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AULA MARCs Arbitragem Slide 5 Principais (1)

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Profª Drª Maria Teresa de Souza Barboza 
MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO 
DE CONFLITOS: Arbitragem 
Procedimento arbitral. 
Sentença arbitral 
 No Brasil somente admite-se arbitragem facultativa ou voluntária, livremente escolhida pelas 
partes. 
 A arbitragem obrigatória imposta pela lei às partes, viola nossa Constituição Federal, 
principalmente o princípio da garantia do acesso ao Poder Judiciário para apreciação de 
lesão ou ameaça de direito (CF, art. 5º, XXXV). 
 A arbitragem informal é aquela que não observa as prescrições impostas pelas normas, vez 
que os procedimentos podem ser convencionados pelas partes. 
Processo arbitral 
 A arbitragem pode ser classificada em arbitragem “ad hoc” e institucional: 
Na arbitragem “ad hoc” as partes estabelecem as regras para a arbitragem, respeitadas as 
disposições de ordem imperativa contidas na lei. Portanto, as partes regem, via convenção 
de arbitragem, as regras que o árbitro utilizará para resolver os conflitos, mas também com 
observância à legislação em vigor. 
A arbitragem institucional é aquela estruturada por instituição específica, como tribunais e 
cortes arbitrais devidamente registradas e constituídas. 
 A arbitragem pode ser classificada em arbitragem interna e internacional, há duas correntes: 
Para aqueles se baseiam para conceituar, tendo em vista o sistema jurídico utilizado na 
arbitragem, entendem que a arbitragem interna ou nacional utiliza a legislação nacional 
para proferir a sentença arbitral. E, arbitragem internacional é aquela em que se baseia na 
legislação estrangeira, também para o proferimento da sentença arbitral. 
 Já para os que se baseiam no local onde é proferida a sentença arbitral, entendem que a 
arbitragem nacional é aquela em que a decisão arbitral é proferida no Brasil, enquanto que 
a arbitragem internacional, entendem ser aquela cuja sentença arbitral foi proferida no 
estrangeiro. 
Classificação da arbitragem 
 Critérios a que os árbitros podem tomar como base para decidir o conflito definido pelas partes (Lei n. 
9.307/96, art. 2º): 
 Regras de direito a serem aplicadas na arbitragem podem ser escolhidas pelas partes, desde que 
não haja violação aos bons costumes e à ordem pública; ou 
 Regras de equidade a serem aplicadas na arbitragem convencionadas pelas partes, desde que 
baseadas nos princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de 
comércio. 
 A arbitragem que envolva a administração pública será sempre de regras de direito e respeitará o 
princípio da publicidade (Lei n. 9.307/96, art. 2º, § 3º). 
 O árbitro (juízo arbitral) ou Tribunal Arbitral exerce função jurisdicional, de aplicação do direito material 
em razão da existência da arbitragem como meio alternativo de solução de conflitos. 
 Arbitragem de direito e de equidade: critério a que os árbitros podem tomar como base para decidir o 
conflito: 
 Na arbitragem de direito, o árbitro está obrigado a resolver a disputa aplicando as normas de direito 
positivo, nacional ou estrangeira definida pelas partes, e utilizando a lógica tradicional. 
 Na arbitragem de equidade, o árbitro pode decidir segundo seu entendimento de justiça, intuição, 
emoção, sempre em conjunto com os costumes, princípio geral de direito e atendendo aos fins 
sociais a que a lei se dirige e às exigências do bem comum, utilizando-se ainda da lógica do 
razoável. 
Procedimento arbitral (1/2) 
 Procedimento arbitral é a sequência de atos coordenados que resulta na exteriorização do 
processo arbitral e se materializa no mundo jurídico. 
As regras de procedimento na arbitragem são definidas pelas partes na convenção de 
arbitragem (cláusula arbitral cheia ou compromisso arbitral), respeitando os limites 
impostos pela Lei n. 9.307/96, art. 21, § 2º. 
Princípio da autonomia de vontade: fica a critério das partes a disciplina procedimental da 
arbitragem. 
 Lei n. 9.307/96, art. 21 e § 1º, dispõe: 
“Art. 21 A arbitragem obedecerá ao procedimento estabelecido pelas partes na convenção de 
arbitragem, que poderá reportar-se às regras de um órgão arbitral institucional ou entidade 
especializada, facultando-se, ainda, às partes delegar ao próprio árbitro, ou ao tribunal arbitral, 
regular o procedimento. 
§ 1º. Não havendo estipulação acerca do procedimento, caberá ao árbitro ou ao tribunal arbitral 
discipliná-lo”. 
 Se as partes não disciplinaram o procedimento, delegaram ao árbitro para fazê-lo, ou 
poderão aderir às regras procedimentais do órgão arbitral escolhido, que pode dispor de 
regras procedimentais próprias. 
Procedimento arbitral (2/2) 
 O procedimento arbitragem deve observar as garantias fundamentais constitucionais do 
devido processo legal, com obrigatoriedade de sujeição aos princípios: 
Princípio do contraditório. 
Princípio da igualdade das partes. 
Princípio da imparcialidade do árbitro. 
Princípio do livre convencimento racional do árbitro. 
 A confidencialidade não decorre de um princípio da arbitragem ou de imposição legal, mas 
sim da convenção das partes. 
 Na arbitragem que envolva a administração pública, será sempre de direito e observará o 
princípio da publicidade, excluindo a equidade e a confidencialidade nos procedimentos 
dessa espécie (Lei n. 9.307/96, art. 2º, § 3º). 
 As partes podem adotar o procedimento arbitral que bem entenderem desde que respeitem 
os princípios acima citados. 
Se nada dispuserem sobre o procedimento a ser adotado e se não se reportarem a regras 
de algum órgão institucional, caberá ao árbitro ou ao tribunal arbitral ditar as normas a 
serem seguidas, sempre atendidos os referidos princípios. 
Princípios básicos do procedimento arbitral (Lei nº 9.307/1997, art. 21, § 2º) 
 Considera-se instituída a arbitragem quando aceita a nomeação pelo árbitro, se for único, ou 
por todos, se forem vários (Lei n. 9.307/96, art. 19). 
A instituição da arbitragem torna litigiosa a coisa e induz a litispendência. 
 A instituição da arbitragem interrompe a prescrição, retroagindo à data do requerimento de 
sua instauração, ainda que extinta a arbitragem por ausência de jurisdição (Lei n. 9.307/96, 
art. 19, § 2º). 
A interrupção da prescrição está condicionada à aceitação da nomeação pelo(s) árbitro(s). 
 Sobre a prescrição, Luiz Antonio Scavone Júnior explica: 
“a prescrição é a perda da pretensão atribuída a um direito e penaliza o desidioso que, no caso 
de jurisdição arbitral, é aquele que não providenciou a solicitação de instituição da arbitragem 
antes do termo final do prazo prescricional para exercício da sua pretensão, quando aplicável” 
(Arbitragem, Mediação, Conciliação e Negociação. 9ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 150). 
Instauração do processo arbitral e interrupção da prescrição 
 Após a instituição da arbitragem, na primeira oportunidade para manifestar, cabe as partes 
apresentar (Lei n. 9.307/96, art. 20): 
Exceções de incompetência. 
 Impedimento ou suspeição do árbitro. 
Arguição de nulidade, invalidade ou ineficiência da convenção de arbitragem. 
 Todas essas matérias serão apreciadas e dirimidas no âmbito do próprio juízo arbitral. 
A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder Judiciário competente a declaração 
de nulidade da sentença arbitral, nos casos previstos nesta Lei (Lei n. 9.307/96, art. 33). 
 Nestes casos, o árbitro pode extinguir o procedimento arbitral por reconhecer a 
incompetência ou a nulidade na convenção de arbitragem, que corresponde à sentença 
arbitral sem resolução de mérito. 
Processo arbitral – Arguição de incompetência, suspeição e impedimento e 
de nulidade da cláusula arbitral (1/2) 
Causas de invalidade da arbitragem: 
 Impedimento ou suspeição do árbitro: cabe manifestação do inconformado na primeiro 
oportunidade nos autos (Lei n. 9.307/96, arts. 14 e 15). 
 Incompetência absoluta do árbitro: a matéria objeto da arbitragem versa sobre direito 
indisponível, não exige manifestaçãoda parte na primeira oportunidade para se manifestar 
nos autos (Lei n. 9.307/96, arts. 1º e 32, II). 
 Incompetência relativa do árbitro: a matéria objeto da arbitragem, muito embora de direito 
disponível, não consta da convenção de arbitragem ou o árbitro não conta com as 
características exigidas na convenção de arbitragem, depende de manifestação da parte na 
primeira oportunidade que tiver para falar nos autos, sob pena de presumir-se a aceitação 
(Lei n. 9.307/96, art. 32, II e IV). 
 Nulidade absoluta da convenção de arbitragem: quando não respeitar a convenção de 
arbitragem os requisitos de validade do negócio jurídico, como agente capaz, objeto lícito, 
possível, determinado ou determinável, e forma prescrita ou não defesa em lei, que 
independe de manifestação da parte (CC, art. 104; Lei n. 9.307/96, arts. 1º e 32, I). 
 Nulidade relativa da convenção de arbitragem: a convenção de arbitragem é anulável, 
quando na hipótese de vontade maculada pelo vício do erro, dolo ou coação, depende de 
manifestação da parte na primeira oportunidade que tiver para falar nos autos, sob pena de 
preclusão (CC, arts. 171 e ss.; Lei n. 9.307/96, arts. 1º e 32, I). 
Processo arbitral – Arguição de incompetência, suspeição e impedimento e 
de nulidade da cláusula arbitral (2/2) 
 Não há obrigatoriedade da participação de advogado, facultando às partes atuarem mediante 
representação ou assistência de advogado (Lei n. 9.307/96, art. 21, § 3º). 
 Em observância ao princípio da igualdade, se uma das partes estiver assistida por advogado a 
outra também deverá estar. 
 As partes podem estar representadas por procuradores ou prepostos, além de advogado. 
 No início do procedimento, compete ao árbitro propor a conciliação entre as partes, antes de 
passar à fase instrutória (Lei n. 9.307/96, art. 21, § 4º). 
 No início do procedimento arbitral a conciliação é obrigatória, sob pena de nulidade. 
 De acordo o CPC, a autocomposição é possível a qualquer tempo (art. 139, V). 
 Em caso de conciliação das partes, cabe ao árbitro homologar o acordo, que constitui título 
executivo judicial (Lei n. 9.307/96, arts. 28 e 26; CPC, art. 515,VII). 
 O termo de acordo firmado pelas partes deve ter os mesmos requisitos da sentença arbitral (Lei 
n. 9.307/96, art. 26): 
 o relatório, que conterá os nomes das partes e um resumo do litígio; 
 os fundamentos da decisão, onde serão analisadas as questões de fato e de direito, 
mencionando-se, expressamente, se os árbitros julgaram por equidade; 
 o dispositivo, em que os árbitros resolverão as questões que lhes forem submetidas e 
estabelecerão o prazo para o cumprimento da decisão, se for o caso; e 
 a data e o lugar em que foi proferida. 
Processo arbitral – Atuação do advogado e conciliação 
 Presidida pelo árbitro ou tribunal arbitral, a instrução pode consistir no depoimento das 
partes, na oitiva de testemunhas, realização de perícia ou outras provas que julgar 
necessárias. 
 As provas serão colhidas pelo árbitro, de ofício, ou a requerimento das partes (Lei n. 
9.307/96, art. 22). 
 O depoimento das partes e das testemunhas será tomado em local, dia e hora previamente 
comunicados, por escrito, e reduzido a termo, assinado pelo depoente, ou a seu rogo, e 
pelos árbitros (Lei n. 9.307/96, art. 22, § 1º). 
 A revelia da parte não impedirá que seja proferida a sentença arbitral, uma vez que não gera 
os mesmos efeitos do processo civil (confissão) (Lei n. 9.307/96, art. 22, § 3º). 
 Revelia no processo arbitral corresponde à ausência de prática de atos. 
 Se, durante o procedimento arbitral, um árbitro vier a ser substituído fica a critério do 
substituto repetir as provas já produzidas (Lei n. 9.307/96, art. 22, § 5º). 
 A parte que solicitar a prova, deve adiantar as despesas. 
 Às partes e ao órgão arbitral caberá regular o adiantamento de despesas e, na ausência, o 
próprio árbitro pode solicitar o numerário (Lei n. 9.307/96, art. 13, § 7º). 
Processo arbitral – Fase instrutória 
 A Lei nº 13.129/2015 inseriu o Capítulo IV-B, “Da Carta Arbitral” e o art. 22-C e § único à Lei 
de Arbitragem, que trata-se de uma relação de colaboração entre o árbitro e o juiz. 
 A carta arbitral expedida pelo árbitro ou pelo tribunal arbitral tem por objetivo solicitar que o 
órgão jurisdicional pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência, de ato 
solicitado (Lei nº 9.307/96, art. 22-C; CPC, arts. 237, IV, e 260, § 3º). 
 Sobre carta arbitral, Luiz Antonio Scavone Júnior explica: 
“O árbitro, a quem se defere jurisdição, conta com amplos poderes decisórios, mas não conta 
com o poder de executar as decisões que toma. Portanto, sempre que qualquer medida 
coercitiva no curso da arbitragem for necessária, expedirá a carta arbitral para execução pelos 
órgãos do Poder Judiciário, da mesma maneira que estes cumprem cartas precatórias, 
mediante requerimento do interessado. 
Muitas vezes, embora não seja o caso de medida coercitiva, a arbitragem precisa da estrutura 
do Poder Judiciário simplesmente para a eficácia de decisão arbitral, como, por exemplo, para 
oitiva de testemunha fora da comarca que não pode ser ouvida de outra forma” (Arbitragem, Mediação, 
Conciliação e Negociação. 9ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 164). 
Carta arbitral (1/2) 
 O regime da carta arbitral é o mesmo das cartas de ordem e precatória previsto no CPC, art. 69, § 
1º. 
 A carta arbitral deve estar instruída com a convenção de arbitração e com as provas de 
nomeação e aceitação do árbitro à função, para que a decisão seja efetivada/cumprida pelo juiz 
togado. 
 A atividade do juiz togado se limita a cumprir a decisão do árbitro constante na carta arbitral. 
 A carta arbitral será dirigida ao juiz que seria competente para julgar a ação, caso não houvesse a 
convenção de arbitragem. 
 O juiz deve observar o segredo de justiça se convencionado sobre a confidencialidade na 
tramitação do processo arbitral. 
 Exemplos de atuação do Poder Judiciário no curso do procedimento arbitral com a utilização da 
carta arbitral: 
 Intimações. 
 Oitiva de testemunhas. 
 Condução coercitiva de testemunha. 
 Efetivação de tutela provisória de urgência cautelar ou antecipada deferida pelo árbitro. 
 Busca e apreensão de documentos. 
Carta arbitral (2/2) 
 A Lei nº 9.307/96 adota sentença arbitral, para se referir ao ato arbitral que põe fim ao conflito, 
abandonando a terminologia laudo arbitral e não há homologação judicial (arts. 18 e 23 e ss). 
 A sentença arbitral será proferida em documento escrito no prazo estipulado pelas partes (Lei n. 
9.307/96, arts. 23 e 24). 
 Se nada for convencionado pelas partes, o prazo para apresentação da sentença arbitral é de 6 
meses, contados da instituição da arbitragem ou da substituição do árbitro. 
 As partes e os árbitros, de comum acordo, poderão prorrogar o prazo para proferir a sentença final 
(Lei nº 9.307/96, art. 23, § 2º). 
 É possível proferir sentenças parciais (Lei nº 9.307/96, art. 23, § 1º). 
 Requisitos obrigatórios da sentença arbitral: A sentença arbitral conterá os três elementos da sentença 
judicial, e mais um elemento, próprio deste tido de decisão, que são (Lei nº 9.307/96, art. 26): 
 Relatório: onde consta a qualificação das partes, resumo do objeto da arbitragem e todos os fatos 
relevantes ocorridos. 
 Motivação: constam esclarecidos os fundamentos da decisão. 
 Dispositivo: onde os árbitros estabelecem o preceito, resolvendo as questões que lhes foram 
submetidas. 
 Data e lugar em que a sentença foi proferida, visando aferir a nacionalidade da sentença arbitral. 
 A sentença arbitral será assinada pelo árbitro ou por todos os árbitros. Caberá ao presidente do 
tribunal arbitral, na hipótese de um ou alguns dos árbitros não poder ou não querer assinar a sentença, 
certificar tal fato (Lei nº 9.307/96, art. 26, § único). 
Sentença Arbitral (1/3) 
 A sentença arbitral decidirá sobre a responsabilidadedas partes acerca das custas e 
despesas com a arbitragem, bem como sobre verba decorrente de litigância de má-fé, se for 
o caso, respeitadas as disposições da convenção de arbitragem, se houver (Lei nº 9.307/96, 
art. 27). 
 A sentença arbitral põe fim à arbitragem, devendo o árbitro ou o presidente do tribunal 
arbitral enviar cópia da decisão às partes, via postal ou outro meio de comunicação, 
mediante comprovação de recebimento ou entregando diretamente às partes, mediante 
recibo (Lei nº 9.307/96, art. 29). 
 No prazo de 5 dias, a contar do recebimento da notificação ou da ciência pessoal da 
sentença arbitral, a parte interessada, mediante comunicação à outra parte, poderá solicitar 
ao árbitro ou ao tribunal arbitral que (Lei nº 9.307/96, art. 30): 
Corrija qualquer erro material da sentença arbitral; 
Esclareça obscuridade, dúvida ou contradição da sentença arbitral, ou se pronuncie sobre 
ponto omitido a respeito do qual devia manifestar-se a decisão (corresponde a embargos 
de declaração). 
Sentença Arbitral (2/3) 
 Da sentença arbitral não cabe recurso (Lei nº 9.307/96, art. 18). 
Nada impede que as partes estabeleçam que a sentença arbitral possa ser submetida 
a reexame por outro órgão arbitral ou por outros árbitros, ou ainda que, na hipótese de 
não ser a decisão unânime, possa o vencido interpor recurso semelhante aos 
embargos infringentes previstos no CPC, fazendo integrar o tribunal arbitral por outros 
membros, escolhidos da forma estabelecida pelos contendores. 
Tais recursos são internos, nunca dirigidos a órgãos da justiça estatal. 
 Cabe ressaltar que, os recursos de sentença arbitral são de todo inconvenientes e não 
utilizados corriqueiramente em países onde a arbitragem vem florescendo. 
 A atividade do árbitro poderá ser meramente homologatória quando as partes chegarem 
a um acordo e quiserem fazer consigná-la expressamente em sentença (Lei nº 9.307/96, 
art. 28). 
O interesse das partes será, em caso de transação, o de obter título que permita a 
execução forçada, uma vez que a sentença arbitral é título executivo judicial (CPC, art. 
515, VII). 
 A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da 
sentença judicial e, sendo condenatória, constitui título executivo judicial (Lei nº 9.307/96, 
art. 31). 
Sentença Arbitral (3/3) 
 Casos de nulidade da sentença arbitral, com rol taxativo (Lei nº 9.307/96, art. 32): 
Nulidade da convenção de arbitragem. 
Emenda procedida por quem não podia ser árbitro. 
Não contiver os requisitos obrigatórios da sentença arbitral, que são: relatório, 
fundamentação, parte dispositiva, local e data de seu proferimento (Lei nº 9.307/96, art. 
26). 
Sentença proferida fora dos limites da convenção de arbitragem. 
Comprovação de proferimento da sentença com prevaricação (crime: satisfação do 
interesse pessoal), concussão (crime: exigir vantagem indevida para si ou para outrem, 
direta ou indiretamente) ou corrupção passiva. 
Sentença proferida fora do prazo (Lei nº 9.307/96, art. 12, III). 
Quando desrespeitados os princípios do art. 21, § 2º, que são os princípios do 
contraditório, igualdade das partes, imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento. 
Nulidade da Sentença Arbitral (1/3) 
 Ação declaratória de nulidade da sentença arbitral, parcial ou final, pode ser requerida pela 
parte interessada perante o órgão do Poder Judiciário competente, que seguirá o 
procedimento comum (Lei nº 9.307/96, art. 33 e § 1º). 
Deverá ser ajuizada no prazo decadencial de até 90 dias, a contar do recebimento pelas 
partes da notificação da sentença arbitral, ou da data da decisão do pedido de 
esclarecimentos. 
 Impugnação ao cumprimento da sentença arbitral, se houver execução judicial, poderá ser 
requerida a declaração de nulidade da sentença arbitral (Lei nº 9.307/96, art. 33 e § 3º). 
 A sentença judicial que julgar procedente o pedido e apenas declarará a nulidade da 
sentença arbitral (Lei nº 9.307/96, art. 33 e § 2º). Casos de nulidade absoluta: 
 nula a convenção de arbitragem. 
 emanou de quem não podia ser árbitro. 
 comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou corrupção passiva. 
 proferida fora do prazo. 
 orem desrespeitados os princípios. 
Nulidade da Sentença Arbitral (2/3) 
 A sentença judicial que julgar procedente o pedido, determinando ao árbitro ou ao tribunal 
profira nova sentença arbitral em substituição. Casos de nulidade relativa: 
 não contiver os requisitos exigidas da sentença arbitral. 
 for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem. 
 Se a sentença arbitral não decidir todo o litígio (se o árbitro não decidir todos os pedidos 
submetidos à arbitragem), a parte interessada poderá ingressar em juízo para requerer a 
prolação de sentença arbitral complementar (Lei nº 9.307/96, art. 33, § 4º). 
 Não cabe ação rescisória de sentença arbitral. 
 
Nulidade da Sentença Arbitral (3/3) 
 A sentença arbitral estrangeira é aquela proferida fora do território nacional (Lei nº 9.307/96, 
art. 34, § único). 
 Para ser reconhecida e executada no Brasil, a sentença arbitral estrangeira deverá ser 
homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), aplicando-se os procedimentos disposto 
no CPC (Lei nº 9.307/96, arts. 35 e 36; CPC, arts. 483 e 484). 
 A homologação de sentença arbitral estrangeira será requerida pela parte interessada, 
perante o STJ, devendo a petição inicial observar os requisitos previstos no CPC, art. 319, e 
ser instruída, necessariamente, com (Lei nº 9.307/96, art. 37): 
 o original da sentença arbitral ou uma cópia devidamente certificada, autenticada pelo 
consulado brasileiro e acompanhada de tradução oficial; 
 o original da convenção de arbitragem ou cópia devidamente certificada, acompanhada de 
tradução oficial. 
Reconhecimento e execução das sentenças arbitrais estrangeiras 
OBRIGADA 
E 
ATÉ A PRÓXIMA!

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