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WL-OO-Apostila-06-Direito do Trabalho-Apostila_Atos Termos e Prazos Processuais

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DIREITO DO TRABALHO
ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS
1. Atos processuais
2. Termos processuais
3. Crítica à forma predominante de registro
4. Prazos processuais
4a. Contagem do prazo
4b. Exceções à regra de contagem do prazo
5. Disposições sobre os autos do processo
6. Resumo
1. ATOS PROCESSUAIS
	O processo é um encadeamento de atos processuais destinado à obtenção de um fim, a sentença. Ensina Délio Maranhão, apoiado em Lopes da Costa, que "os atos jurídicos em geral, uma vez realizados, alcançam o fim a que se destinam. No processo assim não é. Cada ato, é certo, tem seu fim próprio, especial; este é, porém, provisório, intermédio, servindo de fim mediato ao fim a que irão visar atos posteriores. É que todos eles procuram a decisão, provocando a realização dos atos seguintes, que, entre cada um e a sentença, se interpõem. A inicial abre margem à contestação; esta à prova; a prova, à decisão. Todos os atos, quer da parte, quer das outras pessoas do processo, têm um but final, um leit movit, um objetivo último: a decisão. Nascendo da inicial, todos se encaminham para a sentença, que é o seu ponto de atração" (Instituições, cit., 10. ed., v. 2, p. 1190).
	Para garantia da sociedade, que exerce um poder fiscalizador da atuação dos juízes, os atos processuais são públicos, isto é, realizados à vista de todos, nos dias úteis, entre as 6,00 e as 20,00 horas (CLT, art. 770), salvo quando, por exceção, houver necessidade de efetuá-los fora desse horário, ou for determinado pelo interesse social, caso em que o processo correrá em segredo de justiça.
	A penhora, por exemplo, poderá ser realizada em domingo ou feriado, mediante expressa autorização do juiz.
2. TERMOS PROCESSUAIS
	Termo é a reprodução gráfica dos atos processuais. Estes últimos poderão ser consignados nos autos a tinta, datilografados ou carimbados, e os termos relativos ao movimento dos processos constarão de simples notas, datadas e rubricadas pelos diretores de Secretaria ou escrivães.
	Há termos que devem ser assinados pelas partes. Podem elas, entretanto, deixar de assiná-los, seja porque estão impedidas, seja porque se recusam a fazê-lo. Nesses casos, o problema é resolvido parcialmente pelo art. 772 da CLT, que distingue duas hipóteses para o caso de haver motivo justificado para não assinar o termo: se a parte tiver procurador legalmente constituído, este assina o termo; se não tiver, os termos serão firmados por outra pessoa, a rogo do interessado, na presença de duas testemunhas.
	Várias são as hipóteses de impedimento justificado para assinar, sendo as mais comuns o analfabetismo, a doença que impede o controle muscular da mão e a falta do membro superior.
	Se houver recusa, parece-nos claro que, se o procurador assinar o termo, prescinde-se da assinatura do outorgante da procuração. Se, porém, não houver procurador constituído e a parte, capaz e não impedida de assinar, se recusa a fazê-lo, a solução é consignar no termo a recusa e dispensá-la (CPC, art. 169), mesmo porque seria inconcebível, numa Corte de Justiça, violentar-se a vontade de alguém. De resto, é provável que o ilegal constrangimento seria improdutivo, pois obrigação de fazer dificilmente poderia ser imposta à força.
	Felizmente, a ocorrência de recusa, na prática, é rara, e sempre produto de ignorância mesclada com desconfiança. Tomando-se a iniciativa de dispensar a parte da assinatura, esta se disporá a assinar, mais segura de que não pretendem enganá-la, na maioria dos casos. De qualquer sorte, são as assinaturas do juiz e do diretor de Secretaria que dão autenticidade ao termo, e a validade do ato não será impugnada se nele for certificada a recusa.
3. CRÍTICA À FORMA PREDOMINANTE DE REGISTRO
	A forma comumente adotada para o registro dos atos processuais, ou seja, para a lavratura dos termos, é a datilografia. Há muito tempo já a criticávamos, por nos parecer obsoleta.
	De fato, em artigo publicado na revista Legislação do Trabalho (hoje simplesmente LTr), n. 293, jan./fev. 1962, p. 5-10, sob o título de "Mundo novo – novas idéias – novo direito", já alvitrávamos reformas, propondo o registro sonoro, em fitas eletromagnéticas ou, idealmente, a filmagem a cores. Estas e outras formas de consignação dos atos processuais foram, passados mais de trinta anos, aceitas pela reforma da redação do art. 170 do CPC através da Lei n. 8.952/94, verbis: "É lícito o uso da taquigrafia, da estenotipia, ou de outro método idôneo, em qualquer juízo ou tribunal".
	As críticas e justificativas que apresentamos em 1962 parecem válidas, até hoje. Dizíamos então, em resumo reproduzido nas edições anteriores deste livro, que "a transcrição datilografada dos depoimentos prestados em audiência toma enorme tempo e acarreta, além disso, grandes despesas aos cofres públicos, com a aquisição de todo o material necessário a essa forma de registro.
	Poucas décadas decorreram desde a invenção da máquina de escrever até sua utilização generalizada; bem mais de meio século já decorreu, entretanto, desde que foi criada a gravação eletromagnética em fitas, sem que o Direito Processual aceitasse o progresso.
	Sobre ser econômica e mais rápida, a gravação sonora apresenta ainda a vantagem de constituir um meio muito mais fiel de registro, reproduzindo não só as respostas, mas também as perguntas, as hesitações e o comportamento de juízes, advogados, partes, testemunhas, peritos e funcionários, com evidentes benefícios para a tarefa revisora dos Tribunais.
	Acresce que a adulteração dos registros sonoros é tão ou mais difícil do que a dos termos datilografados. E a manutenção, pela Secretaria, de cópias das fitas (utilizáveis também para extração de certidões), bem como a anexação da original aos autos, em envelopes fechados, autenticados pelas assinaturas do juiz e das partes, completariam as medidas asseguradoras de sua inviolabilidade.
	Comentando o texto atual do art. 170 do CPC, assim se pronunciou Sergio Bermudes: "Num tempo em que a técnica evolui com extrema velocidade, não havia motivos para que, no processo, só se adotasse a escrita, ou a datilografia. Qualquer meio idôneo de documentação pode ser empregado, como o armazenamento de dados em discos de computação, a gravação, a filmagem", lembrando, além disso, que "só se deve admitir o emprego de meios resistentes à fraude, ou cuja adulteração a técnica disponível possa detectar, como acontece, hoje, com a inserção de outro som na gravação original" (A reforma do Código de Processo Civil, p. 24-5).
4. PRAZOS PROCESSUAIS
	O andamento processual não poderia ficar prejudicado pela espera da prática de um ato, sob pena de se ensejar a lide interminável. Assim sendo, estipulam-se limites temporais para a seqüência de atos e fases processuais, isto é, fixam-se prazos para prática ou abstinência de atos, findos os quais atinge-se a fase seguinte do processo. Prazo é, portanto, o lapso de tempo fixado para a prática ou abstinência de ato.
	Pontes de Miranda classifica os prazos em peremptórios, quando fixados sem possível alteração; prorrogáveis, quando podem ser aumentados, a pedido da parte ou de ofício; cominatórios, quando extintos, nem por isso se dão os efeitos de peremptório, tendo-se substituído a esses a penalidade; dilatórios, quando não se prorrogam, mas podem ser ampliados para certos atos que de ordinário seriam realizados dentro deles; preclusivos, quando têm de correr antes de algum ato (apud Antonio Lamarca, Ação na Justiça do Trabalho, p. 35).
	Os Juízes do Trabalho devem despachar e praticar todos os atos decorrentes de suas funções dentro dos prazos estabelecidos, segundo o art. 658, d, da Consolidação.
	Também os diretores de Secretaria e demais funcionários se sujeitam a prazos para a prática dos atos que lhes incumbem, sofrendo penas de retardamento.
	O Diploma Consolidado, porém, estabelece poucos prazos para juízes e funcionários: de quarenta e oito horas para remeter cópia da petição inicial ao reclamado (art. 841) e para a juntada do termo de audiência aos autos (art. 851, § 2º), deoito dias, para o oficial de justiça cumprir diligências (art. 721, § 2º), de dez dias para designar audiência de dissídios coletivos (art. 860), e alguns outros. Prevalecem, diante da omissão da lei trabalhista, os prazos consignados no Código de Processo Civil. Assim, o juiz terá dois dias de prazo para os despachos de expediente e dez dias, para os interlocutórios, contados do termo de conclusão. O prazo para que o diretor de secretaria faça a conclusão dos autos ao juiz é de vinte e quatro horas, e, salvo disposição em contrário, os funcionários deverão executar os atos que lhes incumbirem no prazo de quarenta e oito horas (CPC, arts. 189 e 190).
	Quando a lei for omissa "o juiz determinará os prazos, tendo em conta a complexidade da causa" (CPC, art. 177); de resto, ao juiz é facultado exceder por igual tempo os prazos a ele fixados, havendo motivo justificado (idem, art. 187).
	À falta de expressa estipulação, o prazo para a prática de atos pelas partes é de cinco dias (CPC, art. 185).
4a. Contagem do prazo
	Segundo o art. 774 da Consolidação das Leis do Trabalho, os prazos são contados a partir da data em que a notificação for feita pessoalmente, recebida do correio, ou da publicação do edital ou do expediente no jornal oficial, ou ainda da fixação do edital na sede do juízo, salvo disposição em contrário.
	Apesar de a lei referir-se apenas à notificação, vem sendo entendido, sem discussões, que o preceito se aplica também às intimações e às citações. Se feitas pessoalmente, por oficial de justiça ou pelo diretor de Secretaria ou, ainda, em audiência, não há dúvida possível: o prazo se inicia no momento da ciência, certificado nos autos em qualquer dessas hipóteses. A publicação ou a fixação de edital também não ensejam dúvida.
	Dúvidas surgem, porém, sobre o início do prazo, quando a ciência é dada pelo correio, porque não há certeza quanto ao dia do efetivo recebimento da correspondência. É certo que a lei prevê a obrigação do correio, não encontrando o destinatário ou recusando-se este a receber a correspondência, de devolvê-la ao Tribunal de origem no prazo de quarenta e oito horas (CLT, art. 774, parágrafo único), mas o correio nem sempre cumpre o prazo de devolução, quando não o ignora totalmente, e devolve a correspondência com grande atraso ou simplesmente não a devolve.
	Para contornar a dificuldade, a jurisprudência sedimentou-se no sentido de fixar a presunção juris tantum do recebimento da correspondência quarenta e oito horas após sua expedição. Cumpre ao interessado, portanto, destruir a presunção, provando a data exata do recebimento com a juntada aos autos do envelope com a data da entrega carimbada pelo correio ou, na falta, com certidão. Nesse sentido é, aliás, o Enunciado n. 16 da Súmula de Jurisprudência Uniforme do Tribunal Superior do Trabalho.
	Não se confundem início de prazo e início de contagem de prazo, como decorre das regras insertas no Código de Processo Civil (art. 184) e na Consolidação das Leis do Trabalho, mandando excluir da contagem o dia de início e nela incluir o dia de término do prazo (art. 775). Assim, se a parte recebe intimação para se pronunciar em três dias no dia 11, por exemplo, não se conta o dia do recebimento, e o prazo vence no dia 14. Em outros termos, o prazo se iniciou no dia 11, mas a contagem do prazo se faz a partir do dia 12.
	Dispõe ainda o art. 775 da CLT que os prazos são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, pelo juiz ou Tribunal, ou em motivo de força maior devidamente comprovada.
	Isso significa que os prazos correm ininterruptamente, inclusive nos domingos e feriados, e que, embora peremptórios, podem ser prorrogados, seja em caso de impedimento do Tribunal (fechamento do foro, encerramento do expediente, ausência do juiz, etc.), seja por motivo de força maior que impeça a parte de realizar o ato dentro do prazo que lhe fora conferido. Nesse último caso, o juiz poderá deferir requerimento fundamentado e, comprovada a força maior (avalanche, terremoto, inundação, incêndio, etc.), autorizar a prorrogação do prazo.
4b. Exceções à regra de contagem do prazo
	De 20 de dezembro, inclusive, até 6 de janeiro, inclusive, a Justiça do Trabalho entra em recesso, fechando suas portas ao público (em sua origem, para que os funcionários pudessem completar as estatísticas do ano e enviá-las ao Ministério do Trabalho). Durante esse período, não se inicia, não corre e não vence qualquer prazo; o que se iniciou antes do dia 20 tem seu curso suspenso, recomeçando a correr a partir de 7 de janeiro, como dispõe o art. 179 do Código de Processo Civil. Assim, por exemplo, se a intimação para recurso, com prazo de oito dias, foi recebida em 16 de dezembro e a contagem iniciou-se em 17, ambos dias úteis, por hipótese, teriam decorridos três dias do prazo (17, 18 e 19), antes do recesso; os cinco restantes recomeçariam a correr a partir do primeiro dia de funcionamento do foro trabalhista, após o término do recesso (7 de janeiro, de for dia útil), vencendo-se no dia 11 ou no primeiro dia útil seguinte, se porventura 11 de janeiro recair em sábado, domingo ou feriado.
	Por força do disposto no art. 180 do CPC, o curso do prazo também se suspende por obstáculo criado pela parte, pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador (CPC, art. 265, I). Quanto ao prazo da suspensão e para outras considerações, veja-se o Capítulo XII, sub 3 e 3a.
	Mudamos o ponto de vista adotado em edições anteriores, quanto à suspensão do prazo por morte ou perda da capacidade do procurador das partes, pois, se é verdade que empregados e empregadores podem prescindir de advogado, não menos certo é que não estão proibidos de contratá-lo, e, se o fazem, não podem ser prejudicados ocorrendo obstáculo à atuação do procurador, a quem confiaram a missão de seguir o andamento do processo.
	Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou feriado são prorrogados até o primeiro dia útil seguinte (CLT, art. 775, parágrafo único).
	As disposições da Lei n. 1.408, de 9 de agosto de 1951, foram parcialmente incorporadas pelo Código de Processo Civil de 1974, com pequenas alterações. Assim, reza o art. 184, § 1º, do CPC, que será prorrogado até o primeiro dia útil que se seguir o prazo vencido no dia em que "for determinado o fechamento do fórum" ou em que "o expediente forense for encerrado antes da hora normal".
	A sobrevivência da regra contida no art. 4º da referida Lei n. 1.408/51, porém, está sujeita a debates diante do texto do Código de Processo Civil. Caberá à jurisprudência determinar se os prazos que correrem a partir da publicação serão prorrogados de um dia quando o jornal que a contiver for publicado no período da tarde. Parece-nos que essa exceção deve prevalecer, pois o Código não contém disposição semelhante, e portanto não derrogou a lei especial com a qual é perfeitamente compatível. Assim, o prazo de três dias que se iniciar pela publicação, à tarde, em jornal do dia 11, para usarmos o mesmo exemplo anterior, deverá ter seu vencimento prorrogado do dia 14 para o dia 15.
	Subsiste, além disso, o Enunciado n. 1 da Súmula de Jurisprudência Uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, agora com apoio no art. 184, § 2º do CPC. Aquele determina, no caso de intimação na sexta-feira, que "o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começara no primeiro dia útil que se seguir", enquanto o Código, com melhor técnica de redação, reza que "os prazos somente começam a correr do primeiro dia útil após a intimação", devendo ser entendido que, por não haver horário normal no sábado, este não deve ser considerado dia útil.
	Certo é, ademais, que "intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo dar-se-á no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subseqüente", de acordo com o Enunciado n. 262 do Tribunal Superior do Trabalho.
	A taxatividade da enumeração dos recursos,na CLT (art. 893), impede a aplicação subsidiária do Código de Processo Civil. Essa restrição, entretanto, se aplica apenas ao arrolamento dos apelos cabíveis, e não a toda a regulamentação da matéria recursal. Assim, a invocação do CPC, para suprir lacunas da legislação trabalhista, vem sendo aceita, sem oposição da doutrina ou da jurisprudência, nesse setor.
	Via de conseqüência, parece-nos deva ser concedido prazo em dobro para recorrer aos litisconsortes com diferentes procuradores, assim como o prazo em dobro para falar nos autos, conforme previsto no art. 191 do CPC. A apresentação da defesa, deve, porém, continuar a ser feita em audiência, por força do art. 846 da Consolidação, não se aplicando aos processos trabalhistas, portanto, o prazo em dobro para contestar, também outorgado, nas mesmas circunstâncias, pelo referido art. 191 do CPC.
	Reproduzindo o art. 35, parágrafo único, do Código de Processo Civil de 1939, o atual de 1974, faculta à parte, no art. 186, renunciar ao prazo fixado em seu exclusivo benefício.
	Finalmente, o Decreto-Lei n. 779, de 21 de agosto de 1969, lei trabalhista extravagante à CLT, concede privilégio mais extenso do que o art. 188 do Código de Processo Civil, ao assegurar à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às autarquias ou fundações de direito público federal, estadual ou municipal, prazo de vinte dias (em vez dos 5, normais) de antecedência, no mínimo, para a designação da audiência, e prazo em dobro, ou seja, de dezesseis dias, para recorrer. Como norma de exceção, a do art. 1º, III, do Decreto-Lei n. 779/69 repela interpretação analógica ou extensiva. Por isso, a ampliação do prazo para recorrer não se aplica às contra-razões de recurso, que continuam sujeitas ao prazo de oito dias.
5. DISPOSIÇÕES SOBRE OS AUTOS DO PROCESSO
	Os termos processuais, as petições, os documentos e outros papéis formarão os autos do processo, que ficarão sob a guarda e responsabilidade dos escrivães ou diretores de Secretaria, aos quais incumbe também certificar os vencimentos dos prazos e fornecer certidões às partes (CLT, arts. 776, 777 e 781). Nos processos em que correrem em segredo de justiça, contudo, o fornecimento de certidões depende de despacho autorizador do juiz (CLT, art. 781, parágrafo único).
	Salvo se sujeitos a segredo de justiça, os processos poderão ser livremente consultados pelas partes e seus procuradores, em Secretaria ou Cartório (CLT, art. 779), mas os documentos neles contidos somente poderão ser desentranhados (retirados) após encerrado e arquivado o feito, e assim mesmo ficando traslado (cópia feita pela própria Secretaria).
	O art. 778 da Consolidação proibia que os autos saíssem das Secretarias ou Cartórios, salvo para serem enviados, em casos de recurso ou requisição, aos órgãos competentes, mas essa proibição foi parcialmente derrogada pelas Leis n. 3.836, de 14 de dezembro de 1960, 8.638 de 31 de março de 1993, e 8.906, de 4 de julho de 1994 (Estatuto da Ordem dos Advogados). Em princípio, o advogado sem procuração não poderá postular em juízo, exceto para salvaguarda de direitos, em atos reputados urgentes (art. 5º). Assegura-se, contudo, o direito do advogado, ainda que sem procuração, de examinar autos de qualquer processo em Cartório ou Secretaria (art. 7º, XV).
	Prevalece, fora dessas hipóteses, a proibição do art. 778 da CLT, e portanto a parte e o perito não poderão retirar autos.
6. RESUMO
	O processo é um encadeamento dos atos processuais destinados à obtenção de um fim, a sentença. Tais atos são públicos, realizados entre 6,00 e 20,00 horas, e sua expressão gráfica é o termo, feito à tinta, a carimbo ou datilografado.
	Os termos devem ser assinados por parte que esteja impossibilitada de faze-lo serão assinados a rogo, na presença de duas testemunhas. Se houver recusa, tal fato deverá ser certificado, dispensando-se a parte da assinatura.
	Prazo é o lapso de tempo fixado para a prática ou a abstinência de ato. O juiz, o diretor de Secretaria ou escrivão e os funcionários também se sujeitam a prazos, cujo descumprimento acarreta punições.
	É de quarenta e oito horas o prazo para os funcionários praticarem os atos que lhes incumbem. O juiz deve dar despacho de expediente em dois dias, e interlocutórios em dez dias, podendo, entretanto, faze-lo no dobro desses prazos, havendo motivo justo. Não havendo outro fixado em lei, o prazo da parte para praticar os atos que lhe incumbem é de cinco dias.
	Inicia-se o prazo no momento em que o interessado toma ciência do ato a ser praticado, mas na contagem do prazo exclui-se o dia de início e inclui-se o do término.	
	As notificações, intimações e citações feitas através de correspondência causam problemas para a contagem dos prazos, pela incerteza da data de recebimento. A jurisprudência estabeleceu a presunção juris tantum de recebimento da correspondência quarenta e oito horas após sua expedição. Cumpre ao interessado destruir a presunção, fazendo prova da data efetiva do recebimento da correspondência através do carimbo oposto pelo correio no envelope ou de certidão.
	Os prazos correm sem interrupção, inclusive aos domingos e feriados, mas podem ser prorrogados, havendo impedimento causado pela Corte (fechamento, ausência do juiz etc.) ou motivo de força maior que impossibilite a parte de cumpri-lo.
	Entretanto o recesso da Justiça do Trabalho suspende o curso dos prazos, entre 20 de dezembro e 6 de janeiro, recomeçando eles a correr a partir de 7 de janeiro. Obstáculo criado pela parte, sua morte ou perda de capacidade também suspendem o curso do prazo.
	 Os prazos que se vencerem em sábado, domingo, feriado, dia em que estiver fechado o fórum ou seu expediente for encerrado mais cedo, prorrogam-se até o primeiro dia útil seguinte. Parece-nos ainda que o prazo iniciado por publicação feita por jornal divulgado no período da tarde deva ser prorrogado de um dia útil, muito embora esse entendimento esteja sujeito à confirmação, pela jurisprudência.
	 Os prazos que se iniciam na sexta-feira terão como primeiro dia de contagem a segunda-feira seguinte (Enunciado n. 1 do TST).

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