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Estudo dirigido Lukacs 3

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“TEORIA SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL III” – 2020/02
Estudo dirigido 3
Luísa Duarte Torres Alves | 19.2.3177
1. O que é necessário, segundo Lukács, para que uma ideia ou um conjunto de ideias se torne ideologia? Em outras palavras, como o autor caracteriza o complexo da ideologia? 
R: Segundo Lukács, para que um complexo de ideias se torne uma ideologia é necessário que possua uma função determinada no processo dos conflitos sociais. Além disso, o autor caracteriza os complexos da ideologia como pores secundários que se fundam a partir das estruturas econômicas e, na maioria das vezes, são falsas consciências e possuem uma visão classista, sendo assim uma forma subjetiva das sociedades classistas. Os complexos ideológicos são também os meios (ou formas) a partir dos quais os homens se tornam conscientes, seja de uma falsa consciência ou não. Um exemplo interessante citado pela monitora foi sobre a falsa sensação de problemas resolvidos (principalmente as expressões da questão social), enquanto, na verdade, a questão foi apenas mascarada ao invés de ser tratada da raiz, uma vez que possui interesses burgueses por trás. Ademais, como exposto no segundo parágrafo do tópico “O problema da ideologia”, “A ideologia é sobretudo a forma de elaboração ideal da realidade que serve para tornar a práxis social humana consciente e capaz de agir.” Dito isso, para o autor, a ideologia pode ser fundada, sob determinadas circunstancias, a partir de toda e qualquer reação humana no seu meio socioeconômico. De modo geral, as formas concretas da ideologia são determinadas pela totalidade social e, abrange ainda alguns complexos como direito e política, os quais estão interligados com o complexo da ideologia para Lukács. 
2. Discorra livremente sobre a importância dos pares categoriais exteriorização-objetivação e fenômeno-essência para os estudos da ideologia e das formas ideológicas. 
R: As categorias de exteriorização-objetivação são dimensões da atividade humana que se fundam e se desenvolvem a partir do trabalho, além de estar presente em toda práxis social. Ademais, a objetivação expressa as conexões do pôr teleológico com as capacidades e as forças mais próximas do cerne da atividade humana, como no grau de desenvolvimento de forças produtivas e da divisão social do trabalho, ou seja, essa se relaciona com a generalidade humana. Já a exteriorização, por outro lado e simultaneamente, se relaciona ao pôr teleológico, com a capacidade do cerne da individualidade humana. Logo, ela expressa os traços e a potência da singularidade humana mediante as respostas dos pores teleológicos diante das questões que desafiam a construção e afirmação da vida e do cotidiano. Além do primeiro par categorial citado, a categoria de fenômeno/ essência são formas de expressão da realidade. Com isso, categoria fenomênica está associada aos modos e as formas de manifestações primárias do ser, ou seja, está associada à superfície do cotidiano. Contudo, ela se mostra como forma de ocultar as categorias da realidade, uma vez que incide diretamente nas formas das manifestações primárias e de toda realidade sensível. Além disso, a essência se remete às mediações que se encontram em camadas mais profundas da realidade. Ela coincide com tudo aquilo que, por trás dos fenômenos, remete aos processos constitutivos e as determinações da essência. Dito isso, os pares categoriais citados são importantes para os estudos da ideologia uma vez que fazem referências a dimensão da genericidade ao passo que traz também uma dimensão individual e da sua potência dentro dos pores teleológicos. Além disso, a categoria de fenômeno/essência é fundamental, posto que mostra a especificidade das formas imperativas que estão conectadas com as dimensões da realidade. 
3. Escolha e responda uma das questões abaixo:
B. Em contornos gerais, quais os traços peculiares mais importantes característicos do complexo da política?
 R: Cada complexo ideológico assume uma função determinada na totalidade social e, entre eles, existem o complexo do direito, da ciência, da arte, da filosofia, da religião e da política, o qual será tratado a seguir. A política é uma práxis que está conectada com a totalidade da sociedade, além de estar totalmente embricada nas relações de poder e dominação social. Tal complexo vai articular e organizar interesses de classes sociais particulares, essas que são dominantes, logo, a política é uma generalidade relativa de interesses de classes sociais determinadas. Ademais, a partir desse complexo se dirige os fenômenos do desenvolvimento da essência, uma vez que a política interfere diretamente nos rumos do desenvolvimento, possui a capacidade de definir os comportamentos e determina tudo aquilo que estamos vivendo, ou seja, esse complexo passa por transformações que visam interesses classistas, mesmo quando há resistência de outros grupos. As relações de poder na política se caracterizam por meios ideológicos, como a religião; econômicos, com o domínio de riquezas e de forças econômicas; e por meio da legitimidade (do Estado) do uso de força física. Para além das observações realizadas, voltando à gênese das classes sociais e referenciando o pensamento de Marx, no capítulo 24 da obra “O capital”, ele explica sobre a suposta acumulação primitiva, explicitando que esta não foi idílica como muitos acreditam, uma vez que a divisão de classes não aconteceu de forma “pacifica.” Ela aconteceu, então, de forma violenta: a partir do roubo de terras, da escravização e tráfico dos mesmos, e da expropriação do trabalhador direto. Um breve exemplo disso foram os trabalhadores do campo, que conseguiam garantir sua subsistência, mas foram expulsos de suas terras, ficando sem condições de sobrevivência a não ser pela venda de suas forças de trabalho. Dito isso e, uma vez que esse processo de acumulação primitiva foi extremamente violento e com o interesse único de transformar os meios de vida em capital, é evidente que a política coloca em prática apenas interesses que são determinados pela classe burguesa, a mesma que detém o poder e é favorecida por isso. Tais interesses políticos, que estão associados ao sistema capitalista, visam a produção de mais valor a partir da superexploração do trabalhador e usa da ideologia para colocar em prática seus objetivos, seja a partir do direito, da religião ou de outros complexos ideológicos. Com isso, há um encaminhamento desses interesses burgueses para as lutas sociais, que tem como objetivo conquistar a garantia de direitos e mudanças sociais necessárias para que toda a sociedade seja contemplada, principalmente a classe dominada, que é responsável pela produção e reprodução de toda riqueza social, mas ainda assim é vítima do sistema capitalista.

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