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Os rins não conseguem eliminar os fármacos lipofílicos, pois estes atravessam facilmente as membranas celulares e são reabsorvidos. Por isso, os fármacos lipossolúveis são biotransformados no fígado em substâncias mais polares (hidrofílicas), para facilitar a sua eliminação; Digoxina: substância hidrofílica (não sofre extensa biotransformação); Ocorre no fígado, plasma, trato gastrointestinal, rins e pulmão; Ocorre sob a ação de enzimas (processo saturável). Fase 1: Metabólito mais polar; Geralmente expõe ou adicionam algum grupo funcional que possibilita a conjugação; Seus produtos são quimicamente mais reativos = Fase de funcionalização metabólica do fármaco. Reações de: Oxidação e redução Fígado, rins, pulmões, epitélio gastrointestinal e SNC REL (fração microssomal) Citocromo P450 (Enzimas CYP) Citosol MAO (monoaminaoxidase) Reações de: Hidrólise Fígado, plasma, epitélio gastrointestinal e SNC Amidases, esterases Pseucocolinesterase Reações de: Conjugação Fígado e SNC Acetilcolinesterase Glucoroniltransferase COMT (Catecpl-O-Metril- Transferase) As principais reações da fase I são catalisadas pelo sistema Citocromo P450; Enzimas do Citocromo P450: É responsável por 60 a 65% da metabolização de todos os medicamentos; Superfamília de enzimas CYP (74 famílias: CYP1, CYP2, CYP3, CYP4, etc); Metabolismo oxidativo; 90 a 95% do total de enzimas CYP estão no fígado (retículo endoplasmático – fração microssomal); As enzimas P450 exibem considerável variabilidade genética entre indivíduos. Variações na atividade de P450 podem alterar a eficácia dos fármacos e o risco de efeitos adversos. EX: Alguns pacientes não apresentam efeito analgésico do opiáceo codeína, porque possuem a enzima CYP2D6 que o ativa em morfina. Vários metabólitos da fase I continuam muito lipofílicos para serem excretados e precisam ser conjugados para produzir um composto polar em geral mais hidrossolúvel e terapeuticamente inativo; Reações: Conjugação com ácido glicurônico (mais comum e mais importante); Conjugação com sulfato; Conjugação com aminoácidos; Conjugação com a glutationa; Acetilação; Metilação. Ocorre principalmente no fígado, mas também nos pulmões e rim; Exceção: Glicuronídeo-6-morfina, mais potente do que a morfina. Anestésico em desenvolvimento, com menos efeitos adversos como náuseas e vômitos. Síntese das enzimas; Fator genético: modificações polimórficas (enzimas P450): (redução da enzima -> metabolismo reduzido -> acúmulo do fármaco); Doenças hepáticas: cirrose, hepatite, carcinoma; Insuficiência cardíaca: diminui o débito cardíaco -> limita o fluxo sanguíneo para o fígado. A indução enzimáticas representa importante problema clínico: Aumenta a velocidade do metabolismo hepático da droga; Aumenta a velocidade de produção dos metabólitos; Aumenta a depuração plasmática da droga; Diminui a meia-vida sérica das drogas; Diminui as concentrações séricas da droga livre e total; Diminui os efeitos farmacológicos se os metabólitos forem inativos. Deve-se observar que um indutor pode aumentar não apenas o metabolismo de outros fármacos, mas também seu próprio metabolismo; O uso da Rifampicina (tratamento tuberculose), diminui a concentração plasmática dos inibidores de HIV protease; Anticonvulsionantes: indução CYP3A; Fumaça cigarro: aumenta CYP1A2, CYP3A4; Indução desejável: Intoxicação organofosforados: inibe acetilcolinesterase. EX: Pralodoxima. A forma mais comum de inibição é pela competição pela mesma isoenzima; A inibição das enzimas microssomais: Diminui a velocidade de produção de metabólitos; Diminui a depuração total; Aumenta a meia vida da droga; Aumenta as concentrações séricas da droga livre e total; Aumenta os efeitos farmacológicos se os metabólitos forem inativos. Inibição desejável: Dissulfiram: inibe reversivelmente aldeído desidrogenase (tratamento do alcoolismo); IMAO: inibição reversível (aumenta os neurotransmissores amina). Processo no qual os fármacos são removidos ou eliminados do organismo de forma quimicamente inalterada ou na forma de metabólitos; Vias de eliminação: Renal (via principal): forma inalterada ou metabólitos polares; Sistema hepatobiliar (bile e fezes): a maioria é reabsorvida a partir do intestino; Pulmões: importante para os anestésicos voláteis; Suor, saliva, lágrimas, leite materno e secreção nasal. As unidades anatômicas funcionais do rim são os néfrons; Processos fundamentais: Filtração glomerular; Secreção tubular ativa; Reabsorção tubular passiva. Eliminação renal dos fármacos: excreção = (fármacos filtrados + secretados) – reabsorvidos. Fármacos com baixo peso molecular se difundem para o filtrado; Os capilares são quase completamente impermeáveis à proteínas plasmáticas, ou seja, apenas o fármaco livre é filtrado. Mecanismo mais eficaz de eliminação renal de fármacos (80%); Podem mover moléculas contra ou a favor do gradiente eletroquímico; Reduz praticamente a zero; Quando vários substratos estão presentes simultaneamente, pode ocorrer competição pelo transportador (saturável). Parâmetros que influenciam a reabsorção: Tamanho molecular; Grau de ionização e lipossolubilidade; pH urinário. Fármacos ionizados e não lipossolúveis não são reabsorvidos e são excretados; Fármacos não ionizados e lipossolúveis podem ser reabsorvidos e retornam à circulação sistêmica; A manipulação do pH da urina pode ser realizada, para aumentar a fração ionizada do fármaco, minimizar a sua reabsorção e, assim, aumentar a depuração de um fármaco indesejável. A acidificação da urina (administração de cloreto de amônio) aumenta a velocidade de eliminação renal da anfetamina, reduzindo sua concentração plasmáticas e seus efeitos no estado mental do paciente; Ácidos fracos podem ser eliminados alcalinizados a urina (bicarbonato), ao passo que a eliminação de bases fracas pode ser aumentada por acidificação da urina. Trato digestivo: Excreção biliar: drogas e seus metabólitos podem ser excretados ativamente na bile -> seguido da excreção da droga nas fezes; Entretanto, conjugados podem ser quebrados por bactérias entéricas liberando a droga original, que pode ser novamente absorvida: circulação êntero-hepática. Quando um fármaco é absorvido do TGI, primeiro ele entra na circulação portal antes de entrar na circulação sistêmica; 1. Fármacos ingeridos por via oral são absorvidos no intestino; 2. Chegam ao fígado pela veia porta e podem ser conjugados; 3. Os produtos conjugados são hidrofílicos e com ajuda de mecanismos de transporte podem passar das células hepáticas para a bile; 4. Retornam ao intestino; 5. Os conjugados hidrofílicos não atravessam o epitélio intestinal, contudo, podem ser hidrolisados por β-glicuronidases bacterianas no colo, liberando o fármaco; 6. O fármaco pode ser novamente absorvido (reabsorvido). OBS: O fármaco parece preso como em uma armadilha. Os fármacos que estão sujeitos à circulação entero-hepático são excretados lentamente – entre os quais estão a morfina e os contraceptivos orais esteroidais. Relevância: a concentração do fármaco no leite pode ser pequena mas significativa; Predomina a difusão de substâncias lipossolúveis; pH leite ligeiramente mais ácido que o pH plasma – possibilidade de que os fármacos básicos sejam acumulados. Excreção através dos alvéolos; São excretados principalmente gases e substâncias voláteis (anestésicos gerais); Predomina a difusão simples.