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CÂNCER DE MAMA • Fatores de risco - Predisposição genética - Exposição a estrógenos: a exposição prolongada a estrogênios está associada a aumento do risco de câncer de mama – a exposição a estrogênios é maior com a menarca precoce, menopausa tardia e nuliparidade ou primeira gestação após os 30 anos - Radiação ionizante - Baixa paridade - História de hiperplasia mamaria atípica - Consumo de álcool e obesidade: a obesidade é frequentemente associada a ciclos menstruais mais longos e a ciclos anovulatórios, resultando em menor exposição total a estrogênios e menor risco de câncer de mama - Síndromes genéticas - Mutação do BRACA1 e BRAC2: as mutações em BRCA1 e BRAC2 herdadas predispõem as portadoras do sexo feminino a câncer de ovário e de mama (os portadores masculinos de mutações em BRCA2 têm risco aumentado de desenvolver câncer de mama ou de próstata) - Sindrome de LiFraumeni (mutação no gene TP53) e síndrome de Cowden (mutação do gene PTEN) - Mulheres com parente de 1º grau (mãe, irmã ou filha) e diagnóstico de câncer de mama antes do 50 anos - Mulheres com parente de 1º grau com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer idade - Mulheres com história de câncer de mama masculino: entre os fatores de risco para câncer de mama no sexo masculino estão antecedentes familiares, mutações em BRCA2, síndrome de Klinefelter, doença hepatica crônica e quadros testiculares - Mulheres com diagnostico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia in situ • Rastreamento • Tipos de CA de mama • Anatomia da mama • Manifestações clínicas - Nódulo ou tumor no seio, acompanhado ou não de dor - Alteração na pele: abaulamentos, retrações ou aspecto de “casca de laranja” - À expressão da papila: secreção sanguinolenta - Nódulos palpáveis na axila • Exames complementares - Mamografia Rastreamento Avaliação complementar e diagnostica Seguimento - Ultrassonografia Diferenciação entre as lesões Avaliação de mamas densas Detecção de lesões intra- císticas Punção e demarcação de lesões impalpáveis • Classificação BI- RADS • Diagnóstico das lesões palpáveis - Mulheres < 35 anos: USG - Mulheres com 35 anos ou mais: mamografia • Diagnóstico das lesões não palpáveis - Categoria 3 (BI- RADS): devem ser realizados dois controles radiológicos com intervalo semestral, seguidos de dois controles com intervalo anual - Categorias 4 e 5 (BI- RADS): está indicado o estudo histopatológico, que pode ser realizado por meio de PAG, mamotomia ou biopsia cirúrgica ESTADIAMENTO - O estadiamento do câncer de mama é feito de acordo com o sistema TNM Tamanho do tumor Comprometimento nodal Metástase • Tamanho do Tumor - Tx: tumor não pode ser avaliado - Tis: carcinoma in situ - T1: tumor com até 2cm em sua maior dimensão T1 mic: carcinoma microinvasor (até 1mm) T1a: tumor com até 0,5 cm em sua maior dimensão T1b: tumor com mais de 0,5 – 1cm em sua maior dimensão T1c: tumor com mais de 1cm -2 cm em sua maior dimensão - T2: tumor com mais de 2-5 cm em sua maior dimensão - T3: tumor com mais de 5 cm em sua maior dimensão - T4: qualquer T com extensão para pele ou parede torácica T4a: extensão para parede torácica T4b: edema (pear d’orange), ulceração da pele da mama, nódulos cutâneos satélites na mesma mama T4c: associação do T4a e T4b T4d: carcinoma inflamatório • Comprometimento nodal - Nx: os linfonodos não podem ser avaliados - N0: ausência de metástase - N1: linfonodo (s) homolateral (is) móvel(is) comprometido (s) - N2: metástase para linfonodos axilares homolaterais N2a: metástase para linfonodos axilares homolaterais fixos uns aos outros ou à estruturas vizinhas N2b: metástase aparente somente para linfonodos da cadeia mamaria interna homolateral, sem evidência de metástase axilar - N3: metástase para linfonodos intraclaviculares N3a: metástase para linfonodos infraclaviculares homolaterais N3b: metástase para linfonodos da mamaria interna homolateral e para linfonodos axilares N3c: metástase para linfonodos supraclaviculares homolaterais • Metástases - Mx: metástase à distância não pode ser avaliada - M0: ausência de metástase à distância - Mi: presença de metástase à distância • Exames de estadiamento - A avaliação inicial de qualquer paciente com câncer de mama recém diagnosticado deve incluir história e exame fisico O exame fisico deve se concentrar na palpação de mamas, cadeias de linfonodos e abdome, além de avaliação da pele para possível envolvimento da doença - A conduta adicional inclui: Mamografia e ultrassonografia de mamas Exames de sangue de rotina, com hemograma completo e testes de função hepática – valores anormais ou sinais e sintomas de doença metastática indicam necessidade de avaliação complementar com radiografia de tórax, tomografia computadorizada de tórax, abdome e pelve, e cintilografia ossea - Biópsia com imunohistoquimica - Aconselhamento genético para tumores hereditários - Avaliação psicológica - Discussão sobre fertilidade em pacientes pré menopausadas FATORES PROGNÓSTICOS E PREDITIVOS - Envolvimento de linfonodos: o tecido mamário, normalmente, drena para os linfonodos localizados na axila, e o envolvimento canceroso desses linfonodos é uma indicação de probabilidade de disseminação do câncer e de sua presença em orgãos distantes – as pacientes com linfonodos positivos geralmente são tratadas com quimioterapia, hormonioterapia ou ambas, após tratamento local, mesmo quando o tumor tenha sido removido completamente (o tipo de tratamento sistêmico a ser recomendado depende de o tumor expressar receptores hormonais e/ou a proteína HER2) - Tamanho e extensão do tumor: o prognostico de pacientes com câncer de mama depende do tamanho do tumor, uma vez que os tumores maiores (< 2 cm) recidivam com mais frequência – em alguns casos, a quimioterapia pode ser administrada antes da cirurgia para reduzir o tamanho de uma tumor volumoso (> 5cm) ou que tenha se estendido para a parede torácica - Histologia: a distinção mais importante é entre tumores invasivos e não invasivos (in situ) – o tratamento cirúrgico dos canceres in situ é semelhante ao dos invasivos, mas em geral não se recomenda dissecação de linfonodos axilares - Situação de receptores hormonais: as pacientes com tumores positivos para receptor hormonal serão beneficiadas com tratamento endócrino pós operatório ou, nas pós-menopausadas, com inibidor da aromatase – para as pacientes pré-menopausadas, podem ser consideradas ablação ou supressão ovarianas, mas até o momento não há evidências de eficácia obtidas em ensaios clínicos randomizados. A hormonioterapia não é benéfica em pacientes com tumores negativos para receptores hormonais - Situação de HER2: pacientes com tumores invasivos e hiperextensão de HER2 são beneficiadas com tratamento pós- operatório com trastuzumabe, um anticorpo monoclonal anti-HER2 - Idade e/ou estado menstrual: as pacientes com menos de 50 anos de idade ou pré menopausadas por ocasião do diagnóstico de câncer de mama são mais beneficiadas com quimioterapia sistêmica adjuvante do que as pós-menopáusicas - As pós-menopáusicas têm menos benefício absoluto na redução do risco de recorrência em comparação com as pré-menopáusicas, mas ainda podem obter algum benefício com a quimioterapia adjuvante TRATAMENTO - Loco- regional: cirurgia e radioterapia - Sistêmico: hormonioterapia e quimioterapia • Cirurgia - Conservadora: retirada de um segmento da mama e dos gânglios axilares ou linfonodos sentinelas A CCM oferece às pacientes a opção de preservar a mama sem comprometimento da sobrevida O tumor é removido cirurgicamente paraque se obtenham margens livres de doença, sem que se retirem quantidades excessivas de tecido mamário normal A CCM deve ser seguida por radioterapia em toda a mama ou apenas no sítio original do tumor (irradiação parcial da mama) para erradicação de doença residual - Não conservadora: mastectomia – remoção cirúrgica da mama Mastectomia radical: a mama é removida junto com os músculos peitorais maior e menor e parte da pele sobrejacente (ao menos 4 cm de cada lado do local da biopsia do tumor), procedendo-se à ressecção em bloco de todo o conteúdo axilar, incluindo os linfonodos localizados além da veia subclávia Mastectomia radical modificada: remove-se toda a ama e procede-se à dissecção axilar, na qual os linfonodos axilares nos níveis I e II também são removidos – a maioria das pacientes com câncer de mama invasivo, atualmente, é tratada com mastectomia radical modificada Mastectomia simples ou total: remove-se toda a mama e uma pequena quantidade de pele, mas sem a remoção dos linfonodos axilares – é apropriada para mulheres com carcinoma ductal in situ e para aquelas que desejam mastectomia profilática ** Desvantagens: mutilação, movimentação do braço, linfedema, dormência - Cirurgia da axila: pacientes com a axila clinicamente comprometida devem ser submetidas à dissecção axilar ** Dissecção dos linfonodos axilares: utilizada para o tratamento de pacientes com câncer de mama localizado, a fim de prevenir recorrência axilar e para obter informações prognosticas • Radioterapia - Objetivos: Matar as células remanescentes pós- cirurgia Reduzir o tamanho do tumor pré-cirurgia - Indicações: Tumores com T> ou = 5cm Pele comprometida pelo tumor Dissecção inadequada da axila Margens comprometidas 4 ou mais linfonodos comprometidos ** A radioterapia pós mastectomia em pacientes com tumores volumosos (> ou igual a 5 cm) ou linfonodos axilares positivos, reduz o risco de recorrência loco-regional, aumenta a sobrevida livre da doença e reduz o risco de morte por câncer de mama - Em pacientes com tumores > 5 cm ou > 4 cm linfonodos axilares positivos, são rotineiramente irradiados após a mastectomia - O campo de irradiação geralmente inclui a parede torácica e as regiões supraclavivular e infraclavicular • Quimioterapia adjuvante ** Denomina-se terapia sistêmica adjuvante à administração de hormonioterapia, quimioterapia e/ou transtuzumabe (anticorpomonoclonal humanizado ante- HER2) após terapia local definitiva para o câncer de mama – reduz o risco de recorrência e de morte por câncer de mama - Fisiologia: estimulam a produção de hormônios ovarianos através da ligação a um receptor acoplado a proteína G transmembrana - Ações do LH e FSH: - Quimioterapia adjuvante: Pacientes com câncer negativo para receptor hormonal, particularmente em caso de linfonodos positivos, tumor volumoso ou outras características adversas Pacientes com câncer de mama e linfonodo positivo independentemente da situação do tumor em relação aos receptores hormonais. Pacientes com câncer de mama com hiperexpressão de HER2 tratadas com trastuzumabe - Hormonioterapia de base molecular: todas as terapias têm como alvo tanto o estrogênio diretamente ou o receptor de estrogênio - Indicação: Pacientes com carcinoma invasor de mama operados, sem doença metastática a distância, com tumor maior que 1 cm (grau histológico 2 ou 3) ou linfonodo positivo Considerar para aquelas pacientes jovens (<40 anos) com tumores grau histológico II ou HER2 positivo, com invasão angiolinfatica e perineural presentes, mesmo para tumores de 0,6 a 1 cm • Hormonioterapia adjuvante - A terapia hormonal tem como objetivo reduzir o estrogênio e, consequentemente, bloquear o crescimento das células cancerosas que requerem esse hormônio para sua proliferação O câncer de mama positivo para receptor (RE e/ou RP) requer estrogênio para crescer, enquanto aqueles negativos para receptor não dependem do hormônio para cresce - portanto, a terapia hormonal só é efetiva nos casos de câncer positivo para receptor hormonal. - Agentes usados na terapia hormonal no câncer de mama: Moduladores seletivos de receptor de estrogênio (SERM): Tamoxifeno, Raloxifeno Anti estrogênios: Fulvestranto Inibidor de aromatase: Letrozol, Anastrazol, Exemestano - Objetivo: impedir que os estrógenos se liguem a seus receptores Supressão da atividade ovariana – ooforectomia cirúrgica ou ooforectomia química: provoca queda brusca na produção de estrógeno, privando as células tumorais do estímulo para multiplicar-se Moduladores seletivos do receptor de estrogênio: podem ser empregados na pré e na pós menopausa – Tamoxifeno, Raloxifeno e Fulvestranto Inibidores da Aromatase: são indicados apenas depois de instalada a menopausa – ao inibir a ação da enzima aromatase, esses medicamentos impedem a transformação dos hormônios sexuais pela suprarrenal em estrógeno, privando as células malignas desse fator de crescimento (inibidores da aromatase de terceira geração: Letrozol, Anastrazol e Exemestano) - Moduladores Seletivos de Receptor de Estrogênio (SERMs) ❖ TAMOXIFENO 1ª droga hormonal aprovada pelo FDA para o tratamento do câncer de mama Mecanismo de ação: competitivamente liga-se ao receptor de estrogênio, resultando na redução da transcrição genica – agonista parcial Bloqueia o ciclo celular na fase G1 Droga citostática Benefícios: - Cardiovascular: reduz o nível de fatores inflamatórios associados com o risco de doença cardiovascular; menos hospitalizações por eventos cardíacos; redução no nível colesterol/ LDL - Ossos: significativa redução na incidência de fraturas ou perda de massa óssea - Prevenção do câncer de mama contralateral Toxicidade: - Inibidor de Aromatase: Letrozol, Anastrazol, Exemestano Mecanismo de ação: agem inibindo a ação da enzima aromatase – conversão periférica de androgênio em estrógeno através de processo (aromatização) Dois tipos disponíveis (terceira geração): inibidores esteroidais (Exemestano) – ligação irreversível ou ligação permanente e desativação da enzima aromatase; inibidores não esteroidais (Letrozol e Anastrazol) – inibição reversível ou inibem a sintese de estrogênio através de uma competição reversível pela enzima aromatase Toxicidade: fogachos, sangramento vaginal, menor proteção cardiovascular, menos eventos tromboembólicos, mialgia, artralgia, osteoporose (suplementação com calcio, vitamina D e bisfosfonados) • Tratamento Neoadjuvante - A citoredução tumoral pode aumentar a chance de realizar a cirurgia conservadora - Permite avaliar a taxa de resposta in vitro • Tratamento da doença metastática – Quimioterapia e Terapia Alvo - Receptor hormonal positivo e HER2 negativo - Triplo negativo - HER 2 positivo Trastuzumabe: aproximadamente 20% dos cânceres de mama apresentam hiperexpressão da proteína HER2 - O trastuzumabe é um anticorpo monoclonal humanizado anti-HER2 que melhora a taxa de resposta e a sobrevida de pacientes com câncer de mama metastático com hiperexpressão de HER2
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