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INSTRUMENTAL I – MATÉRIA PARA PROVA 2 CONDUTOMETRIA – Técnica de volume (I>0) “sem” eletrólise PARTE 1 Condutores → As substâncias e materiais que conduzem corrente elétrica podem ser divididos em dois grupos: 1. Condutores de 1ª classe ou eletrônicos (condutividade maior) - metais, ligas metálicas, óxidos metálicos e o grafite, nos quais a condução é feita às custas de elétrons, sem que haja alterações das propriedades químicas do condutor ou transporte de matéria. 2. Condutores de 2ª classe ou eletrolíticos - soluções iônicas, nas quais a condução de eletricidade se faz às custas do movimento de íons ocorrendo, simultaneamente, transporte de matéria e reações eletroquímicas nos eletrodos. Condutometria → A condutometria é baseada na medida da condutância da solução. → A condutância provém da migração de íons sob um campo elétrico e irá depender da quantidade de íons, da carga deles e das mobilidades iônicas. → A condutância medida será em relação a todos os íons presentes em solução, portanto, não é uma técnica específica. → Existem dois tipos: 1. Direta: mede a condutância diretamente e tem uma aplicação limitada; 2. Titulação condutométrica: mais utilizada, pois mede a variação da condutância durante uma titulação. Condutividade Imagina essa célula eletroquímica (figura), que terá dois eletrodos iguais e os íons em solução. Ao aplicar uma diferença de potencial nesses dois eletrodos, um dos eletrodos vai adquirir uma carga positiva e o outro, uma carga negativa. Quando isso acontece, os íons irão se mover de forma a se aproximar da carga oposta. Ou seja, os íons negativos vão em direção ao eletrodo de carga positiva, enquanto os íons positivos vão em direção ao eletrodo de carga negativa. A velocidade de migração dos íons será limitada pela resistência do solvente e se relaciona linearmente com o potencial aplicado (Lei de Ohm). Lei de Ohm → Seja uma seção transversal A (área do eletrodo), l a distância entre os dois eletrodos, a corrente I que pode fluir através da solução depende da tensão aplicada, E, e da resistência, R, da coluna de solução entre os eletrodos e é dada pela Lei de Ohm: 𝐼 = 𝐸 𝑅 Resistência 𝑅 = 𝝆𝑳 𝐴 onde: R = resistência (Ω) l = comprimento (cm) A = área da seção transversal do condutor metálico (cm2) → Que indica que, a resistência que um condutor oferecerá à passagem da corrente elétrica é proporcional ao seu comprimento, l, mas inversamente proporcional à área A de sua secção reta, sendo ρ a constante de proporcionalidade. - A relação só é válida quando o condutor tem natureza homogênea e secção constante. Resistência específica ou resistividade (ρ) → A constante de proporcionalidade chama-se resistência específica ou resistividade e corresponde à resistência de uma porção do condutor com 1 cm de comprimento e secção reta de 1 cm2, ou seja, a resistência de 1 cm3 do condutor, seja ele metal ou uma solução. 𝜌 = 𝑅𝐴 𝑙 Condutância Nada mais é do que o inverso da resistência. L = 1 R = A ρl = kA l Onde: R = resistência (Ω) L = condutância (Siemens) ρ = resistência específica do material (Ωcm) k = condutância específica do material (Ω-1cm-1 ou S/cm) l = comprimento (cm) A = área da seção transversal do condutor metálico (cm2) Condutância específica ou condutividade (k) → O inverso da resistividade chama-se condutância específica ou condutividade. → No caso dos eletrólitos, a condutividade é representada pela letra grega k (capa) e expressa em ohm-1 cm-1. → A condutância específica de um eletrólito é função da concentração: 𝑘 = 1 ρ = 𝑙 𝑅𝐴 → Para eletrólitos fortes, a condutância específica aumenta significativamente com a concentração, sendo que em soluções diluídas esse aumento é aproximadamente linear (interações iônicas). Depois de um certo momento ela passa a não ser linear, porque começam a ocorrer interações entre os íons. → Para eletrólitos fracos, o aumento da condutância específica com a concentração não é tão significativo. → Essa relação entre condutância específica e concentração se dá devido ao incremento do número de íons por unidade de volume. No caso de eletrólitos fortes, o número de íons aumenta na proporção da concentração, já para os eletrólitos fracos existe uma dependência da constante de dissociação e da diminuição do grau de dissociação com o aumento da concentração. Quanto mais concentrado o meu eletrólito fraco, menor é o grau de dissociação dele. Então, a gente não conseguir estabelecer uma relação tão clara entre aumento da concentração do eletrólito fraco e aumento da condutividade ou condutância específica da solução. Efeito da temperatura → Tanto a resistência como a condutância variam com a temperatura. → Para condutores de 1ª classe (metálicos), a resistência cresce com o aumento da temperatura. → Para condutores de 2ª classe (soluções eletrolíticas) ocorre o inverso, ao aumentar a temperatura, a resistência diminui, isso porque com o aumento da temperatura, há diminuição da viscosidade do meio e do grau de hidratação dos íons. E a condutância vai aumentar. / → Para os eletrólitos fortes, o aumento da condutância com a diluição da solução é devido ao aumento da velocidade dos íons. → Para os eletrólitos fracos, o aumento da condutância com a diluição da solução é resultado do aumento do grau de dissociação. Quanto mais diluída está a solução, mais fácil é para a espécie se dissociar. → O valor limite da condutância molar, quando a concentração tende a zero, chama-se condutância molar a diluição infinita (ou concentração zero), Λ0 ou Λ∞. Condutância molar a diluição infinita → No caso de eletrólitos fortes, Λ0 é obtido fazendo-se um gráfico de valores de Λ em função da raiz quadrada da normalidade e, extrapolando-se a condutância para concentração igual a zero. → Lei de Kohlrausch: → No caso de eletrólitos fracos, Λ0 é determinado a partir da Lei de Kohlrausch da migração independente, segundo a qual, em diluição infinita, os íons têm comportamento independente, logo: Quanto maior a densidade de carga, como o Li, vai promover uma diminuição da condutividade. Quanto mais denso for o íon, maior a camada de hidratação, mais difícil vai ser para esses íons se moverem na solução, então consequentemente menor vai ser a condutividade da solução. Por exemplo, o lítio que é um íon pequeno está com uma densidade de carga alta, tem uma condutividade baixa. Condutâncias molares iônicas a diluição infinita – H+ e OH- → Tanto para H+ quanto para o OH-, observa-se condutâncias molares iônicas muito altas. Ambos se movimentam em solução assim como os outros íons, mas ocorre também a transferência de carga (muito rápida) entre as moléculas de H3O + e OH- com a água. PARTE 2 Elementos de passagem de corrente → A velocidade com que a corrente flui pelo sistema depende do elemento de maior resistência, comumente esse elemento é a solução ou a interface eletrodo- solução. Solução e interface eletrodo solução → Na solução, a corrente pode ser conduzida pela migração dos íons ou pela polarização do dielétrico. → Na interface eletrodo-solução, a corrente é conduzida pela transferência de elétrons, chamada de corrente faradaica e pela dupla camada elétrica, chamada de corrente capacitiva (ou corrente não faradaica). → Se uma corrente contínua é aplicada, necessariamente existirá uma corrente faradaica, mas se uma corrente alternada for aplicada, podem existir processos faradaicos e não faradaicos. Corrente faradaica → A corrente faradaica é resultado da reação redox ocorrendo, uma oxidação no ânodo e uma redução no cátodo. → Essa corrente é controlada pela velocidade de transferência de elétrons das semirreações e pelo transporte das espéciespela solução até a superfície eletródica. → A velocidade das semirreações depende das espécies envolvidas, da concentração delas e do potencial aplicado. → Já o transporte de massa é efetuado pela migração, difusão e convecção. Então, essa espécie oxidada vai para a espécie reduzida e a corrente que surge dessa reação é chamada de corrente faradaica. Corrente capacitiva → A corrente capacitiva advém da formação da dupla camada elétrica. → Ao aplicar uma diferença de potencial ao eletrodo (mesmo que momentânea), este adquire uma carga (negativa ou positiva), com isso, os íons de carga oposta a carga do eletrodo se aproximam da superfície por atração eletrostática, formando assim uma dupla camada elétrica. Dupla camada elétrica – corrente contínua → Em uma situação de corrente contínua, a formação da dupla camada elétrica gerará uma corrente capacitiva que cairá exponencialmente até zero, caso não ocorra nenhum processo faradaico. Dupla camada elétrica – corrente alternada → A cada meio ciclo o eletrodo irá carregar e descarregar, o mesmo irá acontecer com o outro eletrodo, só que com carga oposta. Então se o eletrodo esquerdo carregou com uma carga positiva, o eletrodo direito tem que carregar com uma carga negativa. → Com isso, os íons em solução irão ser atraídos e repelidos por ambos os eletrodos alternadamente, gerando assim uma corrente. → Cada eletrodo, portanto, comporta-se como um capacitor. → Quanto maior a frequência da corrente alternada e o tamanho do eletrodo, maior será a corrente gerada em solução. Medição da condutância eletrolítica → Embora seja possível empregar-se corrente contínua para medir resistências de soluções eletrolíticas, há o inconveniente de que corrente contínua pode promover eletrólise (corrente faradaica). → Por essa razão, nessas medições emprega-se corrente alternada, com tensões de 6 a 10V e frequências que podem variar de 60 a 10000 Hz. → Com frequências dessa ordem, a corrente alternada é conduzida unicamente pelo movimento dos íons, que a cada meio ciclo se inverte, pois ora os íons positivos, ora os íons negativos são atraídos pela superfície dos eletrodos. Ponte de Kohlrausch → A medição da resistência das soluções pode ser feita através de uma ponte de Wheatstone ou, melhor ainda, através de uma ponte de Kohlrausch, que é uma adaptação da primeira. Componentes: - Célula eletroquímica de resistência Rx - Detector E - Capacitor variável para contrabalancear alguma variação e fase - Resistência Rp (resistências padrão de valores bem definidos) - A e B é um fio metálico que está dividido em dois pelo cursor em C, dando duas resistências R1 e R2 - C é um contato móvel - Gerador de frequência → A ponte de Kohlrausch conta com um fio metálico AB, homogêneo e com secção constante, em cujas extremidades ligam-se os terminais de um gerador de frequência (bobina de indução de Rumkorf, ou um áudio-oscilador eletrônico). → Em série com as extremidades A e B, liga-se a resistência Rp (que pode ser uma caixa de resistências padrão) e um dos eletrodos da célula de condutividade, mergulhada na solução, ligando-se o segundo eletrodo à extremidade B. → Do ponto D, entre a resistência padrão e a célula, parte um fio que está ligado a um dos polos de um detector de nulo, E; do outro polo do detector, parte um fio que termina em um cursor que pode ser movido ao longo do fio AB. → Quando a ponte está em equilíbrio, isto é, quando o cursor está de tal forma posicionado ao longo do fio AB, que o detector de nulo, E, não acusa passagem de corrente, vale a igualdade: Rx * R2 = Rp * R1 Modelos de células de condutividade → A célula para medida de condutividade consiste em dois eletrodos iguais e fixos. → Para a condutometria direta, é importante saber a constante da célula (relação l/A) para o cálculo da condutância. → Para a titulação condutométrica não é necessário saber a constante da célula. As células em que os eletrodos têm uma distância menor são mais utilizadas para titulações condutométricas. Controle da temperatura → É necessário frisar que o controle de temperatura a ±0,1 ºC é indispensável, pois a variação da condutância com temperatura é da ordem de 1-2% por grau centígrado. → A resistência das soluções eletrolíticas diminui com o aumento da temperatura; como a condutância é o inverso da resistência, ela aumenta com o aumenta da temperatura. Condutometria direta → A constante geométrica da célula de condutividade precisa ser determinada. → Para cada célula, por construção, a relação l/A é constante: Determinando o valor da constante da célula Medidas condutométricas diretas → A aplicação das medidas condutométricas é limitada já que é medida a condutância de toda a solução e não apenas do analito. → As medidas diretas de condutância são importantes na prática, pois, através delas, pode-se determinar baixas concentrações (menores que 10-3 mol/L). → A partir dos valores de concentração assim determinados pode-se também calcular constantes de dissociação, de instabilidade e de solubilidade. Pureza do solvente → Nas medidas de maior precisão é importante levar em consideração a condutância da água. A condutância da água destilada é 10 vezes maior do que a água deionizada. → Deve-se tomar cuidado, se for necessário considerar o solvente, se a amostra não reage com a impureza do solvente. Exemplo: HCl reagindo com CO2 presente na água. Calibração da célula → Alternativamente, pode-se trabalhar com uma célula calibrada, assim, a constante da célula não precisa ser estabelecida diretamente. → Para tanto, empregam-se soluções padrão, cujas condutâncias específicas, k, a 25ºC, sejam exatamente conhecidas, como é o caso das seguintes soluções de cloreto de potássio: Aplicações → Medida de N em matéria orgânica: - O N é transformado em NH3, que é absorvido por uma solução de ácido bórico para que a condutância seja medida. → Determinação da salinidade da água do mar. → Avaliar a pureza da água deionizada. Exemplo: ------------------------------------ TITULAÇÃO CONDUTOMÉTRICA → A titulação condutométrica é baseada na variação da condutância da solução durante a titulação. → O ponto final é visualizado por uma mudança brusca na tendência de variação da condutância. → O método condutométrico de verificação do ponto final de titulações é aplicável sempre que haja uma variação significativa da condutância da solução no decorrer da titulação. → Pode, portanto, ser empregado com excelentes resultados em titulações que se baseiam em reações de neutralização, complexação ou precipitação. → Não pode ser aplicado em casos em que o conteúdo iônico total é muito grande. É o que acontece com as reações de oxirredução que ocorrem em meio fortemente ácido; a concentração iônica inicial é muito grande e a variação de condutância no decorrer da titulação é insignificante se comparada à condutância total que a ponte deverá medir. → A célula eletroquímica utilizada nessa titulação é muito simples, deve conter o par de eletrodos a uma distância fixa, um peixinho para homogeneizar a solução e uma bureta para adicionar o titulante. → Diferentemente da condutometria direta, não é necessário saber a constante da célula. → A distância dos eletrodos é determinada de acordo com a solução analisada. Se for muito diluída, essa distância tem que ser pequena. Se a solução estiver concentrada, a distância entre os eletrodos pode ser maior. → O titulante é adicionado à célula eletroquímica e após a homogeneização, a condutância é medida. → A diluição da solução a cada adição do titulante influenciará na medida de condutância. Por isso, utiliza-se um titulante que seja pelo menos 10 vezes mais concentrado queo titulado para minimizar esse efeito. → Pode-se corrigir o efeito da diluição usando o seguinte fator: Onde V é volume inicial e v é o volume adicionado até a leitura Esse valor de correção pode ser multiplicado para o valor de cada ponto pela condutância medida, então teremos uma condutância corrigida. → Cada valor de condutância e volume adicionado é colocado em um gráfico para se obter a curva de condutância(Y)-volume(X). - Apesar da resistência ser o parâmetro medido, ela não varia linearmente com o volume adicionado, enquanto a condutância varia. → O gráfico terá dois ramos: o primeiro, antes do ponto de equivalência, se refere à condutância da amostra e o segundo, após o ponto de equivalência, se refere à condutância do titulante. A gente traça duas retas e o encontro delas vai ser o ponto de equivalência. → Caso a amostra e o titulante sejam eletrólitos fortes, os dois ramos serão uma reta, por isso, poucos pontos são necessários para se obter a curva (de 4 a 5 em cada ramo). → Se a amostra e/ou titulante forem um eletrólito fraco, o ramo será curvilíneo e serão necessários mais pontos para terminar o ramo. → Os dois ramos devem então ser prolongados; o ponto de encontro entre ambos corresponde ao ponto de equivalência e sua projeção ortogonal no eixo de abcissas fornece o volume no ponto de equivalência. Titulação condutométrica – Neutralização ácido e base forte → As reações de neutralização apresentam condições muito favoráveis, pois as mobilidades dos íons H+ e OH- são muito maiores que as dos demais íons. → Em uma titulação de um ácido forte HA com uma base forte MOH, o resultado final da reação: H+ + A- + M+ + OH- ↔ H2O + A - + M+ → Ocorrerá a substituição dos íons H+ por íons M+. → Como os íons H+ tem mobilidade maior que os íons M+, a condutância diminui. → Condutância inicial da solução de HCl 0,01 mol/L é elevada (baixa resistência), pois os íons H+ tem mobilidade muito grande, contribuindo com cerca de 82% da condutância da solução. → A contribuição dos íons Cl- (cerca de 18%), mantém-se inalterada no decorrer de toda a titulação. → No decorrer da titulação, em virtude das sucessivas adições de solução titulante de NaOH, os íons H+ vão sendo substituídos por íons Na+, de menor condutância equivalente (λH+ = 349,8 e λNa+ = 50,1) e, com isso, a condutância decresce linearmente até o ponto de equivalência. → A partir do P.E., onde a resistência da solução é máxima, as sucessivas adições de excesso de NaOH provocam novo aumento de condutância. → Nota-se que o coeficiente angular da reta obtida após o P.E. é menor que o da primeira reta, devido à mobilidade do íon OH- ser menor que a dos íons H+ (λH+ = 349,8 e λOH- = 198,0). → Portanto, o primeiro ramo da curva até o ponto anguloso, corresponde ao decréscimo da concentração do íon H+ até zero e, o segundo ramo, corresponde ao aumento da concentração de íons OH-. → Nas titulações de um ácido forte e uma base forte, o ângulo formado pelas retas de reação e do reagente, é tanto mais agudo quanto mais concentradas forem as soluções. Quanto mais concentradas, mais inclinados serão os ramos. → Por via condutométrica, pode-se titular bases fortes com ácidos fortes, e vice-versa, até concentrações da ordem de 10-5 mol/L. Titulação condutométrica – Neutralização ácido ou base fraca → A forma do primeiro ramo da curva depende da constante de dissociação e da concentração inicial do ácido (ou base) fraco. → Quando a constante de dissociação ou a concentração são grandes, logo após as primeira adições de titulante, a condutância tende a diminuir, pois há substituição dos íons H+ ou OH- provenientes da dissociação do ácido (ou base) fraco por íons dotados de menor mobilidade. → À medida que vai ocorrendo a formação do sal, a ionização do ácido (ou base) fraco vai sendo reprimida pelo efeito do íon comum, o que provoca um encurvamento da primeira reta de titulação. → Quando a constante de dissociação ou concentração são menores, esse decréscimo de condutância ocorre apenas na porção inicial da primeira reta, observando-se, a seguir, um aumento linear da condutância, devido à formação do sal totalmente dissociado. → Finalmente quando o ácido (base) é muito fraco, a reta inicial é ascendente até o ponto de equivalência, subindo, a seguir, com inclinação mais acentuada (a concentração de H+ e OH- é tão baixa que os contra íons passam a ter a maior influência na condutância). Vantagens → Isso, sem dúvida, constitui uma vantagem sobre a potenciometria. Assim, por exemplo, o ácido bórico (Ka = 6 x 10 -10) pode ser titulado muito bem via condutométrica, ao passo que via potenciométrica é praticamente impossível titulá-lo com precisão razoável. → Outra vantagem da condutometria é permitir titulações de ácidos fracos e fortes com bases fracas, por exemplo, amônia. Titulação condutométrica – Titulante: solução aquosa de amônia → Após o P.E., a condutância se mantém praticamente constante, porque o excesso de íons NH4 + formados na neutralização se opõe à dissociação do hidróxido de amônio (efeito do íon comum). Titulação de deslocamento → Pode-se titular diretamente sais contendo cátion ou ânion hidrolizáveis (titulações impossíveis de serem realizadas potenciometricamente, pois formam-se tampões e o salto de pH é muito pequeno). Na primeira parte, há a formação de um tampão e a condutância vai diminuindo um pouco, porque ocorre a substituição do NH4 + pelo Na+. Na região do ponto de equivalência, há a hidrólise do sal. Então, devemos focar as análises nas regiões anterior e posterior a linha pontilhada da curva para poder fazer extrapolação e achar o volume do ponto de equivalência com precisão. A partir do volume do ponto de equivalência, eu passo a ter o excesso OH- e por isso que tem crescimento da condutância muito maior do que o decréscimo que acontece no primeiro ramo. Na região do ponto de equivalência, há a hidrólise do sal. Então, devemos focar as análises nas regiões anterior e posterior a linha pontilhada da curva para poder fazer extrapolação e achar o volume do ponto de equivalência com precisão. Depois do ponto de equivalência, a gente passa a ter excesso de H+, então ocorre um crescimento muito acelerado da condutância. Titulação condutométrica – Precipitação → Nesse tipo de titulação, a variação da condutância não é tão significativa, já que nenhum outro íon apresenta uma mobilidade tão alta quanto o H+ e o OH-. → O sucesso da titulação de precipitação dependerá da velocidade de formação da pureza e da solubilidade do precipitado. - É interessante que o precipitado formado tenha um kps muito baixo e que ele não adsorva nos eletrodos. - Pode-se adicionar etanol à solução para diminuir a solubilidade da precipitado. → Há, portanto, substituição do cátion M+ pelo cátion N+. → O primeiro ramo da curva dependerá da diferença que existir entre as condutâncias equivalentes dos cátions, λM+ e λN+. INTRODUÇÃO ÀVOLTAMETRIA E AMPEROMETRIA Voltametrias e Amperometrias → Principal diferença em relação às outras técnicas: sistema de 3 eletrodos (com exceção da biamperometria); → Reação ocorre n interface: difere da condutometria; → I ≠ 0: difere da potenciometria; → Eletrodos de áreas pequenas: difere da eletrogravimetria e Coulometria (eletrólises completas). O eletrodo de trabalho é onde vai acontecer a reação de interesse, por exemplo, uma redução de um metal acontece na superfície desse eletrodo. Acontecendo essa redução no eletrodo de trabalho, precisa acontecer uma reação contrária no contra-eletrodo, ou seja, uma reação de oxidação (que não me interessa). Sistema de 3 eletrodos → Um eletrodo polarizável é aquele que através de uma pequena passagem de corrente, temseu potencial alterado. → Tanto o eletrodo de trabalho como o contra-eletrodo se polarizam, quando um está negativo, o outro está positivo, ou seja, ambos têm carga definida. → O eletrodo de referência não deve ser polarizável. → Em um sistema de 3 eletrodos existe um controle mais preciso da interface do eletrodo de trabalho. → Ao enviar um comando de aplicação de potencial, o potenciostato faz duas coisas: 1. Monitora e controla o potencial do eletrodo de trabalho em função do eletrodo de referência que tem potencial fixo. 2. Para evitar a mudança de potencial do eletrodo de referência, evita-se que passe uma corrente por ele, o potenciostato faz isso aplicando uma corrente no contra- eletrodo. Célula eletroquímica Sistema de 3 eletrodos → Portanto, em um sistema de 3 eletrodos, há passagem de corrente entre o eletrodo de trabalho e o contra-eletrodo e o potencial é medido entre o eletrodo de trabalho e o eletrodo de referência. →Dessa forma, ao aplicar 1,0 V no eletrodo de trabalho, pode ser que a célula esteja a 2,0 ou até 3,0V, por que isso ocorre? Relembrando da aula de eletrogravimetria e coulometria → Quando a eletricidade é transportada através de uma célula eletroquímica, o potencial da célula medido normalmente se afasta do valor obtido a partir dos cálculos termodinâmicos (tabela de potenciais padrão). → Esse afastamento pode ser associado a inúmeros fenômenos: 1. Queda-ôhmica; 2. Polarização de concentração; 3. Polarização por ativação. → O grau de polarização de um eletrodo é medido pela sobrevoltagem ou sobrepotencial, η, que é a diferença entre o potencial real e o termodinâmico ou equilíbrio. η = E – Eeq → Resistência da solução ao fluxo de corrente (migração dos íons) – Queda-ôhmica; → Existência de um gradiente de concentração próximo da superfície do eletrodo – Polarização de concentração; → Efeitos cinéticos da transferência eletrônica para cada semirreação e eletrodo – Polarização por ativação; Queda ôhmica → Queda IR ou potencial ôhmico ou polarização por queda-ôhmica: a célula eletroquímica tem vários componentes que resistem à passagem de carga, como, por exemplo, os próprios eletrodos que podem ser representados como resistores. Pela Lei de Ohm, o produto entre a resistência da célula e a corrente é o potencial ôhmico. Eaplicado = Etermodinâmico – IR → Como diminuir a IR? Adicionar um eletrólito à solução e aproximar os eletrodos. Polarização por concentração → A polarização por concentração ocorre conforme a espécie é consumida na superfície do eletrodo e mais espécie deve vir do seio da solução para que a reação continue a ocorrer. No entanto, esse transporte de massa tem velocidade finita e está limitada aos efeitos de difusão, migração e convecção. 1. Migração: ocorre quando os íons se movem n solução sob influência de um campo elétrico. Esse efeito pode ser minimizado pela adição de um eletrólito suporte. 2. Convecção: o transporte de massa pode ser realizado de forma forçada por agitação ou vibração da solução. 3. Difusão: ocorre quando há uma diferença de concentração dentro da solução, dessa forma, o transporte de massa irá ocorrer da região mais concentrada para a menos concentrada, criando assim uma camada de difusão. - A convecção reduz o tamanho da camada de difusão. Polarização por ativação → Na polarização por ativação ou polarização cinética, a corrente é limitada pela velocidade de transferência de elétrons e é mais pronunciada em processos que levam ao desprendimento de gás, já que a cinética desses processos costuma ser mais complexa e lenta. Dupla camada elétrica → Quando a dupla camada elétrica se forma, surge uma corrente, chamada de capacitiva. → Essa corrente é dependente do material eletródico e das espécies presentes no meio. Aplica-se uma diferença de potencial no eletrodo, que vai adquirir uma carga, nesse caso negativa, fazendo com os íons de carga positiva fiquem mais próximos do eletrodo e os de carga negativa mais longe, formando assim uma dupla camada elétrica. Corrente faradaica → Além da corrente capacitiva que aparece como resultado da formação da dupla camada elétrica, existe também a corrente faradaica. → A corrente faradaica é resultado de qualquer processo redox (reação de transferência de carga) que ocorra na superfície eletródica. → Essa é a corrente que nos interessa em uma análise para determinar a concentração do analito. É importante ressaltar que na voltametria e na amperometria sempre vai existir a presença da corrente faradaica e a corrente capacitiva. O ideal é que eu tenha só a corrente faradaica, porque ela só é referente ao meu processo de interesse. --------------------------------------------- POLAROGRAFIA PARTE 1 Voltametria → A voltametria é um conjunto de técnicas na qual o potencial pode ser varrido no sentido positivo e/ou no negativo e obtém-se como resposta uma variação de corrente. → Por convenção, um valor de corrente positiva significa que está ocorrendo uma oxidação, consequentemente, a apresenta uma corrente negativa. → Um processo redox ocorrendo em sobrepotenciais positivos é de oxidação, enquanto a redução ocorre em sobrepotenciais negativos. Formas da onda de potencial e gráficos obtidos Eletrodos de trabalho → Os eletrodos de trabalho têm uma variedade muito grande de materiais e formas. → Os mais “comuns” são os macroeletrodos que consistem em um cilindro de algum material condutor (ex.: ouro, platina, carbono, etc.) conectado a outro material condutor que servirá como contato dentro de um material inerte, como o Teflon. → A escolha do eletrodo de trabalho é feita baseando-se no que se quer analisar, em que meio está esse(s) analitos(s) e o que existe de disponibilidade no laboratório. Polarografia → Historicamente, o campo da voltametria se desenvolveu a partir da Polarografia, que é um tipo particular da voltametria. A Polarografia difere de outros tipos de voltametria porque o eletrodo tem a forma de um eletrodo gotejante de mercúrio. Qual é a grande vantagem do mercúrio? A gente consegue trabalhar com potenciais mais negativos comparado com os eletrodos de trabalho. Ele tem uma alta sobretensão para a redução de H+, então o H+ vai demorar para começar a reduzir na superfície do eletrodo, tendo que aplicar potenciais mais negativos ainda para a redução ocorra. Em contrapartida, ele é ruim para processos de oxidação. → A aplicabilidade do mercúrio para as análises de metais é muito grande, têm-se uma alta sobretensão para a formação de hidrogênio o que possibilita trabalhar em meios muito ácidos. Além disso, vários metais podem ser reduzidos reversivelmente na forma de amálgamas. → Na Polarografia, o potencial é varrido, aumentado seu valor (em módulo) linearmente de um potencial inicial até um potencial final estabelecido pelo analista. → No eletrodo gotejante de mercúrio a cada nova gota têm-se um novo eletrodo, o que elimina problemas de envenenamento da superfície eletródica. → Além disso, com o crescimento da gota e com o desprendimento dela, a camada de difusão ao redor da gota não aumenta como ocorre no caso dos macroeletrodos estáticos que serão vistos a seguir. Em contrapartida, uma grande desvantagem é toxicidade do mercúrio. PARTE 2 Polarograma: eletrodo gotejante de mercúrio Por que se tem essa variação tão grande de corrente? Na situação 1, o eletrodo está começando a se formar. Conforme o eletrodo vai aumentando, a corrente também aumenta até chegar no momento 4, quando a gota se solta. Quando a gota se solta, não tem mais corrente para ser registrada, então o valor volta para o estado quase que inicial. E aí, recomeça, a gota vai crescendo conforme a reação vai acontecendo. Cada uma dessasvariações (riscos pretos no gráfico) é a gota que se solta e cai. Neste gráfico, há a extrapolação da corrente residual, utilizando isso para determinar alguns parâmetros. O que seria a corrente limite? É aquele valor máximo que eu vou conseguir alcançar. Temos limitações cinéticas, no transporte de massa, então vai chegar um momento que não vou conseguir mais, não vai ter mais espécies suficientes para que a corrente aumente. A corrente é proporcional à concentração da espécie em solução. Então por isso que a gente atinge uma corrente limite. → A princípio, a corrente registrada em um Polarograma é a soma de diversas componentes. - Corrente residual: é a corrente presente em todos os polarogramas, e se constitui na soma da corrente faradaica, provinda de processos redox de impurezas da solução (traços de espécies eletroativas e ainda do oxigênio dissolvido) e de corrente capacitiva, provinda do processo de carga da dupla camada elétrica (não provém de nenhum processo redox). Para potenciais mais positivos do que -0,4V, o eletrodo de mercúrio vai ter uma carga negativa. Já para potenciais mais negativos do que -0,4V, o eletrodo vai ter uma carga positiva. - Corrente de difusão: provém da oxidação ou redução de material eletroativo que alcança a superfície do eletrodo apenas por difusão. - Corrente de migração: provém da oxidação ou redução da parcela de analito que alcança a superfície do eletrodo por efeito da atração eletrostática. É “eliminada” pela adição de ~50 ou 100 vezes mais eletrólito suporte. Relação entre corrente e concentração → Minimizadas as correntes residual e de migração, temos a seguinte relação entre corrente e concentração: Id máx = 708 nD 1/2m2/3t1/6C 708 = inclui a constante de Faraday, densidade Hg e outros fatores; n = número de elétrons envolvidos no processo D = coeficiente de difusão da espécie reagente (cm2/s) m = velocidade de escoamento do mercúrio (mg/s) t = tempo de vida da gota (s) C = concentração do reagente (mol/cm3) Polarograma: eletrodo gotejante de mercúrio → O potencial de meia onda é característico de cada espécie. Está na metade do valor máximo. Influência do O2 O oxigênio vai se reduzir em duas onda. Então, o primeiro se reduz a peróxido e este depois se reduz a água. Na reação total, o oxigênio vai a água. Essas duas reações vão sempre acontecer se não retirar o oxigênio. Essas reações ocorrem em potenciais relativamente baixos, então pode influenciar muito nas análises. É muito importante, principalmente na Polarografia, retirar o oxigênio da solução. Para isso, basta borbulhar um gás inerte, como, por exemplo, o nitrogênio. Polarograma Pode-se construir uma curva de calibração. A gente pode relacionar a corrente por concentração. A corrente limite é medida no polarograma e plotada no gráfico. A concentração de cromato está aumentando, aumentando a corrente (aumento na curva). Quanto mais concentrado, mais a reação redox vai acontecer, então maior vai ser a corrente. Análise de misturas → De modo geral, os reagentes de uma mistura se comportarão de forma independente um do outro no registro voltamétrico para uma mistura. Na figura ao lado: se fizer uma solução misturando esses dois reagentes, obtém-se essa curva amarela. Começando na corrente zero, onde não tem nada acontecendo, em seguida, a espécie A começa a se reduzir a espécie B, alcança a corrente limite para a espécie A. Quando se atinge o potencial no qual a espécie B começa a reduzir, ela começa a reduzir, passa pelo potencial de meia onda (que não vai mudar) e então atinge-se a corrente limite da espécie B. Portanto, observando só a curva amarela, é possível analisar separadamente tanto a espécie A quanto a espécie B, avaliando a corrente limite obtida por A e a corrente limite obtida por B (lembrando que ela parte da corrente limite de A). É possível analisar quantas espécies eu conseguir, quantas eu tiver potenciais de meia onda diferentes. Na curva A, o Fe2+ está indo a Fe3+. Na curva C, o Fe3+ está indo a Fe2+. Na curva B, tanto o Fe2+ está indo a Fe3+ quanto o Fe3+ está indo a Fe2+, ou seja, há uma mistura e é possível fazer a análise dessa mistura. Polarografia → As técnicas polarográficas tiveram grande importância na primeira metade do século 20 por permitirem a quantificação de dezenas de metais, na faixa de concentração típica de 10-3 a 10-5 mol/L, já que o mercúrio forma uma amalgama com os metais. → A metalurgia, a mineração e muitas outras atividades foram beneficiadas com esta técnica. → Em meados da década de 50, surge absorção atômica e a Polarografia perde terreno, houve até quem considerasse a técnica “morta”. → Com o advento dos potenciostato, novas técnicas puderam ser implementadas. → As técnicas de pulso e o desenvolvimento de eletrodos com destacamento sincronizado de gotas e de eletrodos de gota estática permitiram minimizar a contribuição da corrente capacitiva. → Os limites de quantificação alcançaram a faixa de 10-7 a 10-9 mol/L, superando em muitos casos a absorção atômica com vantagens adicionais de: - Permitir a especiação de elementos; Então eu consigo em um mesmo elemento analisar as espécies com nox diferentes, por exemplo, é possível analisar Fe2+ e Fe3+ em um mesmo experimento. - Quantificar múltiplos elementos em um experimento. Na absorção atômica também é possível fazer isso, mas é necessário um equipamento muito mais sofisticado e caro. Para a Polarografia e voltametria é o mesmo equipamento. A grande desvantagem da Polarografia é pela toxicidade do mercúrio e um eletrodo gotejante que não é fácil de trabalhar, além do capilar, onde é colocado o mercúrio, que muitas vezes entope. VOLTAMETRIA PARTE 1 Qual é a grande diferença entre a voltametria e a polarografia? Os eletrodos de trabalho. Eletrodos sólidos → A partir de 1950, os eletrodos sólidos passaram a ser explorados, especialmente na região anódica, região inadequada para utilizar eletrodos de mercúrio. → Dentre os eletrodos mais utilizados, encontram-se os eletrodos de metais nobres (platina, ouro, prata, irídio...) e diversas formas de carbono (grafite pirolítico, carbono vítreo, pasta de grafite...). → Esses eletrodos podem ser modificados com diferentes filmes para se tornarem mais seletivo para algum analito em particular ou eliminar alguma interferência. → Diferentemente do eletrodo gotejante de mercúrio, eletrodos sólidos precisam ser sempre muito bem limpos (polidos) para que a análise seja efetuada. Voltametria cíclica A voltametria cíclica, em geral, quando for fazer um experimento voltamétrico é a primeira técnica a ser utilizada. → A voltametria cíclica possibilita uma série de aplicações, dentre as quais: 1. Avaliar o potencial formal de pares redox; 2. Determinar processos químicos que precedem ou sucedem reações eletroquímicas; 3. Avaliar a cinética de transferência eletrônica; 4. Investigar a reatividade química das mais diferentes espécies; 5. Verificar se a célula eletroquímica está funcionando corretamente. Então, a gente usa uma espécie que a resposta é conhecida para avaliar se tudo está funcionando corretamente. → A voltametria cíclica é uma ferramenta muito favorável para estudos exploratórios. A medida da corrente é feita no final dos pulsos. Assim que aplicada essa diferença de potencial, o valor da corrente capacitiva e o da corrente faradaica vão no seus máximos, porque no momento em que o potencial é aplicado, há o carregamento da dupla camada elétrica e rapidamente todas as espécies que estão ali sofrendo algum processo redox vão se reduzir ou oxidar. Então, eu tenho uma corrente muito alta e se esperarmos passar um tempo, ambas as correntes vão diminuir, só que a corrente capacitiva diminui mais rapidamentedo que a corrente faradaica. Ao esperar esse milissegundo, eu faço com que a medida da corrente total tenha um contribuição menor da corrente capacitiva. Ela é menor, mas ainda é alta. Quando a gente começa a aplicar o potencial do primeiro ramo, assim que a corrente passa do zero, ela vai para valores negativos, é o início da redução. A hora que chega no valor máximo de potencial em módulo, eu vou fazer a volta, então ele vai voltar para o potencial inicial. Conforme isso vai acontecendo, assim que a corrente passa a ser positiva, eu tenho início da oxidação. Camada de difusão (δ) Então, aplica-se uma diferença de potencial no eletrodo e o [Fe(CN)6] 3- vai à [Fe(CN)6] 4- na superfície do eletrodo. Conforme isso vai acontecendo, vai ficando escasso a quantidade de [Fe(CN)6] 3- na superfície do eletrodo e vai aumentando a quantidade de [Fe(CN)6] 4-. Pela polarização de concentração, mais [Fe(CN)6] 3- vai vir do meio da solução para ser reduzido na superfície do eletrodo. Só que, nesse caso, a gente está com transporte de massa exclusivamente por difusão. Então, chega um momento em que o transporte de massa já não mais eficiente o suficiente para que o [Fe(CN)6] 3- no meio da solução chegue a tempo para ser reduzido na superfície do eletrodo no nosso tempo de experimento. Portanto, como não tem mais [Fe(CN)6] 3- chegando na superfície do eletrodo, a minha corrente vai caindo até que chegue a zero e aí a oxidação vai começar, porque agora o [Fe(CN)6] 4- começa a oxidar a [Fe(CN)6] 3-. Por isso que a gente tem esse valor de corrente máximo e ele não se mantém, ele decai com o tempo. Se a gente conseguir fazer com que a camada de difusão diminua, ou seja, se eu tiver um transporte de massa efetivo, isso não vai acontecer. Voltametria cíclica – Processo reversível A espécie vai ser reduzida e oxidada completamente. → Sistemas cujo processo redox seguem exatamente as condições prevista pela equação de Nernst, apresentam voltamogramas cujas características podem ser verificadas por: - A separação entre os potenciais de pico (Epa-Epc) é igual a 59/n mV, para qualquer velocidade de varredura (n = n° de elétrons). - O número de elétrons envolvidos em um processo reversível pode ser determinado por VC (vide item a). - A relação de correntes (ipa/ipc) é igual a 1, independente da velocidade de varredura (v) utilizada. Esse parâmetro varia menos do que a separação de picos. A medição é feita pela subtração da corrente do pico menos a corrente na linha base. - A corrente de pico cresce linearmente em função da raiz quadrada da velocidade de varredura. Equação de Randles-Sevcik Voltametria cíclica – Processo irreversível Processo irreversível é aquele que não apresenta as características do processo reversível. Nesse gráfico para uma espécie de um elétron, há uma diferença de quase 1 Volt entre os potenciais de pico anódico e catódico. Essa diferença de 1 volt é muito grande, então, com certeza, esse processo é, pelo menos, quase irreversível. Outro parâmetro é a relação entre as correntes de pico, então se pegar do t0 e ir até o valor da corrente de pico, a gente tem uma corrente de pico catódico muito maior do que a corrente de pico anódico. Até porque é difícil a gente fazer um prolongamento e conseguir determinar exatamente a linha base para a corrente de pico anódico, mas ela é muito menor. Então, eu não tenho a diferença de potencial necessária e também não tenho a relação de 1:1 das correntes. O que quer dizer essa relação 1:1? Quer dizer que a minha espécie está reduzindo e demora tanto para ela se oxidar novamente que parte da espécie que foi reduzida foi para o seio da solução e não vai chegar mais na superfície do eletrodo. Ou seja, nesse caso, há uma cinética lenta. Mas, o que sobrou na superfície do eletrodo ainda consegue se oxidar e voltar a espécie original. Voltametria cíclica – Estudo exploratório Nas reações do pico B e C, temos um processo reversível. Mas, na reação do pico A, o processo é irreversível. Voltametria linear É como se fosse só a ida ou só a volta da voltametria cíclica. → Assim como na Polarografia, pode-se realizar uma voltametria linear utilizando eletrodos sólidos. → A voltametria linear nada mais é do que metade de uma voltametria cíclica, saindo de um potencial inicial e chegando a um potencial final, sem retornar ao potencial inicial. → Observa-se também um máximo de corrente e depois o decaimento dela devido ao aumento da camada de difusão. Camada de difusão constante → Eletrodo Gotejante de Mercúrio; → Microeletrodos: - Eletrodos cujas dimensões são comparáveis ou menores que a espessura da camada de difusão, dentro de uma determinada condição experimental. → Eletrodos sólidos em condições hidrodinâmicas: - Eletrodo rotatório; - Soluções sob agitação; Voltametria cíclica (microeletrodos) A parte preta é o eletrodo. Em amarelo, a camada de difusão. No caso do macroeletrodo, têm-se uma camada de difusão muito menor do que o raio do macroeletrodo. Enquanto no caso do microeletrodo, têm-se uma camada de difusão muito maior do que o raio do microeletrodo. No macroeletrodo, a camada de difusão vai aumentando, a hora que eu chego naquela situação em que o transporte de massa não é efetivo para trazer mais espécies para a superfície do eletrodo, minha corrente começa a cair. Isso acontece porque a gente tem uma difusão basicamente perpendicular a superfície do eletrodo. No caso do microeletrodo, a gente também tem o crescimento da camada de difusão, só que a diferença é que por ele ser tão menor que a própria camada de difusão, as espécies vão chegar radialmente até a superfície do eletrodo. Com isso, a gente passa a ter um transporte de massa efetivo, tendo isso a minha corrente chegar ao seu valor máximo e é mantida, porque as espécies continuam chegando para ser, por exemplo, reduzidas. Microeletrodos → Microeletrodos são quaisquer eletrodos cujas dimensões são comparáveis ou menores que a espessura da camada de difusão, δ, dentro de uma determinada condição experimental. → São construídos encapsulando uma microfibra (diâmetros variando de 1 a 20 µm) em um capilar de vidro. - Eletrodos com diâmetros menores do que estes são chamados de nanoeletrodos. O microeletrodo tem uma área eletródica muito pequena e com isso a gente tem uma baixa corrente que vai passar por ele. Essas condições e por tem um transporte de massa efetivo até a superfície do eletrodo que dá algumas vantagens para o microeletrodo. → Possibilidade de realizar experimentos: 1. Em meios com alta resistência (baixos valores de queda ôhmica); 2. Em tempos muito pequenos, devido às baixas correntes capacitivas; 3. Em ambientes químicos com volumes pequenos. → Voltamograma com um perfil sigmoidal: → Correntes de estado estacionário obtidas em curtos espaços de tempo e pouco influenciada pela agitação. Se a solução for agitada, a influência vai ser pequena, porque já tem um transporte de massa efetivo, então a variação de corrente vai ser muito pequena. O que possibilita, por exemplo, trabalhar dentro de reatores. → Razão sinal-ruído é melhorada. → Como a corrente que passa pelo microeletrodo é da ordem de nA, em algumas situações pode-se utilizar apenas o eletrodo de trabalho e o de referência. Posso não usar o contra-eletrodo, apesar de acabar passando corrente pelo eletrodo de referência, pois a corrente vai ser tão baixa que não altera o potencial do eletrodo de referência. Então, eu consigo simplificar a minha instrumentação. Isso é muito útil, por exemplo, quando for trabalhar com células. Voltametria cíclica – condições hidrodinâmicas Podemos ver que os potenciais não chegam a zero. Então, eu mantenho o fluxo de espécies chegando na superfície do eletrodo sem queele caía a zero, possibilitando a manutenção da corrente no seu valor limite. Esse gráfico “patinho” acima representa o caso em que se usou um macroeletrodo. Abaixo encontra-se o gráfico com um perfil muito similar ao perfil do microeletrodo. Chega-se a uma corrente mais alta do que a corrente do voltamograma cíclico, porque estou jogando muita espécie na superfície do eletrodo. D = coeficiente de difusão da espécie Essa equação correlaciona a corrente com a velocidade angular da rotação do eletrodo de trabalho, levando em consideração também a viscosidade da minha solução. Para um processo reversível, eu vou ter uma corrente que seja linearmente proporcional a raiz quadrada da rotação do meu eletrodo. A ida e a volta vão ser muito similares, porque a espécie que, por exemplo, se reduziu na superfície do eletrodo, ela está sendo reposta pela agitação da solução e a espécie então que foi produzida por essa reação redox, a espécie oxidada está saindo da superfície do eletrodo com a mesma facilidade que mais espécies estão chegando, então essa espécie não tem como se oxidar de volta para a espécie reduzida, por isso que eu não tenho o pico de volta. Voltametria cíclica – condições hidrodinâmicas x microeletrodos → Perfil sigmoidal semelhante, já que em ambos os casos o transporte de massa é efetivo. → Escala de corrente diferentes, no caso dos macroeletrodos em condições hidrodinâmicas, a corrente é muito mais alta dada a maior área eletródica. → Equações diferentes: PARTE 2 Voltametria de Pulso Diferencial A gente começa a modular o potencial agora. → Em 1 é aplicado um pulso de potencial o que ocasiona um aumento repentino das correntes faradaica e capacitiva. → A corrente é medida ao final desse pulso (em 2), onde já houve um decaimento de ambas as correntes, mas inda há grande contribuição faradaica. → O resultado final é o delta das correntes medidas em 2 e 1. → A corrente faradaica vai aumentado conforme o potencial de redução ou oxidação da espécie vai se aproximando, já a capacitiva não se altera com essa aproximação, tendo em vista que ela não depende de processos faradaicos. → A cada step de potencial é gerado uma carga (capacitiva), dando sempre os mesmos pulsos, é gerado sempre a mesma carga, tendo sempre o mesmo perfil de descarga capacitiva. → ATENÇÃO: o equipamento mede a SOMA das duas correntes, ele não consegue medir a corrente faradaica separada da capacitiva e vice-versa. A hora que eu subtraio 2 de 1, eu consigo subtrair matematicamente a corrente capacitiva. Então, a gente quase acaba eliminando toda a contribuição da corrente capacitiva e ficando só com a corrente faradaica. E é isso que torna a voltametria de pulso diferencial e a onda quadrada muito mais sensíveis. Voltametria de onda quadrada Eu continuo tendo a escada de potencial, step de potencial, só que agora eu vou aplicar essa onda quadrada, que ela vai ter um potencial aplicado positivamente além do step e negativamente abaixo do step com mesma amplitude. Vou continuar medindo a corrente em 2 e em 1 e fazendo a subtração uma da outra. Só que como eu faço para valores mais positivos e depois para valores mais negativos do que a minha base (step), a gente vai ter uma vantagem para processos reversíveis. → Diferentemente da voltametria de pulso diferencial, na voltametria de onda quadrada aplica-se uma onda quadrada de potencial, que tem um cume e um vale de igual amplitude. Dessa forma, se a espécie é reversível, quando o potencial está no cume, ela pode, por exemplo, se oxidar, e, no vale irá se reduzir, então quando se faz a subtração de uma corrente pela outra, tem-se um aumento da corrente total. Voltametria – técnicas moduladas → Técnicas mais utilizadas analiticamente: 1. Maior sensibilidade; 2. Maior seletividade. → Minimização da corrente capacitiva. → Onda quadrada: aumento de sensibilidade com pares redox. Voltametria – vantagens → Limites de detecção e quantificação muito baixos; → Consumo de analito desprezível; → Seletividade; → Possibilidade de análise de mais de um analito na mesma varredura; → Instrumentação simples; → Mais sofisticada que potenciômetros e coulômetros; → Mais simples e mais barata que AAS, ICP. Voltametria – Problemas / Dificuldades / Interferências → Reprodutibilidade (mais crítica com eletrodos sólidos); Você precisa ter um protocolo de limpeza do eletrodo muito bem definido para ter uma boa reprodutibilidade. → Cuidados com eletrodos são mais críticos (renovação da superfície do eletrodo de trabalho); → Interferências elétricas; → Matriz da amostra (pré-tratamento). ------------------------ APLICAÇÕES POLAROGRAFIA E VOLTAMETRIA Quantificação de compostos inorgânicos e orgânicos → Com a polarografia e a voltametria é possível quantificar compostos orgânicos e inorgânicos dos mais variados. → A quantificação pode ser realizada tanto com uma curva de adição de padrão como com uma curva de calibração externa com qualquer uma das técnicas voltamétricas. → Para a simples identificação, utiliza-se também qualquer uma das técnicas voltamétricas. INORGÂNICOS → A grande maioria dos metais são analisáveis por voltametrias: - metais alcalinos e alcalinos terrosos necessitam de um eletrodo de trabalho (exemplo: diamante dopado com boro) e um eletrólito (exemplo: halogenetos de tetra alquil amônio) que aguentem altos potenciais. → A escolha do ânion do eletrólito é importante nas análises: - exemplo: em KCl as ondas de Fe3+ e Cu2+ se sobrepõe, mas se o ânion for F-, o E1/2 do Fe3+ desloca cerca de -0,5V, com isso eu consigo analisar o ferro (III) e o ferro (II) simultaneamente. → Ânions como BrO3 -, IO3 -, Cr2O7 2-, VO4 3-, SeO3 2-, NO2 - também podem ser analisados por voltametria. → O pH costuma influenciar nas análises, tanto pela onda de evolução do hidrogênio que pode ser antecipada se o pH estiver muito baixo, como pela participação do H+ ou OH- na reação redox. ORGÂNICOS → Muitas moléculas orgânicas podem ser analisadas voltametricamente, já que diversos grupos podem ser reduzidos ou oxidados. → Dificilmente é utilizado eletrodo de mercúrio nessas análises, pois ele oxida em potenciais maiores que 0,4V vs. SCE. → No caso dos orgânicos, a escolha do solvente e do eletrólito é mais crítica, já que muitos compostos não são solúveis em água. - Em geral, busca-se misturas de solventes que contenham uma parte de água para não limitar tanto a escolha do eletrólito. - Caso não seja possível, utiliza-se um sal quaternário de amônia. → Microeletrodos são eletrodos interessantes para serem usados em meios de alta resistência. Técnicas para aumentar a seletividade e sensibilidade → Muitas vezes as técnicas analíticas precisam ser mais seletivas e/ou sensíveis pra determinadas análises. Na eletroanalítica, algumas técnicas são utilizadas com esse intuito: 1. Técnicas de pré-concentração – “stripping”; 2. Eletrodos modificados; 3. Eletrodos com membranas. Voltametria de redissolução anódica – “stripping” Imagina o eletrodo em cinza e uma solução contendo o metal que eu quero analisar com carga 2+. Antes de fazer a voltametria, seja ela de onda quadrada ou pulso diferencial, eu vou aplicar uma diferença de potencial no meu eletrodo durante um certo tempo. Essa diferença de potencial tem que ser suficiente para que o metal se reduza na sua forma metálica. O tempo que eu vou aplicar esse potencial varia bastante, pode ser de 30 segundos até dez minutos, por exemplo. Isso tem que ser otimizado e vai depender do eletrodo que eu estou usando, a concentração da espécie em solução e das condições de análise. Quando eu começo a aplicar -1,0 V, o metal vai ser reduzir a forma metálica e vai depositar, grudar na superfície do eletrodo,vai acumulando. Para ter um transporte de massa efetivo, agita-se a solução ou gira-se o eletrodo. Após essa deposição, realiza-se a voltametria, em geral a gente usa a voltametria de onda quadrada ou a de pulso diferencial, então o potencial vai ser varrido no sentido positivo para que todo o metal que agora está depositando na superfície do eletrodo se oxide e volte à sua forma M2+. Determinação de quinina em água tônica Determinação de chumbo em resíduo de disparo de arma de fogo Eletrodos modificados → Em um eletrodo modificado, sua superfície é deliberadamente modificada para que processos redox sejam inibidos e outros promovidos. Pode-se fazer essa modificação por: Modificação química: uma espécie eletroativa é imobilizada na superfície do eletrodo por uma reação química. EXEMPLO: a silanização da superfície, na qual os grupos Si se ligam às hidroxilas livres na superfície eletródica. Modificação eletroquímica: uma reação eletroquímica ocorre na superfície do eletrodo formando um filme do material escolhido. EXEMPLO: azul da prussia Adsorção: muito utilizada na modificação por polímeros. Uma gota da solução é colocada em cima do eletrodo e após a evaporação do solvente, o eletrodo encontra-se com uma camada polimérica. Eletroadsorção: a adsorção ocorre com a aplicação de um potencial ao eletrodo. Plasma: um plasma é utilizado para limpar a superfície eletródica, deixando livre átomos de aminas ou etenos, por exemplo, como é o caso do carbono. Modificação eletroquímica → Voltamogramas cíclicos registrados durante a modificação da superfície do eletrodo de platina em uma solução contendo K3[Fe(CN)6] 0,5 mmol/L + CoCl2 1,0 mmol/L + NaCl 0,5 mol/L. Velocidade de varredura: 100 mV/s. Determinação de Zn2+ com folha de grafite modificada com mercúrio Eletrodos com membranas – Molecular Imprinted Polymer (MIP) → Polímeros impressos molecularmente (MIPs) são polímeros obtidos polimerizando seus monômeros na presença de uma molécula alvo, criando dessa forma sítios específicos para espécie específica. → Essa polimerização pode ser feita eletroquimicamente na superfície do eletrodo ou quimicamente em solução e depois deve ser colocada no eletrodo para que o polímero adsorva. MIP de fenacetina Microeletrodos Análise de H2O2 dentro de um fungo – Avaliação de stress oxidativo Estudo da distribuição de ácido ascórbico na laranja Eletrodos em papel Língua eletrônica → Línguas eletrônicas são sensores eletroquímicos que ao invés de serem seletivos/específicos para determinado analito, buscam obter a maior quantidade possível de informação eletroquímica da amostra. → Ferramentas quimiométricas são então utilizadas para analisar os dados e obter um perfil químico de cada amostra, como uma impressão digital. → Dessa forma, é possível discriminar amostras, classificá-las em diferentes grupos. Língua eletrônica para detecção de explosivos AMPEROMETRIA (i vs. T, E cte) → Na amperometria, fixa-se um potencial e mede-se a corrente ao longo do tempo. → Os experimentos amperométricos são realizados após ter sido determinado o potencial de redox da espécie através de uma voltametria cíclica. → Na amperometria direta, faz-se adições do analito na célula eletroquímica e após a estabilização da corrente faz-se nova adição. → Esses experimentos devem ser feitos sob agitação. Escolha do potencial Imagina que temos o voltamograma cíclico e eu posso escolher qualquer um desses potenciais para fazer a análise. Mas qual é o potencial ideal? É o potencial com a maior corrente, pode ser o de oxidação ou o de redução. Porque é onde eu vou ter a maior sensibilidade. Eu consigo analisar concentrações mais baixas, escolhendo o potencial de pico. Método amperométrico (direto) Há uma célula eletroquímica com seus eletrodos e um agitador magnético. O potencial escolhido é -0,12V. Observando no gráfico a variação da corrente com o tempo. Faz-se uma adição de ferricianeto e na hora que eu adiciono, têm-se o aumento da corrente. Aumento de corrente porque agora a espécie está sofrendo a reação redox e aí espera- se a corrente estabilizar. Então, faz-se uma nova adição do ferricianeto, que vai se reduzir a ferrocianeto, tem aumento de corrente e assim sucessivamente. Então, a gente mede essa variação de corrente e faz a curva de calibração. Essa é a forma de fazer uma análise amperométrica direta, sendo uma análise quantitativa. Batch Injection Analysis – BIA → Adição da solução a ser analisada, utilizando uma pipeta, diretamente na superfície eletródica. Vou continuar aplicando uma diferença de potencial constante no eletrodo, só que agora a configuração da célula eletroquímica é diferente. Essa barrinha preta é o eletrodo de trabalho, ficando na parte inferior da célula eletroquímica, coloca-se acima uma micropipeta, que vai estar muito próxima a superfície do eletrodo. Nesse caso, a solução de amostra vai diretamente na superfície do eletrodo. Obtendo-se o gráfico abaixo de corrente vs. Tempo. Assim que eu faço a injeção, a corrente vai até o seu valor máximo, a espécie começa a se difundir e aí a corrente vai voltando a zero. Repete-se o mesmo procedimento. Essa difusão pode ser facilitada agitando a solução. TITULAÇÃO AMPEROMÉTRICA A solução tem que estar sempre agitada, exatamente porque a hora que eu faço a adição do titulante, eu tenho que homogeneizar a solução. - Estudos dos casos (titulante eletroativo): Eu vou aplicar um potencial, no qual o titulante vai sofrer minha reação redox. Enquanto o titulante está reagindo com a amostra, nada acontece, a corrente continua constante, porque quem está respondendo é o titulante e ele é prontamente reagido com a amostra. A partir do momento que o titulante está em excesso, eu começo a observar uma corrente e essa corrente vai aumentando, porque eu vou adicionando mais titulante e a concentração é proporcional à corrente. Então, quanto mais concentrado, maior a corrente. Logo, quando houve essa inflexão na curva é o ponto de equivalência. A corrente é corrente corrigida, porque a gente corrige pelo volume que está sendo adicionado. - Estudos dos casos (titulado eletroativo): Agora eu vou aplicar um potencial no qual o meu analito que vai sofrer a reação redox. Então, eu começo em um valor alto de corrente. conforme a amostra reage com o titulante, a corrente vai caindo, porque eu estou diminuindo a concentração do analito em solução. Até que eu chego em um momento em que o titulante está em excesso, não respondendo nesse potencial, assim eu não tenho mais variação de corrente, mudando a inclinação da reta que é o ponto de equivalência. - Estudos dos casos (titulado e titulante eletroativos): No mesmo potencial, tanto a amostra quanto o titulante respondem. Primeiro, eu tenho a amostra sendo consumida pelo titulante, então a concentração dela está caindo assim como a corrente. Até o momento em que eu passo a ter o titulante em excesso, porque eu não tenho mais amostra e o titulante não tem mais com quem reagir, então a minha corrente cresce com o aumento da concentração do titulante. Mudança de inclinação eu tenho o ponto de equivalência. - Estudos dos casos (titulado e titulante eletroativos): Esse caso de titulante e titulado eletroativo, eu posso ter uma diferença aqui também de inclinação. Na figura abaixo, tenho uma corrente positiva e negativa. Então, a minha amostra se reduz, enquanto o meu titulante se oxida. Logo, eu vou ter um decaimento da corrente, a amostra se reduzindo cada vez mais. A hora que chego a zero, eu tenho o meu titulante em excesso e agora ele começa a se oxidar e eu tenho uma corrente positiva,crescente. → A titulação pode ser feita com rapidez, pois o ponto final é encontrado graficamente; algumas medidas da corrente, a uma voltagem aplicada constante, antes e depois do ponto final, são suficientes. → Podem estar presentes, muitas vezes, sais estranhos sem haver interferência. Na realidade, é usual adicionar estes sais, como eletrólito suporte, a fim de eliminar a corrente de migração. → As titulações amperométricas são na grande maioria das vezes usadas quando o produto formado é um precipitado ou um complexo que tornam insatisfatórios os métodos potenciométricos ou com indicador visual. - Quando o produto da reação for significativamente solúvel (titulação de precipitação) ou apreciavelmente hidrolisado (titulações ácido base). - As leituras são feitas em regiões onde há excesso de titulante, ou reagente, que provoca a supressão dos fenômenos de solubilização ou de hidrólise, conforme lei da ação das massas. O ponto de intersecção das retas que passam pelos pontos de medida dá o ponto de equivalência. Sensor de glicose BIAMPEROMETRIA → Utiliza-se dois eletrodos de platina; → Deve existir pelo menos um par redox reversível (seja antes e/ou depois do ponto de equivalência); → A medida é realizada mantendo um potencial de no máximo 500 mV entre os dois eletrodos; Curvas de polarização para um par de eletrodos de platina Essa é a célula eletroquímica, onde eu tenho dois eletrodos de platina iguais a uma distância fixa e vou medir o potencial entre eles. A corrente também vai passar entre esses dois eletrodos. Por que eu tenho que ter uma diferença de potencial fixa entre eles e não pode ser muito grande? Então, se a gente fixar certo o potencial aplicado entre esses dois eletrodos em uma certa faixa, eu garanto que a espécie que é reversível vai se reduzir e se oxidar. Se eu tenho uma espécie se reduzindo no eletrodo e uma espécie se oxidando no eletrodo, eu vou ter a passagem de corrente e eu consigo medir. Já no caso de processos irreversíveis, eu não vou ter nem a oxidação, nem a redução. Porque eu não vou estar em uma range de potencial que me permite ter a oxidação e a redução da espécie reversível. Então, como não acontece, não tem passagem de corrente. TITULAÇÃO BIAMPEROMÉTRICA → Titulação de um sistema redox irreversível por um sistema redox reversível: Conforme eu inicio a titulação, o iodo vai reagindo com o tiossulfato e vai formando os produtos. Nesse caso, todo o iodo é consumido. Então, eu tenho em solução iodeto e o par redox irreversível. Se eu não tenho essa reversibilidade, então não tem a opção de uma redução e uma oxidação acontecer nos eletrodos, a minha corrente vai ser igual a zero. A partir do momento que tem o primeiro excesso de iodo, ou seja, eu formo o par iodo/iodeto e essa reação pode acontecer de forma reversível, eu tenho o aumento de corrente, porque eu estou adicionando mais iodo, então a reação redox está acontecendo em maior extensão, então eu vou ter o aumento de corrente. Com a mudança da inclinação da reta, eu consigo descobrir o ponto de equivalência. → Titulação de um sistema redox reversível por um sistema redox irreversível: Logo de início, eu vou ter o aumento da corrente, porque eu tenho um monte de iodo em solução e eu estou formando iodeto, então aumentando a concentração de iodeto, eu consigo ter um aumento de corrente. Até que eu chego nesse ponto (topo da parábola) em que pela relação estequiométrica existe uma igualdade no número de mols. E aqui temos uma relação de 1:2. Além disse, este é o meu máximo de corrente. Conforme eu vou adicionando mais do meu titulante, a concentração de iodo vai caindo e a reação do tiossulfato continua acontecendo, mas em menor extensão. Até que eu chego no ponto de equivalência, no qual eu não tenho mais iodo e o que sobre em solução é o meu par redox irreversível, portanto a corrente permanece zero. → Titulação de precipitação utilizando um sistema redox reversível: Então eu tenho zinco em solução e estou titulando com ferrocianeto. Conforme o ferrocianeto vai reagindo com o zinco para formar o precipitado, eu não tenho a presença de corrente, porque eu não tenho nenhum par redox reversível em solução. No momento em que todo o zinco foi consumido, eu estou adicionando ferrocianeto que tem no seu par redox o ferricianeto em solução. Como eu tenho os dois em solução, eu observo o aparecimento da corrente que vai aumentando conforme eu vou adicionando mais ferrocianeto. Então, eu consigo fazer uma detecção biamperométrica em uma titulação de precipitação. Titulação de Karl Fischer (KF) → A titulação de Karl-Fischer permite determinar o teor de água residual em óleos de transformadores, solventes puros, alimentos, polímeros, formulações farmacêuticas, cosméticos e muitas outras amostras. Além disso, é um procedimento, que segundo estimativas, é realizado cerca de 500.000 vezes ao dia. Por que medir a quantidade de água? Fundamentos da titulação de Karl Fischer (KF) Então, a hora que você calcula o número de mols de iodo adicionado na sua titulação, você consegue calcular o número de mols de água, sabendo a estequiometria da reação que está acontecendo. → Piridina não faz parte do mecanismo da reação química envolvendo o reagente de KF e a água, somente serve para manter o valor do pH ajustado. Em outras palavras, serve como um tampão. → A magnitude da constante da velocidade da reação química, k, e consequentemente, o valor da velocidade da reação química da titulação de KF é dependente do pH do meio no qual a reação se processa: → Valores de pH até 5,5: 2CH3OH + SO2 ↔ CH3OSO2 - Assim, a gente acaba perdendo reagente que faria parte da reação. → Valores de pH entre 5,5 e 8: todo o SO2 está na forma de CH3OSO2 - → Valores de pH maiores que 8: hidrólise do intermediário pela água formando HI e A gente perde reagente para reações paralelas. Por isso que é importante trabalhar em um pH controlado da reação, tamponando esse meio. → No início de 1980, Scholz confirmou a formação e a oxidação do metil sulfito e propôs o seguinte mecanismo: Aspectos práticos Fundamentos da titulação de Karl-Fischer → Dependência do pH com titulação de Karl-Fischer: Com o intuito de evitar reações paralelas do iodo, um pH de 7 não deve ser excedido nas titulações e valores de pH menores do que 4 também devem ser evitados (diminuição da cinética do processo). Dessa forma, para a determinação de água em amostras ácidas e básicas, o solvente utilizado na reação deve possuir uma grande capacidade tamponante. - Ácido tartárico, ácido cítrico, sais inorgânicos que possam sofrer hidrólise; - Aminas, amidas, alcoolatos. → Solvente mais utilizado: Merck 9241 Karl Fischer solution pyridine-free (que não tem piridina). → Tampão para amostras alcalinas: → Tampão para amostras ácidas: Muito cuidado antes de adicionar a amostra, é saber exatamente o pH. Componentes básicos dos reagentes KF Métodos da titulação de Karl Fischer (KF) → Titulação volumétrica com reagente KF - Solução do reagente de Karl Fischer; - Quantidade de água determinada: da ordem de mg de água; - Faixa de aplicação de 0,1% - 100%, depende da quantidade de amostra. → Determinação coulométrica de água - O I2 é gerado coulometricamente; - Quantidade de água determinada: da ordem de µg de água; - Faixa de aplicação de 0,001% - 1% (10 µg – 200 mg de água pura), geralmente líquidos e gases. A coulometria é usado quando a gente tem uma concentração bem mais baixa, então preciso de uma precisão maior. Karl Fischer (KF) – Volumétrico → A titulação volumétrica de Karl Fischer requer a determinação equivalente de água, fator ou título (t) do reagentede Karl Fischer. Karl Fischer (KF) – Volumétrico – Direto → Uma quantidade desconhecida de água em uma amostra é determinada medindo o volume de reagente de Karl Fischer utilizado na titulação. → Amostras podem ser dissolvidas, suspendidas em solvente apropriado ou é utilizado um procedimento de extração para remover a umidade da amostra. → O ponto final da titulação é indicado pelo excesso de iodo. Karl Fischer (KF) – Volumétrico e Coulométrica Karl Fischer – Técnicas para a detecção do ponto final → Visual; → Espectrofotométrico; → Potenciométrico - Os métodos potenciométricos de análise estão baseados em medidas do potencial de células eletroquímicas na ausência de corrente apreciável. - Equipamentos necessários: eletrodo de referência; eletrodo indicador e um dispositivo de medição de potencial. → Biamperometria - A técnica biamperométrica de detecção do ponto final de titulações está baseada em medidas de corrente na presença de um pequeno potencial aplicado entre dois eletrodos metálicos idênticos. A corrente somente irá fluir na presença de um par redox reversível. - Equipamentos necessários: dois eletrodos idênticos de um metal (Pt, por exemplo), dispositivo para monitorar corrente e aplicar um pequena diferença de potencial (-100mV). Titulação Biamperométrica (Karl-Fischer) → Procedimento pode ser realizado coulometricamente ou via titulação com uma bureta de pistão. Antes do ponto de equivalência, a gente não vai ter corrente passando pelo sistema. Assim que eu chego no ponto de equivalência, assim que eu tenho iodo em excesso, eu formo o iodeto e eu tenho corrente passando no sistema biamperométrico e do aumento dela eu consigo visualizar o ponto de equivalência com uma precisão muito maior. Aqui estou indicando que a reação ocorre na presença de duas bases. → Problemas: agentes oxidantes, como cromato, dicromatos, sais de Cu (II) e Fe (III), óxidos e superóxidos (também vão poder formar iodo em solução e ao formar iodo em solução, já aparece o par redox iodo/iodeto antes do ponto de equivalência) MnO2 + 4C5H5NH + + I- ↔ Mn2+ + 4C5H5N + I2 + 2H2O → Problemas: agentes redutores como tiossulfatos, sais de Sn (II) e sulfetos, compostos que podem formar água a partir de alguma reação química. ZnO + 2C5H5NH + ↔ Zn2+ + 2C5H5N + I2 + H2O Nesse caso, eu vou colocar mais amostra do que eu realmente tenho. Eu estou tentando determinar a quantidade de água e se eu tenho uma reação química que forma água, meu ponto de equivalência vai demorar mais para acontecer e eu vou ter um erro também.
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