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1 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina Unifacimed – TXIX Habilidades Específicas III – Prof. Gizeli – Aula 04 Semiologia dermatológica Alterações fisiológicas – principalmente nos idosos: • Ressecamento = asteatose com presença de prurido • Perda da elasticidade – diminuição do turgor • Púrpuras actínicas ou senis = manchas arroxeadas • Angioma tipo cereja • Ceratose seborreica • Ceratose actínica – pode formar carcinoma basocelular e espinocelular Coloração, lesões (localização, tipo e coloração), integridade da pele, umidade, temperatura, textura, mobilidade e turgor COLORAÇÃO Rubor/eritema – áreas + avermelhadas • Generalizada – pacientes febris, estados policitêmicos, escarlatina, eritrodermia, pênfigo foliáceo • Localizado – eritema palmar e acrocianose (frialdade persistente + cianose) Palidez – disseminada/generalizada, percebida principalmente pela conjuntiva com indicação de anemia, ou localizada, como consequência de isquemia Cianose – periférica, que caracteriza a perda exagerada de oxigênio ao nível da rede capilar (estase venosa), ou central, observada principalmente nos lábios e caracteriza a insaturação arterial excessiva • Localizada – obstrução de uma veia que drena uma região • Mista – periférica + central → ex: cianose da insuficiência cardíaca congestiva grave • Cianose por alteração da hemoglobina • 3 graus – leve, modera e intensa ➢ Cianose universal pode ser periférica, por alterações da hemoglobina ou por alterações pulmonar ou cardíaca ➢ Oxigenoterapia é eficaz em cianose central ou mista e não influi na periférica ➢ Cianose periférica diminui ou desaparece quando a área é aquecida Icterícia – coloração + amarelada pelo acúmulo de bilirrubina investigada na esclera (parte branca do olho), palato ou assoalho da boca • Principais causas: hepatite infecciosa, hepatopatia alcóolica ou por medicamentos, leptospirose, malária, septicemias, lesões obstrutivas das vias biliares extra-hepáticas e algumas doenças que tem hemólise • Zonas de icterícia de Kramer Albinismo – coloração branco-leitosa Bronzeamento – na maior parte das vezes é artificial, mas pode ser natural nos casos de doença de Addison e hemocromatose por distúrbios endócrinos Dermatografismo – urticária fictícia pela reação vasomotora da unha ou objetivo que some por volta dos 5 minutos Fenômeno de Raynaud – palidez→ cianose → vermelhidão Carotenemia – alteração das extremidades +alaranjada PALPAÇÃO Umidade, temperatura, textura (descamação), mobilidade e turgor • Umidade – pele normal, seca ou sudorenta • Textura – pele normal, lisa/fina, áspera ou enrugada • Espessura – normal, atrófica ou hipertrófica/espessa → realiza-se o pinçamento de uma dobra subcutânea 2 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina Unifacimed – TXIX (epiderme e derme) usando o polegar e o indicar (manobra realizada em + de um lugar – antebraço, tórax, abdome) • Temperatura – palpação com a face dorsal da mão. Caso haja discrepância de até 2° pode haver isquemia. A principal causa de aumento da temperatura é o processo inflamatório • Elasticidade – normal, aumentada ou diminuída → faz-se um pinçamento com o indicador e o polegar • Mobilidade – normal, diminuída/ausente e aumentada → movimenta a palma da mão para os lados para deslizar • Turgor – normal ou diminuído → pinça a pela • Sensibilidade – dolorosa (hipoalgesia na hanseníase e hiperestesia no abdome agudo), tátil (anestesia/hipoestesia) e térmica Caso haja lesão vascular fazer compressão (digitopressão ou vitropressão) para visualizar se o sangue está extravasado (fica igual porque não interrompe o fluxo) ou se é uma superficialização do vaso (que interrompe fluxo e quando solta a cor volta aos poucos) Sinal de Nikolski – pele descola quando realizada a tração em áreas bolhosas – pênfigo foliáceo Sinal de Zileri – descamação furfurácea (farelinho branco) quando realizada a tração nas bordas do pano branco (pitiríase versicolor) Sinal do orvalho sangrante – usado na suspeita de psoríase com a descamação com bisturi ou cureta liberando escamadas em formato de vela (sinal da vela) e a base brotam gotas de sangue Avaliação do fluxo sanguíneo – pressionar a polpa do polegar no esterno por alguns segundos para expulsar o sangue e retirar rapidamente → em casos normais o retorno sanguíneo volta em – de 1 segundo, já em caso de choque a volta é + lenta LESÕES ELEMENTARES Classificam-se em: alterações de cor, elevações edematosas, formações sólidas, coleções líquidas, alterações de espessura e perda e reparação teciduais Manchas (>1) ou máculas (<1) – há apenas alteração da cor, sem aumento do relevo • Pigmentares - hipocrômica/ acrômica (vitiligo, pitiríase alba, hanseníase), hipercrômica (pelagra, melasma ou cloasma) e pigmentação externa • Vasculares – telangiectasia (dilatações dos vasos terminais) e eritema (decorrente da vasodilatação e desaparece com a compressão, podendo ter vários tamanhos) • Hemorrágicas (púrpura) – diferente das vasculares, essas não desaparecem com a compressão, pois é sangue extravasado = petéquias se forem puntiformes e com até 1 cm de diâmetro, víbices se tiver forma linear e equimoses se forem placas maiores de 1 cm de diâmetro. A coloração pode variar de vermelho-roxeado até amarelo. Caso o extravasamento produzir uma elevação na pele caracteriza um hematoma • Deposição pigmentar – hemossiderina, bilirrubina, pigmento carotênico, corpos estranhos e pigmentos metálicos 3 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina Unifacimed – TXIX Não ignorar a presença de tatuagens, pois podem apresentar o risco de transmissão de hepatite e AIDS Elevações edematosas – lesão urticada = sólida, uniforme e de forma variável Formações sólidas – pápulas, tubérculos, nódulos, nodosidade e goma e vegetações • Pápulas – elevações sólidas de até 1 cm de diâmetro, superficiais e bem delimitadas • Placas – maior que 1 cm • Tubérculos – elevações sólidas, circunscritas, com diâmetro maior que 1 cm, situadas na derme, podendo ter consistência mole ou firme • Nódulos, nodosidade e goma – todos são formações sólidas da hipoderme que são mais perceptíveis a palpação do que inspeção. Pequeno tamanho, + volumoso e o último tende a amolecimento e ulceração com eliminação de substância semissólida. Podem apresentar dor ou não. Tumor quando ultrapassa 3 cm • Vegetações – lesões sólidas, salientes, lobulares, filiformes ou em couve-flor, tendo consistência mole Coleções líquidas – vesícula, bolha, pústula, abscesso e hematoma • Vesícula – diâmetro até 1 cm • Bolha – diâmetro maior que 1 cm • Pústula – vesícula de conteúdo purulento • Abscessos (imagem) – coleções purulentas de tamanho variável, circunscrito e com inflamação • Hematoma – derrame de sangue na pele ou tecidos subjacentes Alterações da espessura – queratose, espessamento/infiltração, liquenificação, esclerose, edema e atrofia • Queratose – modificação circunscrita ou difusa da espessura da pele = +dura, consistente e inelástica. Ex: calo • Espessamento – aumento da consistência e espessura, que continua depressível, com menor evidência dos sulcos e limites imprecisos • Liquenificação – espessamento com acentuação das estrias • Esclerose – aumento da consistência da pele • Edema – acúmulo de líquido no interstício = pele lisa e brilhante • Atrofia – adelgaçamento da pele = fina, translúcida e pregueada Perda e reparações teciduais – escama, erosão/ exulceração, úlcera, fissura/rágade, crosta, escara e cicatriz • Escama – aspecto de farelo • Erosão – desaparecimento da parte + superficial da pele (epiderme). Quando traumática= escoriação • Úlcera (imagem)– perda delimitada de estruturas que atinge a derme • Fissuras – compromete derme e epiderme, ficando frequentemente em dobras cutâneas ou ao redor de orifícios naturais • Crosta – ressecamento de secreção serosa, sanguínea, purulenta ou mista • Escara (imagem)– porção de tecido cutâneo necrosado, ficando insensível, de cor escura e separa do tecido sadio por um sulco • Cicatriz – inclui o queloide = formação fibrosa rica em colágeno 4 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina Unifacimed – TXIX FOTOSSEMBILIDADE E FOTODERMOSES Primeiras alterações – eritema e pigmentação imediata Formas agudas – queimadura solar, fototoxidade, fotoalergia, idiopática ou de causa desconhecida • Queimadura solar de 1° (apenas eritema e edema) e 2° grau (edema intenso que forma bolhas) • Fototoxidade – prurido, sensação de queimadura e eritema imediato, com surgimento de vesículas e bolhas após 12 horas. Lesões restritas as áreas expostas • Fotoalergia – eczema, com eritema, edema, vesiculação e mesmo exsudação • Idiopática – prurido constante, seguido de erupções eritematopapulosa de tamanho variável, as vezes vesículas e liquenificação Formas crônicas – dermato-heliose (envelhecimento), dermatite actínica crônica, lentigo solar, queratose solar e câncer de pele • Dermatite actínica crônica – lesões eritematosas infiltradas • Lentigo solar – mácula escura, irregularmente pigmentada, como gota de tinta. Benigno • Queratose solar – lesão pré-cancerígena. Pele senil • Câncer de pele – carcinoma basocelular (pápula ou nódulo liso, translúcido, brilhante com telangiectasias na superfície), espinocelular (lesão hiperlesão hiperqueratósica, em placa ou nodular, crescente, com escamas aderentes, eritema variável e, algumas vezes, acastanhadas) e melanoma. Em ordem de pior malignidade Formas agudas e/ou crônicas – protoporfiria eritropoética, xeroderma pigmentoso e pelagra • Protoporfiria – eritema, vesículas e bolhas tensas com escoriações e cicatrizes varioliformes nas áreas expostas • Xeroderma – sensibilidade extrema aos raios solares. Eritema e edema à mínima exposição à luz solar • Pelagra – erupção eritomatoescamosa, em cuja periferia surge tonalidade acastanha. “Colar de Casal” pois a erupção acomete geralmente em torno da base do pescoço ABCDE DO MELANOMA A – assimetria B – bordas irregulares C – coloração heterogênea D – diâmetro maior que 6 mm E – elevação/evolução Nevo benigno – “pinta” benigna. Aparência geralmente permanece inalterada, com formato oval, bordas definidas, com coloração uniforme e de diâmetro menor que 6 mm e de superfície plana ou elevada MUCOSAS Feita pela inspeção – coloração, umidade e existência de lesões • Coloração – normal, descoração, hipercoradas, cianose, iciterícia e leucoplasia (áreas esbranquiçadas) Avaliação quantitativa da descoração – em cruzes (+ leve, ++++ muito descorada) UNHAS Forma/ configuração, tipo de implantação, espessura, superfície, consistência, brilho e coloração Leuconíquias – manchas brancas comuns em pessoas sadias 5 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina Unifacimed – TXIX Baqueteamento/ hipocratismo digital – associado a alterações respiratórias (pulmonar) ou cardíacas Onicomicose – infecção fúngica sem distribuição especifica Unhas distróficas – espessas, rugosas e de forma irregular • Estados carenciais, doenças crônicas, autoimunes, infecções fúngicas e ocupacionais Onicocriptose – unha encravada • Cantoplastia é a retirada cirúrgica da chamada hiperplasia, com bloqueio anestésico local Paroníquia – inflamação ao redor de uma ou mais unhas que se manifesta através de calor, vermelhidão e dor, normalmente pulsante, na área inflamada • Pode haver pus debaixo ou próximo à unha Coiloníquia – unha fina e côncava, transversal e longitudinalmente, com os bordos evertidos, em forma de colher • Pode estra relacionada a anemia ferropriva Onicosquizia – descamação das unhas, fracas e quebradiças • Agentes químicos ou físicos, infecções, dermatoses, doenças sistêmicas, envelhecimento (menopausa) e carência vitamínicas Unhas de Terry – leitos ungueais esbranquiçados de 1 a 2 mm da borda distal da unha • Cirrose, diabetes, hipoalbunemia e insuficiência cardíaca Linhas de Beau – sulcos transversais ou depressões paralelas às lúnulas • Infecções, nutricionais, metabólicos, medicamentos quimioterápicos, etilismo crônico, doenças do aparelho digestivo Unhas de Lindsey – a porção proximal do leito ungueal é esbranquiçada enquanto a distal é vermelha ou rósea • Principal causa – insuficiência renal crônica Linhas brancas ou de Muehrcke – estado carencial, hepatopatias e nefropatias Linhas de Mee – faixas transversais brancas que indica intoxicação por arsênio Pitting – pequenas lesões puntiformes • Traumas e carências Unhas de Plummer – unhas parcialmente descoladas do leito ungueal • Relacionada ao hipertireoidismo • “unha fofa” 6 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina Unifacimed – TXIX Unha em pinça – aumento da curvatura da matriz ungueal • Apenas um achado, sem qualquer outro sintoma associado, ocasionalmente com dor • Psoríase Onicofagia – hábito de roer unhas • Transtornos de ansiedade CABELOS/PELOS Quantidade, distribuição (na cabeça e no corpo), textura (fino, quebradiço), coloração, brilho, espessura, consistência e tipo de implantação 2 tipos de pelos: 1. Penugem 2. Pelo terminal Alopecia – áreas desprovidas de pelos, com causas múltiplas • Calvície (feminina pode estar relacionada a menopausa), quimioterapia Atenção a queda – fisiológico, puerpério, amamentação, distúrbio endócrino metabólico e agentes químicos Dermatite seborreica – caspa Parasitose – pediculose → doença parasitária causada por piolhos Tricotilomania – hábito de arrancar os cabelos Até a puberdade são finos, claros e escassos. Após a puberdade são caracteres sexuais secundários. No homem há barba, pelos no tronco e pelos pubianos em losango • Avaliação dos estágios de desenvolvimento e maturação puberal – critérios de Tanner • Início da puberdade masculina aos 9 anos e feminina aos 8 anos • Puberdade feminina inicia com os pelos pubianos e não com o broto mamário – investigar se for ao contrário Rarefação → hipotiroidismo Finos e sedosos - hipertireoidismo Hipertricose – aumento exagerado de pelos terminais, sexuais e bissexuais ou não sexuais, localizada ou generalizada • Síndrome do lobisomem Hirsutismo – aumento exagerado de pelos sexuais masculinos na mulher • Distúrbios endócrinos metabólicos Foliculite – inflamação no folículo do pelo, podendo ocorrer em qualquer momento da vida • Pessoas negras, obesas ou com baixa imunidade estão +propensas
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