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Farmacodinâmica parte 2 Tipos de antagonistas dos receptores. Ilustração esquemática das diferenças entre antagonistas nos sítios agonista (ativo) e alostérico. (A) O receptor inativo não ligado. (B). O receptor é ativado pelo agonista. Observe a mudança de conformação induzida no receptor pela ligação do agonista, por exemplo, a abertura de um canal iônico transmembrana. (C). Os antagonistas no sítio agonista ligam-se ao sítio agonista do receptor, porém este não é ativado; tais agentes bloqueiam a ligação do agonista ao receptor. (D). Os antagonistas alostéricos ligam-se a um sítio alostérico (distinto do sítio agonista), por isso impedem a ativação do receptor, mesmo se o agonista estiver ligado a ele. Mecanismos do antagonismo nos receptores. (A) O antagonismo competitivo ocorre quando o agonista A e o antagonista I competem pelo mesmo local de ligação do receptor. As curvas de resposta ao agonista são desviadas pelo antagonista para a direita com uma relação dependente de concentração, de tal forma que a EC50 do agonista aumenta (p. ex., L versus L′, L′′ e L′′′ com a concentração do antagonista. (B) Se o antagonista ligar-se ao mesmo local do agonista, mas não de forma irreversível ou pseudoirreversível (dissociação lenta, mas sem ligação covalente), causa um desvio à direita na curva de dose-resposta, com redução adicional da resposta máxima. Os efeitos alostéricos ocorrem quando um ligando alostérico I ou P une-se a um local diferente do receptor para inibir (I) (ver gráfico C) ou potencializar (P) a resposta (ver gráfico D). Esse efeito é saturável, pois a inibição ou a potencialização atinge um valor limitante quando o local alostérico está totalmente ocupado. 1: agonista 1 + 2: antagonismo competitivo (diminui a potência do fármaco 1) 1 + 3: antagonismo não-competitivo (diminui a eficácia do fármaco 1) Classificação dos antagonistas. Estes podem ser categorizados com base em sua ligação a um sítio do receptor para o agonista (antagonistas de receptores) ou na interrupção da sinalização do complexo agonista-receptor por outros meios (antagonistas sem receptores). Os antagonistas de receptores podem ligar-se ao sítio do agonista (ativo) ou a um sítio alostérico no receptor; em ambos os casos, não afetam a atividade basal do receptor (i. e., a atividade do receptor na ausência do agonista). Os antagonistas de receptores no sítio do agonista (ativo) impedem a ligação do agonista ao receptor. Quando o antagonista compete com o ligante por sua ligação ao sítio agonista, é denominado antagonista competitivo; altas concentrações do agonista podem superar esse tipo de antagonismo. Os antagonistas não competitivos no sítio do agonista ligam-se de modo covalente ou com afinidade muito alta a esse sítio, de modo que até mesmo concentrações elevadas do agonista são incapazes de ativar o receptor. Os antagonistas de receptores em sítio alostérico ligam-se ao receptor em um local distinto do sítio agonista. Não competem diretamente com o agonista pela ligação ao receptor, porém alteram a Kd para a ligação do agonista ou inibem a resposta do receptor a tal ligação. Em geral, concentrações elevadas do agonista não são capazes de reverter o efeito de um antagonista alostérico. Os antagonistas sem receptores são divididos em duas categorias: os químicos, que sequestram o agonista e, por conseguinte, impedem a interação deste com o receptor, e os fisiológicos, que induzem uma resposta fisiológica oposta àquela do agonista, porém por um mecanismo molecular que não envolve o receptor. Antagonista é uma molécula que inibe a ação de um agonista, mas que não exerce nenhum efeito na ausência deste, fornece uma abordagem para a classificação dos vários tipos de antagonistas. Estes podem ser divididos em antagonistas de receptores e antagonistas sem receptores. Antagonistas de receptores ligam-se ao sítio ativo (sítio de ligação do agonista) ou a um sítio alostérico de um receptor. A ligação do antagonista ao sítio ativo impede a ligação do agonista ao receptor, A ligação antagonista a um sítio alostérico altera a Kd para a ligação do agonista ou impede a mudança de conformação necessária para a ativação do receptor. Os antagonistas de receptores também podem ser divididos em reversíveis e irreversíveis, isto é, os que se ligam a seus receptores de modo reversível e os que se ligam irreversivelmente. O antagonista sem receptores não se liga ao receptor do agonista; entretanto, inibe a capacidade do agonista de iniciar uma resposta. Em nível molecular, essa inibição pode ocorrer por meio da inibição direta do agonista (p. ex., utilizando anticorpos), de uma molécula localizada distalmente na via de ativação, ou da ativação de uma via que se opõe à ação do agonista. Tais antagonistas podem ser classificados em químicos e em fisiológicos. Os antagonistas químicos inativam o agonista antes de ele ter a oportunidade de atuar (p. ex., mediante neutralização química); os fisiológicos produzem efeito fisiológico oposto àquele induzido pelo agonista. Antagonismo competitivo: Liga-se reversivelmente ao sítio ativo do receptor; compete com a ligação do agonista a esse sítio, ele bloqueia a ligação do agonista a seu receptor, enquanto mantém este em sua conformação inativa Antagonismo não-competitivo no sítio de ação: Liga-se irreversivelmente ao sítio ativo do receptor; impede a ligação do agonista a esse sítio O antagonista alostérico não competitivo atua ao impedir a ativação do receptor, mesmo quando o agonista está ligado ao sítio ativo. Esse tipo de antagonista exibe antagonismo não competitivo, independentemente da reversibilidade de sua ligação Antagonismo não competitivo: Liga-se de modo reversível ou irreversível a um sítio diferente do sítio ativo do receptor; impede a mudança de conformação necessária para a ativação do receptor pelo agonista O ácido acetilsalicílico é um exemplo de antagonista não competitivo. Dessensibilização Também chamada de adaptação, hiporregulação, taquifilaxia ou refratariedade. Leva à tolerância ao medicamento. E a tolerância pode levar à dependência Efeito farmacológico reduzido após a exposição contínua ou subsequente à mesma concentração de um fármaco Ilustração da técnica de internalização em tempo real baseada em TR-FRET. Os receptores marcados com SNAP expressos na superfície são marcados com um SNAP Lumi4 -Tb de marcação impermeável às células (= doador de energia, amarelo). Em seguida, as células são incubadas em excesso de reagente de internalização tag-lite impermeável às células (= aceitador de energia, pontos verdes). (A) A excitação do doador resulta na transferência de energia do doador para o aceitador, resultando em um sinal de TR-FRET alto. Devido ao excesso de quantidade de aceptor, a emissão do doador é extinta, resultando assim em uma baixa relação doador / aceptor geral. (B) Internalização do receptor. A internalização do receptor induzida pelo ligante resulta em um aumento da distância entre o doador e o aceitador, subsequentemente excedendo os limites para transferência de energia (= sinal de TR-FRET diminuído). Simultaneamente, o doador agora intracelular não é mais extinto pelo aceitador, resultando em um aumento geral da razão doador / aceitador. (C) Reciclagem do receptor. A reciclagem do receptor resulta no ressurgimento do doador, que é reposicionado nas proximidades do aceitador (= relação doador / aceitador geral baixa). Ciclo de síntese do receptor, expressão, tempo de vida da membrana interagindo com a membrana e proteínas citosólicas e internalização de volta na célula. Em cada etapa, as células têm a oportunidade de imprimir mudanças no sistema receptor para produzir um fenótipo único para drogas. Os processos são descritos nas partes a – h. A - Transcrição de genes receptores. B - Processamento de material receptor pela célula e transporte para a superfície celular. C- Interação pleiotrópica com várias proteínas G. D- Densidade da superfície celular, hetero e homo-oligomerização com outros receptoresacoplados à proteína G. E - Interação com outras proteínas citosólicas que modificam a sinalização celular. F- Existência de microdomínios lipídicos com presença de receptor com esferas de interação limitadas. G- Interação com proteínas de membrana que modificam diretamente a função do receptor H- | Diferenças nos padrões de dessensibilização, fosforilação e internalização do receptor. G, proteína G; RAMP, proteína modificadora da atividade do receptor; RGS, regulador da sinalização da proteína G. RESUMO Antagonismo competitivo: Liga-se reversivelmente ao sítio ativo do receptor; compete com a ligação do agonista a esse sítio Antagonismo não-competitivo no sítio de ação: Liga-se irreversivelmente ao sítio ativo do receptor; impede a ligação do agonista a esse sítio Antagonismo não competitivo: Liga-se de modo reversível ou irreversível a um sítio diferente do sítio ativo do receptor; impede a mudança de conformação necessária para a ativação do receptor pelo agonista Dessensibilização: Efeito farmacológico reduzido após a exposição contínua ou subsequente à mesma concentração de um fármaco Princípios de Farmacologia - A Base Fisiopatológica da Farmacologia, 3ª edição GOLAN, David E. (ed.) SLIDE DO PROF. ALEXANDRES
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