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APOSTILA 4

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Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
 
 
Cartografia 
Sistemática 
 
 
Unidade 4 - Introdução 
 
 
 
 
Gilson Donisete dos Santos 
 
 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
Introdução 
 Estudar Geografia é uma oportunidade de descobrirmos o mundo em que 
vivemos, de olhar os espaços que nos cercam de outra maneira, não apenas como 
observadores passivos, mas como agentes atuantes e críticos em tudo que está à 
nossa volta. E a cartografia com isso? Ela nos ajuda a descobrir esse mundo por meio 
da Geografia, estabelecendo um entendimento maior sobre o que estudamos e o 
que vivemos. 
 Nas unidades anteriores, aprendemos como surgiu a cartografia e como ela 
foi extremamente importante para as navegações e os descobrimentos. Vimos que 
estabelecer a direção norte requer conhecimentos que transcendem os livros 
didáticos. 
 Descobrimos também que as várias formas de representar a esfera terrestre 
é utilizado por meio do Datum para a confecção de cartas mais precisas e 
mundialmente utilizadas. 
 Nesta unidade, falaremos um pouco sobre os processos modernos de 
confecção de mapas, como o uso de fotogrametria e de sensoriamento remoto e 
como eles nos auxiliam na representação, com precisão, das diversas formas de 
relevo. 
 Vamos nessa? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
 
1. Fotogrametria e Sensoriamento Remoto 
O termo Fotogrametria deriva das palavras gregas photos, que significa luz; 
gramma, que significa algo desenhado ou escrito e metron, que significa "medir". 
Portanto, Fotogrametria, de acordo com suas origens, significaria "medir 
graficamente usando luz". 
Segundo o IBGE, é a ciência que trata da obtenção de medições fidedignas de 
imagens fotográficas. É a ciência da elaboração de cartas topográficas que congrega 
diversos processos e métodos matemáticos e físicos a partir de fotografias ou 
imagens aéreas ou orbitais, utilizando-se instrumentos óticos-mecânicos 
sofisticados. 
A fotogrametria tem por finalidade a determinação da forma e dimensões de 
objetos por meio de medidas obtidas em fotografias aéreas ou terrestres. Sua 
utilização tem inúmeras aplicações, podendo citar o auxílio a projetos de estradas, 
cadastro urbano e rural, dimensionamento de bacias hidrográficas, projetos 
urbanísticos, localização e dimensionamento de jazidas, reconhecimento de áreas de 
risco, reflorestamentos, etc. 
A grande vantagem de se usar a fotogrametria é a rapidez no levantamento e 
obtenção de imagens, podendo recobrir uma extensa área a ser mapeada. A 
fotogrametria pode ser dividida em duas: fotogrametria terrestre, quando as fotos 
são tiradas de câmeras estacionadas em pontos do terreno; e fotogrametria aérea 
ou aerofotogrametria, se as fotografias forem tomadas de pontos de vista no espaço. 
1.1. Fotogrametria Terrestre 
O uso da Fotogrametria Terrestre surgiu como opção para levantamentos 
arquitetônicos por volta de 1840. Após a Segunda Guerra Mundial, a conservação de 
monumentos foi motivada, conduzindo, em 1964, a elaboração da Carta 
Internacional sobre conservação e restauração de monumentos e sítios históricos, 
conhecida como Carta de Veneza. 
Os dados gráficos (imagens) são captados utilizando uma câmera métrica 
terrestre, a partir de uma posição fixa (tripé, suporte, içada por guindaste ou sobre 
plataforma). 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
Tem como finalidade serviços especializados de medições e controles de 
deformações; restauração de patrimônio arquitetônico ou de engenharia civil; e 
restauração de monumentos de arqueologia. 
 
 
Figura 1: Câmera métrica. Fonte: Bitly. 
 
Saiba mais! Demonstração de uso de câmara para fotogrametria terrestre em 
ambiente urbano. Disponível em: https://bit.ly/2KtAsIQ. Acesso em Ago 2019. 
 
1.2. Fotogrametria aérea ou Aerofotogrametria 
A fotogrametria aérea consiste no processo de aquisição de informações 
(imagens) a partir de sensor embarcado (aeronaves, tripuladas ou não). Este 
levantamento é, hoje, a tecnologia mais usada para se cartografar grandes áreas, 
tanto pela relativa facilidade, quanto pelo fato de apresentar custos relativamente 
baixos. 
A aerofotogrametria foi desenvolvida principalmente no início do século XX. 
Inicialmente, utilizando balões e depois, aviões e os helicópteros. Atualmente, são 
https://bit.ly/2KtAsIQ
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
utilizadas aeronaves tripuladas, satélites e drones equipados com câmeras especiais, 
capazes de registrar dados para diferentes fins. 
Dentre essas aplicações, podemos citar a Engenharia e a Arquitetura, que se 
utilizam dos drones como ferramenta de apoio em diversos projetos, comprovando 
que os drones têm ganhado espaço significativo na economia mundial. 
Um dos principais usos da aerofotogrametria no Brasil foi o projeto Radam 
Brasil (inicialmente na Amazônia e depois em toda o país, daí o nome). Consistia em 
um mapeamento, utilizando fotografias aéreas. Ajudou na confecção de mapas mais 
precisos em diversas áreas, entre eles, o mapa do relevo brasileiro, segundo a 
classificação de Jurandyr Ross. 
 
Figura 2: Projeto Radam. Fonte: Bitly. 
Os drones têm sido cada vez mais utilizados devido trazer mais facilidade, 
agilidade e menor custo aos levantamentos cartográficos, propiciando o 
mapeamento de áreas menores e ampliando o leque de aplicações. 
 
Saiba mais! Projeto do governo no site do Serviço Geológico Brasileiro de 
preservação das imagens originais do Projeto Radam Brasil da década de 1970. Basta 
clicar nas quadrículas e buscar a faixa desejada. Disponível em: https://bit.ly/2c2Zv6j. 
Acesso em Ago de 2019. 
 
https://bit.ly/2c2Zv6j
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
1.3. Sensoriamento Remoto 
Segundo Lillesand e Kiefer (1994), sensoriamento remoto é a ciência e a arte 
de obter informação sobre um objeto (alvo), área ou fenômeno através da análise de 
dados adquiridos por um dispositivo (sensor) que não está em contato direto com o 
objeto, área ou fenômeno sob investigação. 
Esta técnica refere-se à obtenção de imagens à distância através de aparelhos 
chamados de sensores remotos. Estes sensores (câmeras) são colocados a bordo de 
aeronaves ou de satélites de sensoriamento remoto - também chamados de satélites 
observação da Terra. 
Um sensor a bordo do satélite gera um produto de sensoriamento remoto 
denominado de imagem ao passo que uma câmera aerofotográfica, a bordo de uma 
aeronave, gera um produto de sensoriamento remoto denominado de fotografia 
aérea. 
Para se obter imagens por meio do sensoriamento remoto, é necessário ter 
uma fonte de energia, no caso o Sol. A energia que incide sob a superfície é refletida 
para um satélite que por meio de sensores receptivos enviam as informações para 
uma estação receptora localizada no solo, que realiza o tratamento das informações. 
 
Figura 3: Satélite e estação de recepção. Fonte: Bitly. 
Antes do surgimento dos satélites orbitais utilizados na produção cartográfica 
por meio do sensoriamento remoto, o uso da aerofotogrametria era muito comum 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
e até hoje estas técnicas são insubstituíveis para várias aplicações. Hoje em dia, com 
o avanço tecnológico digital, as imagens produzidas pelos sensores de satélites estão 
com qualidade das fotografias aéreas convencionais. 
Existem hoje um número muito grande de satélites que orbitam nosso 
planeta. Eles são responsáveis por uma gama cada vez maior de informações 
utilizadas nas mais diversas áreas de nosso cotidiano. Informações sobre o tempo e 
o clima, aumento de desmatamento, ocupações em áreas de preservação ou mesmo 
qualidade do ar são cada vez mais processadas e registradas através de satélites e 
do sensoriamentoremoto. 
 
Figura 4: Imagem gerada pelo Landsat 8. Variações nas cores das águas podem mostrar padrões de 
sedimentos, bem como algas potencialmente problemáticas, indicadas por maiores concentrações 
de clorofila. Lago Ontário. Fonte: Nasa. 
 
Saiba mais! A fotogrametria e os Drones. 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
Com a evolução da tecnologia a utilização da fotogrametria passou a ser 
realizada através de imagens obtidas pelos Drones. Através deste aparelho é possível 
utilizar os recursos da fotogrametria de forma mais acessível, moderna e autônoma. 
Os drones são equipamentos modernos, de pequeno ou médio porte que 
possuem uma alta tecnologia, design prático e um custo acessível para as empresas. 
É composto por câmeras e receptores GPS, que permitem que o usuário guie o 
Drone através de um aparelho portátil, permitindo assim um bom e fácil manuseio 
do mesmo. 
A Fotogrametria convencional, por ter um alto custo, passou a ser menos 
utilizada nos dias de hoje, sendo aderida em sua maioria em projetos onde são 
imageadas grandes áreas, ou regiões onde existem restrições para uso de drones, 
como nas proximidades de aeroportos. Já os Drones têm grande participação nos 
setores da construção civil, mineração, meio ambiente, infraestrutura e 
principalmente no setor agrícola, sendo considerada uma tecnologia cada vez mais 
crescente e utilizada no mercado atual. 
Disponível em: https://bit.ly/31hw6LN. Acesso em Ago 2019. 
 
1.4. GNSS - SISTEMAS GLOBAIS DE NAVEGAÇÃO POR SATÉLITE 
Os Sistemas Globais de Navegação por Satélite, também conhecidos como 
GNSS, são Tecnologias que permitem a localização espacial em qualquer parte da 
superfície terrestre, através da recepção de sinais de rádio enviados por satélites. 
São divididos em: GPS, GLONASS, GALILEU, COMPASS e IRNSS. 
O primeiro da lista é o mais conhecido e de origem americana, foi 
desenvolvido nos Estados Unidos em 1960 e lançado em 1978. O segundo, 
GLONASS, é um sistema em atividade que foi desenvolvido em 1976 pela antiga 
URSS, atualmente Rússia. Os demais sistemas, Europeu (GALILEU), Chinês 
(COMPASS) e Indiano (IRNSS), respectivamente, ainda estão em fase de construção. 
1.4.1. GPS (Global Positioning System) 
É um sistema que foi mantido em segredo por 5 anos. Seu objetivo inicial foi 
o uso para fins militares, mas na década de 1980 foi liberado para fins civis. Até o 
momento não é cobrada nenhuma taxa para seu uso, algo que pode ser realizado 
https://bit.ly/31hw6LN
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
no futuro. O sistema possui 24 satélites, cada Satélite possui uma envergadura de 
5,1 m e peso aproximado de 850 kg. Sua vida útil é de aproximadamente 7 anos. 
Eles orbitam em torno de 20.000 km distribuídos em 6 planos orbitais. É 
necessário no mínimo 4 satélites para se obter a posição de um determinado ponto, 
ressalvando que quanto maior quantidade de satélites, melhor será a precisão da 
posição na superfície da Terra. 
 
Figura 5: Constelação de satélites. Disponível em: https://bit.ly/2TdTerC. Acesso em Ago 2019. 
2. Altimetria (formas do relevo e curvas de nível) 
https://bit.ly/2TdTerC
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
A altimetria ou hipsometria tem por finalidade a medida da diferença de nível, 
também chamada de distância vertical, entre dois ou mais pontos no terreno. 
Podemos considerar a altimetria como a ciência (ou técnica) da medição de alturas 
ou de elevações, bem como a interpretação de seus resultados. 
 
Figura 6: Altimetria - Cota x Altitude. Fonte: https://bit.ly/2YxoFmx. Acesso em Ago 2019. 
Onde: 
● Altitude: é a distância vertical entre um ponto na superfície da Terra e a 
superfície de referência altimétrica (nível médio dos mares). 
● Cota: é a distância medida ao longo da vertical de um ponto até um plano de 
referência qualquer. 
A altitude corresponde a um nível verdadeiro, que é a superfície de referência 
para a obtenção da DV (distância verdadeira) ou DN (diferença de nível) e que 
coincide com a superfície média dos mares, ou seja, o Geóide. 
A cota corresponde a um nível aparente, que é a superfície de referência para 
a obtenção da DV (distância verdadeira) ou DN (diferença de nível) e que é paralela 
ao nível verdadeiro. 
Chama-se nivelamento a operação realizada para determinar as diferenças de 
nível. Para o cálculo da diferença de nível entre dois pontos A-B, simbolizado 
geralmente por DNA-B, tem-se: 
DNA-B = Cota B – Cota A 
https://bit.ly/2YxoFmx
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
ou 
DN A-B = Altitude B – Altitude A 
Como vimos na unidade 3, a planimetria estuda uma porção de um terreno 
desconsiderando o relevo e o resultado deste estudo tem como produto final uma 
planta bidimensional. Já na altimetria o resultado será uma planta tridimensional, 
onde será considerado o relevo, representado pela coordenada cartesiana Z. 
 
Figura 7. Representação da coordenada cartesiana Z. 
Existem linhas que são usadas para representar fenômenos que aparecem no 
terreno de forma linear, como ferrovias, rodovias, rios, canais, fronteiras, ou para 
representar fenômenos de mesma intensidade, como pressão atmosférica, 
pluviosidade, altitude, temperatura, profundidade, salinidade, etc. 
São mais comuns as isolinhas: 
● Isotermas: Unem pontos de igual temperatura nos mapas. 
● Isóbaras: Unem pontos de igual pressão atmosférica. 
● Isoietas: Unem pontos de igual pluviosidade. 
● Isoípsas: Unem pontos de mesma altitude. 
● Isóbatas: Unem pontos de igual profundidade. 
● Isoalinas: Unem pontos de mesma salinidade. 
2.1. Curvas de nível: 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
As curvas de nível são isolinhas imaginárias (isoípsa) que indicam as altitudes 
ou cotas de um determinado local. São curvas que ligam pontos de mesma altitude 
ou cota. Podem ser mestras (a cada 5 curvas) ou intermediárias. 
Curva de nível é o nome usado para designar uma linha imaginária que agrupa 
dois pontos que possuem a mesma altitude. Por meio dela são confeccionados os 
mapas topográficos, pois a partir da observação o técnico pode interpretar suas 
informações através de uma visão tridimensional do relevo. 
 
Figura 8: Curvas Mestras e secundárias. Fonte: Bitly. 
As linhas abaixo são exemplos de curvas de níveis. Relevos de mais íngremes 
possuem curvas de níveis mais próximas umas da outras, enquanto que as mais 
distantes representam terrenos mais planos. 
A partir da visualização de uma curva de nível é possível identificar se o relevo 
de uma determinada área é acidentado, plano, montanhoso, íngreme e etc. 
Diante dessa afirmação, percebe-se que a configuração das linhas é 
determinada pelas características do relevo da área mapeada. Essa condição, de 
ca-ráter geométrico, confere à curva de nível sua grande validade para fins 
cartométricos e a constitui na melhor forma de representação do relevo. 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
 
Figura 9. Curvas de nível. Fonte: Bitly. 
As curvas de nível jamais se cru-zam, pois em toda a sua extensão cada linha 
contém o mesmo valor de altitude e é equidistante das linhas sucessivas ou 
imediatamente vizinhas, já que o corte horizontal no relevo ter-restre, a partir da 
superfície de referência (nível zero), é feito em altitudes equidistantes. Observe o 
esquema dessa construção: 
 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
Figura 10: Transposição de curva de nível. Fonte: Bitly. 
Referência de Nível (RN): são pontos fixos no terreno que correspondem às 
cotas ou altitudes de um nivelamento. 
Podem ser: 
● Artificiais: madeira de lei, concreto armado, etc. 
● Naturais: soleira da porta de edifícios. 
As curvas de nível permitem ao usuário ter um valor aproximado da altitude 
em qualquer parte domapa. Esse método apresenta as seguintes características: 
● todos os pontos de uma curva de nível se encontram na mesma elevação; 
● cada curva de nível fecha-se sempre sobre si mesma; 
● as curvas de nível nunca se cruzam, podendo se tocar em saltos-d’água ou 
despenhadeiros; 
● em regra geral, as curvas de nível cruzam os cursos-d’água em forma de “V”, 
com o vértice apontando para a nascente. 
Como já falamos, as curvas de nível mais próximas significam declives mais 
elevados e curvas de nível mais afastadas representam áreas de declives mais 
suaves. Já as curvas de nível concêntricas, com os valores mais elevados no centro, 
representam montanhas ou montes, mas se os valores estiverem ao contrário, com 
valores mais baixos, então, temos uma área deprimida. 
 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
 
Figura 11: Pão de açúcar, curva de nível, perfil topográfico. Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. 
Atlas Geográfico Espaço Mundial. São Paulo: Moderna, 4 Ed. 2013. 
 
3. ALTIMETRIA (DECLIVIDADE) 
Declividade em topografia, é a relação entre a diferença de nível (DN) e a 
distância horizontal (DH). Também pode ser definida como a inclinação da superfície 
do terreno em relação à horizontal, ou seja, a relação entre a diferença de altura 
entre dois pontos e a distância horizontal entre esses pontos. É dada pelo ângulo de 
inclinação (zenital) da superfície do terreno em relação à horizontal. Os valores de 
declividade podem variar de 0° a 90°, e podem também ser expressos em 
porcentagem. 
Podemos calcular a declividade utilizando a fórmula: 
Declividade = 
𝐷𝑉 𝑋100
𝐷𝐻
, onde o valor será expresso em porcentagem. 
 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
 
Figura 12: Declividade do terreno em relação ao rio. Fonte: Bitly. 
 
4. Altimetria (hidrografia e perfil topográfico) 
Como vimos a topografia é a ciência que estuda os acidentes geográficos, bem 
como sua localização. Através da altimetria, parte da topografia responsável por 
analisar a variação de altitude do terreno, podemos registrar em elementos 
cartográficos, como muita precisão o espaço geográfico. 
4.1. Hidrografia 
Existem várias maneiras de representar as cotas altimétricas, de modo que o 
observador consiga identificar os mais variados acidentes geográficos presentes nas 
paisagens. Como todo elemento cartográfico, a hidrografia também tem que ser 
representada de maneira bastante cuidadosa, uma vez que existem diversos cursos 
d’água e cada um pode ser representado adequadamente sobre as cartas ou mapas. 
 A imagem abaixo mostra os elementos presentes na legenda de uma 
carta onde há a representação de elementos hidrográficos. 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
 
Figura 13: Elementos hidrográficos representados em uma legenda Fonte: Bitly. 
Existem outras formas de representação dos elementos cartográficos em 
mapas e cartas, como cores e símbolos. Nas cartas, representadas pelas curvas de 
nível, os elementos hidrográficos são apresentados em conjunto com os elementos 
do relevo. Abaixo seguem alguns exemplos 
● Talvegue: é a linha de recolhimento de água. Para se encontrar um talvegue 
numa planta é só verificar as curvas de menor cota “apontando” para as curvas 
de maior cota, significa que desce um talvegue. 
 
Figura 14: Talvegue. Fonte: Bitly. 
● Divisor de águas: é a linha que divide o sentido de escoamento da água. É 
através dele que se delimita uma bacia. Para encontrar na planta, deve-se 
procurar as elevações, gargantas e curvas de cota maior apontando para 
curva de cota menor teremos os divisores 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
 
Figura 15: Divisor de águas. Fonte: Bitly 
● Garganta: é o local que consiste no maior ponto entre dois talvegues e maior 
ponto entre dois divisores. Esse relevo se assemelha a uma sela de cavalo. 
Onde o centro da sela seria a garganta, as partes mais altas seriam os divisores 
e as partes mais baixas (onde se colocam as pernas) seriam os talvegues. 
 
Figura 17: Garganta. Fonte: Bitly. 
● Contraforte são salientes que se destacam no relevo, normalmente em 
serras. 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
 
Figura 18: Contraforte. Fonte: Bitly. 
4.2. Perfil Topográfico 
Uma outra forma de representar as variações das altitudes do relevo é 
fazendo o caminho inverso, ou seja, a partir das curvas de nível e dos sinais indicados, 
o relevo que está sendo representado no plano horizontal pode ser representado 
(desenhado) no plano vertical. Desta maneira teremos uma outra importante forma 
de representação do relevo: os perfis topográficos, que em outras palavras, trata-se 
de uma vista lateral do relevo. 
Os perfis, resultantes de uma linha que corta as curvas de nível no plano 
horizontal, reconstituem a vis-ta lateral do terreno, permitindo reconhecer 
corretamente sua super-fície acidentada. 
O emprego de perfis do terreno se dá particularmente nas áreas de 
engenharia (vias de transporte), telecomunicações, geografia, urbanismo etc. A 
construção de um perfil permite apreciar com clareza a possibilidade de progressão 
no terreno, montagem de postos de observação, determinação de áreas de 
visibilidade. 
Observe, por exemplo abaixo mostrando o perfil topográfico de grande parte 
do território brasileiro. 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
 
Figura 19: Perfil topográfico. Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas Geográfico Espaço 
Mundial. São Paulo: Moderna, 4 Ed. 2013. 
Se a topografia é a representação do relevo de um terreno com a 
representação de seus acidentes naturais ou artificiais, perfil topográfico é a 
repre-sentação do contorno dos acidentes geográficos que se acham à superfí-cie 
de uma porção do terreno. É um elemento cartográfico que resulta de um corte 
vertical imaginário sobre o relevo, mostrando a silhueta de cadeias de montanhas, 
vales de rios, etc. 
Perfil topográfico é uma representação ortográfica nos planos cartesianos de 
um corte vertical do terreno segundo uma direção de um corte previamente 
escolhido, de tal forma que seja possível representar intuitivamente os desníveis e a 
topografia do terreno. 
Um dos processos para construir um perfil topográfico é o seguinte: 
1. Em um papel milimetrado traça-se uma linha básica e transferem-se com 
precisão os sinais para essa linha. 
2. Levantam-se perpendiculares no princípio e no fim dessa linha e determina-
se uma escala vertical. 
3. Quer seguindo-se as linhas verticais do milimetrado, quer levantando-se 
perpendiculares dos sinais da linha-base, marca-se a posição de cada ponto 
correspondente na escala vertical. 
4. Em seguida, todos os pontos serão unidos com uma linha, evitando-se traços 
retos. 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
 
Figura 20: Construção de perfil topográfico. 
 
Alguns cuidados devem ser tomados na representação do perfil: 
1. Iniciar e terminar com altitude exata. 
2. Distinguir entre subida e descida quando existir duas curvas de igual valor. 
3. Desenhar cuidadosamente o contorno dos picos, se achatados ou 
pontiagudos. 
4. Estabelecer a escala vertical a ser utilizada. 
Síntese 
Durante essas quatro unidades tivemos contato com a introdução à 
cartografia. Vimos um pouquinho de como essa ciência é de extrema importância 
para a Geografia e para as diversas ciências que precisam representar, através de 
mapas, o espaço geográfico. 
Nesta Unidade, você conheceu um pouco mais sobre os elementos 
cartográficos que nos auxiliam na interpretação de mapas, como os elementos 
altimétricos, as curvas de nível, fotogrametria aérea e o sensoriamento remoto. 
Portanto você estudou: 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
● Os conceitos básicos sobre Fotogrametria, como ela é importantepara 
a cartografia, tendo como exemplo o Projeto Radam Brasil; 
● O Sensoriamento Remoto e que existem diversos sistemas que utilizam 
satélites orbitais, como o GPS, o Glosnas e o Galileo; 
● Que os levantamentos fotogramétricos podem ser feitos por drones 
(VANTs), que são muito mais acessíveis que os demais sistemas; 
● Sobre o funcionamento geral das curvas de nível, bem como a 
interpretação das formas do relevo com nelas; 
● Que a declividade sobre uma carta topográfica pode ser medida tendo 
a distância vertical e a horizontal do terreno; 
● Sobre a interpretação da drenagem no contexto das curvas de nível; 
● Sobre como confeccionar perfis topográficos tendo como base as 
curvas de nível. 
 
 Nos vemos em breve! Um grande abraço e bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
Bibliografia 
FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas Geográfico Espaço Mundial. São Paulo: 
Moderna, 4 Ed. 2013. 
OLIVEIRA, Cêurio de. Curso de Cartografia Moderna. Fundação IBGE, 1988. 
IBGE Mapeamento Topográfico. Disponivel <http://www.ibge.gov.br> . Acesso em 
maio de 2008. 
Apostila- Fundamentos de Topografia – Luis Veiga, Maria Zanetti e Pedro 
Faggion/UFPR. 2007. 
Apostila de Planimetria – Humberto Alencar/IFPE Apostila de Topografia – Luis 
Véras/UFRPE. 2003. 
Apostila de Topografia – Maria Brandalize/ PUC – PR. 
DOUBECK, A. Topografia. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 1989. 
ESPARTEL, L. Curso de Topografia. 9 ed. Rio de Janeiro: Globo, 1987. MCCORMAC, 
J.– Topografia. 5º Edição. LTC.2007. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Manual Técnico de 
Noções Básicas de Cartografia. Rio de Janeiro: Fundação IBGE, 1998. 
CALDINI, Vera Lúcia de Moraes. Atlas Geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. 
CARVALHO, Edilson Alves de. A Cartografia: bases conceituais. UFRN, 2008. 
ALMEIDA, R. D. de. Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola. 4.ed. 
São Paulo: Contexto, 2006. (Coleção Caminhos da Geografia). 
CASTROGIOVANNI, A. C.; COSTELLA, R. Z. Brincar e cartografar com os diferentes 
mundos geográficos: a alfabetização espacial. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006. 
 
 
 
 
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
Referências Imagéticas 
Figura 1: Câmera métrica. Bitly. Disponível em: https://bit.ly/2KkXHGj. Acesso em Ago 
2019. 
Figura 2: Projeto Radam. Bitly. Disponível em: https://bit.ly/2YLgYV7. Acesso em Ago 
2019. 
Figura 3: Satélite e estação de recepção. Disponível em: https://bit.ly/2OHdiUF. 
Acesso em Ago 2019. 
Figura 4: Imagem gerada pelo Landsat 8. Variações nas cores das águas podem 
mostrar padrões de sedimentos, bem como algas potencialmente problemáticas, 
indicadas por maiores concentrações de clorofila. Lago Ontário. Disponível em: 
https://go.nasa.gov/2YMyw7z. Acesso em Ago 2019. 
Figura 5: Altimetria. Disponível em: https://bit.ly/2YJn0G3. Acesso em Ago 2019. 
Figura 8: Transposição de curva de nível. Disponível em: https://bit.ly/2M0Yuy5. 
Acesso em Ago 2019. 
Figura 9. Curvas de nível. Disponível em: https://bit.ly/2YI4uBZ. Acesso em Ago 2019. 
Figura 10: Transposição de curva de nível. Disponível em: https://bit.ly/2M0Yuy5. 
Acesso em Ago 2019. 
Figura 12: Declividade do terreno em relação ao rio.. https://bit.ly/2TepiLU. Acesso 
Ago 2019. 
Figura 13: Elementos hidrográficos representados em uma 
legenda.https://bit.ly/33lgsRt. Acesso Ago 2019. 
Figura 15: Pão de açúcar. Fonte Bitly. Disponível em: https://bit.ly/2Fmvry1. Acesso 
em Ago 2019. 
Figura 16: Construção de perfil topográfico. Disponível em: https://bit.ly/31jBCgU. 
Acesso em Ago 2019. 
Figura 17: Garganta. Disponível em: https://bit.ly/2M6dk6C. Acesso em Ago 2019. 
Figura 18: Contraforte. Disponível em: https://bit.ly/2M6dk6C. Acesso em Ago 2019. 
https://bit.ly/2KkXHGj
https://bit.ly/2YLgYV7
https://bit.ly/2OHdiUF
https://go.nasa.gov/2YMyw7z
https://bit.ly/2YJn0G3
https://bit.ly/2M0Yuy5
https://bit.ly/2YI4uBZ
https://bit.ly/2M0Yuy5
https://bit.ly/2TepiLU
https://bit.ly/33lgsRt
https://bit.ly/2Fmvry1
https://bit.ly/31jBCgU
https://bit.ly/2M6dk6C
https://bit.ly/2M6dk6C
Cartografia Sistemática - Unidade 4 - Introdução à Cartografia 
 
Figura 20: Construção de perfil topográfico. Disponível em: https://bit.ly/2YuUUCZ. 
(adaptado pelo autor). Acesso em Ago 2019. 
https://bit.ly/2YuUUCZ

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