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Direito Administrativo I – Prof.º Manoel Erhardt (UFPE/FDR) Texto: O princípio da motivação dos atos administrativos: regra meramente formal ou pressuposto substancial de validade dos atos? Autor: Júlio Herman Faria. A produção textual a ser analisada é de autoria do professor Júlio Herman Faria, de título: O princípio da motivação dos atos administrativos: regra meramente formal ou pressuposto substancial de validade dos atos?. Em suma, o estudo tem como objetivo demonstrar, à luz de alguns referenciais teóricos do moderno Direito Administrativo e Constitucional, que o “Princípio da Motivação”, um dos ícones do Regime de Direito Público, extraído implicitamente do artigo 37 da Constituição Federal, e cuja imprescindibilidade à validade do ato administrativo remonta da Lei nº 4.717/65 — Lei de Ação Popular — é na verdade uma regra — e não um princípio. Ademais, defende-se, se estaria sendo dada efetividade ao princípio da sindicabilidade dos atos administrativos, pois o cidadão possui um direito subjetivo a um governo eficiente, moral e transparente. Inicialmente, o autor partiu de uma abordagem introdutória, analisando o princípio de motivação das ações administrativas, ressaltando que este geralmente não aceita explicações públicas por ser regra obrigatória em todas as ações administrativas públicas. Nesse sentido, é apontado que a ambiguidade e a incerteza desses princípios são óbvias, e essas regras são fáceis de aplicar diretamente sem mediação específica, ou seja, não dependem de regras de infraestrutura para produzir seus efeitos. Conforme é explicado de forma teleológica e sistemática, os princípios que produzem as regras de motivação da ação administrativa são os princípios abertos do comportamento governamental e os princípios que têm caráter constitucional. Com isso, o agente público não pode escolher se deseja motivar sua decisão. De modo que, como uma espécie de coerção, não tem a característica de ser meio expediente, embora algumas doutrinas continuem a abandonar essa forma no ato do contato, ou pelo menos minimizar sua necessidade sem sua motivação. Portanto, na opinião do autor, a universalidade da constituição e o princípio constitucional da inviabilidade da jurisdição, previstos no art. 5º, inciso XXXV, constituem o alicerce da mais alta instância. Sendo assim, quando necessário, a legalidade é controlada diretamente pelos cidadãos, ou controlada pelo tribunal de contas competente, ou controlada pelos órgãos judiciais. Em continuidade, o autor analisa sob diferentes perspectivas que a doutrina moderna e a jurisprudência recente passaram a aceitar o controle do judiciário sobre o tratamento preferencial das ações administrativas, que se baseia no entendimento de que o tratamento preferencial é um padrão de oportunidade e conveniência. E justiça, porque a realização é considerada um ato de discrição, ela rapidamente funde suas motivações e objetivos. Sob o prisma do controle da legitimidade em sentido amplo, quando tal avaliação for inconsistente com os argumentos expressos nas razões de uma decisão administrativa, ela é desproporcional ou falsa, a avaliação da competência é razoável. A respeito disso, Faria destaca: “Temos para nós, data vênia, que as expressões motivo ou motivação, no fundo, dizem respeito à forma e substância, respectivamente, posto que exprimem na aparência e no conteúdo um mesmo e único dever de dar publicidade, de modo claro, suficiente, congruente e verdadeiro, às razões que ensejaram a decisão do agente público, e são, de fato, correlatas à “fundamentação expressa” de que exaustivamente falou José Carlos Vieira de Andrade em sua obra aqui referenciada. Ou, de um modo mais definitivo, motivo é forma, o “como” o ato se encontra fundamentado em seus aspectos lógicos e jurídicos; e motivação é substância, ou seja, o “que” justificou a decisão do agente público.16 Convergem para um mesmo sentido, neste pensamento, a noção de “causa” defendida por Celso Antônio Bandeira de Mello e “motivação substancial”, como aqui a definimos”. Nesse viés, a doutrina também entende que a motivação deve ser a contemporaneidade do comportamento, ou pelo menos em seu ambiente factual e lógico, ou seja, em um dado tempo e espaço, o comportamento é visto em um prisma isolado e deve ser relacionado para o comportamento. Na verdade, como adverte com razão José Carlos Vieira de Andrade, o raciocínio formal está intimamente relacionado ao "autor" do comportamento e às suas razões constitutivas. Como ele resumiu, como a "história interna" da tomada de decisão, "qualquer chamada para fatos ou avaliações anteriores deve ser explicitamente realizada pelo tomador de decisão ou referenciada em seu raciocínio a esses fatos ou avaliações." Na era moderna, conforme visto, não há mais dúvidas teóricas sobre se os motivos são obrigatórios ou se são opcionais em comportamentos relacionados. Na teoria administrativa, tem sido muito pacífico, principalmente no comportamento discricionário, que os agentes públicos têm mais liberdade para escolher meios e fins, devendo obrigatoriamente usar a motivação como premissa básica da eficácia. Pode-se dizer que este é apenas o motivo do comportamento, porque apenas a base jurídica não é totalmente compatível com a obrigação de apurar os fatos e causalidade do comportamento. Por isso, é obrigatório, pelo que a explicação deve ser clara e precisa, e o motivo deve conduzir a “esclarecimento específico”. Portanto, questiona-se: qual a lógica dessa obrigação? Como isso será tratado? Formal ou como um requisito de validade (ou elemento essencial de comportamento)? Portanto, o autor acredita que os princípios morais requerem um comportamento sério, leal, positivo e esclarecedor, mesmo que não esteja sujeito à lei. Como concluiu: “Na ausência de parâmetros objetivos, as ações realizadas de acordo com os desejos pessoais e as ações do agente sem levar em conta as expectativas do governo violam os princípios da moralidade”. É para fins de controle que a lei não permite o uso de qualquer redação para cumprir esta importante premissa da eficácia das ações administrativas, independentemente de como o direito de falar e entender o significado da lei no mundo é visto. isto. A responsabilidade de justificar as regras legais - o motivo do comportamento depende das próprias regras específicas - deve ser cumprida com conteúdo significativo principalmente para seus destinatários. Dessa forma, não há espaço para palavras vazias e rígidas, por exemplo, baseadas na busca do “interesse comum” e / ou na base do “interesse público primeiro”. O Estado nada mais é do que um instrumento fictício para o exercício dos princípios democráticos, nos quais os interesses de toda a sociedade devem ser refletidos e considerados. Portanto, os motivos devem ser reais e estar ligados aos fatos, que, de fato e de direito, levam as pessoas a escolherem os meios adequados para atingir os objetivos perseguidos pelo coletivo. Essa é a "verdade jurídica" que deve abranger as ações administrativas. Nesse ínterim, o autor conclui que as normas derivadas do texto constitucional são compostas por regras ou princípios. As regras são derivadas de princípios, tornando-as concretas e eficazes. Em certo sentido, a interpretação das regras é fechada, independentemente de as regras serem cumpridas ou não, por isso não é permitido ter uma interpretação mais aberta como nos princípios. Os princípios têm uma carga maior de avaliação, enquanto as regras têm uma carga imperativa maior. Sendo assim, o motivo explícito da ação administrativa, seja ela conexa ou arbitrária, especialmente a ela relacionada, é um meio que permite aos cidadãos (seja o destinatário da ação) controlar a administração pública. Portanto, ao examinar os motivos de comportamento, os gestores podem ficar restritos ao âmbito prescrito porlei. Além disso, aquém do princípio da maioria, entende-se também que a obrigação de incentivar a ação administrativa é a hipótese da efetividade da ação. Trata-se de um elemento substantivo que está vinculado à ação pela conexão entre o sentido e os fatos anteriores e significado, haja vista a ampla escolha de métodos e o fato de que as leis em todas essas áreas são justas e tolerantes.