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@medcomath_ Definição Intolerância aos carboidratos, em variados graus de intensidade, iniciada na gestação, que pode persistir ou não após o parto. Costuma se iniciar a partir do segundo trimestre gestacional (20º semana de gestação). Por uma hiperglicemia secundária à deficiência de secreção ou ação da insulina. Diabetes mellitus gestacional (DMG): mulher com hiperglicemia que é detectada pela primeira vez durante a gestação, com níveis glicêmicos que não atingem os critérios diagnósticos para Diabetes Mellitus. Diabetes mellitus diagnosticada na gestação (over diabetes): mulheres sem diagnóstico prévio de Diabetes mellitus (DM), com hiperglicemia detectada na gravidez e com níveis glicêmicos sanguíneos que atingem critérios para diabetes mellitus na ausência de gestação. Diabetes prévia ou pré-gestacional: paciente com Diabetes mellitus (DM) diagnosticada antes da gestação. É uma síndrome clínica que é pautada por uma hiperglicemia secundária à deficiência de secreção ou ação da insulina. Epidemiologia Complicação clínica mais comum durante a gestação 6% a 10% de malformações. Prevalência 18% incidência 7% gestantes Fatores de risco Maternos Antecedentes obstétricos Fisiopatologia As mulheres grávidas tendem a ter períodos de hipoglicemia decorrentes do consumo excessivo de glicose pelo feto. no decorrer da gestação o feto vai necessitando cada vez mais de glicose para manter seu crescimento. Dessa forma, a partir do segundo trimestre gestacional, a grávida começa a desenvolver mecanismos de defesa contra essa hipoglicemia: a proteção decorre de hormônios (lactogênio placentário(HPL), prolactina, cortisol, glucagon) que diminuem o poder da insulina (que controla a glicose dentro da célula), fazendo com que quantidades adequadas de glicose fiquem disponíveis na corrente sanguínea. O efeito da resistência insulínica causado por esses hormônios é tão grande, que a gestante vai necessitar aumentar a produção de insulina pelo pâncreas em até 50% para se evitar estado de hiperglicemia. Aí está o ponto da diabetes gestacional, alguma gestantes não conseguem aumentar a ação insulínica para compensar o efeito hiperglicêmico desses hormônios. Como resultado ficamos diante de um estado hiperglicêmico principalmente após as refeições(em que a carga glicêmica é maior), o que caracteriza essa patologia. Diabetes Gestacional @medcomath_ Quadro clínico o diabetes gestacional não costuma provocar sintomas, porém algumas alterações podem ser observadas. Exacerbação de lesões vasculares pré-existentes (retinopatia) Glicosúria Aumento de infecção urinária Aumento da incidência de candidíase vaginal Aumenta da incidência de pré-eclâmpsia Diagnóstico Outros exames complementares Laboratoriais: hemograma completo, ureia, creatinina, sódio, potássio, proteína c reativa, urina tipo 1 Fundo de olho: trimestral nas diabéticas prévias Ultrassom morfológico e ecocardiograma fetal Cardiotocografia Perfil hemodinâmico fetal Perfil biofísico fetal Diagnóstico diferencial Infecções Aloisomunização Gravidez gemelar Displasia esqueléticas Malformações genéticas Patologias placentárias/funiculares Complicações Abortamento Morte fetais tardias Polidramnia Oligodramnia Anomalias Congênitas Anomalia mais comum: cardíaca Anomalia mais específica: síndrome de regressão caudal Prematuridade Síndrome da angústia respiratória @medcomath_ Hipoglicemia neonatal Tratamento O tratamento inicial do DMG consiste em orientação alimentar que permita ganho de peso adequado e controle metabólico (A). O cálculo do valor calórico total da dieta deve ser feito de acordo com o índice de massa corporal (IMC). O ganho de peso indicado ao longo da gestação baseia-se, idealmente, na avaliação do IMC pré- gestacional ou no IMC obtido no início do pré-natal. Dieta: valor calórico total prescrito deve ser individualizado e conter 40 a 55% de carboidratos, 15 a 20% de proteínas e 30 a 40% de gorduras (A), e recomenda-se consumo mínimo diário de 175 g de carboidratos, 71 g de proteínas (1,1 g/kg/dia) e 28 g de fibras.22 Deve-se dar preferência ao consumo de alimentos que contenham carboidratos com baixo índice glicêmico. A dieta com baixo índice glicêmico no DMG se associou à diminuição da necessidade de indicar o uso de insulina e menor ganho de peso ao nascer. São escassos os estudos de segurança do uso de adoçantes na população de gestantes Atividade física: prática de atividade física deve fazer parte do tratamento do DMG, respeitando-se as contraindicações obstétricas Hipoglicemiantes orais não podem ser usados durante a gestação, mesmo no caso de pacientes diabéticas prévias que já faziam uso dessa droga. Metformina: A metformina ultrapassa a barreira placentária. Em bula, por determinação da Anvisa, a metformina é categoria B. Portanto, considera- se que não foram observados eventos adversos graves no acompanhamento em médio prazo das crianças expostas. No entanto, até o momento ainda não há dados disponíveis sobre o efeito metabólico desta população na vida adulta decorrente desta exposição. A glibenclamida, embora de forma menos contínua do que a metformina, também apresenta passagem placentária. Seu uso está associado ao aumento do risco de hipoglicemia neonatal, maior ganho de peso materno, maior ganho de peso neonatal e macrossomia, sugerindo que essa medicação não deva ser utilizada no tratamento do diabetes na gestação. Outros agentes orais não foram adequadamente estudados na gestação e são contraindicados. O uso de antidiabéticos orais (como a Metformina) pode ser considera apenas nas seguintes situações: ◊ Não acessibilidade à insulina; ◊ Dificuldade na administração da insulina; ◊ Estresse exacerbado decorrente do uso da insulina seguido de restrição alimentar mesmo após orientação adequada; ◊ Necessidade de altas doses de insulina (> 100UI) sem resposta adequada no controle glicêmico e ganho de peso excessivo em uso de insulina. A insulina é a primeira escolha na terapêutica medicamentosa para controle glicêmico no período gestacional, devido à sua eficácia comprovada e à pequena passagem placentária. Insulinoterapia: Esta abordagem medicamentosa, com base em evidências científicas, continuam sendo a 1ª escolha no tratamento medicamentoso da hiperglicemia na gestação. As insulinas mais utilizadas e disponíveis são: a NPH, de ação intermediária, utilizada para o controle da glicemia de jejum e pré-prandiais; e, a Regular, de ação rápida, indicada para o controle das glicemias pós- - prandiais. A Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda a dose inicial entre 0,3 e 0,5 UI/kg/dia via subcutânea, devendo ser realizados ajustes a cada 15 dias até a 30ª semana e semanalmente após a 30ª semana baseado nos resultados da monitorização glicêmica. Dependendo da dose diária calculada, a mesma pode ser dividida em múltiplas aplicações diárias, com maior concentração pela manhã, antes do café da manhã. Importante: Para aquelas gestantes que usam insulina à noite, deve-se reforçar a necessidade de realizar uma ceia contendo 25g de carboidratos, proteínas e lipídios para prevenir a ocorrência de hipoglicemia. Indicações de insulinoterapia Uso prévio à gestação Diabéticas tipo 2 que usavam hipoglicemiantes orais @medcomath_ Não alcançar as metas com dieta e atividade física Metas glicêmicas Controle Prognóstico Na maioria dos casos após o nascimento do bebê, o diabetes desaparece, no entanto essas mulheres com risco aumentado para desenvolver diabetes tipo 2. 6-8 semanas após o porto, a paciente deverá ser reavaliada, podendo ser normoglicêmica,portadora de diabetes mellitus, portadora de comprometimento da tolerância à glicose. O risco de diabetes mellitus tipo 2 na vida futura do feto é aumentada, ocorrendo em cerca de 1/3 até os 17 anos. Malformações estão presentes em 6-10% dos casos. .
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