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1 9.1 - Definição do Parâmetro e Exemplos de Aplicação Seja o problema do exemplo 1.1 do curso. Naquele exemplo, o parâmetro de interesse era a renda média domiciliar, em uma localidade que possuía N = 4 domicílios. A variável de pesquisa era y = renda do domicílio (em R$ 1.000,00). 9 – Estimação de uma Razão Considere a mesma pesquisa, mas que agora o parâmetro de interesse seja a renda média por trabalhador. Em casos como este, é necessário definir uma variável auxiliar x, cujos valores deverão ser coletados para cada unidade pesquisada, conjuntamente com os de y. No caso do exemplo, esta variável seria x = número de trabalhadores. O parâmetro renda média por trabalhador é a soma dos valores de y dividida pela soma dos valores de x na população: ∑ ∑ ∈ ∈ Ui i Ui i x y R = razão populacional. Exemplo 9.1 - Considere a situação do exemplo 1.1 do curso, cuja população é apresentada a seguir, incorporando a variável x = número de trabalhadores. 3 3 5 4 yi 14 23 22 11 xiU Calcule a renda média por domicílio e a renda média por trabalhador, atentando para o emprego da notação definida para cada um destes parâmetros. Regra: O parâmetro-alvo será uma razão sempre que a unidade amostral (no caso, domicílio) contiver um grupo de unidades de análise (trabalhadores), e estivermos interessados na média de y (renda) por unidade de análise (trabalhador). Se, por outro lado, estivermos interessados apenas na média de y por unidade amostral, temos um problema de estimação de uma média, já estudado. 2 Seguem outros exemplos em que o parâmetro de interesse é uma razão: 1) Amostra de laranjas, selecionadas aleatoriamente de um caminhão. Se o objetivo é estimar a quantidade de açúcar por laranja, estamos interessados na média por unidade de análise, e temos um problema de estimação de uma média, já estudado anteriormente. Entretanto, se o objetivo é estimar a quantidade de açúcar por Kg, temos um problema de estimação de uma razão. y = quantidade de açúcar de cada laranja e x = peso de cada laranja (em Kg). 2) Em uma população de fazendas, poderíamos estar interessados na quantidade de milho colhida por fazenda. Neste caso, o parâmetro-alvo é uma média populacional, cujo denominador é N = número de fazendas na população. Por outro lado, considere que estejamos interessados na quantidade de milho colhida por unidade de área plantada. Esta é uma medida usual da produtividade da lavoura. Neste caso, o parâmetro-alvo é uma razão, com y = quantidade de milho colhida e x = área plantada de cada fazenda. Obs - Neste exemplo, poderíamos estar interessados na proporção da área da fazenda destinada à plantar milho. Neste caso, também teríamos uma razão populacional (quem seriam y e x?). 3) Em uma localidade, podemos estar interessados na proporção do orçamento familiar que é gasta com alimentação. Esta quantidade é importante em estudos de alocação de renda. Novamente, o parâmetro-alvo é uma razão, com y = gasto familiar com alimentação e x = renda de cada família. 3 Obs - a identificação correta do parâmetro a ser estimado é uma etapa fundamental em uma pesquisa por amostragem (definição dos objetivos). Se identificamos o parâmetro errado, utilizaremos o estimador errado também. Exemplo 9.2 - Seja uma pesquisa por amostragem domiciliar, cujo objetivo seja estimar a taxa de desemprego (proporção de desocupados em relação à mão-de-obra ativa), em uma região. Identifique a(s) variável(is) de pesquisa relevante(s) e escreva a expressão do parâmetro de interesse (trata-se de uma proporção ou de uma razão?). 9.2 - Estimação de uma Razão sob AAS Estimador de R (sob AAS): Obs - este estimador é viciado, mas seu vício é desprezível para grandes amostras. . x y Rˆ si i si i AAS ∑ ∑ ∈ ∈ = Obs1 - O vício de é chamado de vício técnico, para diferenciá-lo do vício proveniente de outras fontes. Obs2 - se y e x forem proporcionais (isto é, se yi/xi = R), o vício se anula, mas isto tem pouca aplicabilidade prática (por que?). AASRˆ Prova de que é aproximadamente não viciado quando a amostra é grande: . X xRy x xRyR x yRRˆ −≅−=−=− se n é grande. ( ) ( ) .R)Rˆ(E0R X YXRY X 1 )x(RE)y(E X 1)xRy(E X 1)RRˆ(E ≅⇒=−=− =−=−≅− AASRˆ 9.3 - Cálculo da Variância Teórica de :Rˆ AAS .)xRy(E X 1)RRˆ(E)Rˆ(EQM)Rˆ(V 222 −≅−=≅ . 1-N )Rx - (y n 1 N n1 n S N n1)d(V assim e 1-N )Rx - (y S :lado outroPor 0.D)dE( pois ,Rx - y d sendo ),d(V Ui 2 ii2 d Ui 2 ii 2 d iii ∑ ∑ ∈ ∈ −= −= = === 4 Finalmente: . 1-N )Rx - (y Xn 1 N n1)Rˆ(V Ui 2 ii 2AAS ∑ ∈ −≅ Forma alternativa equivalente: 2 xy 2 x 22 y AAS Xn )RS2SRS( N n1)Rˆ(V −+ −≅ Obs - note que será mais preciso à medida que yi/xi ≅ R, e terá variância zero se yi/xi = R. Todavia, este último resultado possui pouca aplicabilidade prática, uma vez que é praticamente impossível encontrar y e x exatamente proporcionais. AASRˆ 9.4 - Estimador da Variância de :assim e , 1-n )xRˆ - (y s sendo , n s N n1)d(v si 2 ii 2 d 2 d ∑ ∈ = −= 2 dS de viciado não estimador :Rˆ AAS usual). (situação dodesconhecifor X se , 1-n )xRˆ - (y xn 1 N n1)Rˆ(v :ou ,conhecidofor X se , 1-n )xRˆ - (y Xn 1 N n1)Rˆ(v si 2 ii 2AAS si 2 ii 2AAS ∑ ∑ ∈ ∈ −= −= Os estimadores acima possuem vício, mas são aproximadamente não viciados se n é grande. Forma alternativa (equivalente): ou: 2 xy 2 x 22 y AAS Xn )sRˆ2sRˆs( N n1)Rˆ(v −+ −≅ 2 xy 2 x 22 y AAS xn )sRˆ2sRˆs( N n1)Rˆ(v −+ −≅ Exemplo 9.3 - Na situação do exemplo 9.2, seja uma AAS de n = 10 domicílios, sendo 5 com 6 pessoas, 3 com 4 pessoas e 2 com 3 pessoas, todas economicamente ativas. Se todos os domicílios possuem 2 desempregados, estime a taxa de desemprego na região. Estime também o erro padrão e o coeficiente de variação (CV) de . Rˆ 5 9.5 - Distribuição Assintótica e IC para R Verifica-se que: Assim: ).1,0(N)Rˆ(ep RRˆ AAS AAS ≈ − )].Rˆ(epZRˆ);Rˆ(epZRˆ[)R(IC AAS 2 AASAAS 2 AAS)%1(100 ααα− +−=
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