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Incontiência Urinária - Caso Clínico

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Nathália C. Moreira – Clínica Médica – 8º período (Medicina) 
 
 
Incontinência Urinária 
 
Caso Clínico 
 
RCS, 66 anos, feminino, parda, do lar, viúva, G5P5A0 (partos normais), procura 
ambulatório de clínica médica devido ao quadro de perda urinária frequente. Refere perda 
urinária principalmente com tosse ou quando faz grandes esforços físicos nos últimos 
meses. Usa absorvente todas as vezes que se ausenta de casa. Nega outros sintomas 
relacionados a diurese. 
Paciente hipertensa de longa data faz uso de Losartan 50mg MID e HCTZ 25mg MID, 
portadora também de Diabetes em uso regular de Metformina 850mg BID há mais de dez 
anos. Pai e Mãe falecidos e não sabe a causa. Nega alergias e cirurgias anteriores. Refere 
tabagismo e etilismo. Faz atividade física (caminhada de 30min 4x por semana), afirma 
constipação intestinal, sono diminuído e episódio de ITU há mais de um ano, tratada com 
antibiótico, não lembra qual. 
Ao exame: 
Paciente lúcida, BOTE, hidratada, normocorada, acianótica, anictérica e eupnéica. 
• PA:120/80mmhg (deitada) 130/80mmhg (sentada) 
• FC: 76bpm 
• IMC:31,2Kg/m2 
• FR:18irpm 
• Tax:36,30C 
 
• ACV: RCR, 2T, Bulhas normofonéticas, sem sopros 
• AR: MV fisiológico, sem ruídos adventícios 
• ABD: plano, RHA+, Doloroso à palpação profunda do hipogástrico, sem 
visceromegalias ou massas palpáveis, Giordano negativo. 
• MMII: sem edemas, sem varizes. 
• Glicemia capilar de jejum: 116mg/dl 
 
PERGUNTAS: 
1- Classifique a Incontinência Urinária dessa paciente. 
Incontinência Urinária de Esforço – perda invonluntária de urina quando aumenta a 
pressão intra-abdominal. 
 
2- Cite os fatores de risco para Incontinência Urinária desta paciente. 
 Sexo feminino; 
 Histórico obstétrico; 
 Tabagismo e etilismo; 
 Obesidade; 
 Climatério; 
 Doença metabólica – Diabetes Mellitus; 
 Uso de diurético - Hidroclorotiazida; 
 Constipação intestinal; 
 Infecção urinária. 
 
 3- Qual a Propedêutica adequada? 
 Exame físico, exame de urina, teste de esforço com manobra de Valsalva, teste do 
absorvente e diário miccional. 
 
 
Nathália C. Moreira – Clínica Médica – 8º período (Medicina) 
 
 
Outros exames específicicos solicitados pela Urologia: 
 
 Exames complementares: Exame de urina com sedimentoscopia e urocultura, 
dosagem de creatinina sérica e glicemia devem fazer parte da avaliação de todo 
paciente com incontinência urinária. 
 
 Teste do absorvente: avaliação do volume de urina perdido em determinado 
período para constatar a gravidade de incontinência. O absorvente deve ser pesado 
para estimar o volume de perda urinária. **Teste do absorvente é positivo quando o 
volume medido é superior a 8g. 
 
 Diário miccional: informação sobre o ritmo miccional do paciente, podendo ser 
confrontado com a história clínica. Importantes variáveis podem ser extraídas do 
diário miccional: o débito urinário diurno e noturno, a capacidade vesical funcional, 
o número de micções durante o dia e a noite e o número de episódios de 
incontinência urinária 
 
 Resíduo pós-miccional: utilizado como medida de estimativa do esvaziamento 
vesical. Pode ser medido durante exame de ultrassom ou por cateterismo vesical. 
Menos que 50 ml de resíduo é considerado normal, enquanto que resíduo urinário 
superior a 200 ml é considerado inadequado, devendo ser investigado. 
 
 Cistoscopia: alto custo e poucos benefícios em casos simples de incontinência, 
indicação para pacientes com suspeita de doenças do trato urinário inferior. 
 
 Avaliação radiológica: US de rins e vias urinárias para avaliação do trato urinário 
superior. Deve ser realizada em pacientes com incontinência urinária de origem 
neurológica, incontinência extra-uretral (fístulas e ureter ectópico), prolapso genital 
e retenção urinária crônica. 
 
 Avaliação urodinâmica: determinar a causa dos sintomas, avaliar a função do 
detrusor e dos esfíncteres e identificar fatores de risco para o comprometimento do 
trato urinário superior. 
 
 
4- Quais são as intervenções não farmacológicas que devem ser propostas? 
 Modificações no estilo de vida – perda de peso, cessar tabagismo e etilismo; 
 Fisioterapia para fortalecimento do assoalho pélvico; 
 
5- Quais são as propostas farmacológicas que podem ser usadas em pacientes com 
incontinência urinária? 
 Anticolinérgicos 
 Antidepressivos – Escitalopran e Duloxetina 
 Estrogeno intravaginal 
 Beta 3 agonista 
 Benzodiazepínico - Clonazepan 
 Toxina Botulínica intravesical 
 
6- Esta paciente tem indicação cirúrgica? Justifique. 
Não. Em um primeiro momento podem ser realizados métodos conservadores de 
tratamento. Se a conduta conservadora não promover uma melhora substancial dos 
sintomas miccionais, essa paciente pode ser encaminhada para avaliação cirúrgica. O 
método padrão ouro é Sling.

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