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Universidade Nove de Julho - SBC FISIOPATOLOGIA - 1 1 Lesã� Reversíve� DEGENARAÇÃO / ACÚMULOS INTRACELULARES A Lesão Reversível também é chamada de degeneração, que é sinônimo de acúmulos intracelulares. Ocorrerá o acúmulo de substância por alterações metabólicas dentro do citoplasma, núcleo e nas organelas. Ex: Degeneração gordurosa. → DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA Acontece na hipóxia, onde ocorre a depleção de ATP, com isso ocorre a alteração na integridade da membrana, causando uma falha na bomba de sódio e potássio fazendo com que ocorra excesso de sódio e água dentro da célula. A tumefação surge quando as células se tornam incapazes de manter a homeostase hidroeletrolítica e é resultante da falência das bombas de íons dependentes de energia. PATOGENIA: Há redução da fosforilação oxidativa, com consequente depleção do armazenamento de energia na forma de (ATP), e tumefação celular causada por alterações da concentração de íons e influxo de água. Além disso, várias organelas intracelulares, tais como as mitocôndrias e o citoesqueleto, podem mostrar alterações. Acúmulo de H2O no citoplasma que fica volumoso e diminui a eosinofilia, com núcleo normalmente posicionado. Dentro da degeneração Hidrópica acontece alterações macroscópicas como órgão aumentado de peso, volume, com coloração pálida (compressão de sinusóides) e perda de brilho. Além disso, acontecem modificações Ultra-Estrutural que atua nas mitocôndrias e retículo endoplasmático com segmentos distendidos. → DEGENERAÇÃO GORDUROSA Acúmulo intracitoplasmático de gorduras neutras (triglicerídeos) em células parenquimatosas. Acontece principalmente no fígado, coração e músculos. São acúmulos anormais de triglicerídeos dentro das células parenquimatosas. As causas comuns são substâncias tóxicas, desnutrição proteica, diabetes melitus, obesidade e anoxia. É um processo reversível. Com alterações na captação, metabolização ou liberação dos lipídios do fígado para os tecidos. Mecanismos: - Entrada excessiva de ácidos graxos livres nos hepatócitos; - Redução da síntese protéica (apolipoproteínas); - Diminuição da oxidação de ácidos graxos; - Aumento da esterificação de ácidos graxos; - Obstáculo na liberação de lipoproteínas do hepatócito. Microscopicamente ocorre acumulações intracelulares em resposta a lesões celulares (esteatose) ou metamorfose gordurosa do fígado, na qual o metabolismo das lipoproteínas desarranjadas da lesão leva ao Universidade Nove de Julho - SBC FISIOPATOLOGIA - 1 2 acúmulo de lipídios no citoplasma dos hepatócitos. Observe as gotas lipídicas grandes e claras que preenchem o citoplasma de muitos hepatócitos. Os núcleos irão para a periferia. O fígado irá aumentar o peso e tamanho, além de ficar brilhante, amarelado, túrgido e com consistência amolecida. MECANISMO DE LESÃO E REPARO NO FÍGADO Pode ocorrer o retorno à normalidade, se a lesão for leve e rápida. Mas caso a lesão for grave e duradoura, ocorre uma lesão celular irreversível, ocasionando morte celular e progressão para a cirrose (fígado). ASPECTOS MACROSCÓPICOS E MICROSCÓPICOS DA CIRROSE HEPÁTICA → DEGENERAÇÃO HIALINA São lesões celulares regressivas e reversíveis decorrentes de alterações bioquímicas resultando no acúmulo de proteína no interior das células. Alterações dentro das células ou no espaço extracelular, que confere uma aparência rósea, vítrea e homogênea, em cortes histológicos de rotina corados pela hematoxilina e eosina. É produzido por uma variedade de alterações e não representa padrão específico de acúmulo. Exemplos de depósitos hialinos intracelulares: - CORPÚSCULO DE MALLORY Acontece nos hepatócitos (grumos citoplasmáticos), sendo um precipitado de proteínas do citoesqueleto, - Ex: Cirrose, doença hepática alcoólica. Universidade Nove de Julho - SBC FISIOPATOLOGIA - 1 3 - GOTICULAR: Glomerulopatias com perda de proteínas em nível renal, que são endocitadas e acumuladas nos túbulos contornados renais. - CORPÚSCULO DE RUSSELL: Excesso de produção de plasmócitos (IgG no citoplasma). Presente em inflamações crônicas e plasmocitomas. - CORPÚSCULO DE COUNCILMAN - ROCHA LIMA: Hepatócitos que sofreram apoptose e nesse caso são encontrados vestígios dessas células. Já a hialina extracelular tem sido mais difícil de analisar. O tecido fibroso colágeno em cicatrizes antigas parece hialinizado, mas a base bioquímica é obscura. Na hipertensão de longa duração e no diabetes melito, as paredes das arteríolas, especialmente no rim, tornam-se hialinizadas devido ao extravasamento e depósito de proteína plasmática na membrana basal. → DEGENERAÇÃO HIALINA E AMILOIDOSE RESPOSTA: A célula normal é capaz de dar conta das demandas fisiológicas mantendo um estado de homeostasia. As adaptações são respostas estruturais e funcionais reversíveis, a estresse fisiológico mais excessivo e a alguns estímulos patológicos, durante os quais estados constantes novos são alcançados, permitindo que a célula sobreviva e continue a funcionar. DEGENERAÇÃO Lesão reversível secundária a alterações bioquímicas que resultam em acúmulo de substâncias no interior das células. A célula tem comportamento normal, quando ela tem todas suas atividades bioquímicas preservadas. Os estímulos geram adaptações que nem sempre são boas para a célula, podendo gerar uma lesão, que pode ser reversível quando pode ser retirada ou irreversível quando gera uma morte celular. Toda regeneração é reversível, uma vez que é retirado o estímulo. DEGENERAÇÃO HIALINA Acúmulo de PROTEÍNA no interior das células decorrentes de alterações bioquímicas Universidade Nove de Julho - SBC FISIOPATOLOGIA - 1 4 A característica da estrutura será acidófila, possuindo a cor rosa. As degenerações hialinas são intracelulares. A célula acumula proteínas através do aumento da captação de proteínas do meio extracelular e a célula irá realizar a endocitose por algum motivo. Além disso, pode ocorrer o aumento da produção de proteínas por contaminação viral. Por fim, pode ocorrer a condensação de filamentos intermediários e proteínas, pois ocorre defeitos nos filamentos do citoesqueleto, causando defeitos no processo de dobra das proteínas deixando elas precipitadas no citoplasma. DEGENERAÇÃO HIALINA GOTICULAR Glomerulopatias com perda de proteínas, e as que não são endocitadas pelas células endoteliais do glomérulo serão excretadas nos túbulos contornados renais. A proteína irá se precipitar e irá se acumular no glomérulo, pois ele não tem a capacidade de filtrar a proteína causando o acúmulo. Já um indivíduo que apresenta insuficiência renal não irá reverter a lesão e gerará morte celular. CORPÚSCULOS DE RUSSEL Presença de plasmócitos (IgG no citoplasma), indicando inflamações crônicas juntamente com a presença de mediadores químicos. Caso não seja detectada uma infecção, a presença de plasmócitos será um sinal de neoplasia do linfócito B (plasmocitomas). Todo plasmócito tem o núcleo em roda de carroça, devido a sua cromatina. O corpúsculo propriamente dito, é o plasmócito que endocita a proteína do meio extracelular ou por aumento das proteínas intracelulares por conta do dobramento dos filamentos ocasionado pela deficiência no linfócito B. CORPÚSCULOS DE COUNCILMAN - ROCHA LIMA Quando ocorre comprometimento hepático por hepatites virais A ou B ou febre amarela ocorre degeneração hialina nos hepatócitos pois o vírus aumentou a produção de proteínas. O vírus penetra na célula e domina, aumentando a produção de proteínas e portanto a célula não possui uma função específica. Com isso, ocorre a liberação de enzimas pró-apoptóticas para que ocorra a morte celular, já que a célula não possui mais função. CORPÚSCULOS DE MALLORY Compromete os hepatócitos, porém está associado a cirrose, doença hepática alcoólica e NASH como esteatose. Quando ingerimos álcool, o seu metabolismo gera radicais livres que atacam a célula podendo culminar na morte. Ocorre a quebra das proteínas (peroxidação) devido a quebra dos seus filamentos, que as deixa circulantes dentro da célula. Com isso, ocorre a condensaçãode proteínas no citoesqueleto (citoqueratina) e formam filamentos e grumos acidófilos no citoplasma dos hepatócitos. Universidade Nove de Julho - SBC FISIOPATOLOGIA - 1 5 DOENÇA CÉREA DE ZENCKER Tipo de degeneração de célula muscular esquelética. Devido ao acúmulo de proteína intracelular por causa tóxica, infecciosas, traumatismos, deficiência de vitamina E e selênio. Algo causado por um processo inflamatório, trauma no citoesqueleto (quebra de proteínas) que vão promover o acúmulo de proteínas. Causado principalmente nos músculos gastrocnêmio e diafragma, por serem bombas musculares que são muito usadas e possuem grande força. ALTERAÇÃO HIALINA / HIALINOSE / TRANSFORMAÇÃO HIALINA - EXTRACELULAR Acúmulo extracelular de PROTEÍNAS fisiológicas. Esse acúmulo pode ser através de cicatriz antiga / quelóide, Hialinose arteriolar (acúmulo de proteína por fora das arteríolas) que pode acontecer no diabetes (Microangiopatia diabética) e nos rins (Glomeruloesclerose nodular e focal - estando proteínas para fora do glomérulo causado por diabetes ou hipertensão). Também pode acontecer na Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (S.A.R.A). As proteínas serão depositadas no MEC que envolve tecido conjuntivo fibroso nas células ou na parede dos vasos. As proteínas que passam pelo endotélio, se depositam entre a camada íntima e a camada média e se depositam no músculo liso. Essas proteínas irão fazer uma pressão sobre a camada muscular, fazendo uma força sobre a camada de tecido conjuntivo que é rígida. Com isso, o espaço do endotélio vai diminuindo e vai ocorrendo mais atrito entre a parede dos vasos e causando cada vez mais exsudação de proteínas para fora. Quanto menor a luz do vaso, mais atrito o sangue faz sobre a parede dos vasos e mais proteínas irão sair para fora. Considerada uma lesão irreversível. - Ocorre em vários órgãos; - Fenômeno normal do envelhecimento; - Hipertensão arterial; - Diabetes mellitus. Universidade Nove de Julho - SBC FISIOPATOLOGIA - 1 6 HIALINOSE ARTERIOLAR - HIALINIZAÇÃO GLOMERULAR Ocorre a diminuição do fluxo de oxigênio por restrição do vaso, causando a diminuição das células fazendo um buraco (depressões que significam a morte dessas células). Já as células que estão normais, são chamadas de granuladas. Isso pode ser causado por uma hipertensão arterial, que a longo prazo pode causar uma isquemia. A alteração hialina é reversível, porém sua consequência não. CICATRIZ / QUELÓIDE Deposição de material fibrilar proteico, que substitui o parênquima tecidual. São fibras colágenas tumefeitas, espessas, homogêneas, perda de aspecto fibrilar normal, aspecto eosinófilo, vítreo causadas por excesso de depósito de proteína extracelular. Produção de MEC exacerbada e/ou mecanismos de degradação reduzidos . SÍNDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA AGUDA Acontece uma lesão celular que destrói a barreira alvéolo capilar, que aumenta sua permeabilidade que causa o extravasamento de proteínas para fora na superfície alveolar forrando os alvéolos. Com isso a sua membrana ficará hialina, causando um problema na complacência alveolar. Pode ser causada pela ingestão ou inalação de substâncias tóxicas, excesso de oxigênio, aspiração de conteúdo gástrico quando ocorre um vômito que pode ser aspirado para o alvéolo e causar rompimento da sua barreira devido a sua acidez, e também infecções bacterianas ou virais. AMILOIDOSE - ALTERAÇÃO HIALINA EXTRACELULAR A proteína circulante sofre uma mutação e passa a se chamar amilóide (proteína modificada de caráter patológico). É irreversível, ela pode se estabilizar mas Universidade Nove de Julho - SBC FISIOPATOLOGIA - 1 7 nunca mais desaparecerá pois a proteína foi modificada. Síndrome agrupando diversas patologias que cursam com depósito intersticial de substância hialina amorfa, causando isquemia e ATROFIA (ao redor do vaso) das estruturas adjacentes e não será eliminada. Ela é síndrome pois a amiloidose tem preferência de estrutura, podendo se depositar no rim, pâncreas, cérebro, baço, coração e fígado. Ela pode ser generalizada, acometendo vários órgãos ou localizada especificamente em um órgão. Ela é influenciada por condições primárias, como formas hereditárias ou não hereditárias (espontânea), e pode ser também influenciadas por condições secundárias que alteram a conformação das proteínas como doenças inflamatórias crônicas e mieloma múltiplo. CONSTITUIÇÃO FÍSICA DO AMILÓIDE Na proteína amilóide a ligação é estável, sendo difícil de quebrar e possui a característica de pregueamento beta, onde entra uma molécula de hidrogênio em sua conformação deixando-a mais forte. E é por isso que ela não se reverte, pois não se quebra a proteína. A ligação das proteínas é chamada de polímero e cada polímero na amilodóise é formado por proteínas amilóides diferentes e cada proteína que forma o polímero é chamado de monômero. Quando se quer investigar a presença de degenerações se usa eosina/hematoxilina. Já quando se quer investigar amiloidóse, se usa o corante Vermelho Congo que na microscopia fica verde. MORFOLOGIA DA AMILOIDOSE Ocorre o aumento do volume do órgão na macroscopia, e como ele está fora do vaso o comprimindo ocorre a diminuição do vaso causando isquemia e posterior atrofia, além do órgão ficar pálido. Já no nível microscópico, é possível observar as amiloidoses na parede do vaso coradas em Vermelho Congo. Universidade Nove de Julho - SBC FISIOPATOLOGIA - 1 8 AMILOIDOSE HEPÁTICA AMILOIDOSE RENAL Amiloidose do rim. A arquitetura glomerular é quase totalmente obliterada pelo acúmulo maciço de amilóide. AMILOIDOSE NEURAL TIPOS DE AMILÓIDE - DIVERSIDADE ESTRUTURAL DAS PROTEÍNAS AMILÓIDES A diferença entre elas é na hora da enzima quebrar a proteína. AMILÓIDE AL É a mais comum na amiloidose sistêmica, tem um desenho de imunoglobulina. - Ocorre em 5-15% dos pacientes com mieloma múltiplo / plasmocitoma (secundária); - Também ocorre em pacientes com linfoma B. AMILÓIDE AA - Doenças inflamatórias crônicas: hanseníase, tuberculose, osteomielite. - Doenças inflamatórias crônicas não infecciosas: Artrite reumatóide, Sarcoidose, colite ulcerativa, psoríase, Doença de Crohn, Doença de Hodgkin e Carcinoma renal - Proteína plasmática SAA (serum amyloid associated protein) = baixa concentração - Fragmento não digerível da SAA é o monômero do amiloide AA. falha enzima: degradação incompleta da Universidade Nove de Julho - SBC FISIOPATOLOGIA - 1 9 SAA gerando moléculas insolúveis de AA. - AMILÓIDE ATTR - Derivado da transtiretina ou pré-albumina - Herança autossômica dominante (familiar) - AMILOIDOSE POLINEUROPÁTICA: Deposição de amilóide em nervos periféricos e autonômicos, rins, coração β2 microglobulina - Secundária a hemodiálise prolongada - Retenção na circulação devido Insuficiência Renal; - Acúmulo : tendões e articulações; - Pacientes com hemodiálise de longa duração. β -Amilóide - Encontrado no cérebro na doença de Alzheimer; - Demência de causa desconhecida; - Material amilóide formando as chamadas placas senis (neurônios e vasos cerebrais). A proteína transmembrana dos neurônios são quebradaS por enzimas alfa e beta secretases e formam sAAPb e sAPPa e o corpo consegue eliminar. Já quando ela é quebrada pela gama secretase ocorre a formação de de beta amilóide que se deposita na parede de vasos e no MEC do tecido nervoso causando o Alzheimer.
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