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Desenvolvimento neuropsicomotor

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Beatriz G. Luciano → Med 52 Uncisal 
Desenvolvimento Neuropsicomotor 
O desenvolvimento infantil consiste no ganho de habilidades e atitudes, ou seja, estuda-se os aspectos em que as crianças 
mudam ou se mantém estáveis da concepção à adolescência. Em resumo, o desenvolvimento compreende a aquisição de novas 
habilidades motoras, linguísticas, cognitivas e sociais pela criança. 
INFLUÊNCIAS NO DESENVOLVIMENTO 
• Hereditariedade ou natureza. 
• Ambiente ou educação. 
• Contextos do desenvolvimento: 
o Família (pais borderline, rígidos, etc.). 
o Cultura (costumes, tradições, leis, conhecimentos, crenças, valores). 
o Condições socioeconômicas. 
o Contexto histórico. 
PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO 
 O desenvolvimento infantil é um fenômeno complexo, fruto de uma construção social, que, de maneira didática, é dividido 
em algumas fases. 
Pré-natal Concepção ao nascimento 
Primeira infância 0-3 anos 
Segunda infância 3-6 anos 
Terceira infância 6-11 anos 
Adolescência’ 11-20 anos 
 
Reflexos primitivos do recém-nascido: 
São respostas motoras estereotipadas deflagradas por estímulo do examinador, representando as primeiras reações do RN 
ao meio. São ações involuntárias e transitórias, uma vez que, apesar de estarem presentes ao nascimento, possuem uma determinada 
época para desaparecer e dar lugar a uma conduta motora voluntária. Sendo assim, tanto a ausência inicial, quanto a persistência 
tardia desses reflexos podem indicar patologias neurológicas. 
Reflexo Como testar Resposta observada Desaparecimento 
Reflexo de 
Moro 
“do abraço” 
Com a criança em posição 
supina, o examinador deve 
suspender sua cabeça (com 
apoio) e seu tronco 
minimamente, e em seguida 
soltá-la subitamente a fim de 
simular uma queda. Em seguida, 
deve-se apoiar a cabeça para 
evitar que ela bata na mesa. 
Abdução, seguida da 
adução e flexão dos 
membros superiores, 
flexão do pescoço e 
choro. 
3 meses de idade 
em sua forma 
típica. 
Some por 
completo aos 6 
meses. 
Reflexo da 
marcha “do 
apoio plantar” 
O examinador deve segurar a 
criança de pé pelas axilas, 
permitindo que ela toque os 
pés na superfície. 
A criança retifica o 
corpo e inicia a 
marcha. 
2 meses. 
 
Reflexo de 
preensão 
palmar 
Com a criança em posição 
supina, o examinador deve 
colocar o dedo na face palmar 
do bebê. 
Flexão dos dedos e 
fechamento da mão. 
4 meses. 
 
Também há a divisão nos eixos: físico, cognitivo e 
psicossocial. Entretanto, apesar das divisões, é importante lembrar 
que a criança é um ser único, que se desenvolve de forma global e 
integrada, dessa forma, o comprometimento de uma área do 
desenvolvimento pode interferir nas demais. 
 
 
 Beatriz G. Luciano → Med 52 Uncisal 
Reflexo da 
preensão 
plantar 
Com a criança em posição 
supina, o examinador deve 
comprimir o seu próprio 
polegar sobre a face plantar do 
bebê. 
Flexão dos dedos 
dos pés. 
15 meses. 
 
Reflexo 
cutâneo-plantar 
extensor. 
“Babinski” 
O examinador deve estimular a 
porção lateral do pé da criança 
(desde o calcanhar até a base 
do 5º dedo). 
Extensão do hálux, 
com ou sem 
abertura dos dedos 
em leque (Babinski) 
12 meses. 
 
Reflexo de 
busca 
O examinador deve tocar 
suavemente a bochecha do 
lactente. 
A criança vira a 
cabeça em direção 
ao estímulo, abre a 
boca e realiza uma 
tentativa de sucção 
com a protusão da 
língua. 
4 meses. 
 
Reflexo de 
sucção 
O examinador deve introduzir o 
dedo na boca ou tocar os lábios 
da criança. 
A criança responde 
com movimentos de 
sucção. 
4-6 meses. 
 
Reflexo de 
Galant 
Com a criança em posição 
prona (decúbito ventral), 
apoiando ou não seu tronco 
com o braço, o examinador 
deve estimular a pele do dorso 
com um movimento linear 
vertical do ombro às nádegas. 
Flexão do quadril e 
do tronco para o 
lado que foi 
estimulado 
4 meses 
 
Reflexo do 
esgrimista. 
“Magnus Klejin” 
Com a criança em posição 
supina, o examinador deve 
rotacionar sua cabeça a 90º 
para um dos lados, durante 15 
segundos. 
Extensão das 
extremidades 
ipsilaterais à rotação 
e flexão das 
extremidades 
contralaterais. 
3-4 meses. 
 
 
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO 
 A avaliação do desenvolvimento infantil deve se dar através de um processo contínuo de acompanhamento de cada criança, 
com o objetivo de detectar previamente possíveis desvios ou atrasos. Desse modo, para avaliar o desenvolvimento, é importante 
realizar uma entrevista com os pais ou cuidadores para observar quais os relatos que fazem das atividades da criança. Além disso, 
deve-se observá-la e buscar identificar os marcos do desenvolvimento, que são instrumentos clínicos padronizados que facilitam a 
triagem. 
 
 
 Beatriz G. Luciano → Med 52 Uncisal 
Marcos do desenvolvimento: 
 
Idade Marco 
Período Neonatal 
(0 a 28 dias) 
Motor 
Prona: posição semifletida, vira a cabeça de um lado para outro e a cabeça 
pende durante a suspensão ventral. 
Supina: postura fletida e levemente rígida. 
Reflexos primitivos: marcha, moro, de apoio plantar, pensão 
plantopalmar. 
Adaptativo 
Visão: Movimentos de “olhos de boneca” durante a rotação do bebê de 
um lado para outro. 
Linguagem 
Pessoal-social Preferência pela face humana. 
1º mês 
Motor 
Prona: pernas mais estendidas, a cabeça se alinha momentaneamente 
com o corpo durante a suspensão ventral. 
Supina: reflexo de esgrima assimétrico, a cabeça cai quando a criança é 
puxada para sentar. 
Adaptativo Visão: Segue um objeto em movimento. 
Linguagem 
Pessoal-social 
Movimentos do corpo em resposta a voz ou contato. 
Começa a sorrir. 
2º mês 
Motor 
Prona: levanta a cabeça rapidamente, a cabeça é sustentada no plano do 
corpo durante a suspensão ventral. 
Supina: postura tônica cervical assimétrica predominante, a cabeça cai 
quando a criança é puxada para sentar. 
*O reflexo de Moro deixa de existir. 
Adaptativo 
Linguagem Sorri ao contato social. 
Pessoal-social Presta atenção em vozes; reage ao som. 
3º mês 
Motor 
Prona: levanta a cabeça e tórax com os braços estendidos, a cabeça fica 
acima do plano do corpo na suspensão ventral. 
Supina: postura tônica cervical assimétrica predominante, acena para um 
brinquedo. 
Sentado: a cabeça tende para trás quando puxado para sentar (a cabeça 
titubeia para alcançar o controle). 
Adaptativo 
Linguagem Diz “aah, gah” 
Pessoal-social 
Movimentos do corpo em resposta a voz ou contato. 
Começa a sorrir. 
4º mês 
Motor 
Prona: levanta a cabeça e o tórax, com a cabeça em posição vertical, 
pernas estendidas. 
Supina: postura tônica cervical assimétrica predominante, mãos na linha 
média, alcança objetos e os traz para boca. 
Sentado: a cabeça não pende para trás quando puxado para sentar. 
De pé: quando colocado de pé, empurra o corpo com as pernas. 
Adaptativo Vê a bola, mas não se movimenta para alcança-la. 
Linguagem 
Pessoal-social 
Ri alto. 
Excita-se ao ver comida. 
7º mês 
Motor 
Prona: rola, rasteja-se, engatinha. 
Supina: levanta a cabeça, rola. 
Sentado: senta-se com apoio, inclina-se com as mãos para frente. 
De pé: suporta mais peso, dá saltinhos. 
Adaptativo 
Vê grandes objetos e inclina-se para pegá-los, transfere objetos de uma 
palma da mão para outra. 
Linguagem Sons de vogais repetidas, balbucia. 
Pessoal-social Prefere a mãe. Gosta do espelho. 
 
 
 Beatriz G. Luciano → Med 52 Uncisal 
10º mês 
Motor 
Sentado: senta-se sozinho, sem apoio e a cabeça fica ereta. 
De pé: deambula segurando nos móveis. 
Adaptativo 
Inicia a pega de objetos com o polegar e o indicador e encontra objetos 
escondidos. 
Linguagem Sons de consoantes repetidas (“mama, papa”) 
Pessoal-social 
Responde ao som do nome. 
Dá tchau. 
Brinca de pique-esconde. 
1º ano 
Motor 
Levanta-se sozinho. 
Anda com uma das mãos apoiadas. 
Adaptativo Faz o movimento de pinça entre o polegar e oindicador precisamente. 
Linguagem Fala outras palavras além de “mama, dada” 
Pessoal-social Ajusta a postura quando é vestido. 
15º mês 
Motor 
Anda sozinho. 
Escala as escadas. 
Adaptativo Faz torre de 3 cubos; faz linha com o lápis. 
Linguagem Obedece a comandos simples. Fala de 4 a 6 palavras. 
Pessoal-social 
Aponta o que deseja 
Abraça os pais. 
18º mês 
Motor 
Corre rigidamente. 
Sobe escadas quando segurado por uma das mãos. 
Explora gavetas e cestos de lixo. 
*O sinal de Babinski deve estar ausente. 
Adaptativo 
Faz torre de 4 cubos. 
Imita rabiscos. 
Esvazia uma garrafa. 
Linguagem Fala 10 palavras e identifica uma ou mais partes do corpo. 
Pessoal-social 
Reclama quando suja a fralda. 
Beija os pais. 
Pede ajuda quando está com problemas. 
Come sozinho. 
2º ano 
Motor 
Corre bem. 
Sobe e desce escadas (um passo de cada vez). 
Abre portas e escala móveis. 
Pula. 
Adaptativo 
Faz torre de 7 cubos. 
Faz rabiscos circulares e linha horizontal. 
Linguagem Forma frases (sujeito, verbo e objeto) 
Pessoal-social 
Ajuda a despir-se. 
Conta sobre suas experiências imediatas. 
Ouve estórias quando são mostradas figuras. 
30º mês 
Motor Sobe escada alternando os pés. 
Adaptativo 
Faz torre de 9 cubos. 
Faz traço vertical e horizontal, mas ainda não forma cruz. 
*Deve-se começar o desfralde. 
Linguagem 
Refere-se a si mesmo com o pronome “eu”. 
Conhece seu nome completo. 
Pessoal-social Sabe fingir em brincadeiras. 
3º ano 
Motor 
Anda de triciclo. 
Fica momentaneamente sobre um pé. 
Adaptativo 
Faz torre de 10 cubos. 
Faz uma cruz e um círculo completos. 
Linguagem 
Diz sua idade e sexo. 
Conta 3 objetos. 
Pessoal-social 
Ajuda a vestir-se. 
Joga em paralelo com outras crianças. 
Lava as mãos. 
 
 
 Beatriz G. Luciano → Med 52 Uncisal 
4º ano 
Motor 
Usa tesoura para recortar. 
Pula num pé só. 
Adaptativo Desenha uma figura humana com cabeça 2-4 partes. 
Linguagem 
Conta até 4. 
Conta estórias. 
Pessoal-social 
Brinca com outras crianças. 
Vai ao banheiro sozinha. 
5º ano 
Motor Pula com os dois pés. 
Adaptativo 
Faz torre de 10 cubos. 
Faz uma cruz e um círculo completos. 
Linguagem 
Identifica 4 cores. 
Conta até 10. 
Pessoal-social Veste-se e despe-se. 
 
Distúrbios de linguagem e desenvolvimento na infância: 
AUTISMO: 
O autismo é uma desordem do neurodesenvolvimento com alterações na linguagem e difícil interação social. É tipicamente 
diagnosticado antes dos 3 anos. 
Etiologia: desconhecida. 
Diagnóstico: Feito com base na história e na observação clínica. O desenvolvimento social é profundamente alterado, havendo 
combinação de atraso de linguagem e interação social. Dentre as habilidades sociais deficientes notadas precocemente: contato 
visual anormal, falha em apontar/mostrar, falta do brincar interativo, falha em rir, fala em dividir. 
Tratamento: terapia comportamental intensiva de início precoce. 
DISLEXIA: 
 É o principal distúrbio de linguagem na fase escolar, sendo um transtorno de do neurodesenvolvimento caracterizado pela 
dificuldade específica de leitura. 
 O disléxico não apresenta déficit de inteligência. Uma vez identificado o problema no rendimento escolar, deve-se procurar 
ajuda especializada, com tratamento multidisciplinar. 
TDAH 
 O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é caracterizado por um padrão persistente de dificuldades de atenção, 
hiperatividade e impulsividade. Inicia-se na infância e frequentemente persiste na adolescência e na vida adulta. 
História clássica do TDAH: 
Lactente “Bebê difícil”, insaciável, irritado, de difícil consolo, com maior prevalência de cólicas, dificuldade de 
alimentação e sono. 
Pré-escolar Atividade aumentada ao visual, dificuldades de ajustamento, teimoso, irritado, e extremamente difícil 
de satisfazer. 
Escola elementar Incapacidade de colocar foco, distração, impulsivo, desempenho inconsistente, presença ou não de 
hiperatividade. 
Adolescência Inquieto, desempenho inconsistente, não consegue colocar foco, dificuldades de memória na escola, 
abuso de substância, acidentes. 
Diagnóstico: há questionários em que respostas positivas sugerem TDAH. 
Tratamento: multidisciplinar, com terapia comportamental, e prescrição de psicoestimulantes. 
*Em casos de dificuldade de desempenho escolar e comportamento alterado, deve-se encaminhar para neuropediatra. 
 
 Beatriz G. Luciano → Med 52 Uncisal

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