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Moarah Brito | FASAI | 5º período Meningite . Meninges ➔ As meninges são 3 membranas de tecido conjuntivo situado no lado externo do encéfalo e da medula espinal ➔ Funções ◆ Cobrir e proteger o SNC ◆ Confinar e proteger os vasos sanguíneos que abastecem o SNC ◆ Conter o líquido cerebrospinal ➔ Da mais externa para mais interna ◆ Dura-máter ◆ Aracnóide-máter ◆ Pia-máter ➔ São contínuas por todo o SNC, se estendendo até a medula espinal Dura-máter ➔ Mais forte das meninges ➔ Circunda o encéfalo ➔ Inervada, principalmente, pelo nervo trigêmeo ➔ Ricamente vascularizada ➔ Camada dupla de tecido conjuntivo denso fibroso ◆ Camada periosteal→mais superficial que se conecta à superfície interna dos ossos cranianos (o periósteo) ◆ Camada meníngea → mais profunda, fazendo a cobertura do encéfalo ➔ Essas duas camadas fundem-se, exceto onde separam para confinar os seios cavernosos cheios de sangue ➔ No canal vertebral, a dura-máter tem apenas um folheto, que corresponde a continuação do folheto meníngeo ➔ Esses seios coletam sangue do encéfalo e conduzem para as grandes veias jugulares internas do pescoço ➔ O seio sagital superior, na linha média anterior, é o maior deles ➔ Em vários locais, a dura-máter estende-se para dentro e forma partições planas que subdividem a cavidade craniana e limitam o movimento do cérebro dentro do crânio ➔ Essas partes incluem: ◆ Foice do cérebro → situada no plano mediano da fissura longitudinal e conecta-se à crista etmoidal do osso etmóide ◆ Foice do cerebelo → partição vertical que segue ao longo do verme do cerebelo, na fossa posterior do crânio ◆ Tentório do cerebelo → localiza-se na fissura transversa, entre o cérebro e o cerebelo. Envolve o seio transverso. Aracnóide-máter ➔ Entre a dura-máter e a aracnóide-máter, há o espaço subdural, que contém uma película de líquido ➔ Apesar de ser fino, tem potencial para se encher com líquido ou sangue em situações de doença ou trauma ➔ A dura e a aracnóide nunca penetram nos sulcos da superfície do cérebro ➔ Abaixo da aracnóide está o espaço subaracnóideo, atravessado por fios como uma teia, que segura a dura-máter na pia-máter subjacente ➔ O espaço subaracnóideo é preenchido por líquido cerebrospinal e vasos sanguíneos que abastecem o encéfalo ➔ Granulações aracnóideas → se projetam superiormente através da dura-máter e entram no seio sagital superior e em alguns seios durais e agem como válvulas Moarah Brito | FASAI | 5º período Pia-máter ➔ Camada de tecido conjuntivo delicado ➔ Altamente vascularizado ➔ Adere firmemente ao encéfalo, acompanhando cada giro Infecções do SNC ➔ Classificados de acordo com a estrutura envolvida ◆ Meninges→ meningite ◆ Parênquima cerebral→ encefalite ◆ Medula espinal→ mielite ◆ Encéfalo e medula espinhal → encefalomielite ➔ Em geral, os agentes patogênicos entram no SNC através da corrente sanguínea de diversas formas: ◆ Disseminação hematogênica ◆ Implantação direta dos moos → introdução traumática de material estranho ou iatrogênica, como quando os micróbios são introduzidos por uma agulha de punção lombar ◆ Extensão local → podem ocorrer com as infecções do crânio ou espinha. ◆ Nervos periféricos → também podem servir como caminhos de entrada para alguns patógenos, especialmente os vírus, como o da raiva e o herpes zoster Meningites, seus tipos e transmissão Meningite bacteriana aguda Definição ➔ Infecção purulenta aguda no interior do espaço subaracnóideo Etiologia Streptococcus pneumoniae ➔ Causa mais comum da meningite em maiores de 20 anos (50%) ➔ Fatores de risco: pneumonia pneumocócica, sinusite ou otite média pneumocócica, alcoolismo, diabetes, esplenectomia, hipogamaglobulinemia, deficiência de complemento, traumatismo craniano com fratura da base do crânio e rinorreia ➔ Taxa de mortalidade 20% Neisseria meningitidis ➔ Incidência diminuiu com vacinação glicoconjugada meningocócica tetravalente (sorogrupos A, C, W-135 e Y) ➔ A vacina não contém sorogrupo B, que corresponde a 33% dos casos da doença meningocócica ➔ A presença de petéquias ou lesões purpúricas é um indício importante para o diagnóstico de infecção meningocócica ➔ Em alguns pacientes a doença é fulminante, evoluindo para a morte horas após o início dos sintomas ➔ A infecção pode iniciar-se por colonização nasofaríngea, que pode determinar um estado de portador assintomático ou doença meningocócica invasiva Bacilos gram-negativos entéricos ➔ Causam meningite em indivíduos com doenças crônicas debilitantes, como diabetes, cirrose ou alcoolismo, ou infecções crônicas do trato urinário ➔ Visto com mais frequência, atualmente, em maiores de 50 anos Listeria monocytogenes ➔ Causa cada vez mais importante em neonatos, grávidas, maiores de 60 anos e imunocomprometidos ➔ Infecção é adquirida com ingestão de alimentos contaminados com Listeria Haemophilus influenzae tipo b ➔ Declinou em crianças desde vacina conjugada anti-Hib, embora haja relato em crianças vacinadas Staphylococcus aureus ➔ Meningite que sucede procedimentos neurocirúrgicos Fisiopatologia ➔ As bactérias que mais comumente causam meningite (S. pneumoniae e N. meningitidis) colonizam primeiro a nasofaringe por aderência às células epiteliais nasofaríngeas ➔ Em seguida, são transportadas por meio das células epiteliais, em vacúolos formados pela membrana, para o espaço intravascular, ou Moarah Brito | FASAI | 5º período invadem esse espaço, separando as junções estreitas apicais das células epiteliais colunares ➔ Na corrente sanguínea, as bactérias são capazes de evitar fagocitose por neutrófilos e a atividade bactericida mediada pelo complemento devido à presença de uma cápsula polissacarídica ➔ As bactérias presentes no sangue atingem, em seguida, o plexo coróide intraventricular, onde infectam diretamente as células epiteliais do plexo e ganham acesso ao LCR ➔ Algumas bactérias, como S. pneumoniae aderem às células endoteliais dos capilares cerebrais e, em seguida, migram através dessas células para atingir o LCR ➔ As bactérias são capazes de multiplicar-se rapidamente dentro do LCR em virtude da ausência de defesas imunes eficazes por parte do hospedeiro ➔ O LCR normal contém poucos leucócitos e pequenas quantidades de proteínas do complemento e imunoglobulinas ➔ A escassez das duas últimas impede a opsonização eficaz das bactérias, pré-requisito essencial à fagocitose bacteriana por neutrófilos ➔ A fagocitose das bactérias é, ainda, prejudicada pela natureza líquida do LCR, menos favorável à fagocitose ➔ Um evento fundamental na patogenia da meningite bacteriana é a reação inflamatória induzida pelas bactérias invasoras ➔ Muitas das manifestações neurológicas e das complicações da meningite bacteriana resultam da resposta imune ao patógeno invasor, e não da lesão tecidual direta induzida por bactérias ➔ Em consequência, a lesão neurológica pode avançar mesmo depois que o LCS foi esterilizado pela antibioticoterapia ➔ A lise das bactérias, com a consequente liberação de componentes da parede celular no espaço subaracnóideo é a etapa inicial de indução da resposta inflamatória e formação de um exsudato purulento no espaço subaracnóideo ➔ Os componentes da parede celular bacteriana induzem à inflamação meníngea por estimulação da produção de citocinas inflamatórias e quimiocinas pela microglia, astrócitos, monócitos, células endoteliais e leucócitos do LCR ➔ Em modelos experimentais, as citocinas como a TNF-alfa e a interleucina-1 estão presentes no LCR 1-2 horas após a inoculação de parte da parede celular nas cisternas, uma resposta rapidamente seguida do aumento da concentração da proteína do LCR e leucocitose. ➔ As quimiocinas (citocinas que induzem à migração quimiotática dos leucócitos) e citocinas pró-inflamatórias são também produzidas e secretadas por leucócitos e células teciduais estimuladas pela IL-1 e TNF ➔ Além disso, a bacteremia e citocinas pró-inflamatórias induzem à produção de aminoácidos excitatórios, espécies reativas de oxigênio e nitrogênio (radicais livres), bemcomo de outros mediadores que podem levar à morte das células cerebrais, particularmente no giro hipocampal ➔ Boa parte da fisiopatologia da meningite bacteriana é consequência dos níveis elevados de citocinas e quimiocinas no LCR ➔ O TNF e a IL-1 atuam de modo sinérgico para aumentar a permeabilidade da barreira hematoencefálica → indução de edema vasogênico e extravasamento de proteínas séricas para dentro do espaço subaracnóideo ➔ O exsudato subaracnóideo, composto de proteínas e leucócitos, obstrui o fluxo de LCR através do sistema ventricular e diminui a capacidade absortiva das granulações aracnóideas dos seios subdurais → hidrocefalia obstrutiva comunicante, assim como edema intersticial concomitante ➔ As citocinas inflamatórias suprarregulam a expressão das selectinas nas células endoteliais dos capilares cerebrais e leucócitos, promovendo a aderência dos leucócitos às células endoteliais vasculares e sua subsequente migração para o LCR ➔ A aderência dos leucócitos às células endoteliais capilares aumenta a Moarah Brito | FASAI | 5º período permeabilidade dos vasos sanguíneos → extravasamento de proteínas plasmáticas para o LCR, o que intensifica o exsudato inflamatório ➔ A desgranulação dos neutrófilos resulta na liberação de metabólitos tóxicos → edema citotóxico bem como para a lesão e morte celulares ➔ Ao contrário da antiga crença, os leucócitos que se acumulam no LCR provavelmente contribuem pouco para a resolução da infecção bacteriana no LCR ➔ Durante os estágios iniciais da meningite, há aumento do fluxo sanguíneo cerebral, seguido por redução do fluxo e perda da autorregulação cerebrovascular ➔ O estreitamento das grandes artérias da base do encéfalo, em razão da extensão do exsudato purulento pelo espaço subaracnóideo, e a infiltração da parede arterial por células inflamatórias acompanha de espessamento da íntima (vasculite) também ocorrem, podendo acarretar isquemia e infarto, obstrução de ramos da artéria cerebral média por trombose, trombose dos principais seios venosos cerebrais e tromboflebite (coágulo sanguíneo no interior da veia) das veias corticais cerebrais. ➔ A combinação dos edemas intersticiais, vasogênico e citotóxico dá origem à HIC e ao coma ➔ A herniação cerebral resulta geralmente dos efeitos do edema cerebral, focal ou generalizado ➔ A hidrocefalia e trombose dos seios durais ou das veias corticais também podem desempenhar um papel Manifestações ➔ Pode se apresentar como ◆ Doença aguda fulminante → evolui rapidamente em algumas horas ◆ Infecção subaguda → piora de forma progressiva ao longo de vários dias ➔ Tríade clássica da meningite (que pode não estar presente) ◆ Febre ◆ Cefaleia ◆ Rigidez na nuca ➔ Queda no nível da consciência (75%) ◆ Varia da letargia ao coma ➔ Náuseas, vômitos, fotofobia (comum) ➔ Crises epilépticas (20-40%) ◆ Crises focais costumam advir de isquemia arterial ou infarto focal, trombose venosa cortical com hemorragia ou edema focal ◆ A atividade epiléptica generalizada e estado de mal epiléptico podem advir de hiponatremia, anoxia cerebral ou efeitos tóxicos de antimicrobianos, como penicilina em doses altas ➔ HIC (1-8%) ◆ Principal causa de embotamento e coma na meningite ➔ Certas manifestações podem fornecer indícios para diagnósticos de determinados microrganismos ◆ Exantema na meningococcemia → começa como erupção maculopapular eritematosa difusa semelhante a um exantema viral, entretanto, as lesões tornam-se rapidamente petequiais ◆ Petéquias → em tronco, MMII, mucosas e conjuntivas, palmas das mãos e plantas dos pés Meningite viral aguda Manifestações clínicas ➔ Cefaléia ◆ Quase sempre presente ◆ Localização frontal ou retroorbitária ◆ Frequentemente associada à fotofobia e dor aos movimentos oculares ➔ Febre ➔ Sinais de irritação meníngea ◆ Maioria dos casos ◆ Pode ser leve e manifestar-se apenas próximo ao limite de anteflexão do pescoço ➔ Sinais constitucionais ◆ Mal-estar, mialgia, anorexia, vômitos, dor abdominal e/ou diarreia Moarah Brito | FASAI | 5º período ➔ Letargia leve ou sonolência ➔ Não costumam acontecer na meningite viral e sugere encefalite ou outras infecções no SNC ◆ Alterações profundas de consciência ◆ Crises epilépticas ◆ Anormalidade na neuroimagem indicativa de envolvimento do parênquima cerebral Etiologia ➔ PCR, cultura e sorologia do LCR pode-se determinar em 75-90% dos casos de meningite viral ➔ Enterovírus (85%) ◆ Causa mais comum de meningite viral ◆ Casos podem ser esporádicos ou ocorrer em agrupamentos/surtos ◆ Frequência de meningite por enterovírus decline com a idade, mas alguns surtos afetam preferencialmente crianças maiores e adultos ◆ A meningite que ocorre fora do período neonatal são habitualmente benignas ◆ Febre de início súbito, cefaléia, rigidez na nuca e sinais constitucionais (diarreia, vômito,..) ◆ Exame físico → exantemas, doença da mão, pé, boca, herpangina, pleurodinia, miopericardite, conjuntivite hemorrágica ◆ PCR da transcriptase reversa e histologia do líquor ◆ Tratamento é de apoio ➔ Arbovírus ◆ Verão e outono ◆ A mortandade determinada pelas infecções em aves pode servir de sentinela para a próxima ocorrência de doença humana ◆ Líquor + IgM específico para vírus no LCR ou na soroconversão ➔ HSV-2 (Herpes vírus) ◆ Importante causa de meningite viral em adultos ◆ 2ª maior causa de meningite viral ◆ 1º fora do período verão-outono ◆ 25-35% mulheres | 10-15% homens por ocasião do episódio inicial de herpes genital ◆ Desses pacientes, 20% sofrem ataques recorrentes de meningite ◆ PCR do LCR para HSV ◆ Diferente da encefalite (90% devido ao HSV-1). Meningite está relacionada ao HSV-2 ◆ História de lesões genitais são importantes para o diagnóstico, mas muitos pacientes não têm história ➔ VZV (vírus varicela-zóster) ◆ Na presença de varicela ou herpes-zóster concomitante ◆ Causa variável ◆ PCR do LCR ➔ EBV (vírus epstein-barr) ◆ Causa meningite asséptica com ou sem mononucleose infecciosa ➔ HIV ◆ Meningite ocorre após infecção primária pelo HIV em 5-10% dos casos ◆ Menos comum nos estágios tardios da doença ◆ Paralisia dos nervos V, VII, VIII é mais frequente que nas etiologias virais ➔ Caxumba ◆ Final do inverno ou início da primavera ◆ Homens (3:1) ◆ Incidência caiu com vacina para caxumba ◆ Foram descritos casos raros de meningite por caxumba associada à vacina ◆ A presença de parotidite, orquite, ooforite, pancreatite ou níveis elevados de amilase e lipase são sugestivas de meningite por caxumba (ausência não exclui diagnóstico) Moarah Brito | FASAI | 5º período ◆ Infecção por caxumba confere imunidade vitalícia ➔ LCMV (Lymphocytic choriomeningitis virus) ◆ Outono/Inverno ◆ Indivíduos com história de exposição a camundongos domésticos, roedores de estimação ou de laboratório ou aos seus excretas ◆ Alguns pacientes apresentam exantema, infiltrados pulmonares, alopecia, parotidite, orquite ou miopericardite Meningite subaguda Manifestações ➔ Cefaléia inexorável, rigidez de nuca, febre baixa e letargia durante dias a várias semanas antes de se apresentarem para avaliação ➔ Pode haver anormalidades dos nervos cranianos e sudorese noturna Etiologia ➔ Agentes causais mais comuns ◆ M. tuberculosis, C. neoformans, H. capsulatum, C. immitis, T. pallidum ➔ Mycobacterium tuberculosis ◆ A infecção inicial por M. tuberculosis é adquirida por inalação de núcleos de gotículas aerossolizadas ◆ Os tubérculos formam-se no parênquima durante a disseminação hematogênica dos bacilos no curso da infecção primária ◆ Esses tubérculos aumentam e costumam ser caseosos ◆ A propensão da lesão caseosa produzir meningite é determinada por sua proximidade do espaço subaracnóideo Infecções fúngicas ➔ São adquiridas por inalação de esporos fúngicos transmitidos pelo ar ➔ A infecção pulmonar inicial pode ser assintomática ou apresentar-se com febre, tosse, expectoração e dor torácica ➔ A infecção pulmonar é muitas vezes autolimitada ➔ Causa mais comum: C. neoformans ➔ A sífilis (T. pallidum) invade o SNC no inícioda evolução da sífilis. O VII e VIII nervos cranianos são os mais frequentemente envolvidos Meningites crônicas ➔ Pode provocar incapacidade neurológica profunda ➔ Se não tratada com êxito pode ser fatal ➔ Mais comumente diagnosticada quando ocorre uma síndrome neurológica típica durante mais de 4 semanas, associada a uma resposta inflamatória persistente no LCR ➔ Tratamento apropriado depende da identificação da etiologia ➔ Existem 5 categorias de doenças responsáveis pela maioria dos casos de meningite crônica ◆ Infecções das meninges ◆ Câncer ◆ Distúrbios inflamatórios não infecciosos ◆ Meningite química ◆ Infecções parameníngeas Fisiopatologia clínica Moarah Brito | FASAI | 5º período ➔ Sintomas podem ocorrer isoladamente ou em combinação ➔ Quando aparecem combinadas, significa que ocorreu ampla disseminação do processo inflamatório ao longo das vias do LCR ➔ Em alguns casos, a presença de doença sistêmica subjacente indica um agente específico ou uma classe de agentes como a causa provável Meningite intracraniana ➔ As fibras nociceptivas (causa dor) das meninges são estimuladas pelo processo inflamatório, resultando em cefaleia ou dor no pescoço ou no dorso ➔ A obstrução das vias do LCS nos forames ou nas vilosidades aracnóides pode provocar hidrocefalia e sintomas de HIC ➔ As alterações cognitivas e comportamentais observadas durante a evolução da meningite crônica também podem advir de lesão vascular, que podem ocasionar ainda crises epilépticas, AVE ou mielopatia ➔ Os depósitos inflamatórios propagados através da circulação liquórica são frequentemente proeminentes ao redor do tronco encefálico, dos nervos cranianos, e na face inferior dos lobos frontais e temporais (meningite basilar) ◆ Perda visual NC 2 ◆ Fraqueza facial NC 7 ◆ Perda auditiva NC 8 ◆ Diplopia NC 3,4,6 ◆ Anormalidades sensoriais ou motoras da orofaringe NC 9, 10, 12 ◆ Diminuição do olfato NC 1 ◆ Perda sensorial da face e fraqueza do masseter NC 5 Meningite espinhal ➔ Pode haver lesão das raízes motoras e sensoriais quando atravessam o espaço subaracnóideo e penetram as meninges ➔ Esses casos se manifestam como várias radiculopatias com combinações de dor radicular, perda sensorial, fraqueza motora e disfunção esfinctérica ➔ A inflamação meníngea pode atingir a medula espinhal → mielopatia Manifestações sistêmicas ➔ Em alguns pacientes, as evidências de doença sistêmica fornecem indícios quanto à causa subjacente da meningite crônica ➔ História clínica de viagens, práticas sexuais, exposição a agentes infecciosos ➔ Causas infecciosas ◆ Febre, mal-estar, anorexia ◆ Sinais de infecção localizada ou disseminada fora do SN ➔ Causas não infecciosas ◆ Manifestações sistêmicas, embora meningite possa ser a manifestação inicial Medidas terapêuticas para prevenção da meningite Quimioprofilaxia ➔ Embora não assegure efeito protetor absoluto e prolongado, tem sido adotada como uma medida eficaz na prevenção de casos secundários ➔ Indicada para ◆ Contatos íntimos de casos de doença meningocócica e meningite por H. influenzae ➔ Droga de escolha é a rifampicina, que deve ser administrada simultaneamente a todos os contatos íntimos, preferencialmente até 48 horas da exposição à fonte de infecção, sendo considerado o prazo de infectibilidade e o período de incubação da doença ➔ Em menores de 1 ano, atualmente é utilizada a vacina Tetravalente e são mais a Hib ➔ Pode ser usado em gestantes Moarah Brito | FASAI | 5º período Imunização Vacina tetravalente (contra difteria, tétano, coqueluche e H. influenzae tipo b - DTP + Hib) ➔ Infecções causadas pelo H. influenzae tipo b → meningite, pneumonia, septicemia, otite e outras ➔ Faz parte do calendário de vacinação da criança ➔ Recomendada para crianças menores de 1 ano, com esquema de 3 doses (2, 4 e 6 meses de idade) Vacina contra o H. influenzae tipo b - Hib ➔ Para grupos especiais ➔ Indicações de substituição de tetravalente ➔ Em transplantados de medula óssea e órgãos sólidos ➔ Menores de 19 e não vacinados, nas seguintes situações ◆ HIV/AIDS ◆ DM ◆ Trissomias ◆ Nefropatia crônica, hemodiálise, sd nefrótica ◆ Cardiopatia crônica ◆ Pneumopatia crônica ◆ Outros Vacina contra o Bacilo de Koch ➔ Vacina BCG (Bacilo de Calmette-Guérin, estirpe Moreau RJ ➔ Previne contra as formas graves de tuberculose (miliar e meníngea) ➔ Esquema recomendado é uma dose ao nascer ➔ Em criança que recebeu o BCG há 6+ meses, na qual esteja ausente de cicatriz, indica-se revacinação ➔ Vacina polissacarídica contra o meningococo dos sorogrupos A e C, sorogrupo B ➔ Vacina conjugada contra o meningococo do sorogrupo C Vacina contra S. pneumoniae ➔ A vacina para bloqueio de surto é necessário identificar o sorogrupo. Resumo das medidas ➔ Orientar a população sobre a importância da higiene corporal e ambiental, bem como a manutenção de ambientes domiciliares e ocupacionais ventilados e evitar aglomerados em ambientes fechados. ➔ Informar sobre os mecanismos de transmissão da doença. ➔ Capacitar profissionais de saúde para o diagnóstico e o tratamento precoces. ➔ Notificar todos os casos suspeitos às autoridades de saúde. ➔ Investigar imediatamente todos os casos notificados como meningite. ➔ Realizar, de forma adequada e em tempo hábil, a quimioprofilaxia dos contatos íntimos, quando indicada. ➔ Manter alta cobertura vacinal contra BCG e Tetravalente, observando a importância da cobertura homogênea nos municípios ➔ Detectar precocemente e investigar rapidamente situações que indiquem possibilidade de surto. ➔ Realizar a vacinação para bloqueio de surtos, quando indicada Fontes: ➔ Neuroanatomia - Meninges, Líquido Cerebrospinal e Barreiras Encefálicas, Profª. Dra. Luiza da Silva Lopes ➔ Anatomia Humana, 7ª edição ➔ Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da UNIFESP-EPM Neurologia, 2011 ➔ Neurologia Clínica de Harisson, 3ª edição ➔ Guia de Vigilância em Saúde, 3ª edição
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