e em 96 horas, 100% estão fechados. Em neonatos prematuros e naqueles com hipóxia persistente (oxigênio reduzido), o ducto arterioso pode permanecer aberto por mais tempo. Em neonatos a termo, o oxigênio é o fator mais importante no controle do fechamento do ducto arterioso; o oxigênio parece ser mediado pela bradicinina, uma substância liberada dos pulmões durante a inflação inicial. A bradicinina possui efeitos contráteis potentes na musculatura lisa. A ação dessa substância parece ser dependente de um elevado teor de oxigênio no sangue da aorta, resultado da aeração dos pulmões ao nascimento. Quando a pO2 do sangue passando através do ducto arterioso atinge aproximadamente 50 mmHg, a parede do ducto arterioso contrai. Os mecanismos pelos quais o oxigênio causa a constrição do ducto não são bem conhecidos. Os efeitos do oxigênio na musculatura lisa do ducto podem ser diretos ou mediados por seus efeitos na secreção de prostaglandina E2. O TGF-β provavelmente está envolvido no fechamento anatômico do ducto arteriosoapós o nascimento. Durante a vida fetal, a obstrução do ducto arterioso é controlada pelo baixo teor de oxigênio no sangue passando através dele e por prostaglandinas produzidas endogenamente que atuam na musculatura lisa da parede do ducto arterioso. As prostaglandinas causam o relaxamento do ducto arterioso. A hipóxia e outras influências mal definidas causam a produção local de prostaglandina E2 e prostaciclina I2, que mantêm o ducto arterioso aberto. Inibidores da síntese de prostaglandina, tais como a indometacina, podem causar a constrição de um ducto arterioso persistente em neonatos prematuros. As artérias umbilicais se comprimem no nascimento, prevenindo a perda de sangue do neonato. Devido ao cordão umbilical não estar apertado por um minuto ou mais, o fluxo sanguíneo através da veia umbilical continua transferindo sangue bem oxigenado fetal da placenta para o neonato. A mudança do padrão da circulação sanguínea fetal para a adulta não é um acontecimento repentino. Algumas mudanças ocorrem com a primeira respiração; outras acontecem por horas ou dias. Durante a fase de transição, pode haver um fluxo da direita para a esquerda através do forame oval. O fechamento dos vasos fetais e do forame oval é, inicialmente, uma mudança funcional. Posteriormente, o fechamento anatômico resulta da proliferação de tecidos fibrosos.