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Dermatozoonoses Deise dutra soares Escabiose Acarino - Sarcoptes scabiei var. hominis (fêmea fecundada). Infestação epidérmica superficial. Dermatose pruriginosa predominantemente noturna. Doença de transmissão sexual/contato pele a pele/fomites Etiopatogenia A fêmea penetra na epiderme fazendo um túnel subcórneo com progressão de 2 a 3 mm por dia, tem ciclo vital de 15 a 30 dias, eliminando cerca de 40 a 50 ovos neste período. Em 3 a 5 dias os ovos origina uma larva hexápode que se transforma em ninfa e, finalmente, chega à fase adulta. O ciclo biológico do ovo ao adulto dura, em média, 15 dias. O período de incubação é de 3 a 4 semanas, quando aparece erupção pruriginosa, ou então de 1 ou 2 dias, nos casos de reinfecção dos pacientes que se alergizarem. O prurido pode ocorrer devido a 2 mecanismos: Mecânico: progressão do parasita especialmente a noite (calor do leito). Alergico: eosinofilia sanguínea. Clínica Tunel escabiótico (5 a 15 mm) de cor acinzentada clara ou da cor da pele, sinuoso, tendo na extremidade migrante uma pequena vesícula (elevação circunscrita da pele que contem liquido em seu interior e são menores que 1 cm de diâmetro) chamada de eminencia acarina (onde se encontra o parasita). São localizados preferencialmente em áreas com poucos folículos pilosos e onde o estrato córneo é delgado e macio, nos dedos, nas pregas interdigitais, nos punhos, nos cotovelos, nos mamilos (sobretudo nas mulheres), nas pregas axilares, na genitália, nas nádegas e no hipogástrio; nas crianças, as lesões localizam-se também no couro cabeludo, nas palmas e nas plantas. Lesões ponfosas urticariformes de natureza alérgica podem ocorrer em áreas em que não há túneis (regiões escapular e abdominal). Lesões de escoriação com impetiginização secundária (infecção da ferida por bactérias) – atentar para isso principalmente se houver sensação dolorosa. Glomerulonefrite. Nódulos eritematosos típicos, pruriginosos no pênis e sacro escrotal, que pode persistir até após o tratamento (pseudolinfoma). Prurido noturno: intenso e disseminado geralmente polpando cabeça e pescoço. Fenômeno de hipersensibilidade aos antígenos do acaro. Nódulos escarbioticos: nódulos lisos com diâmetro entre 5 e 20 mm, de cor vermelha, rosa, castanha ou marrom, túnel algumas vezes encontrado sobre a superfície de uma lesão em fase bem inicial. Distribuição: escroto, pênis, axilas, cintura, nádegas, aréolas . Resolução deixando hiperpigmentação pós- inflamatória. Talvez fique mais evidente após o tratamento à medida que a erupção eczematosa se resolva. Diagnóstico Escabiose crostosa Formação de crostas estratificadas (até centímetros) Eminências ósseas, podendo, inclusive, comprometer unhas, face, cabeça e regiões palmoplantares Indivíduos de hábitos higiênicos precários, neuropatas, deficientes mentais e imunodeprimidos (alta quantidade de parasitas). Vírus HTLV-1. Diagnósticos diferenciais: Psoríase (inclusive apresentação rupioide), doença de Darier, farmacodermia, dermatite seborreica e eczemas. Odor característico. Clinico Prurido noturno + túneis. Laboratorial Pesquisa direta de parasita (escarificar com um alfinete a eminencia acarina e lente de aumento pequena), ovos e larvas (curetagem do túnel umedecido com uma solução de potassa possibilita e preparado de lâmina e lamínula com pequeno aumento, ao microscópio). Dermatoscópio: achado de pequenas estruturas triangulares (asa delta – porção anterior pigmentada do ácaro) e enegrecidas acompanhadas de um pequeno segmento linear encontrado na base do triângulo (túnel escabiótico preenchido com ovos e fezes do parasita). Tratamento Tópico A medicação deve ser administrada por 2 a 3 noites seguidas e repetida uma vez 1 semana após. No adulto, aplica-se do pescoço para baixo, no corpo inteiro, e, nas crianças até 10 anos, aplica-se inclusive no couro cabeludo. Os medicamentos devem ser removidos no banho na manhã seguinte ao tratamento. Permetrina – piretroide sintético, utilizada a 5% em loção e considerada muito efetiva e de baixa toxicidade. É muito pouco absorvida e rapidamente metabolizada. É recomendada aplicação única à noite, e uma segunda após 5 a 7 dias. Não deve ser usada em crianças menores de 2 meses, gestantes e durante o aleitamento Monossulfeto de tetraetiltiuram em solução a 25% (monossulfiram) – diluir uma parte do medicamento em 2 a 3 de água, para adultos, e 3 a 4 de água, para crianças. A solução deve ser preparada no momento do uso. Por ser estruturalmente correlato ao dissulfiram, pode causar efeito antabuse quando da ingesta de álcool por até 10 dias após a aplicação da substância. Tal efeito se traduz por vasodilatação periférica, tontura, mal-estar, sensação de morte etc. Benzoato de benzila (10 a 25%) – loção ou creme. É a substância ativa do bálsamo-do-peru. Seus principais efeitos adversos são irritação primária, xerose e prurido. Lindano a 1% (gama-hexacloro-ciclo-hexano) – neurotóxico, sobretudo para recém-natos, seu uso tem sido associado ao aumento de tumores cerebrais em crianças. Não deve ser utilizado em crianças, gestantes, durante o aleitamento e em pacientes com doenças neurológicas. No Brasil, teve comercialização proibida. Enxofre – na forma de enxofre precipitado (5 a 10%) em vaselina líquida ou pasta d’água, por 3 noites consecutivas. Embora cosmeticamente pouco aceitável e ocasionalmente irrite a pele, é efetivo e seguro. Adequado para crianças com menos de 2 meses, gestantes e durante a lactação. Fazer levantamento de todos da casa (em caso de dúvida fazer tratamento reduzido com apenas 2 aplicações com intervalo de uma semana entre elas). O prurido persiste em função da alergia ao ácaro, mesmo após iniciado o tratamento (orientar paciente a usar corretamente o medicamento e não passar demais devido risco de dermatite por irritante primário que gerara mais prurido). Prurido intenso = corticoides de uso local aplicados 2 a 3 vezes/dia. Nódulos do pênis e da bolsa escrotal persistentes = corticoide local de alta potência (3 a 4 vezes/dia, massageando) até o desaparecimento. Em caso sem melhora dos nódulos, pode-se aplicar corticoide intralesional (0,1 mL de triancinolona 10 mg/mL). Infecção secundária, quando presente, deve ser tratada conforme a extensão do processo (antibiótico local ou sistêmico). Não há necessidade de ferver roupas pessoais, de cama ou toalhas, bastando apenas lavá-las até após o 2 + dia de tratamento. Nos casos em que até após 1 semana de tratamento persistam as lesões, recomenda-se repetir o tratamento, de preferência com outro escabicida. Sistêmico Ivermectina: comprimido de 6 mg e a dose preconizada é de 200 mg/kg, ou seja, 1 comprimido para cada 30 kg, devendo ser empregado sempre para mais, já que a dose tóxica é 60 vezes a dose recomendada. Deve ser evitado em crianças com menos de 15 kg, em pacientes com alteração da barreira hematoencefálica e no período de amamentação. Deve ser administrado com cautela a pacientes em uso de substâncias que atuam no sistema nervoso central. Dose única repetida em 10 dias. Sarnas zoogenas Contato com animais com escabiose: não se implanta mas migra pela pele provocando prurido não noturno, escoriações, lesões vesiculopapulosas, urticariformes e impertiginização secundária. Pediculose Dermatose pruriginosa produzida por piolhos (ectoparasita). Cabeça (Pediculus humanus var. capitis), tronco (P. humanus var. corporis) e região pubiana (Phthirus pubis). Transmissão por contato direto ou por objetos pessoais. Sobrevive 1 a 2 semanas fora do corpo humano. Etiopatogenia Perfuração da pele pelas probóscides (hematófagos), com inoculaçãode substancia irritante e sensibilizante (hipersensibilidade em 10 dias após infestação). Clinica Pediculose da cabeça Prurido intenso, com preferência pelas regiões occipital e retroauriculares. Sinais de escoriação. Infecção secundária, com repercussão ganglionar regional. Achado do parasito e das lêndeas (ovos alongados, esbranquiçados, que se fixam por meio de uma gelatina ao longo dos cabelos). Reação a picada: urticaria papulosa no pescoço. Lesões secundárias: eczema, na região occiptal do couro cabeludo, escoriações, líquen simples crônico na região occiptal do couro cabeludo e no pescoço, secundários à coçadura e à fricção crônica. Infecção secundária por S. aureus no eczema ou nas escoriações; pode se estender ao pescoço, à fronte, à face e às orelhas. Linfadenopatia occipital. Diagnóstico diferencial Minúsculas contas brancas nos cabelos: Pelos com remanescentes da bainha interna da raiz, fixador capilar, gel capilar, caspa (escamas epidérmicas), piedra. Prurido no couro cabeludo: Dermatite atópica, impetigo, líquen simples crônico. Sem infestação: Parasitose fictícia. Pediculose corporal Lesões papulourticariformes (pápulas que coçam) e hemorrágicas (picada e sensibilidade provocada pela inoculação salivar) localizadas preferentemente no tronco, no abdome e nas nádegas, às vezes também nos membros. Escoriações lineares. Liquenificação (Espessamento da pele com acentuação das estrias, pele com aspecto quadriculado). Hiperpigmentação pós inflamatórios. Tratamento Escabicidas utilizados em aplicação única durante 6 horas e, após, lavar o couro cabeludo. Repetir a aplicação após 7 dias, Xampu de permetrina (1%) ou deltametrina (0.02%), deixar por 5-10 minutos e enxaguar. Repetir após 7 dias. As lêndeas devem ser retiradas com pente fino após aplicação de vinagre 1:1 em água morna. Ivermectina, na dose de 100mg/kg em dose única, repetida após uma semana efetiva para matar os piolhos. Pediculose pubiana Urticária papulosa (pequenas pápulas eritematosas) nos locais em que se alimenta, especialmente na região periumbilical. Alterações secundárias à fricção, como liquenificação e escoriação. Infecção secundária por S. aureus. Mácula cerúlea (taches bleues) são máculas cinza-ardósia ou cinza- azuladas com 0,5 a 1 cm de diâmetro, que não desaparecem com a pressão. Nas infestações dos cílios, é possível encontrar crostas serosas junto com piolhos e lêndeas; ocasionalmente, edema das pálpebras nos casos com infestação intensa. Em caso de impetiginização secundária, observa-se linfadenopatia regional. Prurido leve a moderado. Escoriações e crostículas hemorrágicas. impetiginização e eczematização secundárias. Localiza-se preferentemente nas regiões pubiana e perineal, porém, também, às vezes, no abdome, no tórax, nas coxas e na região supraciliar. Tratamento Retirada manual dos parasitas, com auxílio de vaselina. Solução oftalmica de fluoresceína 1 a 2 gotas nos cílios provoca a morte dos piolhos e suas lêndeas; se necessário, repetir após sete dias. Ivermectina na dose de 200mg/kg mata as formas adulta Diagnóstico Dermatóscópio: visualização das lêndeas ou dos ectoparasitas. Miiase Infestação por larvas de moscas (dípteros), que se alimentam de tecidos viáveis ou necrosados, fluidos corporais ou alimentos ingeridos. Clinica Miiase primária Furunculoide Uma ou poucas larvas penetram na pele exposta. A fêmea da mosca deposita os ovos no abdome de um inseto veiculador. Esses insetos contaminados picam o animal ou o homem e então as larvas penetram por esse orifício; à custa de fermentos proteolíticos, invadem a pele, produzindo lesão furunculoide. A larva deixa o local após a maturação com posterior cicatrização da lesão. Lesão nodular, discretamente inflamatória, dolorosa (ferroada), pruriginosa, com aspecto furunculoide cuja única abertura deixa sair um discreto exsudato quando a larva sai para respirar. Pode ocorrer infecção secundária (erisipela e abscesso). Tratamento Retirada manual da larva com auxílio da pinça, após espremedura da lesão e aplicação de gaze embebida em éter no local para matar a larva. Asfixiar a larva com vaselina na superfície do orifício com esparadrapo sobre a lesão, forçando a saída da larva, que em geral vem aderida no esparadrapo retirado após algumas horas. Aconselhar uso de repelente. Não romper a larva na retirada, a fim de evitar infecção secundária, abscesso ou reação granulomatosa tipo corpo estranho posterior. Migratória Erupção muito pruriginosa, linear, serpeante e finos Miiase secundária Cutânea Moscas são atraídas pelo cheiro de lesões abertas e depositam seus ovos que se transformam em numerosas larvas. A custa de fermentos proteolíticos essas larvas agravam as úlceras. Cavitária Ovos são depositados em cavidades (órbita ocular, ouvidos, narinas, vagina) e invadem as estruturas anexas, inclusive com destruição de cartilagem e osso, produzindo sérias complicações (meningite, mastoidite, sinusite, faringite). Tratamento Ivermectina 200 μg/kg e, se necessário, retirada com pinça das larvas. Pseudomiiase Intestinal Ingestão de alimentos contaminados com larvas. Tratamento Anti helmíntico (tiabendazol). Larva migrans (helmintíase migrante) Bicho geográfico. Inoculação de larvas de ancilostoma na pele (filarioide). Transmissão Contato com larvas presentes no solo que penetram e migram na epiderme do ancilóstomo. Patogenia A larva ao penetrar na pele humana (pele errada pois ele não possui as colagenases espcíficas para penetrar na derme humana e atingir a circulação) fica instalada na epiderme provocando uma reação inflamatória por parte do organismo, podendo ficar bloqueada ou progredir intradermicamente formando um túnel com maior progressão noturna (2 a 5 cm diários). Manifestações clínicas IgE aumentada Eosinófilia Forma papulosa: pápula eritematosa, urticaria ou vesiculopapulosa de poucos milímetros, intensamente pruriginosa. Forma migrante: túnel eritematopapuloso, sinuoso, cuja extremidade migrante apresenta-se mais ativa, enquanto a área terminal do túnel começa a entrar em regressão, apresentando-se discretamente escamosa. Lesão serpiginosa, superficial, linear, elevada, como um túnel, com 2 a 3 mm de largura, contendo líquido seroso. Mais comuns nos pés, nádegas e pernas. *casos reacionais intensos podem apresentar vesículas e bolhas. *Larva migrans disseminada pode gerar síndrome de loeffler que cursa com febre, alteração respiratória, infiltrados pulmonares e eosinofilia periférica. Diagnóstico Dermatopatologia: parasito colhido do ponto mais avançado da lesão. Tratamento Maggot therapy utiliza larvas crescidas em laboratório para remoção de material necrótico de úlceras de qualquer natureza Lesões numerosas Tiabendazol oral 30 a 50 mg/kg de peso, em dose única, antes de dormir ou em dose fracionada. A dose máxima para adultos é de 3 g, em tomada única. Náuseas e vômitos são efeitos colaterais comuns. Poucas lesões Tratamento tópico (pomada a 25%), 2 vezes/dia. Albendazol na dose de 400 mg por 3 dias. Ivermectina. Ixodidíase Dermatite ocasionada pela picada de carrapato. Clinica Erupção intensamente pruriginosa de pequeninas e numerosíssimas pápulas, localizadas, preferentemente, nas pernas e, às vezes, no abdome. Corresponde à infestação pela ninfa hexápode. Erupção de poucas lesões maculoeritematopurpúricas, produzidas pelo carrapato na sua fase adulta; é pouco pruriginosa e quase só é percebida quando o carrapato se ingurgita de sangue. Urticária: indivíduo previamente sensibilizado. Granuloma, representado por uma ou mais lesões papulotuberosas,que ocorrem em determinadas pessoas e cuja histologia é a de um pseudolinfoma. Tratamento Anti-histamínicos orais. Corticoides tópicos benzoato de benzila a 25% Encostar uma ponta de cigarro ou fósforo aceso próximo ao parasita adulto; o calor faz com que este abandone o homem, sem necessidade de tração, que, na maioria das vezes, deixa restos de seu capitulum, originando reação a corpo estranho. Doença de Lyme Borreliose Bateria transmitida pela picada de carrapato (permancencia de pelo menos 24 a 72 horas). Manifestações clínicas Pródromos Mal-estar, fadiga, letargia, cefaleia, febre, calafrios, rigidez de nuca, artralgia, mialgia, dor nas costas, anorexia, faringite, náusea, disestesia, vômitos, dor abdominal, fotofobia. Estágio I Lesões cutâneas. Eritema migratório, urticária, rash malar, eritemas evanescentes, lesões anulares múltiplas. Mácula ou pápula eritematosa inicial cresce em direção centrífuga dentro de poucos dias, formando uma lesão com borda vermelha distinta no local da picada, diâmetro mediano máximo é de 15 cm. À medida que o EM se expande, o local pode permanecer uniformemente eritematoso, ou ocorrem vários anéis de tonalidades variáveis de vermelho, com anéis concêntricos (lesões em alvo ou olho de boi). Quando ocorre no couro cabeludo, apenas uma faixa linear pode ser evidente na face ou no pescoço. O centro pode se tornar endurecido, vesiculoso, equimótico ou necrótico. Com a evolução do EM, podem ocorrer hiperpigmentação pós-inflamatória, alopecia transitória e descamação. Outras manifestações. Cefaleia, meningismo, mialgia, artralgia, dor testicular, linfadenopatia, sintomas respiratórios, conjuntivite, febre, astenia etc.; ocorrem em 50% dos pacientes. Linfocitoma por Borelia No local da picada Nódulo único vermelho azulado Orelha, mamilo, escroto, aureola. 3 a 5 cm Estágio II Ocorre semanas ou meses após o eritema migratório. Lesões cutâneas: Linfocitoma cútis (pavilhão auricular em crianças ou mama em adultos), eritema palmar. As lesões secundárias assemelham-se ao EM, porém, são menores, migram menos, carecem de endurecimento central e podem ser descamativas. As lesões aparecem em qualquer local, exceto nas palmas das mãos e plantas dos pés. Podem ocorrer algumas ou muitas lesões, podem se tornar confluentes. Outras manifestações. Meningite, neurite (nervos cranianos, especialmente paralisia do facial ou dos nervos periféricos). Mioartralgias ou artrite (60%), anormalidades cardiológicas como bloqueio atrioventricular, cardite, precordialgia. Pode haver neuropatia óptica, panoftalmite, ceratite, irite. Estágio III Lesões cutâneas Acrodermatite crônica atrófica, morfeia. Eritema violáceo difuso ou localizado, geralmente em um dos membros, acompanhado de edema discreto a proeminente. Estende-se em direção centrífuga no decorrer de vários meses a anos, deixando áreas centrais de atrofia; as veias e o tecido subcutâneo tornam-se proeminentes. Fibromas localizados e placas na forma de nódulos subcutâneos ao redor dos joelhos e dos cotovelos. Outras manifestações. Artrite crônica oligoarticular, encefalomielite progressiva, síndrome similar a esclerose múltipla. Diagnóstico Bases epidemiológicas+Quadro clínico Cultura e sorologia (ELISA, imunofluorescência indireta). A pesquisa do agente, pela cultura, deve ser feita logo nos primeiros dias. A reação em cadeia da polimerase (PCR) é menos sensível. A sorologia só se torna positiva após mais de 10 dias (IgM). Tratamento O tratamento das manifestações recentes baseia-se em antibioticoterapia (penicilinas, tetraciclinas e/ou ceftriaxona). Nem sempre ocorre resolução das lesões com a medicação. Tetraciclina VO 250 mg – 4 vezes/dia – 14 a 21 doxiciclina VO 100 mg – 2 vezes/dia – 14 a 21 dias Amoxicilina VO 250 a 500 mg – 4 vezes/dia – 14 a 21 dias, ou 20 mg/kg/dia. Ceftriaxona IM 2 g – 2 vezes/dia – durante 14 dias. Para as demais manifestações, poderão ser necessários anti-inflamatórios não hormonais. Manifestações tardias podem ser irreversíveis. Demodicidose Espécies de Demodex são ácaros encontrados na face dos seres humanos e fazem parte do microbioma cutâneo humano. D. follicolorum reside nos folículos pi losos. D. brevis reside no infundíbulo das glândulas sebáceas. Os ácaros não invadem os tecidos e os locais por eles habitados geralmente são assintomáticos. Em alguns casos desencadeiam uma reação inflamatória com pápulas dolorosas e pruriginosas. Tratamento Peróxido de benzoila 5 a 10% Enxofre a 5 % Invermectina tópica 1% Metromidazol o,75% a 1% Tunga penetrans ou pulga do bicho-de-pé Transmissão Contato direto com solo contaminado. Não trasnmissivel Prurido seguido por dor quando houver infecção secundária. Pápula, nódulo ou vesícula (6 a 8 mm de diâmetro) com ponto negro central (tungíase) que vem a ser a parte posterior dos segmentos abdominais do inseto. A medida que os ovos sofrem maturação pápula torna-se um nódulo branco do tamanho de uma ervilha. Nas infestações intensas, há nódulos e placas com aspecto de favo de mel. Podem ocorrer ulceração, inflamação e infecção secundária. Mais comum nos pés, especialmente sob as unhas, entre os dedos, plantas dos pés, poupando as áreas que suportam peso; nos banhistas, qualquer região exposta da pele. Tratamento Retirada do parasita com auxílio de agulha desinfetada, devendo todo o parasita ser retirado. Em seguida, usa-se tintura de iodo ou outro antisséptico no local. Havendo infecção secundária, tratar com antibioticoterapia tópica ou sistêmica.
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