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7 - Coccídeos Balantidium e Babesia

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CoccidiosesCoccidioses intestinaisintestinais
ProtozoProtozoááriosrios cocccoccíídiosdios
intestinaisintestinais
COCCIDIOSES
Definição: Doenças parasitárias que apresentam aumento
crescente de incidência
Fatores: alteração do meio ambiente, avanços nas técnicas
de diagnóstico e aumento da incidência de AIDS
Outros fatores: uso de imunossupressores (transplantes) e 
quimioterapia
Agentes etiológicos
Protozoários coccídios intestinais:
�Isospora belli → Isosporose
�Cryptosporidium parvum → Criptosporidiose
�Sarcocystis hominis → Sarcocistose
Todos são parasitas intracelulares obrigatórios
SarcocistoseSarcocistose
• Coccídeo pertencente ao Filo Apicomplexa
(Toxoplasma e Plasmodium)
• Protozoários heteroxenos com multiplicação 
assexuada no HI (porco ou suíno) e sexuada no HD
• Cosmopolita
• Prevalência alta nos hospedeiros intermediários (60% 
em algumas áreas)
• Freqüência no Brasil é baixa (< 1%)
• S. hominis e S. suihominis
MorfologiaMorfologia
Merontes (esquizontes):
• Endotélio dos vasos do HI
• Sua formação ocorre por merogonia e quando maduro 
origina os merozoítos
Sarcocistos (cistos):
• Músculos do HI. 
• É formado a partir dos merozoítos e dá origem aos 
bradizoítos
Bradizoitos:
• presentes dentro dos sarcocistos. 
• É a forma infectante para o HD
Ooocistos:
• presentes nas fezes do HD, contendo dois 
esporocistos e cada um destes apresentando quatro 
esporozoítos. 
• É a forma infectante para o HI
Ciclo BiolCiclo Biolóógicogico
• Hospedeiro intermediário do S. hominis = bovinos
• Hospedeiro intermediário do S. suihominis = suínos
Ciclo BiolCiclo Biolóógicogico
Homem elimina oocistos esporulados � suínos ingerem 
oocistos esporulados ou esporocisto � intestino 
delgado ocorre a liberação de esporozoítos �
circulação � evoluem para merontes primários nas 
células endoteliais de veias do fígado � os merontes
primários maduros liberam merozoítos � penetram 
em células endoteliais de veias em qualquer órgão e 
dão origem aos merontes secundários � merontes de 
terceira geração ou sarcocistos maduros � homem se 
infecta ingerindo sarcocistos maduros com 
bradizoitos � originam gametas no intestino delgado 
�oocistos �fezes � segue o ciclo..........
PatogeniaPatogenia
Transmissão:
• Ingestão da carne infectada
Sintomas causados por S. suihominis:
• Diarréia
• Vômitos 
• Distúrbios circulatórios
• Calafrio e sudorese
Sintomas causados por S. hominis:
• Distúrbio gastrintestinais
• Diarréia
• Náusea
• Dor abdominal
• Anorexia
DiagnDiagnóósticostico
• Encontro de oocistos esporulados ou esporocistos em 
exame de fezes
• Método de Sheather (Flutuação no açúcar)
• Método de Kato-Katz
TratamentoTratamento
• É de valor relativo, pois os agentes terapêuticos tem 
ação limitada sobre as formas dos coccídeos
ProfilaxiaProfilaxia
• Não ingerir carne de bovinos ou suínos crua ao mal 
cozida
• Uso de privadas ou fossas para evitar contaminação 
do meio ambiente por fezes humanas 
IsosporIsosporííasease
Agente etiológico: Isospora belli (mais freqüente) e 
Isospora natalensis
Morfologia
Coccídio que apresenta um oocisto elíptico contendo em
seu interior 2 esporocistos com 4 esporozoítos (oocisto
maduro).
Ciclo biológico
Ingestão de oocistos esporulados junto com água ou
alimentos contaminados
Esporozoítos liberados (intest delgado)
Trofozoítas esquizontes
Merozoítas
Gametócitos (masc e fem)
Oocistos eliminados nas fezes (tornam-se infectantes após
4-6 dias)
Reprodução
assexuada
Esquizogonia
Reprodução sexuada
Patogenia
• Alterações na mucosa intestinal � síndrome de má
absorção
Microscopicamente:
• Destruição da células epiteliais
• Atrofia das vilosidades
• Hiperplasia das criptas
• Infiltração de células plasmáticas (eosinófilos, 
leucócitos e linfócitos)
Em geral as infecções são benignas e os pacientes se curam 
espontaneamente.
Sintomas nos casos graves:
• Febre
• Diarréia
• Cólicas abdominais 
• Esteatorréia
• Vômitos desidratação
• Astenia
• Emagrecimento
A doença é mais severa em crianças e pacientes 
imunocomprometidos (diarréia aquosa crônica de longa duração = 
vários meses)
Epidemiologia
• A isosporose tem distribuição mundial
• Mais freqüente em áreas tropicais e subtropicais, 
sendo endêmica na América do Sul, África e sudoeste
Asiático
• O aumento da incidência está relacionado ao surgimento
da AIDS: prevalência de 15% em indivíduos infectados e 
com diarréia
Diagnóstico laboratorial
Diagnóstico parasitológico:
• Pesquisa de oocistos elípticos de I. belli nas fezes:
• Os oocistos nas fezes são imaturos = não esporulados
(contendo 1 ou 2 esporoblastos)
• Autofluorescência: oocistos fluorescem sob luz UV
filtro: 330-380 nm – oocistos de coloração azul
Oocistos imaturos de I. belli
1 esporoblasto
2 esporoblastos
autofluorescência
Técnicas de coloração:
• Kinyoun (a frio) ou Ziehl-Neelsen modificado
– oocistos de coloração vermelha
• Auramina-rodamina – cor amarelo-esverdeada em
microscopia de fluorescência
• Biópsia de tecido (duodeno)
Tratamento
• Sulfametoxazol-trimetoprim
• Metronidazol
• Sulfadiazina-pirimetamina
• Sulfadoxina-pirimetamina
CriptosporidioseCriptosporidiose
• Coccídeo que se desenvolve preferencialmente nas 
microvilosidades de células epiteliais do trato 
gastrintestinal, além de , parênquima pulmonar, 
vesícula biliar, ductos pancreáticos, esôfago e faringe
• Agente etiológico: Cryptosporidium parvum
• Parasita a parte externa do citoplasma da célula = 
intracelular extracitoplasmática
Morfologia
• Oocisto pequenos esféricos e ovóides e medem cerca
de 5 micrômetros e possui 4 esporozoítas livres no seu
interior
• Parasita polimórfico: formas endógenas (tecidos) e 
oocistos (fezes e meio ambiente)
Transmissão
• Ingestão ou inalação de oocistos ou pela auto-infecção
Vias de transmissão:
• Pessoa a pessoa: creches, hospitais, ambientes com 
alta densidade populacional
• Animal a pessoa: contato direto de pessoas com 
animais jovens (bezerros e cordeiros)
• Pessoa animal: indivíduos infectados manipulam 
animais
Ciclo Biológico
Monoxênico
• Inclui processo de multiplicação assexuada 
(merogonia) e outro de multiplicação sexuada 
(gametogonia) com formação de macro e microgameta 
que, após fecundação, resulta na formação de oocistos
• É formado dois tipos de oocistos: um de parede 
espessa (excretado com as fezes) e outro de parede 
delgada (rompe-se no intestino delgado = auto-
infecção)
• Oocistos esporulam no interior do hospedeiro e já são 
infectantes quando eliminados para o meio ambiente
Patogenia e Sintomatologia
Imunocompetentes:
• Assintomáticos
• Sintomáticos:
- Diarréia aquosa: Autolimitada – cura espontânea
Intensa (3-10 evacuações/1 a 3 litros/dia)
- Duração média de 12 a 14 dias
- Outros sintomas: anorexia, dor abdominal, 
náuseas, flatulência, febre e dor de cabeça
Crianças:
• Sintomas mais severos: vômitos e desidratação
• A grande freqüência de oocistos em fezes de crianças 
imunocompetentes com diarréia tem levado vários 
autores a considerar o Cryptosporidium como um 
importante agente patogênico envolvido na diarréia 
infantil
Imunocomprometidos:
• Apresentam diarréia crônica e intermitente (vários
meses) acompanhada de cólicas abdominais, perda de 
peso acentuada, febre alta e vômitos
• Desequilíbrio hidroeletrolítico, má absorção e 
mortalidade elevada (AIDS)
�A diarréia é refratária a qualquer medicação
antimicrobiana
�Manifestações extra-intestinais podem ocorrer em
pacientes com AIDS (hepatite, pancreatite e 
criptosporidiose respiratória)
Epidemiologia
A infecção humana foi relacionada pela primeira vez
em 1976
A partir de 1982 adquiriu importância como
oportunista em pacientes com AIDS
A prevalência é de 5-10% em pacientes com AIDS e de 
5-20% em crianças imunocompetentes (creches)
São comuns infecções duplas com Cryptosporidium e 
microsporídios
Surtos de criptosporidiose têm sido relacionados em
diversos países
Diagnóstico laboratorial
Parasitológico:• pesquisa de oocistos maduros nas fezes (Faust, 
Sheather)
• material de biópsia intestinal (aspirado duodenal e 
jejunal)
• microscopia óptica ou contraste de fase
Técnicas de coloração: Kinyoun modificado (a frio) ou
Ziehl-Neelsen modificado; Safranina-azul-de-metileno; 
Carbolfuccina (corante fluorescente) com 
dimetilsulfóxido; Giemsa ou Auramina
Esfregaço de fezes humanas coradas por Kinyoun modificado. 
• Oocisto de Cryptosporidium -
Coloração de Ziehl Neelsen
Corante fluorescente auramina-
rodamina. 
Diagnóstico imunológico:
• Detecção de Ag em amostras fecais utilizando-se Ac 
monoclonais
• Ensaios imunoenzimáticos: imunocromatográficos e 
imunofluorescência indireta
• Detecção de Ac por ELISA
ImunocromatográficoDetecção Ag fecais
(ELISA)
IFI
Tratamento
• Nenhuma droga até o momento apresentou eficácia 
específica e consistente contra a criptosporidiose
• Espiramicina (resultados contraditórios)
• Eflortina e eritromicina (pacientes com AIDS)
• Azitromicina (condições experimentais em animais de 
laboratório)
• Soro hiperimune bovino (colostro) � bons resultados 
em crianças com agamaglobulinemia congênita
Ciclosporose/CiclosporCiclosporose/Ciclosporííasease
Agente etiológico: protozoário Cyclospora cayetanensis
Hospedeiros: toupeiras, roedores, seres humanos
Morfologia
• Oocisto semelhante ao de Cryptosporidium (2X maior)
� Os oocistos maduros apresentam 2 esporocistos com 2 
esporozoítas cada.
Transmissão
• Vias fecal-oral direta
• Via indireta (água)
Ciclo biológico
• Semelhante aos dos demais
coccídios intestinais
• Os oocistos eliminados nas
fezes são imaturos, levando
5 dias para desenvolver os
esporozoítas.
Patogenia e Sintomatologia
Sintomas:
� Diarréia aquosa: autolimitada que dura 3-4 dias; podem
ocorrer recaídas frequentes durante um período de 2-3 
semanas
� Outros sintomas: dor abdominal, náuseas e vômitos, perda
de peso, fadiga, febre baixa
� Em indivíduos imunocomprometidos o quadro diarréico é
crônico e intermitente
Epidemiologia
• O primeiro caso de infecção humana por Cyclospora foi
descrito em 1979
• Cyclospora é amplamente distribuído no mundo, no 
entanto, a prevalência exata não é conhecida
• Tem sido observados surtos relacionados ao consumo
de frambroesas e manjericão nos EUA e Canadá
Diagnóstico laboratorial
Parasitológico:
• Pesquisa de oocistos (imaturos) nas fezes
� Microscopia por contraste de fase ou luz UV
Técnicas de coloração: Kinyoun; Safranina-azul-de-
metileno
Tratamento
• Único tratamento eficiente é o uso de Bactrim
Oocistos de 
Cyclospora
cayetanensis
(exame direto)
autofluorescência Safranina-azul-de-metilenoKinyoun
BalantidiumBalantidium colicoli
Introdução
• Existente no intestino grosso de suínos
• Já foi encontrado em porco, humanos, 
chimpanzé e raramente em cão e rato
Morfologia
Trofozoíto: apresenta o corpo recoberto por cílios, 
possui dois núcleos (macro e micronúcleo)
Cisto: esférico, parede lisa, presença de 
macronúcleo
Ciclo Biológico
• Monoxênico
• Reprodução assexuada: divisão binária
• Reprodução sexuada: tipo conjugação
Ciclo Biológico
• Reprodução assexuada: tem como principal 
função a manutenção e ampliação da colônia do 
protozoário
• Reprodução sexuada: por conjugação, tem 
importância nas trocas genéticas e na formação 
de cistos para a disseminação da espécie
Transmissão
• Ingestão de cistos através de 
Alimentos
Água 
Mãos
Patogenia e Sintomas
• Normalmente é um protozoário comensal da luz 
intestinal de suínos, onde alimenta-se de amido, 
bactérias...
• Os sintomas constituem:
• Diarréia
• Dor abdominal
• Fraqueza
• Às vezes febre
Diagnóstico
• Clínico: Difícil de ser feito, devido à semelhança 
de sintomas de outras infecções
• Laboratorial: EPF para identificação de cistos ou 
trofozoítos
Epidemiologia
• Maioria dos casos esta entre os tratadores, 
criadores, comerciantes e abatedouros de 
suínos
• Porco: fonte natural das infecções humanas
• Transmissão pode ocorrer através de 
trofozoítos, apesar dessa forma durar pouco 
tempo no meio externo, enquanto o cisto resiste 
mais
Profilaxia
• Higiene individual principalmente de 
profissionais que trabalham com suínos
• Engenharia sanitária, impedindo a contaminação 
de água por excrementos suínos
• Criação de suínos com boas condições 
sanitárias
Tratamento
• Como se alimentam de amido: adoção de dieta 
láctea por alguns dias é o suficiente para 
eliminar o Balantidium do organismo
• Alguns casos recomenda-se uso de fármacos 
como metronidazol ou tetraciclinas
BabesiaBabesia
• Protozoários parasitas de hemácias de várias 
espécies de animais e do homem - Babesiose
Humana
• Heteroxenos
Transmissão
• Homem se infecta ao ser picado por carrapatos infectados
• Transfusões sanguíneas 
Ciclo Biológico
Patogenia
• Doença febril aguda, caracterizada por mialgias, fadiga, 
anemia hemolítica, icterícia e hemoglobinúria
• Quadro clínico se confunde com a malária
Diagnóstico
• Encontro de parasitos em esfregaços de sangue
• IFI
• Elisa
• Inoculação em roedores (hamster)
Tratamento
• Cloroquina
• Quinina
• Clindamicina
• Diálise e transfusão sanguínea

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